sexta-feira, dezembro 17, 2010

Torneio de Personagens de BD Norte-Americana - Grupo III

Dream

São muitos os nomes porque é conhecido: Dream, Oneiros, Kai'ckul, Sandman, ou simplesmente Morpheus. Ele é o senhor dos sonhos, um dos Endless que existem desde os primórdios dos tempos. Enquanto houver vida, há sonho e enquanto houver sonho haverá um Sandman.
Antes de continuar penso que vale a pena referir quem são os Endless. Estamos a falar de 7 seres que personificam 7 aspectos da vida, todos começados pela letra D (em inglês). Por ordem de criação temos: Destiny (porque tudo está traçado de início); Death; Dream ("o homem quando nasce tem primeiro a possibilidade de morrer do que de sonhar); Destruction; Desire; Despair e Delight (que mais tarde se tornaria em Delirium).
Esta história tem início com a captura de Morpheus por parte de uns magos que procuravam encarcerar a sua irmã mais velha, a Morte. Quando Morpheus se conseguiu libertar, passados 70 anos, foi encontrar a sua dimensão do Sonho completamente devastada. É tempo de consertar as coisas, o que Morpheus não tem noção de imediato é que durante o tempo em que esteve preso, mudou. Podemos dizer que sempre se esforçou por ser relativamente justo na sua dimensão, mas ao longo da sua vida foi várias vezes cruel e egoista, está na altura de mudar isso.
"The Sandman" é uma das obras-primas da BD é sem dúvida alguma uma das sagas porque tenho mais carinho. São 10 livros compilados (ou 4 em formato Absolute) onde uma história está muito bem construída do início ao fim, aqui tudo é relevante. Ao longo do caminho são-nos mostradas também várias histórias ligadas aos sonhos e que não fazem necessáriamente parte da trama principal. Sei que como investimento custa, mas vale tanto a pena, eu nunca me canso de dar elogios a esta obra que saiu da mente de Neil Gaiman que foi desenhada por tantos e tantos artistas, entre os quais deixo os primeiros: Sam Kieth e Mike Dringenberg.
Desde o seu término ainda saíram mais dois livros, um deles em prosa/ilustrado que recentemente foi adaptado a BD (Dream Hunters) e o Endless Nights onde 7 desenhadores foram convidados para desenhar cada um uma história dedicada a um Endless diferente.
Para terminar se quiserem ler o comentário que fiz ao primeiro volume cliquem aqui (esta foi o meu primeiro comentário a um livro de BD).
Para terminar deixo-vos um pequeno vídeo onde podem ver Dave Mckean a desenhar o Morpheus, ele que foi o responsável por todas as capas da série.



Já agora o resultado final:







Superman


Kal-El é o super-herói que mais dispensa uma apresentação. Faz parte da nossa cultura popular, sendo talvez o personagem de BD mais conhecido em todo o mundo. Nunca, por exemplo, a morte de um super-herói foi tão anunciada no mundo. Aquela capa com o símbolo dele a escorrer como se de sangue se tratasse foi um marco.
Sobre ele já falei aqui duas vezes, uma quando o comparei ao Captain Marvel e outra ao Martian Manhunter.
O que me lembra que este é das personagens que mais deu origem a "clones", veja-se os já mencionados, Captain Marvel (Shazam) e o Martian Manhunter e a estes juntem-lhes o Gladiator, Supreme, Apollo, Mr. Majestica, etc, etc. Há um estereótipo de super-herói que segue as linhas do Super e isto é qualquer coisa.
Não foi dos personagens que mais li, as suas histórias não eram as que mais me interessavam, ainda assim quando dão liberdade para trabalharem o personagem, algumas maravilhas nascem, como por exemplo em "All Star Superman" ou no igualmente aclamado "Red Son" (se o Super tivesse nascido na URSS, apesar de este nunca ter lido não o podia deixar passar despercebido). Alan Moore também o escreveu e não passou despercebido, o seu "Whatever Happened to the Man of Tomorrow?" e "...For The Man Who Has Everything" são também considerados dos melhores livros do Homem de Aço. O segundo eu li e confirmo, vale muito a pena.
Usei o Superman numa brincadeira quando fiz o "top dos piores disfarces de um super herói". O azulão ficou em 2º lugar.
E alguma vez uma música esteve tão associada a um super-heróis como a excelente composição de John Williams? Eu que nunca liguei muito ao Superman sempre que ouvia este tema tremia.






Jeremy Duncan

Jeremy Duncan é o protagonista das tiras cómics "Zits" escritas por Jeremy Jerry Scott e desenhadas por Jim Borgman. Scott já era conhecido como cartunista pelas suas tiras "Baby Blues" onde escrevia e desenhadava. Quando decidiu enveredar pelos meandros da adolescência criou "Zits" e para isso contou com Borgman no desenho a fim de a obra conter um traço distinto, não remetendo os leitores para "Baby Blues".
Jeremy é um típico jovemd e 16 anos, quer estar com os amigos, quer engatar miúdas e muitas vezes não tem paciência para "aturar" os seus pais, principalmente no que toca a dúvidas informáticas. Além disto é um apaixonado por Rock, tendo como sonho seguir uma carreira neste género.
"Zits" pode não gozar de um reconhecimento tão grande como "Calvin & Hobbes", "Mafalda" ou "Peanuts", que além de serem colossos do género são também mais antigas, mas com o tempo tem vindo a conquistar cada vez mais leitores, sendo sem dúvida alguma, hoje em dia, das tiras mais conhecidas mundialmente.







