sexta-feira, dezembro 28, 2012

The amazing Spider-Man #700



Com o final do ano, chega também ao fim a série "The Amazing Spider-Man" neste 700º número.
Após a grande reviravolta revelada no #698, o caminho a seguir tornou-se óbvio, mas não menos doloroso por isso. É assim que nos despedimos de "The Amazing Spider-Man" para receber o #1 do título que o irá substituir "The Superior Spider-Man" que para quem não está a par será um novo Aranha e não Peter Parker.

Não sei se este dará nas notícias, mas é um marco a assinalar, o final de um comic clássico, justamente no ano em que Parker comemora 50 anos. A capa é também ela muitíssimo boa.

Não é um adeus, antes um até um outro dia Peter.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Cloud Atlas


Um projecto muito ambicioso esta adaptação do livro de David Mitchell, que segundo o autor se tratava de uma obra infilmável. Não é a primeira afirmação do género, não será a última.

É um filme que tal como a sua história tenta ser maior do que a vida, segundo a qual todos estamos ligados ao longo do espaço e do tempo, porque as nossas acções terão repercussões no futuro, sendo também elas repercussões do passado.


A início quando nos mostram segmentos de múltiplas histórias, Timothy Cavendish (Jim Broadbent) - personagem de uma delas - garante-nos que existe um "método em toda esta loucura". De facto ele tem razão, aquilo que prometia ser uma viagem atribulada, rapidamente se percebe que está muito bem orquestrada, conseguindo com que todas as narrativas fluam umas entre as outras, com uma leveza e simplicidade magistral. É um trabalho, a nível de edição, nada menos que excepcional.

Excelente trabalho, também, do elenco que se desdobra em inúmeras personagens, todas elas ligadas entre si. As várias histórias narradas decorrem todas em diferentes locais e tempos, mas há medida que avançamos nelas, é cada vez mais notório os múltiplos "fios" que as ligam. Poderá uma amizade entre um advogado e um escravo em meados do século XIX ter tido consequências revolucionárias, não apenas na sua época, mas num futuro muito distante e ditatorial? Poderá um monstro tornar-se um herói? ou estará condenado à sua condição? O amor eterno existe quebrando as barreiras do tempo e espaço? Estas são algumas das questões que podemos colocar ao filme e que ele prontamente nos responde, pois "Cloud Atlas" é uma história onde a morte é abordada como apenas uma porta que se fecha, para logo em seguida, outra se abrir.

Aparte isto, as próprias histórias são de géneros diferentes, misturando num filme, comédia, conspiração, ficção cientifica e drama histórico, entre outras. Tudo numa grande panela cinematográfica que resulta num prato especial e inesquecível.

O trabalho de caracterização, ponto essencial nesta abordagem, é notável, ainda que por vezes seja como a coca-cola (primeiro estranha-se...). Em relação a esta última parte, falo obviamente nas alterações étnicas das personagens, sem dúvida a parte da caracterização mais complicada, mas que fez todo o sentido nesta narrativa e que por isso mais do que se aceita.

Neste filme temos duas equipas de realização encabeçadas de um lado por Tom Tykwer (Lola Rennt) e do outro pelos irmãos Wachowski (Matrix), onde cada equipa ficou responsável pela realização de determinadas histórias, e cuja separação nunca distingui ao longo do filme.

Goste-se ou não, é claro ao longo do filme que estamos perante um trabalho fruto de uma enorme paixão pela obra de Mitchell. Paixão essa incrivelmente contagiante se estivermos dispostos a deixarmos-nos levar por ela.

segunda-feira, dezembro 24, 2012

sábado, dezembro 22, 2012

30 anos de AKIRA


"Akira" é muito especial para mim, foi das primeiras BDs que mais me fascinou. Com muita sorte ofereceram-me o primeiro volume ainda em miúdo e foi paixão à primeira leitura. Paixão essa que se mantém até hoje.

Ao passar pelo Leituras do Pedro, descobri que hoje a série comemora 30 anos e não podia deixar passar a data despercebida.

Um muito obrigado a Katsuhiro Otomo, e muitos parabéns a Kaneda e companhia.

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Guerra e Paz


"Os mais fortes de todos os guerreiros são estes dois — Tempo e Paciência."

