quinta-feira, julho 04, 2013

Fringe - Temporada 5




SPOILERS



Já passou algum tempo desde que terminei finalmente "Fringe", uma série que já deixa saudades. No entanto, "Arrested Development" meteu-se pelo meio e fui adiando este texto.

A 5º temporada é provavelmente a que tem o sabor mais diferente das restantes. Sempre houve uma continuidade nas quatro anteriores, mesmo quando a história sofria grandes alterações e alterava os objectivos. No final da 4º temporada chegamos ao término desse grande arco que envolvia o outro universo paralelo e mesmo não sendo uma temporada soberba como a 3º, a verdade é que nos proporcionou um final bem bom.

Caso houvesse uma luz verde para uma 5º temporada, a equipa antecipou-se colocando na recta final da 4º um episódio que decorria no futuro, onde a filha de Olivia e Peter tentava trazer de volta a equipa original da divisão Fringe, uma vez que estes se colocaram em âmbar. É nesta história que pega a 5º temporada, ou seja, numa posterior invasão por parte dos observadores. Afinal estes seres - cujo nome já não encaixa no perfil - são seres humanos oriundos de uma época muito futura e onde os recursos já foram gastos. Através de tecnologia conseguiram evoluir para um estado elevado de racionalidade, mas às custas das suas emoções. O cérebro não esticava e então em prol de certas funções outras foram eliminadas.

Sendo assim a equipa de September (12 membros, um por cada mês) que estava a viajar no tempo para assistir a momentos marcantes da humanidade, pensava que o estava a fazer para fins puramente académicos, desconhecendo que eram graças aos seus relatórios que uma invasão se preparava. Se o presente dos Observadores é uma desgraça. porque não voltar atrás no tempo para viver melhor? E porque não fazê-lo em modo ditatorial? Felizmente September foi um dos que nunca concordou com os seus colegas e que rapidamente se aliou a Walter e companhia.

O grande plano para derrotar os Observadores está naquela criança que foi encontrada na 1º (ou 2º) temporada. Uma criança que se parece com um dos observadores e que na altura se revelou como uma carta importante para um futuro que não chegava... até agora. Esta criança foi uma anomalia na gestação humana, pois o seu cérebro conseguiu reunir as qualidades racionais e emocionais do ser humano, num estado mais elevado que o de qualquer outro Observador (e sem auxiliares tecnológicos). É preciso impedir que a humanidade abdique dos seus sentimentos, ou caso contrário estão todos perdidos.

Descobre-se também que é a esta criança que September sempre se referiu quando dizia a Walter que o rapaz era importante, um rapaz que sempre se pensou ser o Peter. Não sei até que ponto esta parte foi antecipada, afinal de contas, September teve como missão salvar Peter quando foi o responsável por a sua morte (se Walter não intervisse). Parecia ser importante corrigir esse erro e de facto Peter teve um papel importante, mas avante, é seguir em frente.

Esta temporada foi mais curta tendo praticamente metade dos episódios das anteriores. Houve realmente alguns episódios excepcionais, mas a grande maioria esteve sempre entre o bom e por vezes o mediano, à volta de um puzzle para se descobrir o plano principal. Gostei do desenvolvimento das personagens que agora estão diferentes, salvo a excepção de Astrid, uma mulher sempre firme a tentar manter a equipa unida. Olivia surge-nos mais quebrada e apagada, o rapto da filha e a separação de Peter deixou-lhe marcas das quais vai recuperando muito dificilmente. Durante a maioria da temporada a Olivia que conhecemos e amamos, não surge. Walter continua o foco maior e ao recuperar as partes do cérebro que havia removido, começa a lutar contra si próprio para não se perder novamente em delírios de grandeza, os seus momentos com o filho são sempre qualquer coisa de especial. E por fim temos Peter, cuja acção perante o desaparecimento da filha foi bastante diferente da de Olivia, Peter entrou pelo caminho da obsessão e posteriormente quando a perde uma segunda vez, pelo da vingança.

Destacando o melhor desta temporada:

- A ideia de criar um pocket universe;

- A participação de September, quando ele surge é um daqueles momentos típicos do que Fringe faz melhor;

- Desta vez os melhores episódios vão para o Peter Bishop. Aquela espiral de vingança em que ele entra e que o levam a colocar o dispositivo dos observadores nele próprio foi soberba. Uma pena a conclusão desta parte não ter sido nada de especial, porque todos os episódios até lá foram do melhor que a série deu;

- Walter é sempre essencial na série, mas toda a equipa deixará saudades. Ver a reunião de todos com Broyles foi mais um daqueles momentos ternurentos que só uma familia como estas nos pode fazer sentir;

- A utilização dos casos antigos de Fringe como armas contra os Observadores;

- A curta visita ao outro universo, recordando a outra Olivia e o Lincoln;

- David Bowie: The Man Who Sold The World.


Quanto ao final, foi bastante óbvio que September teria de morrer para Walter tomar o seu lugar e termos uma perda. Uma perda era essencial para não ser um final totalmente feliz e já suspeitava que Olivia e Peter teriam o seu. Mas gostei, houve um misto de tristeza e alegria que funcionou. Peter a receber a tulipa branca foi um bom toque de despedida sem dúvida.

Ficamos a saber também porque os Observadores são carecas, não ficamos a saber é porque são todos albinos... Houve aqui uma eugenia qualquer e depois passámos a ser quase cultivados. Ou foi na própria "cultivação", enfim, a imagem destes carecas brancos de fato e chapéu é uma das imagens de marca da série, uma das que nunca esquecerei.

8 comentários:

tadeu disse...

o que mais saltou à vista para mim, foi a Olivia, que tão bem referes, apagou-se nesta 5º temporada. não estava nada à espera.
usar os eventos fringe para dar cabo dos observadores, foi...divertido :)
uma pena seu fim abrupto mas pelo menos, deram-nos um fim...
abraço!

Loot disse...

No início tudo bem - ela passa por muito - mas a dada altura já me questionava quando a Olivia arrebitava e voltava :P

Sim tivemos um final, e nem foi mau, não me queixo :)

abraço

Anónimo disse...

Realmente, David Bowie com The Man Who Sold The World foi um dos melhores finais de episódio que já vi em anos, muito bom!

Loot disse...

provavelmente o melhor episódio desta temporada :D

Abraço

Optimus Primal disse...

Podem sempre rever na Rtp2 as 5as feiras as 22.30.

Anita disse...

"- David Bowie: The Man Who Sold The World. "

Esse era o momento que eu te falava qwue ias adorar. Acho que foi mesmo o meu episódio preferido da temporada. Agora a forma como fecharam esse arco, que tinha um potencial do caraças, foi mesmo decepcionante. Não obstante, "Fringe" foi uma grande viagem e aquela malta deixa bastantes saudades ;)

Loot disse...

E para variar tinhas razão :P

Foi sem dúvida o ponto alto da série, e o meu arco predilecto, excepto o seu fecho. Foi algo que demonstrou grande coragem quando surgiu por parte dos criadores mas talvez alguam cobardice quando foi para o encerrar.

Mas olhando para trás e por isso é que comecei com aquela frase, acho que sim que a 3º temporada foi a melhor de todas. Já começando a deslumbrar a meados da 2º.

De qualquer das formas adorei a viagem mesmo com altos e baixos :)

Anita disse...

eles já tinham demonstrado a queda pelo Bowie na quarta temporada com o "David Robert Jones" :D Mas esse momento do The Man Who Sold The World foi mesmo magnífico :D