quinta-feira, julho 11, 2013

DC Comics "Novos 52": Trocas e Baldrocas

Neste post tinha referido quais os comics dos "Novos 52" que estava a seguir. A ideia de ter uma colecção contínua de algumas destas personagens clássicas era apelativa, mas com o preço actual dos comics é complicado, principalmente quando alguns destes não estavam a render em termos de histórias. Chegado ao número #20 tive de fazer umas alterações. Não acabei foi por poupar assim tanto porque mal cancelei uns substitui-os por outros. Aqui ficam umas muito breves apreciações.



Justice League



Falei dos primeiros seis números aqui. Após um início engraçado a JL continuou o seu precurso de consolidação enquanto "a" equipa de Super-Heróis da Terra. Como qualquer família começou a ter problemas e divergências internas o que levou à saída de Hal Jordan. Temos também uma aparição do Green Arrow que tenta em vão juntar-se à equipa e o início do romance entre Superman e Wonder Woman. Porém, chegaria o tempo em que a Liga necessitaria de começar a ramificar-se (ler "Justice League of America") e o Green Arrow acabaria por ser chamado. Por falar em ramificação parece que o Marciano está de regresso também, mas não no núcleo principal. Ainda assim recentemente fez uma aparição onde derrotou violentamente Despero, mostrando que quando o escrevem bem o Marciano é das criaturas mais temíveis do Universo DC. De uma forma geral o título entretém, mas sem grandes deslumbramentos. A saga do Trono de Atlantis prometia mas como era necessário comprar outors comics para a seguir, tornou isto numa chulice ainda maior. Dito isto é um título de momento dispensável, que ainda mantenho porque no fim tinha sempre algumas páginas sobre o Shazam (que me esqueci vergonhosamente de mencionar no meu texto sobre a JL). Já que estava a ler a nova origem do Shazam queria chegar até ao fim, algo que aconteceu no mês passado, onde a "JL #21" lhe foi dedicado.É um início diferente este de Billy Batson e não sendo um grande conhecedor da personagem sempre achei alguma graça ao vilão Black Adam. Como vem aí agora a saga "Trinity Wars" vou manter o título, mas penso que por pouco tempo, já me cheira a cancelamento. Em relação à equipa criativa Geoff Johns tem-se mantido constante no argumento, mas Jim Lee chegou a ser substituído a dada altura, por exemplo, por Ivan Reis, entre outro ou outros.

Veredicto final:  ...em espera... a tender para o futuro cancelamento.





Superman




Deste falei aqui. Mantenho a opinião de que destes todos o "Superman" é dos títulos mais fracos senão mesmo o mais fraco. Mas nem tudo é mau, houve aqui boas ideias, como o foco que se deu à imprensa sensacionalista e "cor-de-rosa" da actualidade e como isso levou o Clark Kent a despedir-se do Daily Planet. Os tempos mudaram, o digital veio para ficar e isso passa bem no comic, mas não é suficiente para me fazer continuar a lê-lo, é pena porque é das poucas que mantém o antigo preço. Destes primeiros 20 números saliento a passagem de Helspont, uma personagem do universo Wildstorm que agora foi inserida no dos "Novos 52" e que já se afirmou como vilão do Super. O confronto entre estes dois promete regressar em peso e é algo que gostava de ver. De resto tivemos também mais uma saga que se espalha por outros comics, a saga de H'El com o título sugestivo de "H'El on Earth", aqui o melhor foi mesmo a visita de Superman e Superboy à prisão para ver Lex "the man" Luthor.
Dito isto já perceberam que foi um dos que levou com o machado. Este deve ser o título que masi vezes mudou de equipa criativa, o que também quer dizer qualquer coisa.

Veredicto final: Cancelado.





