quarta-feira, setembro 26, 2012

Batman - The Court of Owls


Tal como prometido o texto sobre "Batman - The Court of Owls" já se encontra disponível na Rua de Baixo é só clicar aqui.

Entusiasmei-me um pouco enquanto o escrevia, pois não me canso de salientar que isto é do melhor que se tem feito no género.

Foi uma boa aposta ter comprado isto em comics, normalmente sou mais de compilações, saem muito mais barato, mas esta série é muito possivelmente a melhor coisa que tenho nesse formato, artigo de colecção sim senhor.

terça-feira, setembro 25, 2012

Batman Earth One


"Earth One" é um novo título da DC Comics que tem por objectivo modernizar a origem de determinados personagens da editora. O primeiro a ter este tratamento foi, obviamente, o Superman escrito por  J. Michael Straczynski e desenhado por Shane Davis. Agora, depois do filho da luz, chegou a vez de contar a história do filho das trevas, por Geoff Johns (argumento) e Gary Frank (desenho).

Quando vi o nome de Geoff Johns associado a este título, o meu primeiro sentimento foi de desconfiança. Gosto bastante do trabalho dele e o que fez nos últimos anos com os Lanternas Verdes tem sido uma enorme diversão. Porém, sempre que ele escrevia a personagem do Batman... não resultava tão bem. Actualmente Johns é responsável pela JLA e até me parece melhor no que toca ao Batman, no entanto, foram as fortes críticas positivas a este "Earth One" que me aguçaram o apetite, os elogios são muitos e o livro saltou logo para prioritário nas minhas leituras.

Antes de continuar é necessário referir que "Earth One" é uma novela gráfica à parte da continuidade oficial. Uma vez que a DC fez um reboot ao seu universo pensei que estas iam ser as novas origens oficiais das personagens, mas estava completamente enganado, até porque além do Alfred ser fisicamente diferente, o final do livro também não deixa margem para dúvidas. Acaba por ser melhor assim, pessoalmente não queria que esta fosse a origem oficial de Batman, prefiro-a muito mais como uma variante, como uma de muitas possibilidades, um de muitos universos paralelos.

A espinha dorsal da história continua a ser a morte dos pais de Bruce Wayne, nem de outra forma poderia ser. Contudo as grandes diferenças fazem-se logo notar e são a nível das personagens, inclusive o próprio Bruce Wayne. Em miúdo é retratado como um pirralho irritante e goste-se ou não, a verdade é que não é de todo surpreendente que uma criança nascida neste seio fosse exactamente assim. Enquanto Batman temos uma visão mais "realista" da personagem, afinal de contas ele não é, na génese da palavra, um Super-Herói, e isso é um aspecto que tem particular atenção por parte dos autores, atente-se por exemplo que conseguimos ver-lhe os olhos ao invés da película branca característica deste tipo de máscaras. Além do mais, este é o início da sua carreira, então além dos perigos que um humano normal teria de enfrentar ainda temos de contar com a sua, tão evidente, inexperiência.

De todos, Alfred será porventura a personagem mais modificada. Nesta versão nunca foi mordomo dos Wayne e apenas surge na história para com a sua experiência ajudar a proteger o seu velho amigo, Thomas Wayne. Nesta versão Thomas está em plena campanha eleitoral por Gotham City e a sua popularidade aliada à vontade em "limpar" as ruas de Gotham, fizeram-no conquistar inimigos perigosos nomeadamente o actual Mayor (um velho conhecido nosso).

Há personagens que também começam de uma forma bastante diferente da qual os conhecemos, como Jim Gordon e Harvey Bullock, mas que com os acontecimentos encontram o seu respectivo lugar, aquele que nos é muito mais familiar. Nesta versão é também Alfred, aqui muito mais soldado (literalmente, pertenceu aos Royal Marines) que treina Bruce, já não temos a viagem à volta do mundo para conhecer a mente criminosa, uma pena.


Quanto aos desenhos, Gary Frank, não desilude. O retrato das personagens é muito detalhado, algo que se nota particularmente nas suas expressões faciais, e realista tal como a história pretende.

