sexta-feira, novembro 05, 2010

The Social Network

A semana passada em conversa com um amigo o nome deste filme surgiu, o “Filme do Facebook” como se tem tornado mais conhecido. Ele não demonstrava grande interesse nele, mas quando atirei o nome de David Fincher para a mesa os seus olhos brilharam num pequeno instante, o interesse, tão rápido como o premir de um gatilho, tinha nascido.
Com isto não pretendo menosprezar o tema que tem muito valor, quero apenas salientar que Fincher conquistou tal reputação e admiração, que se quisesse filmar sobre a plantação de nabos o filme iria suscitar interesse na mesma.
Como todos sabem, esta é a história do nascimento daquela que é hoje em dia a rede social mais popular a nível mundial, o Facebook, seguindo o seu criador Mark Zuckerberg muito bem interpretado por Jesse Eisenberg que lhe providencia uma aura de “génio anti-social” nas medidas certas.
Saí do filme a questionar-me em que pé estaria a Humanidade se não existissem as mulheres. Sem contar obviamente com a questão biológica pois sem elas não havia humanidade e centrando-me apenas nas grandes invenções ou mesmo obras de arte criadas pelos homens. Será que existiriam, sem uma mulher para as incentivar? Não que a capacidade não esteja lá na mesma, mas sem uma mulher para as ver, porquê darmo-nos ao trabalho? O Facebook tal como muitas ideias acaba por nascer em parte, também, por causa de uma mulher, neste caso, da necessidade que Mark Zuckerberg tinha em vencer e impressioná-la. Aliado a isto está claro outra necessidade, a de que Zuckerberg tinha em ser aceite por clubes sociais e não falo dos digitais. Em Portugal a vida académica funciona de forma bastante diferente, mas graças aos filmes Americanos temos algumas ideias de como alguns destes clubes universitários funcionam.
É um regresso em grande deste realizador que se está a tornar um cronista dos nossos tempos, primeiro com “Fight Club” e agora, de uma forma mais realista, com “The Social Network”. A construção do argumento de Aaron Sorkin (que faz um curto cameo) adaptado do livro "The Accidental Billionaires" de Ben Mezrich e a edição a cargo de Kirk Baxter e Angus Wall são impecáveis que dotaram o filme de uma grande dinâmica alternando entre as relações pessoais de Zuckerberg durante a criação do Facebook e os processos de tribunal que sofreu anos mais tarde devido a essas mesmas relações. A música de Trent Reznor e Atticus Ross também está longe de passar despercebida, o som industrial que pauta o filme é de realçar, muito bom.
Acho que o elenco também foi muito bem escolhido, já elogiei acima Eisenberg e de resto nunca me pareceu que alguém tenha destoado do seu papel. Andrew Garfield que descobri em “The Imaginarium of Dr. Parnassus” está muito bem no papel do melhor amigo de Zuckerber, Eduardo Saverin o co-criador do Facebook e que é peça fulcral na carga mais dramática do filme a sua relação com a de Zuckerber (e vai ser o novo Homem-Aranha, espectáculo). Armie Hammer também tem grande presença a interpretar os gémeos Cameron e Tyler Winklevoss. Já agora Tyler foi interpretado por Josh Pence do pescoço para baixo durante todo o filme, no entanto Armie Hammer por ser o mais parecido nas feições teve a sua cara a substituir a de Pence digitalmente. Por fim temos Justin Timberlake na pele de Sean Parker o criador do Napster. Vi-o recentemente em “Alpha Dog” e também gostei bastante da sua prestação além do mais há que adorar ver um músico como é Timberlake a gozar com a indústria musical neste filme.
É curioso, ou talvez não, que os filmes deste género têm sempre algo em comum. Quando alguém começa a tornar-se muito famoso e a receber quantidades exorbitantes de dinheiro, as relações de amizade vão, infelizmente, para as urtigas e estou a falar de filmes baseados em histórias verídicas.
Como é que o Facebook se tornou a rede social mais popular na Internet? Mais importante como é que ainda consegue manter esse estatuto? E como modificou a vida dos seus criadores e a de uma geração inteira? Não me alongando mais, fica a sugestão para irem conhecer a história do bilionário mais jovem do planeta e descobrirem as respostas ou o mais próximo que estaremos delas. Na minha opinião um dos grandes deste ano.

12 comentários:

Jubylee disse...

Eu ia sempre ver o filme, mas confesso que o que provocou maior curiosidade foi exactamente o facto do filme ser realizado pelo Fincher. Se fosse feito por outro realizador provavelmente não ia com tantas expectativas. :)

Menphis disse...

COnfesso que não iria ler o post porque tu ás vezes abusas dos spoilers :P mas desta vez passas-te :) Estou ansioso por ver o filme e tenho a certeza que vou coincidir com a tua opinião . um abraço

Dora disse...