Action Comics




Deste grupo o "Action Comics" foi o meu segundo título predilecto e seria para continuar caso Grant Morrison não tivesse saído do leme. Adoro a forma como o Morrison escreve o Super/Clark e o Lex Luthor. Aquela cena em que Luthor ajuda o Superman porque se alguém o matará tem de ser ele, espelha muito bem a relação entre estes dois. De resto tivemos ainda uma passagem por Brainiac e na recta final visitas desses seres místicos da 5º dimensão cujos nomes são mesmo dificeis de pronunciar, mas há quem o consiga. Parece-me justo dizer que "Action Comics" começou melhor do que terminou, talvez porque Morrison teve de arrumar as malas à pressa e começar a desenvolver as histórias a outro ritmo. Ainda assim foi desta primeira leva de comics dos que valeu mais a pena, ele é um autor que gosta de mergulhar a fundo na mitologia dos heróis com resultados por vezes bem interessantes - apesar de já ter escrito um "Superman" muito mais emocionante (ver All-Star Superman). Já agora convém mencionar que Rags Morales saiu com Morrison do título. Os títulos seguintes já se mostraram imediatamente menos inspirados e por isso...

Veredicto: Cancelado.



Detective Comics



Tony S. Daniels assinalou um primeiro número que captou a atenção de todos quando nos deixou no último painel a face do Joker colada na parede. Um momento tenebroso e surpreendente, mas do qual Daniels nunca viria a colher os seus frutos. O enredo do Joker seria algo para ser usado no futuro, mas não seria por ele (e ainda bem), que seria afastado do título. Em termos de desenho foi fantástico, mas os argumentos eram medianos/fracos, parece-me que nesse campo ainda está a começar e acredito que venha a melhorar no futuro. Entram assim John Layman no argumento e Jason Fabok e Andy Clarke na arte, mas mesmo assim a dupla trouxe pouca vida a "Detective Comics". O arco do "Emperor Penguin" teve o seu interesse por vermos um novo vilão emergir, mas terminou abruptamente deixando um sabor amargo no final. Também houve momentos engraçados quando em "Batman" decorria "A Death of the Family", ou seja, para quem gosta de Batman estas histórias lêem-se sempre relativamente bem, mas não valem o tempo nem o dinheiro. Pelo especial #0 (que saiu um ano depois do #1) ainda tivemos a colaboração de Gregg Hurwitz no argumento com Tony S. Daniels, que juntos visitaram um episódio do treino de Bruce Wayne para se tornar no Batman. Seria interessante ver mais destes dois juntos, pois como já referi se Daniels não é um grande argumentista do Morcego é um grande desenhador. Já Hurwitz, apesar de não ter lido o seu "Dark Knight" li o seu "Penguin Pain e Prejudice" e aconselho. No #19 houve uma edição muito especial por corresponder à #900 caso os "Novos 52" nunca tivessem acontecido. Mas é uma edição demasiado cara para o que trouxe, pois o aumento das páginas não correspondeu a aumento de qualidade.

Veredícto: Cancelado




Batman



Suponho que um dos sinais indicativos de que uma série está a correr bem é quando a equipa criativa não muda. Scott Snyder (argumento) e Greg Cappullo (desenho) mantêm-se unidos desde o #1 e assim esperemos que continue por muito tempo. Depois do fantástico arco "The Court of Owls" seguiu-se a vez de "Death of The Family", o regresso do Joker. Afinal seriam Snyder e Capullo a desenvolver o conceito que Tony S. Daniels criou no Detective Comics #1. O regresso do palhaço do crime foi um como nunca antes o vimos, não só a sua face estava agora presa por molas na cara como regressa ainda mais tenebroso, até Harley Quinn treme na sua presença. Podemos dizer que para o Joker algo está podre no reino de Gotham City e ele como o fiél Bobo do Rei Batman precisa mostrar-lhe o quanto este se perdeu na sua demandada. No final o título ganha todo o sentido, isto não é uma história sobre a morte de um familiar mas antes sobre a morte da familia. Ficou a sensação de que os autores poderiam ter ido mais longe, mas provavelmente não os deixariam mesmo se quisessem. Ainda asism temos aqui grandes diálogos uma excelente exploração da relação Batman/Joker e uma arte fantástica de Capullo que cada vez mais se tem consolidado como mais um dos grandes desenhadores do universo Batman. O único ponto negativo a apontar a esta dupla, são as curtas histórias que existem enquanto eles não enveredam por um novo arco mais longo e desenvolvido. Agora após o desaparecimento de Joker, Snyder e Capullo irão mergulhar na origem do Morcego, que dos principais nos "Novos 52" deve ser o único cuja origem ainda não foi revelada. O "Earth One" é uma visão alternativa e não conta (ainda bem). O #0 já tinha sido uma espécie de aperitivo avisando que este seria um caminho a seguir no futuro, futuro esse que nos chega finalmente em Batman #21 e que conta com o nome: "Zero Year". Ainda só com um número é dificil comentar, Snyder gosta de contar as coisas com calma e de as ter bem desenvolvidas, mas estou confiante. De salientar também as capas, além dos desenhos o próprio design tem sido bem engraçado, na primeira de "Death of The Family", por exemplo, tinhamos uma máscara em cartão do Joker a cobrir a cara do Batman. Já agora esta saga dedicada ao Joker esteve espalhada por mais comics (o costume) mas de uma forma independente do que decorria no arco principal, não obrigando a comprar outros, o que é muito mais do meu agrado.