Two-Face


Para falar deste vilão vou colocar aqui o texto que escrevi quando fiz o top vilões do Batman (que já merecia ser melhorado/actualizado).
Harvey Dent, era juntamente com Bruce Wayne e Jim Gordon um dos poucos Homens honestos em Gotham City, alguém que procurava justiça acima de tudo, Dent era o único procurador-geral com coragem para acusar a máfia e outros criminosos em Gotham City, quando os tempos eram mais obscuros e Batman ainda não existia.
Graças a estes três homens a criminalidade em Gotham desceu significantemente, eram justiceiros e acima de tudo amigos. No dia em que "Boss" Maroni estava a ser acusado em tribunal por Harvey Dent, este atirou-lhe com ácido, desfigurando-lhe metade da cara e despoletando uma dualidade na sua personalidade. Assim nasceu um dos vilões mais clássicos deste herói: Two-Face.
Batman sempre se culpabilizou pela perda de Dent para o outro lado, e apesar de lutarem constantemente um contra o outro, podemos sempre notar que a relação entre os dois é diferente da de qualquer outro vilão.
Ele usa uma moeda riscada de um lado, atirando-a ao ar sempre que precisa tomar uma decisão, a moeda tal como a sua cara é um símbolo da sua dualidade, aliás um dos maiores momentos entre estes dois, acontece no “Arkham Asylum” em que Batman se encontra refém dentro do Asilo juntamente com grande parte dos seus inimigos e é Two-Face o escolhido para decidir se ele fica ou não, não vou contar mais porque é uma sequência sublime.
Existem pelo menos 3 estórias em que diferentes escritores exploraram as possibilidades de colocar esta personagem sob cirurgia estética, devolvendo-lhe a sua aparência antes do acidente. Em “Hush” e “Black & White” Harvey Dent recuperou a sua personalidade original abandonando a sua carreira de vilão, em “ The Dark Knight Returns” o resultado foi precisamente o oposto, Dent sente-se todo ele um monstro.
1ºaparição - Detective Comics #66 (1942).
Livros Aconselhados – Batman: Year One, Arkham Asylum, The Dark Knight Returns, Black & White, The Long Halloween, Dark Victory.





Lucifer Morningstar

É evidente que a DC Comics já tinha utilizado o Diabo como personagem antes, mas esta abordagem em particular surge inteiramente da mente de Neil Gaiman que tirou influências da obra "Paradise Lost" de John Milton. A pedido do autor Lucifer foi desenhado para se assemelhar a David Bowie.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes em "The Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou e a árdua tarefa calhou a Mike Carey.
A primeira vez que Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Como disse as suas aparições na obra-prima de Gaiman foram poucas mas sempre excepcionais, quem não delirou com a história de "Seasons of Mists"? Nesta história Lucifer abandona o Inferno pedindo a Morpheus (os seus destinos estão mesmo cruzados) que lhe corte as asas, e mudando-se para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde acaba por abrir um bar de nome "Lux".
Adoro a forma como Gaiman desenvolveu o personagem e mesmo em "Murder Mysteries" que não tem ligação com "Sandman" podemos sentir que o diabo é o mesmo.
Quando Mike Carey pegou neste desafio, notaram-se diferenças, principalmente quando se introduz o arcanjo Michael, mas o autor tinha uma tarefa complicada, criar um arco sobre um dos personagens mais poderosos da criação e pessoalmente acho que fez um bom trabalho.
O meu comentário ao primeiro livro de Lucifer pode ser lido aqui (onde fui buscar excertos para colocar aqui). O livro é bom mas fica já o aviso que a história melhor em volumes posteriores, Lucifer chega a conseguir criar um Universo seu onde é proíbido venerar deuses, lindo.

5 comentários:

cube disse...

que ideia fantástica tiveste tu em fazer aquele belo vídeo!;)

ArmPauloFerreira disse...

Sou mesmo fraquinho... e por isso mesmo o que salvou a honra ao Superman. Era tão importante para mim que na altura da morte dele, até tinha um volume nos bolsos laterais das calças da tropa só para, tal era a urgência em saber como ia terminar (e morreu mesmo!). Recordo-me que relia nas viagens Porto-Lisboa, quando ia para o quartel... e emocionava-me forte e feio. Um dia destes tenho de as descobrir lá nas caixas da minha garagem... e voltar a passar as vistas nas minhas antigas edições dos anos 80, que as fui adquirindo (pedia muito para ter uma por mês) quando tinha 7 anos... desde 82.

Superman é o pai dos super-heróis com superpoderes... Hail to the King!

Loot disse...

Cube: Eu só tenho ideias fantásticas, só que nem sempre bem executadas :P devia ter virado a câmara. E que falta nos faz uma máquina fotográfica caramba.


Armindo: O livro da sua morte acaba por nem ser uma grande história, mas caramba era a morte do super, tínhamos ali uma luta de titãs e como tu disseste o super morre mesmo no fim!!!
Nesse sentido foi épica.

E apesar de sempre ter sido mais adepto do Batman, sempre reconheci o mérito do homem mais rápido que uma bala.
E a música que pus é mítica, nenhum super herói tem uma tão poderosa.

cube disse...

tu tens ideias fantásticas?! desta lembro-me bem e fui eu que em vez de fotografar filmei!!

Loot disse...

Tavas a ser irónica na primeira frase?

Mas eu é que costumo filmar tu só fotografas não gostas. Olha já não sei já foi há muito tempo e eu não confio na tua memória por razões mais que óbvias :)