"Batman Earth One" é uma boa história, uma outra visão sobre a origem do Morcego, mas que esteve longe de me conquistar, principalmente quando já existe um "Year One" por Frank Miller e David Mazzucchelli. Continuo a sentir que Johns não entende tão bem a personagem, não como Miller, Morrison ou Snyder. Mas, em contrapartida, também parece que é propositado que este Batman seja tão diferente. Está previsto seguirem-se mais dois volumes onde a evolução de Batman será um aspecto em constante desenvolvimento.

Como disse, é uma boa história, porém, se querem ler sobre a origem do herói aconselho muito mais o já mencionado "Year One" e para aqueles que procuram histórias da actualidade desta personagem acho que o dinheiro é muito mais bem gasto no recente "The Court of Owls" de Scott Snyder e Grag Capullo, sobre o qual falarei muito brevemente.

domingo, setembro 23, 2012

Death Note na Sic Radical e no TVDependente


No passado dia 18 de Setembro, a SIC Radical começou a transmitir a série “Death Note”, um dos animés de grande culto mundial. A série irá dar todas as semanas de segunda a quinta, às 20h00.

O TVDependente decidiu aproveitar esta estreia para seguir a série de perto e estarei por lá todas as semanas a comentar os episódios dados.

Cliquem aqui para aceder aos textos sobre os três primeiros.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Fun Home – Uma Tragicomédia Familiar


Já foi surpreendente, mas ainda assim não deixa de ser sempre curioso quando revejo o meu comportamento nos outros. Alison Bechdel teve uma infância completamente diferente da minha, não lhe encontro nada que nos una e, no entanto, partilhámos algumas das mesmas paranóias. Quando ela começa a escrever "acho eu" em todas as frases do diário, fez-me viajar no tempo, também eu com idade similar me apercebi de como a memória pode ser falível e que tudo o que dizíamos podia não ser uma descrição exacta dos factos. Não tinha diários, mas esse "acho eu" acompanhou-me muito nessa fase. Existem outras além desta, mas foi a que me chamou mais a atenção. Certamente que não somos os únicos, a unicidade é algo realmente raro se é que existe. Ainda assim, suscipta-me sempre algum fascínio descobrir isto, é que à primeira vista o meio não desempenhou o papel aqui.

Escrevi este parágrafo aqui por ser de tom mais pessoal, quanto ao livro em si, que é muito bom, podem ler mais sobre ele, no sítio do costume. Cliquem aqui.

quarta-feira, setembro 19, 2012

12 - A Doce (Lançamento)


Saiu hoje "12 - A Doce" primeiro projecto a solo de François Schuiten, artista consagrado dos livros "As Cidades Obscuras".

Há muita coisa interessante neste livro e a reter ainda antes da sua aquisição:

- Schuiten é um mestre do desenho, só aí o livro valerá certamente a pena, resta saber como se comporta na escrita também;

- É a primeira obra de BD que utiliza a técnica "realidade aumentada", ou seja, usando uma webcam é possível visualizar em 3-D algumas das ilustrações contidas;

- Existe uma capa exclusiva para Portugal limitada a 500 exemplares.


Se BD fosse uma coisa que desse dinheiro por cá, nem imagino todas as potencialidades da ASA. Excelente aquisição, ver se passo por uma loja hoje mesmo.


Adenda: Ainda não estava à venda na FNAC, provavelmente hoje (20/09/12) já está disponível.

Adenda 2: Comprado.

Autumn Leaves

"Autumn Leaves" é o novo projecto cinematográfico de Filipe Coutinho.



Para conhecerem melhor do que se trata podem consultar o site de angariação de fundos e a página no facebook. Qualquer questão que tenham certamente que o Filipe estará mais que disponível para esclarecer.