Diz Kutúzov, a dada altura, enquanto comandante-em-chefe do exército Russo. Tempo e paciência foram guerreiros formidáveis neste confronto, algo que Kutúzov sabia bem, mas que, na altura, não lhe foi devidamente reconhecido. Podia dizer que foi graças a isto que a Rússia expulsou a França das suas fronteiras, mas estaria a cair no mesmo erro dos historiadores criticados por Tolstói. Há uma série de causas que geram uma série de efeitos, e nunca vi uma análise tão detalhada e pensativa sobre este assunto como nesta obra, mas vamos por partes.

O que é "Guerra e Paz"? Um romance? Um épico, por excelência? ou uma crónica histórica? A resposta não é nenhuma, mas antes todas. A resposta encontra-se na união dos géneros mencionados (e ainda há outro), que juntos resultaram em uma das peças da literatura mais grandiosas que alguma vez li. Uma afirmação que ganha mais força (ou perde), quantos mais livros se lêem e aqui ao ser proferida por mim não lhe faz a devida justiça, o tempo mo dirá. O termo grandioso não é escolhido ao acaso, aparte do óbvio tamanho,"Guerra e Paz" é-o em todos os sentidos que a palavra "grandioso" pode assumir - quando falamos de literatura. Ora vejamos:


  1. Neste livro Tolstói conta-nos a história do povo Russo durante as invasões napoleónicas, alternando entre a vida na sociedade aristocrática e a vida durante as várias campanhas de guerra. Na edição da Presença (dividida em 4 volumes), salientam que Paz não foi a escolha mais correcta em termos de tradução, que sociedade assentaria melhor, mas nunca encontrei nada que corroborasse esta afirmação, até porque Tolstói se baseou no título "La Guerre et la Paix" de Pierre-Joseph Proudhon. De qualquer das maneiras, hoje, seria sempre difícil imaginar outro título que não este.

    O autor criou personagens fictícias para romancear esta história, utilizando cinco famílias aristocráticas (os Bezukhovs, os Bolkonskys, os Drubetskoys, os Kuragins e os Rostovs) para nos descrever a vida na Rússia durante os tempos de 1805-1813. É a partir delas que temos uma visão ampla e consistente da vida daquela sociedade durante esta época de grande tensão militar. São muitos anos aqueles em que acompanhamos estas personagens, em que assistimos ao seu crescimento, conhecendo aquilo que temeram e enfrentaram, ou o que amaram e protegeram. No final, não são as mesmas personagens que conhecemos no início, e toda esta construção de personalidade é feita de forma sublime.
  2. Por outro lado, o autor também elaborou uma severa pesquisa sobre a época para retratar o melhor possível os acontecimentos. O autor recorreu a vários livros de história, filosofia, e a vários documentos da altura, tais como entrevistas. Várias personagens do livro foram personalidades históricas e o cuidado que o autor teve nos seus discursos é notável e impressionante."Guerra e Paz" é portanto um grande trabalho tanto a nível de ficção como também, documental e onde a linha que separa estes dois géneros se torna mais ténue do que nunca.
  3. Na altura em que foi escrito, Tolstói quebrou as regras da literatura, como só os génios o souberam fazer. Enquanto narrador, tanto nos conta a histórias destas personagens, como se dirige a nós a fim de abordar o significado destes acontecimentos, procurando razões e justificações para os mesmos.

    Tolstói faz uma aprofundada reflexão sobre a história enquanto disciplina e desmistifica por completo o mito de Napoleão, ou antes, o mito do herói genial e causador dos eventos. É o homem que faz a história ou a história que faz o homem? Essa eterna questão ainda hoje discutida e que encontra aqui um dos temas mais controversos na obra do autor.

    Uma coisa parece certa, Tolstói foi pioneiro no que toca à análise histórica também. A fim de justificar a sua ideia de provar o caminho errado que seguiam os vários tipos de historiadores na altura, o autor recorre muitas vezes a comparações com outro tipo de ciências que nada têm a ver com a abordagem da história, mas cujos paralelismos têm lógica.

    Nas palavras do próprio a melhor literatura russa não se conforma às regras convencionais. E agora podemos ainda acrescentar o género filosófico aos mencionados acima, porque "Guerra e Paz" é também uma profunda reflexão sobre o Homem e sobre o seu conceito de libertade vs necessidade: "(...) é indispensável, do mesmo modo, renunciar à liberdade de que temos consciência e admitir a dependência que não sentimos."
  4. Por fim, mas não por isso menos importante, temos a qualidade da escrita. Não temos grande literatura se não tivermos um grande escritor, podemos ter grandes histórias, mas não é só a história que faz o livro, a forma como se a conta também.

