Booster Gold
Michael Jon Carter é oriundo do séc. XXV. Um rapaz pobre mas com dotes para o futebol americano, graças aos quais ganhou uma bolsa de estudos numa Universidade em Gotham City. Rapidamente atingiu sucesso, mas devido à influência do seu pai começou a envolver-se no mundo das apostas, perdendo de propósito. Quando foi descoberto, foi obviamente expulso.
Mal ele sabia que a sua vida estava prestes a dar uma volta de 180º quando aceitou o cardo de segurança nocturno no museu espacial de Metropolis, pois foi aqui que ele conheceu o robot Skeets. Com a sua ajuda começou a estudar os super-heróis do séc. XX e usando uma máquina do tempo em exposição viajou para o passado.
Com a ajuda de tecnologia do futuro tornou-se o super-herói Booster Gold, mas ao contrário da maior parte dos heróis, este tem o objectivo de alcançar fama, sucesso e dinheiro.
Booster Gold começa então a sua carreira de herói como um oportunista e graças ao conhecimento que tem do passado rapidamente começa a dar nas vistas e a construir o seu grande império. Eventualmente o personagem vai amadurecendo ao longo das histórias e a morte da sua irmã (que lhe seguiu as pisadas viajando também para o passado) foi um dos eventos que contribuiu para isso.
No final dos anos 80 iria ser uma nova aquisição da Justice League of America (JLA), onde conhece Ted Kord (Blue Beetle) aquele que viria a ser o seu melhor amigo. Os dois personagens funcionavam bem juntos e rapidamente se tornaram uma dupla de sucesso na JLA.
Este foi um dos heróis que lutou contra Doomsday e foi severamente espancado. O seu fato (que é o segredo dos seus poderes) foi totalmente destruído e a sua carreira de super-herói abalada. Ted Kord que era um géniozinho ajudou-o neste campo com um novo fato mas ainda assim muito longe da tecnologia do séc. XXV.
Actualmente penso que ele já voltou a ter um fato ao nível do original.
Foi criado por Dan Jurgens.
Vladek Spiegelman
Penso que a melhor maneira de falar de Vladek Spiegelman será começando a falar do livro em questão. MAUS é um dos livros mais conhecidos de BD, onde para isso certamente contribuiu a sua tématica (II Guerra Mundial) e o facto de ter vencido o prémio Pullitzer.
"MAUS" é da autoria de Art Spiegelman e narra a verdadeira história do seu pai, um sobrevivente do holocausto, durante o período da II guerra mundial. Um factor curioso foi que o autor optou não só por contar o passado do pai mas também todo o processo que envolveu as suas conversas com ele.
Outro aspecto muito interessante foi a forma como Art Spiegelman optou por contar a história, ou seja, através do uso de animais antropomórficos, onde diferentes animais representam diferentes povos, tratando-se no fundo de uma grande metáfora que serve para criticar a divisão das pessoas por diferentes categorias, mas penso que também como uma alegoria, pois os judeus são retratados por ratos e os alemães por gatos, uma escolha de animais nada inocente.
Vladek Spiegelman é assim o primeiro personagem deste torneio a ser baseado em alguém real, não é o único, mas é garantidamente, em termos de personalidade, aquele cujo retrato é mais fiél à pessoa que verdadeiramente existiu.
Ele foi um homem muito peculiar e com uma vida que merece ser conhecida. Era uma pessoa muito desenrascada e de rápido raciocinio o que contribuiu garantidamente para a sua sobrevivência, mas obviamente não podemos esquecer outro factor muito importante, a sorte. Pois para sobreviver nesta época como judeu, toda a inteligência e vontade de trabalhar não eram suficientes, se não estivesse já decidido no destino.
O Sr. Spiegelman pode não avançar mais no torneio, mas espero sinceramente que este nome não passe despercebido, a quem não leu fica aqui a sugestão desta belíssima obra que é "MAUS".
Cassidy
Cassidy pertence à obra "Preacher", uma daquelas pérolas de BD saídas da mente doentia de Garth Ennis e que nunca falei aqui, mas já o devia ter feito. "Preacher" dentro do género é do melhor que há. Conta a história de Jesse Custer um homem que recebe a entidade "Genesis", uma entidade que lhe concede o poder da "voz de Deus", ou seja, tudo que Jesse disser usando essa voz será cumprido, claro que ele nem sempre controla isto muito bem e quando lhe escapou um "Go fuck yourselv" a outra pessoa em questão cortou, literalmente, a pila e enfiou-a no rabo. Sim "Preacher" não é para todos os estômagos, mas para aqueles que aguentarem vão adorar.
Mas não divergindo mais, voltemos ao que mais interessa.
O irlandês, Proinsias Cassidy conhece, logo no início do livr, Jesse e a sua amiga Tulip acabando por embarcar nesta aventura que consiste em encontrar Deus para lhe pedir satisfações, uma vez que Deus pisgou-se do Céu deixando tudo ao "deus dará" e ninguém faz ideia de onde ele possa estar. Mas Cassidy não é um tipo comum, é um vampiro. Foi transformado em 1916 e decidiu mudar-se para a América, a fim de os seus familiares continuarem a pensar que está morto.