Para o conhecer melhor também aconselho a leitura da sua entrevista na revista Sombra.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Sessões no Motelx 2012

Este ano foram só dois e em sessão dupla:



Suspiria

Uma das obras incontornáveis do género Giallo, "Suspiria" é um filme com um ambiente e uma Mise en scène maravilhosos. Desde os lindíssimos cenários cheios de cor e geometria passando pelos jogos de luzes e claro, pela música. A união de tudo isto contribuiu para uma peça notável de Cinema e que visto numa grande sala ganha a dimensão que merece, a dimensão para o qual sempre foi planeado.

O argumento e personagens são relegados para um plano secundário, são simples e directos, o que interessa aqui é a ambiência, o poder da imagem e do som e como mexe com os nossos sentidos. Eu que ligo sempre tanto à história fiquei rendido pelo poder visual deste filme, Cinema é, afinal de contas, imagem em movimento.

Voltando à música é da banda "Goblin" com que Argento já havia previamente trabalhado, veja-se "Profondo Rosso" outro grande exemplo de como a parceria entre realizador e banda resulta tão bem. "Profondo Rosso" também esteve em exibição este ano no festival, não fosse Dario Argento o convidado de honra.

Por falar em convidado de honra, não assisti à sua palestra, mas Argento brindou-nos com a sua presença antes da exibição de "Suspiria". Foi muito bem recebido por uma sala cheia e ainda falou um pouco das suas influências e motivações, aparentemente esteve também na manifestação que decorreu no mesmo dia.






Inbred



De seguida era suposto ser o já esgotado "VHS", por isso optou-se por ficar na mesma sala e ver o seguinte "Inbred" que também contou com a presença do realizador Alex Chandon que se disponibilizou para responder a algumas questões após a visualização do filme.

Eu gosto de gore, gosto da brutalidade e do humor que lhe está associado, não gostei, no entanto, de "Inbred". Faltou-lhe o prometido "humor inglês" não chega ter essa nacionalidade para usar essa expressão na sinopse. Na realidade existe essa intenção, o tom do humor negro está lá e por vezes até funciona, porém, nesse aspecto, soube-me a pouco.

No filme um grupo de adolescentes e os seus tutores decidem viajar até a aldeia Mortlake em Yorkshire. Uma aldeia que não tem em boa conta forasteiros e que pelo próprio título do filme nos revela um pouco do seu estilo de vida. A caracterização do ambiente rural deixa a desejar é demasiado simplista, claro que essa provavelmente nunca foi uma preocupação.

Mais que sangue e partes de corpos desmembradas, é um filme grotesco e de mau gosto. Ainda que queira ser tudo isso (tudo é intencional) não me convenceu, consegue-se melhor dentro do género. É que assistir a filmes como "Inbred" já é uma experiência que mexe com as tripas, por isso é melhor que valha pena. E um piromaníaco que não reconhece o fraco cheiro a álcool é simplesmente triste.




Curtas-Metragens 

Antes de cada filme foi exibida uma curta portuguesa a concurso. A primeira foi "Mutter" inspirada na série de BD "Y: The Last Man". Pelo que percebi é um projecto que pretende ter continuidade, onde todos podem participar num concurso de BD e vídeo. Saibam mais aqui. A curta em si é o início de algo, uma intro, que isaolada disse-me pouco.

A segunda curta foi "O Reino". Pode-se estranhar a inserção desta num festival de terror, ainda que se possa considerar alguma tensão psicológica do protagonista. Gostei da curta, a fotografia era boa e desenvolveu a ideia de uma forma engraçada, contudo, teria beneficiado mais se a tivessem passado a uma hora mais cedo.

Antes do "Reino" ainda foram divulgados alguns spots publicitários feitos para o festival, um dos quais censurado e que pela descrição dos criadores elevou a fasquia do moralmente incorrecto. Sabem aqueles momentos em que elevam a fasquia de algo e depois quando vemos ficamos a pensar "afinal era só isto?". Pois bem, este não foi um dos casos, o spot é, tal como prometido, completamente doentio, há que gabar a ousadia.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Lincoln - Trailer



Não sei quem é o melhor actor do mundo, mas sei quem iria se rum dos fortes considerados, vejam o trailer do seu novo filme.

quarta-feira, setembro 12, 2012

Motelx 2012


Começa hoje, mais informações aqui.