    Gostei particularmente do seu uso da metáfora, desde a comparação do funcionamento de um exército, ao funcionamento de um relógio; passando pela comparação do funcionamento de Moscovo, com o funcionamento de uma colmeia. As suas escolhas sempre certeiras e tão bem descritas.

    Tolstói tem também uma escrita muito visual, arrisco-me a dizer, que em determinados momentos, é cinematográfica. As personagens, como já referi, são extremamente bem construídas e chegam a ser tão reais que quase lhes conseguimos tocar. Se "The Wire" foi a série mais realista que vi em termos policiais, este foi o romance -e chamar-lhe isto é ficar aquém - com o mais forte realismo que li sobre uma época histórica. Os raciocínios do autor, quando o narrador assume um papel ainda mais "divino", são também muito bem expostos e desenvolvidos, é como se a dada altura fizéssemos uma pausa na história para discutir os assuntos. Nunca li nada assim.
"Guerra e Paz" é em todo o sentido da palavra, uma obra ímpar, digo até uma obra-prima. O jornalista Isaak Babel disse que "se o mundo escrevesse por si próprio, escreveria como Tostói".


E se o mundo realmente terminasse hoje, não só ficaria contente por ter terminado o livro a tempo, como também por o meu último post recair sobre a obra de um daqueles que é considerado um nome maior da literatura - e que começo a compreender porquê - Lev Tolstói.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

The Graduate


"The Graduate" trata-se da famosa adaptação cinematográfica do romance, com o mesmo nome, de Charles Webb. Realizado por Mike Nichols, conta com Dustin Hoffman no papel principal e Anne Bancroft como a fatal Mrs. Robinson.

A banda sonora de Dave Grusin e do duo "Simon & Garfunkel" é, também, uma das imagens de marca do filme, quem não ouve a canção Mrs. Robinson e se lembra de Anne Bancroft? Quem não vê aquele início a mostrar-nos o regresso de Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) ao som de "Sound of Silence" e não treme perante as palavras e melodia de Simon?

O filme incide sobre Benjamin Braddock, um jovem de carreira promissora que regressa a casa após se ter formado com distinção. É notório na festa que os pais lhe organizam, que Benjamin não se encontra de todo confortável na sua situação, tentando a custo fugir aos seus convidados. Esta fragilidade emocional em que se encontra é aproveitada pela esposa do sócio do seu pai, uma mulher que conhece desde sempre, Mrs. Robinson.

Ao contrário de Benjamin, Mrs. Robinson sabe como tecer a sua teia, sabe prever os movimentos do jovem - e ainda inocente - Benjamin. O rapaz nunca teve hipóteses. A partir daqui Benjamin passa o Verão a flutuar sobre a sua vida, passando os dias na piscina e as noites ao lado de Mrs. Robinson.



Benjamin é agora, certamente, um homem diferente daquele que nos mostraram ao início, mas que continua igualmente, ou até mais, perdido. Contudo, tudo muda quando é forçado a sair com Elaine, a filha do casal Robinson que regressa a casa de férias. Não deve haver pior triângulo amoroso que este, porque há coisas que pura e simplesmente não devem misturar-se.

É uma história forte e apaixonante, sobre a perda da juventude e em como esta pode ser seduzida e manipulada, conduzindo à sua própria destruição. A fragilidade de Benjamin, bem como a sua posterior decadência são muito bem desenvolvidas por Hoffman, sentimos os seus temores bem como a loucura da sua paixão. Gosto muito de Hoffman que tem um currículo invejável enquanto actor e onde "The Graduate" é um dos vários filmes responsável por isso.

Quero apenas mencionar, para concluir, que o final do filme é arrebatador, não só a cena que precede os créditos, mas toda a sequência que conduz a esse instante, são cerca de 15 minutos de pura emoção e delírio. Quanto à última cena em si, aquele momento final antes do fechar da cortina, mostra-nos um olhar que carrega um forte peso, o peso do futuro. Tal ideia fez-me recordar aquele último olhar de Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) em "Les Quatre Cents Coups" de François Truffaut, um olhar que parece querer dizer-nos: e agora?

quarta-feira, dezembro 19, 2012

To The Wonder - Trailer



...ou "Tree of Life: Chapter 2 - Love".