Ele é realmente uma figura, é das personagens mais engraçadas, o comic relief do trio e juntamente com Jesse faz uma dupla terrífica. Pois Jesse é alguém que acede aos seus apetites, é um rufia, um irresponsável e um boémio, dito isto, o que há para não adorar?
A título de curiosidade os seus caninos não crescem como na maior parte das caracterizações de um vampiro.
Destruction
Mais uma personagem saída da mente de Neil Gaiman e mais uma vez do Universo "The Sandman".
Normalmente as personagens mais populares desta obra-prima da BD são Morpheu, o protagonista, mas também a sua irmã mais velha, Death.
A imagem gótica e carinhosa de Death conquistou-nos a todos logo na sua primeira aparição e teve direito a dois livros dedicados apenas a ela, um dos quais já falei aqui.
O Destruction, ou Olethros, é também um dos 7 Endless e talvez não seja tão falado porque é dos que aparece menos ao longo da história. Todos os Endless são bastante interessantes, uns mais que outros obviamente e o Destruction é quanto a mim um dos melhores tendo-me cativado muito antes de ainda ter sequer aparecido. Assim de repente isto pode não fazer sentido, mas faz.
Quando os Endless se reúnem pela primeira vez apenas 6 comparecem. Destruction não está entre os presentes porque como já tinha sido referido é o "pródigo" aquele que abandonou o seu domínio. Abandonou e não abdicou. É importante salientar a diferença. porque terá sempre de existir uma personificação destes 7 domínios se Destruction simplesmente abdicasse do seu outro ser iria assumir este cargo e Destruction não quer isso, não quer que haja alguém a executar esta tarefa então escolhe por simplesmente ir embora, cortando ligações com os seus irmãos e o seu domínio. A destruição irá continuar a aparecer ele simplesmente deixará de fazer parte dela, como ele próprio diz a Morpheus a dada altura, as pessoas continuarão a sonhar mesmo que ele não esteja lá. Destruction e Morpheus são dos irmãos daqueles que têm visões mais distintas de como actuar nestes domínios, pois Morpheus ao contrário do irmão é muito dedicado ao seu.
Desde que abandonou o seu domínio tem-se dedicado precisamente ao oposto daquilo que simboliza, a criação. Poeta, pintor, este é o Destruction dos dias de hoje, acompanhado pelo seu, sempre espirituoso, cão, Barnabas.
Doctor Manhattan
Após um acidente de laboratório Jon Osterman "morreu" para dar lugar a Manhattan um ser extraordinário com a capacidade de manipular matéria ao nível atómico sendo virtualmente capaz de criar tudo.
A sua existência alterou profundamente o percurso da História, os USA venceriam a guerra do Vietname e Nixon manter-se-ia na presidência ao longo de vários mandatos. A América desenvolver-se-ia então num país diferente daquele que hoje conhecemos e é nesta versão alterada da América que "Watchmen" se desenrola.
A personagem da Alan Moore e Dave Gibbons foi baseada, há semelhança dos restantes, num personagem oriundo da Charlton Comics, neste caso o grande Captain Atom (Allen Adam).
Atom também teve de se "reconstruir" após um acidente onde ganhou poderes, no seu caso foi devastado pela explosão de um foguetão. A sua imagem de marca são os seus poderes nucleares, algo que Moore considerou em explorar inicialmente (uma pessoa fica a pensar se o caminho que era para seguir não seria similar ao seguido no filme). Eventualmente Moore não o pôde usar e criou o Dr Manhattan decidindo também abordar o personagem de forma diferente, mergulhando não só no mundo da fisica nuclear, mas também no da física quântica.
Atom também era capaz de manipular matéria a nível atómico, mas de uma forma bastante rudimentar, já Manhattan consegue fazê-lo a um nível divino. Manhattan tornou-se assim a personagem mais complexa do universo "Watchmen". O capítulo que lhe é dedicado é estrondoso, nele observamos a sua evolução desde o tempo em que foi humano até ali, um ser com uma percepção do mundo completamente distinta de todos nós.
Já agora, houve um segundo Captain Atom, Nathaniel Adam. Esta segunda versão penso ter ido beber ao Manhattan que tinha ido beber ao Atom original. Se lerem o Captain Atom actual vão ver que o personagem se debruça mais sobre a física quântica e que fisicamente tem uma pele metálica que não sendo a de Manhattan nos remete mais para ele do que o original. Claro que não é tão poderoso como Manhattan, porque se fosse não havia histórias para ele, mas é ainda assim uma força a ser reconhecida e que é muitas vezes subestimada.
2 comentários:
Gosto muito do Booster Gold, tanto na fase da LJInternacional como na actual, e o dr. Manhathan é uma personagem complexa e interessantissima
Acho este grupo muito forte, mas para mim o Booster é o elo mais fraco, conheço melhor os outros e adoro-os.
Abraço
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