quinta-feira, setembro 06, 2012

quarta-feira, setembro 05, 2012

Bush no Coliseu dos Recreios (02-09-12)

Ah o saudosismo musical, tema muito abordado hoje em dia, uma vez que de momento os regressos das bandas estão para os concertos como as adaptações de BD para o cinema. Para uns há coisas que já passaram, que tiveram a sua altura e hoje em dia não fazem sentido a não ser para estimular aquela zona do cérebro onde se encontra a memória (e que bem sabe por vezes), aqui o caminho, portanto, é o de seguir para à frente. Isto tem o seu quê de verdade, há músicas que envelheceram mal, são fruto de um tempo e fora dele não sobrevivem, no entanto, há músicos que conseguem quebrar essa barreira e o trabalho deles é além de brilhante, intemporal e por isso ainda hoje se ouvem os Pink Floyd e os The Beatles entre tantos outros.

Mas uma coisa é em álbum e outra é ao vivo, coloca-se a questão se as coisas funcionam? Pessoalmente sim, a experiência é algo que se faz notar e quem tem muitos anos disto sabe o que faz, não é à toa que alguns dos melhores concertos que vi este ano foram os de Bruce Springsteen & The E Street Band, dos The Flaming Lips e dos Radiohead, apesar destes últimos serem mais recentes. OK é verdade que nenhum destes é um "regresso" todos se mantêm mais ou menos no activo e continuam com a pedalada toda, mas acima de tudo são todos grandes músicos e no caso dos Radiohead ainda hoje lançam alguns dos álbuns mais interessantes do mercado mesmo que já não gozem da popularidade dos tempos do "OK Computer" e do "Kid A". E não falem no Peter Gabriel ou nos Dead Can Dance que ainda choro esses concertos por os ter falhado.

Também não sou daqueles saudosistas que acha que antigamente é que era, continuam a surgir bandas extraordinárias todos os anos e para não sair deste, posso acrescentar aos concertos acima, os de Jack White que falei ainda ontem e o de Beach House cuja atmosfera criada por este duo é de uma beleza emocionalmente esmagadora. No fundo música é música e o resto é conversa.

Nisto os Bush lançam um novo álbum e passam pelo coliseu no dia 2 de Setembro. Porque há dois tipos de regressos, com ou sem material novo. Este "The Sea of Memories" o 5º de originais da banda é melhor do que esperava, foi crescendo e ganhando o seu espaço, não é do melhor que a banda já fez, acho que ninguém contava com isso, mas não deixa de ser bom. Esta é uma das bandas que mais ouvi na adolescência e ainda hoje revisito com frequência o "Sixteen Stone", o primeiro e que quanto a mim é um dos melhores discos do género dos anos 90. Comecei a partir deste regresso a revisitar os restantes álbuns com o bichinho de os ver ao vivo a crescer cada vez mais, porque Bush, goste-se ou não dos álbuns, tem, indiscutivelmente, grandes canções rock que têm tudo para funcionar ao vivo, logo não lhes é muito complicado criar uma set list poderosa.

Claro que depois surgem concertos mais cedo, o dinheiro gasta-se, fazem-se planos para viagens no futuro e é preciso amealhar, com isto Bush foi caindo no esquecimento. Só que ver Jack White acordou o monstro adormecido dos concertos e no dia seguinte correu-se para comprar Ornatos Violeta, não deixar passar a nova data como aconteceu com as anteriores, e também Bush. Porque por muito irresponsável que nos parecesse naquele momento era certo que íamos ficar arrependidos se deixássemos passar esta oportunidade. Claro que ir ver com a namorada um concerto do "homem da sua vida" pode ser estranho, o que me lembra que um amigo disse uma vez que "a música é o maior chicks magnet do mundo" e... é por aí. Neste caso Gavin Rossdale já nasceu com vantagens genéticas no campo, por isso até devia ter sido proibido de ter uma banda porque juntar a beleza natural à força da música é extremamente injusto para a concorrência.