Cyril Pedrosa - Portugal

Durante o festival da Amadora, aproveitei a presença do autor Cyril Pedrosa para ter o álbum "Portugal" autografado, do qual falei uns posts abaixo. Para mim um dos livros do ano a ser editado por cá. Porque nunca é demais lembrá-lo aproveito para deixar o desenho aqui. Um autor muito simpático e talentoso, onde curiosamente acabámos a falar de mangá (pensei que a foto tinha saído melhor, mas até gostei do efeito, talvez a substitua quando estiver novamente ao pé do livro).


Não tenho falado de "Três Sombras" porque ainda não possuo o livro, também de Pedrosa e também editado na mesma altura pela Polvo. A escolha sobre "Portugal" recaiu pelo preço em questão, teve um desconto de festival muito considerável. Mas, pelo que dizem "Três Sombras" é um livro extremamente poderoso e do qual falarei sem falta no próximo ano. Se o mundo não acabar claro.

terça-feira, dezembro 18, 2012

7


Sete é dos números com uma simbologia mais forte, é a união entre o divino (três) e o terreno (quatro), é associado à criação, à totalidade.

É um número forte na religião, seja nos sete dons do espírito santo dados no baptismo ou num pólo mais oposto, os sete pecados mortais.

Matematicamente falando, é o 4º número primo. A soma das faces opostas de um dado é também sempre sete.

Sete é também hoje o aniversário deste blog. Sete anos se passaram e muita coisa mudou, estranho seria o contrário. Comecei isto com a Cube, o Bug e o Lamy (que criou o blog), quando surgiu a vontade de me aventurar nestas andanças nunca o quis fazer sozinho e mesmo que a participação dos três membros tenha sido a roçar o inexisteinte, a verdade é que se não aceitassem o convite, provavelmente isto surgiria muito mais tarde.

Nunca soube muito bem o que fazer no espaço, acabou por ir encontrando o seu caminho e tornando-se uma espécie de diário cultural, ainda que, infelizmente, não tenha tempo nem paciência de falar de tudo aquilo que vou conhecendo.

Espero que ao menos tenha melhorado a escrever sobre os assuntos, até tenho receio de ir ler os primeiros textos.

Obrigado a todos os que vão passando por aqui, principalmente aqueles com quem vai havendo uma troca de ideias por esta net fora.


sexta-feira, dezembro 14, 2012

L'Opéra du Bout du Monde


Na altura do DocLisboa acabei por ir espreitar este "L'Opéra du Bout du Monde", que me suscitou interesse por duas razões. Primeiro porque se conta a história dos primeiros colonos das ilhas do Oceano Índico, através de uma equipa que se encontra a ensaiar a ópera "Maraina", acompanhando-os nas suas viagens entre Reunião, Madagáscar e Paris.

A segunda razão é por ter uma ópera como utensílio para contar a história. "Maraina" foi escrita por alguém natural da Reunião e trata-se da primeira ópera criada nesta região, que conta a história desta terra quando dez malgaxes e dois franceses desembarcaram na Reunião em meados do século XVII.

Foi um bom documentário, mas que ainda podia ter ido mais longe. As viagens entre as diferentes localizações foram pouco focadas e podia-se ter dado mais destaque à Ópera em si, mostrando-nos um pouco mais deste espectáculo, que como o título diz, nasceu no "fim do mundo".

Isto fez-me recordar o documentário "Fig Trees" quese trata de um domentário que usa Ópera para contar várias histórias relacionadas com a SIDA entre as quais a de Zackie Achmat um homem notável que se recusou a tomar a medicação enquanto esta não estivesse disponível para todos os Sul-Africanos. Um documentário totalmente distinto e original, que nunca é demais relembrar.

quarta-feira, dezembro 12, 2012

WTF Collective

Gosto muito do humor do Jon Lajoie e penso que nunca o salientei por aqui, está na altura de mudar isso.

Lajoie é um humorista canadiano que desde 2007 tem colocado vários vídeos seus na internet. Uma das suas imagens de marca são as canções que compõe com letras hilariantes, há semelhança de uns Lonely Island. O seu humor pode ser negro, mordaz e politicamente incorrecto, não é para os mais sensíveis. Lembro-me por exemplo dos seus óculos de violador e barba de pedófilo.