Esperava mais. Não acho que tenha sido um grande filme. Melhor é sem dúvida, o Alpha Dog.

Snow disse...

Tenho insistido em não ver esse filme no cinema, adoro o Fincher mas suspeito que “The social network” não me vá interessar muito. Mesmo assim quando comprei ontem bilhetes para ir ver “The Town” (que é excelente), o senhor da bilheteira enganou-se e tirou-me bilhetes para o “The social network”. Ainda pensei duas vezes ao passar pela sala que estava a exibir o raio do filme, porque poderia ser destino a tentar dizer-me alguma coisa, mas naaaa.

Vejo-o quando ele sair em DVD.

Loot disse...

Jubylee: Claro que comigo foi o mesmo, o facto de ser dele fez-me ir a correr. Mas estou curioso em relação à tua opinião prometeste lá no blog mas ainda estou à espera :P

Menphis: És capaz de ter razão eu às vezes quero discutir tanta coisa só que tento conter-me para não falar demais. Espero que não te tenha estragado nada :P

Dora: Já tinha lido isso, desta vez não estamos em sintonia ;)

Snow: Isso era claramente o destino devias ter aceitado :P
Eu já vi o Town e prefiro este.
Gostei do filme tem cenas muito bem feitas e o amigo do Affleck é grande personagem, mas não traz nada de novo e nunca me deslumbrou, como filme do género prefiro o Heat.
Mas estou a gostar muito do Affleck como realizador, acho que até agora não tem falhado, já viste o Gone Baby gone? Gostei muito.

Snow disse...

Sim já e também gostei bastante desse filme. O Affleck anda a surpreender pela positiva.

Jubylee disse...

A ver se trato disso hoje...ando um bocado ocupada e custa-me sempre tanto a escrever. ;)

csa disse...

Estou a pensar em ir ver o filme, porque me suscitou interesse.
Gostei de ver, no post, a referência ao facto de as mulheres poderem levar os homens a grandes invenções... para as conquistarem.
Mas faltou dizer que, frequentemente, as mulheres levam os homens a grandes feitos (mesmo depois de conquistadas!), porque os incitam e os encorajam.
Nem sempre os homens se lembram de fazer o mesmo por nós... mas alguns fazem.
E por que será que as mulheres com iniciativa parecem incomodar muitos homens?

Snow disse...

"E por que será que as mulheres com iniciativa parecem incomodar muitos homens?"

Muito bem visto. A resposta a essa pergunta também me interessa bastante.
:)

Loot disse...

Jubylee: ahhh podias ter levantado o véu agora com um gosto ou não gosto :p Vá eu espero ;)


csa: Eu não desenvolvi mais esse tema para não fugir ao filme. O que dizes a seguir sobre as mulheres incentivarem e encorajarem os homens depois de conquistadas é verdade mas não é abordada lá.

Gosto de acreditar que nos dias de hoje os homens já não afastam as mulheres de uma carreira como acontecia no passado e que as incentivam e apoiam.
Mas confesso que às vezes fico surpreendido pela negativa com a quantidade de coisas que ainda não mudaram como eu pensava e não me refiro apenas a isto.

Quanto a mim eu adoro mulheres com iniciativa, tenho uma em casa e não quero outra coisa. Apoiamos-nos sempre (ela mais é verdade mas eu até a mim me apoio menos :) ).


Snow: Iniciativa em que sentido?
Muitos homens não se sentem confortáveis quando uma mulher os supera a algum nível por exemplo. Se eles não gostam comem menos, há outros melhores :)

tadeu disse...

"...se quisesse filmar sobre a plantação de nabos o filme iria suscitar interesse na mesma".

hombre, não dês ideias!
com tantos nabos que há por cá, ainda temos o fincher a perambular por estas bandas :)

creio que o filme sobre os chilenos, que já estava a ser feito antes de serem resgatados(oh boy...)vai bater o filme do facebook :)

se tivesse sala de cinema por perto, era justamente por causa do "gajo do Napster" que ia ver o filme. com uma mulher, provavelmente, a "criar" o napster :))
se fosse um filme sobre ele, giro era ter os metallica a fazer a banda sonora :)


ah...como foi a recepção à tua bd no festival da amadora?
boa semana!

Loot disse...

A apresentação do livro correu bem dentro do possível, uma vez que não tínhamos e ainda não temos livros disponíveis.

A gráfica tem-nos falhado aqui, já duas vezes seguidas que os livros têm problemas e só reparam depois de tirar os exemplares todos que se pediram. Nem sei que dizes, enfim é esperar por melhores dias. Depois quando estiver disponível eu aviso aqui.

Já agora o livro é um conjunto de várias histórias eu apenas participo com uma.

Obrigado

Abraço