Perto das 22h os Bush surgem no palco, da guitarra de Rossdale começa a sair o fortíssimo Riff de "Machine Head" e a acompanhá-lo um jogo de luzes verdes, quanto a mim esta é uma das melhores canções da banda. Não vejo melhor abertura para isto, tirou logo as dúvidas, se alguém as tinha, de que isto ia ser memorável. Durante a música reparo que estes Bush não são os mesmo que eu conhecia, Rossdale é inconfundível e o baterista, Robin Goodridge,  parece-me o mesmo, apenas mais velho e de cabelo cortado, mas os outros dois certamente não são os membros fundadores, Nigel Pulsford e Dave Parsons. Após uma curta pesquisa em casa já sei os nomes dos dois substitutos Corey Britz no baixo e Chris Traynor na guitarra, ele que deu um grande espectáculo e que tem uma grande química com o vocalista (afinal já trabalham juntos desde 2002).

Esta é a digressão do "The Sea of Memories" por isso seria certamente um dos álbuns mais focados, com cinco canções na set list, mesmo assim o primeiro acabou por ganhar com mais uma e ainda bem. A inserção das novas canções foi feita com cuidado sempre alternando entre elas e clássicos antigos, assim nunca havia perigo de o concerto morrer. Por exemplo, depois da abertura tocam a recente "All My Life" para logo de seguida tirarem mais um coelho da cartola com "The Chemical Between Us", era claro que isto nunca ia falhar com esta receita. Já agora esta "The Chemical Between Us" é uma grande canção que talvez na altura não lhe tenha dado o devido valor, bem como ao "The Sciense of Things" onde os Bush procuraram uma nova sonoridade e prova disso é esta poderosa canção que mantendo os riffs característicos da banda mas incorporando elementos da electrónica afastando-se assim dos meandros do grunge que tantas comparações aos Nirvana lhe valeram.


Mas, voltando às novas, acho que estas canções até foram muito bem recebidas, como a seguinte "The Sound of Winter" e mais à frente a "Stand Up" que foram dois grandes momentos. Depois do último single, Rossdale afirma que vai tocar uma nova canção e o tom irónico percebe-se logo, vem aí depois do último, o primeiro single que a banda lançou, o clássico "Everything Zen". Depois é tempo de visitar "Razorblade Suitcase" com "Swallowed", caramba a canção envelheceu melhor do que pensava, grande coro do público, grande química entre nós e eles, onde a alegria era visível tanto dentro do palco como fora e ainda vamos a meio. Após a nova "The Heart of The Matter" que volta a reforçar a ideia de que são muitos os que conhecem as letras do novo álbum, vem "Prizefighter" dedicada a Cristiano Ronaldo e que foi a segunda e última canção de "The Science of Things", estranhei não tocarem a sensual "Letting The Cables Sleep" e tive muita pena que deixassem a "Warm Machine" de fora, não se pode ter tudo.

Após a já mencionada "Stand Up" ouvimos o som de uma mosca a voar, quem não sabe a música que vem a seguir é porque está só a acompanhar alguém, é tempo de "Greedy Fly", que vem também fechar as canções de "Razorblade Suitcase", ficando de fora a belíssima "Bonedriven". Voltamos ao primeiro para uma das grandes baladas de Bush, "Alien" seguida por "Afterlife" onde o vocalista decide percorrer o Coliseu inteiro. Já por várias vezes Rossdale se tinha dirigido até ao público, mas desta vez foi até às bancadas, cantou ao pé dos fãs, bebeu do copo de alguém e, se era possível, conquistou ainda mais o público.


Para finalizar mais um dos hinos da banda, Rossdale em destaque em cima de uma coluna começa a tocar "Little Things", este homem está imparável, dança, atira-se para o chão, com quase 50 anos numa forma invejável e como já referi sempre em grande sintonia com o outro guitarrista. Em "Little Things" ainda foi tocar na bateria junto ao companheiro de longa data. A banda abandona assim o palco, claro que ainda vem o encore, mas já se sente que está, infelizmente, quase a terminar.