Tem participado como actor na série de TV "The League" que tenho vindo a comentar no "TVDependente". A sua personagem, o Taco, é excepcional. Mas, para mais e melhores informações sobre este comediante consultem o seu site oficial aqui.

Para divulgar aqui escolhi a série de vídeos dos WTF Collective que consistem em três canções de hip-hop ao bom estilo de uns Wu-Tang Clan. A diferença é que todos os MC's dos WTF Collective - e que são mesmo muitos - são o Jon Lajoie. São três canções muito bem escritas, grandes paródias e cheias de múltiplas referências. O último vídeo em particular é o mais puxado (fica o aviso) e há uma história que os vídeos seguem, por isso devem ver-se por ordem.

A dada altura (na segunda faixa) é mencionado um cantor que compôs uma canção politicamente incorrecta sobre o Michael Jackson após a sua morte. Esse cantor em questão também é o Jon Lajoie pois claro.







terça-feira, dezembro 11, 2012

Man of Steel - Trailer II



Esta canção remete-nos imediatamente para o filme "O Gladiador", que com a presença de Russel Crowe no filme é uma sensação que ganha ainda mais convicção. Esta sensação faz todo o sentido uma vez que a canção é da autoria de Lisa Gerrard e Patrick Cassidy - se a quiserem conhecer inteira cliquem aqui. Como Gerrard havia trabalhado com Hans Zimmer na banda sonora do Gladiador (que é excepcional) ao ouvir a sua voz a lembrança surge naturalmente. Um tom certamente diferente daquele que estamos habituados nesta personagem, mas que parece funcionar muito bem. Ainda assim acho que era de valor meterem no filme isto.

De resto temos um pouco de tudo, cenas da infância, de um Clark Kent em busca de respostas, da sua introdução ao mundo e conflitos que aí virão. Parece-me ser seguro dizer que o filme irá enveredar muito pela forma como o Superman será recebido na Terra, algo que tem vindo a ser bem vincado por Grant Morrison no "Action Comics" dos novos 52 da DC.

Gostei.

domingo, dezembro 09, 2012

Wonderbook™ | O novo brinquedo da Sony Playstation


O Wonderbook™ é o mais recente produto saído das mentes da Sony Playstation, cujo objectivo é criar uma fusão entre o mundo dos livros e dos videojogos, com o intuito de trazer algo diferente e único. Através do uso da tecnologia da realidade aumentada o Wonderbook será o veículo para as mais variadas aventuras, que poderão ser tantas quantos os jogos criados para esta plataforma.

Para ler mais sobre este novo produto é só dar um salto até ao site da "Rua de Baixo" clicando aqui.

Foi a primeira vez que fiz algo do género. Estive na sede da Sony onde me apresentaram o jogo e onde experimentei uma demo. Foi uma experiência diferente e interessante, talvez a repetir um dia.



sexta-feira, dezembro 07, 2012

Portugal


Este ano de 2012 tem sido prolífico para a BD em Portugal. Prova disso foram as edições de, não um, mas dois livros de Cyril Pedrosa: “Três Sombras”, editado pela Polvo e este “Portugal”, pela ASA. Ambos os livros foram lançados durante (ou próximos) do Festival da Amadora, aproveitando, muito bem, a presença do autor em solo nacional.

Ao analisar tanto o título do livro como o apelido do autor, chega-se rapidamente à conclusão que devemos estar perante um luso-descendente. E assim o é. Os avós de Pedrosa fazem parte da geração de emigrantes portugueses dos anos 30 que se deslocaram em abundância para França. Na capa surge-nos um belíssimo retrato do bairro alto, onde uma horta e roupas estendidas nas varandas dificilmente deixam margem para dúvidas. Estamos em Portugal, estamos em casa.

Mesmo que “Portugal” não o seja na sua totalidade, tem claros elementos autobiográficos. Trata-se assim de uma história onde a realidade e a ficção se misturam, nunca nos revelando onde termina uma e começa a outra. O livro encontra-se dividido em três capítulos, que se estendem ao longo de três gerações: segundo o filho (Simon), segundo o pai (Jean) e, por fim, segundo o avô (Abel). Apesar da ênfase dada em cada capítulo a cada uma das personagens que lhe dá nome, a história desenrola-se em torno do filho, o protagonista.