Quando regressam trazem duas covers que tocam seguidas, "Breath" de Pink Floyd e "Come Together" dos "The Beatles" (a menção acima não foi nada inocente). Que grandes escolhas, que grandes versões às quais o público respondeu com igual euforia. Todos cantaram a alto e bom som o refrão dos Beatles,

Na recta final, Rossdale menciona algumas palavras sobre o passado e o presente, sobre como gosta de tocar aqui e que promete voltar para o ano. Mesmo que tal não aconteça, ainda falta tanto, as palavras soam a sinceras, quem no seu perfeito juizo não ia querer  repetir a emoção que se viveu nesta noite? Assim sozinho com a sua guitarra começa a tocar a balada de eleição "Glycerine" alternando com momentos à capela para no fim terminar com a banda no seu todo, foi excepcional. Para terminar "Comedown" numa versão ainda maior, porque ninguém queria dizer adeus.


Ficou de fora o 4º álbum "Golden State", é verdade que na altura foi um regresso ao passado e o que se encontra lá já se tinha ouvido no primeiro, mas tem boas canções, não merecia ficar de fora, pelo menos uma passagem era de valor.

Termina assim um concerto que superou as minhas expectativas, que já por si eram bem compostas. Muitos não vão acreditar, mas foi mesmo um dos concertos do ano.


Nota: Como as fotos que encontrei já estavam devidamente identificadas não acrescentei nada. Qualquer inconveniente é só comunicar.

terça-feira, setembro 04, 2012

Jack White no Coliseu dos Recreios (31-08-12)


Jack White é um dos nomes maiores do Rock da actualidade, conta com inúmeros projectos, onde todos merecem destaque e lançou este ano o seu primeiro álbum a solo "blunderbuss" onde o blues, o rock e até o folk se misturam em perfeita comunhão. Não estava a contar com a sua vinda cá tão rápida, o concerto foi anunciado com cerca de mês e meio de antecedência (?) e para 31 de Agosto. O Senhor White já não vinha cá há 5 anos e eu nem sequer o tinha visto na altura com os White Strip, s. Era de aproveitar e, felizmente, sem qualquer esforço, a oportunidade surgiu rapidamente.

Já não vinha ao Coliseu há uns bons anos, já não me lembrava que era tão quente. Este fim-de-semana, acabaria por matar bem as saudades, apesar de por esta altura ainda não saber disso. A primeira parte esteve a cargo dos The Poppers, banda portuguesa que me era desconhecida, se bem que o nome realmente dizia-me qualquer coisa, talvez por causa de um anúncio na MEO cuçja música é da banda. Canções de puro rock n roll, que tentaram aguçar o apetite para o que aí vinha, o prato principal. Não tendo sido nada de extraordinário, foi um momento animado que quanto a mim cumpriu ao que se pretendia, saliento ainda o momento em que foram buscar alguém ao público para tocar guitarra numa das canções, naquele que foi o momento mais animado desta primeira parte. De salientar também o entusiasmo vísivel do vocalista por estar a abrir para Jack White, o que lhe parece ter dado uma força extra para continuar a acreditar.


Antes do concerto começar surge alguém no palco a avisar que o público pode deixar de se preocupar com as fotos e simplesmente desfrutar do concerto em 3D ao contrário do 2D dos aparelhos. White trouxe um fotógrafo e irá disponibilizar fotos do concerto, excelente ideia. Claro que há ainda a questão dos vídeos e por isso as máquinas marcaram, na mesma, uma forte presença.

Entra a banda em palco e começam os acordes de "I'm Shakin´", no entanto, a canção rapidamente se transforma numa jam session enquanto White entra em palco para logo de seguida se ouvir "Dead Leaves and Dirty Ground" dos White Stripes. Este início promete logo uma grande viagem não só por "blunderbuss" mas por toda a carreira do autor, ou seja, excelente. Pena foi a cover de Little Willie John  ter acabado por não ser tocada, pois é uma belíssima cover, como só Jack White sabe fazer, veja-se a recente "Love is blindness" dos U2.



Seguem-se duas do álbum a solo, "Sixteen Saltines" e "Missing Pieces". Se havia dúvidas em como o novo álbum seria recebido ao vivo, tais foram desfeitas logo em "Sixteen Saltines". Os temos funcionam muito bem ao vivo e o público responde positivamente sempre num enorme entusiasmo. Os Stripes voltam a ser lembrados em "Hotel Yorba" e se há canções do duo que ganham muita força com uma banda por trás, outras privilegiam o minimalismo que lhes é característico. Por falar em banda, White veio muito bem acompanhado, além dele os músicos eram muito bons e juntos deram aqui um grande concerto.

Depois de "Love Interruption" surgem pela primeira vez os The Racounters com "Top Yourself", seguidos por "I Cut like a Buffalo" dos The Dead Weather. Desconhecia estes últimos, mas rapidamente me conquistaram com esta canção, parece que White não é mesmo capaz de falhar.



Mais um grande tema do seu álbum é o seguinte "Weep themselves to Sleep" seguido por dois momentos mais intimistas "Blunderbuss" e "I Guess I should go to sleep" com White ao piano. Regressamos ao passado com "Cannon" e "Ball and Biscuit" dos White Stripes, isto está realmente a ser um grande espectáculo de Rock N' Roll que continua com "Trash Tongue  Talker", "Where Going to be Friends" (White Stripes) e talvez a surpresa da noite, "Two Against One" dos projecto Danger Mouse. A terminar Stripes a dobrar com "The same boy you've always known" e o clássico que já marcou presença nos Simpsons, "the hardest button to button", que "final" glorioso este.

O encore já era esperado, como sempre, e foi brilhante. A banda regressa e entra logo a matar com "Steady as she Goes" dos Racounters, que bem soou o primeiro single da banda ao vivo. "Freedom at 21" ao vivo ainda é melhor, White trara os instrumentos por tu e brinca à vontade com todas as canções que quiser. Estamos num momento imparável. Segue-se "Hypocritical Kiss", "Nitro" (cover de Hank Williams), "Blue Blood Blues" (The Dead Weather) finalizando-se com a cereja no topo do bolo "Seven Nation Army" (White Stripes), hino já entoado pelo público quando pediam este encore. Absolutamente maravilhoso esa sequência final.


O som no entanto, não foi dos melhores, tinha várias dificuldades em entendê-lo a falar por exemplo. Desta vez estive nas bancadas o que me fez ter noção de que há mesmo muitas pessoas a abandonar o concerto para comprar cerveja e abandoná-lo por cerca de 2 ou 3 canções, baseando-me nos que estavam atrás de mim. Isto para mim é um bocado como nos filmes, não gosto de perder nada, por muito que seja a sede, sem falar que estamos a falar de 30€.

Não me lembro em qual canção White tocou guitarra durante algum tempo só com uma mão, aquele pose durante aqueles segundos dizem tudo, estamos perante um dos novos ícones do género. o rock não está nada morto e como se costuma dizer nestas frases, recomenda-se.


Nota: Todas as fotos são de Jo McCaughey, foram tiradas do site de Jack White e podem ser vistas na sua totalidade aqui.

sábado, setembro 01, 2012

Diário Rasgado


A “Mundo Fantasma” em parceria com a “Associação Turbina” e o colectivo “A Mula” editaram em Maio aquele que promete vir a ser um dos melhores lançamentos editoriais do ano no que toca a banda desenhada.

Este “Diário Rasgado” trata-se, como está explícito no título, dos apontamentos de vida do autor Marco Mendes onde a realidade e a ficção se misturam. Este é um projecto que tem vindo a ser revelado desde 2005 no blog do autor e que já conta também com algumas pranchas editadas em fanzines, nomeadamente no “Tomorrow the chinese will delivery the pandas” e, obviamente, nos fanzines do colectivo “A Mula”, entre outros. Digo obviamente no que toca ao colectivo “A Mula”, uma vez que este foi formado em 2004 pelo próprio autor em parceria com Miguel Carneiro.

Mais sobre o livro de Marco Mendes na Rua de Baixo aqui.