No primeiro capítulo é-nos apresentado Simon, um autor francês de BD, mas neto de emigrantes portugueses. Curiosamente, estamos perante dois aspectos intrínsecos da sua vida, mas que, de momento, se encontram ambos tão distantes do mesmo. Neste momento, Simon encontra-se um pouco “perdido” na sua vida, algo distante tanto a nível amoroso como profissional. O seu relacionamento com Claire parece seguir num determinado caminho, enquanto ele se mantém imóvel no mesmo local. Em relação à BD existe também um afastamento, mais consciente, da sua parte. Um afastamento amargurado, que espelha um certo descontentamento e até vazio com este processo de criação.


No que toca às suas raízes, Portugal é uma terra à qual não regressa desde criança e que por consequência foi caindo no esquecimento. Fruto, também, de uma família que se foi dispersando com o tempo e de um pai que pouco ou nada partilhou sobre as suas origens.

Contudo, já lá dizia o ditado, se” Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”. E tudo está prestes a mudar na vida de Simon, graças a um convite para um festival de BD em Portugal – numa clara alusão ao Salão Internacional “Sobreda-BD” organizado pelo GBS (Grupo Bedéfilo Sobredense) à qual o autor atendeu em 2006. Esta curta passagem por terras lusas teve um efeito de grande comunhão entre o autor e o país, tornando um eventual regresso em algo indispensável.

Quando Simon regressa a França decide ir, juntamente com o seu pai, Jean, até Borgonha para o casamento de uma prima. Uma escolha que, possivelmente, se tornou mais apelativa após a sua passagem por Portugal. Neste segundo capítulo, Simon volta a estar em maior contacto com o seu pai e respectivos tios. É um daqueles grandes momentos familiares que, por ser tão esporádico, acaba por ter sempre uma intensidade imensa. Tanto a viagem a Portugal como este reencontro familiar levam Simon a partir numa viagem de regresso ao nosso país – desta vez à terra do seu avô Abel – Marinha da Costa -, em busca da sua história, das suas raízes e, acima de tudo, da sua própria identidade.

A nível gráfico, “Portugal” é uma verdadeira ode ao desenho. Os esboços de Pedrosa dão uma vida singular e sonhadora a este maravilhoso conto, cuja aura tão pessoal e genuína o tornam singular. O autor desenhou e pintou de forma distinta cada capítulo, a fim de dotá-los de um tom muito particular.


Para o primeiro e terceiro capítulo, o autor pintou as pranchas a aguarela. No primeiro utilizando maioritariamente uma só cor, mais aguada e privilegiando um tom escuro a fim de evocar uma certa melancolia que está inerente à história. Já nas cenas passadas em Portugal as cores são mais variadas e quentes, que resultam num desabrochar da história e de Simon também.

No capítulo segundo o seu pai, e ao contrário dos outros dois, o traço do autor é claramente mais forte, a evocar um traço mais sério. É o capítulo mais distinto em termos gráficos, nem que seja pelo facto de a própria coloração não ser em aguarela como nos restantes.

É, sem qualquer dúvida, um dos melhores livros de BD editados este ano e, a sua aquisição, torna-se obrigatória para qualquer apaixonado desta arte.



Publicado originalmente no site da Rua de Baixo

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Ministry





E de repente lembrei-me que já não ouvia isto há demasiado tempo.

segunda-feira, dezembro 03, 2012


Actualmente tenho reparado em algumas críticas negativas, sobre a humanização dos super-heróis no Cinema. Sinceramente não sei se preferem as personagens perfeitas e imaculadas criadas nos primórdios deste tipo de BD.

Não deixa de ser curioso que na BD a crítica parece-me ser oposta, os leitores receberam muito bem essa humanização dos super-heróis quando surgiu, abraçaram os falhanços, temores, e defeitos das personagens. Abraçaram tudo que vem inerente à condição. Porque não somos deuses, nem mesmo os heróis.
 
Com isto não quero dizer que todos os heróis são iguais, o Iron Man não é o Batman, não tem de ter o tom negro do segundo e isso sim acho que é a moda do Cinema actual em relação aos super-heróis. O tom negro e de queda, provavelmente em voga graças aos Batman's de Nolan. Ainda nos podemos e devemos divertir a ver um filme de super-heróis, porque há personagens para todos os gostos, uma diversidade abundante, e no fundo, venha o que vier, que seja bom, que isso é que importa.

E que a imagem está bonita, lá isso está.