Veredicto: A continuar.







Durante este tempo também já tive tempo de espreitar "Stormwatch" e "I Vampire", enquanto guardo outros títulos para após ter terminado material mais antigo dessas personagens, tais como "Swamp Thing", "Animal Man", "Green Lantern" e "Flash".
Quanto aos novos comics que comecei a comprar deste Universo foram estes dois:



Superman Unchained



Preferia o primeiro nome anunciado para esta série: "Man of Steel", mas não se pode ter tudo. Decidi substituir o "Superman" por este porque é da dupla Scott Snyder e Jim Lee. Além do mais Snyder disse numa entrevista que se só tivesse oportunidade de escrever uma história do Super seria esta. Ora tendo em conta que é um argumentista que ando a gostar bastante, depois de saber isto mais reforço a ideia de que pelo menos o 1º arco de "Unchained" vai valer a pena. O #1 já saiu e como referi em "Batman" é ainda muito cedo para o comentar em termos de história, mas gostei da forma como vai envolver o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki na altura da segunda Guerra. Parece que o que aconteceu nesse dia não foi exactamente o que vem descrito nos livros da História e o Super está prestes a descobri-lo. Em termos de desenho é mais do que o Jim Lee nos tem habituado, há quem adore, há quem abomine, eu acho que combina muito bem com o universo dos Super-Heróis especialmente com o do Superman. Porém, já ouvi dizer que Lee já foi melhor do que é hoje, tenho de conhecer mais da sua carreira para trás, de momento só me lembro dos seus "X-Men" com o Claremont. Neste #1 colocaram um poster a dada altura, que é engraçado e tal não fosse o aumento do preço...





Batman/Superman



Apesar de haverem vários heróis que se conhecem, que trabalham juntos e que até desenvolvem laços de amizade, há sempre aqueles que criam laços mais fortes com uns dos que com outros. Tal é o caso do Hal Jordan com o Barry Allen ou com o Oliver Queen e, pois claro, do Clark Kent com o Bruce Wayne. A amizade entre os dois heróis mais icónicos da DC Comics é uma das que mais aprecio. Enquanto um simboliza a luz outro simboliza as trevas, são ambos muito distintos na forma de agir sobre o mundo, mas são ambos dois dos melhores heróis, a fazerem o melhor que podem, e que se respeitam mutuamente. Existe um número muito - mesmo muito - reduzido de pessoas em que Batman confia, Superman é uma delas. E não haverá também muitos a quem Kal-El quissesse entregar um anel com Kryptonite, para o caso de ele um dia constituir uma ameaça - Batman recebeu esse anel de Superman. Mas mesmo gostando da relação deles, por questões monetárias não ia adquirir esta história, até que vi o nome de Jae Lee como um dos envolvidos. Conheci os seus desenhos com o seu Ozymandias em "Before Watchmen" e fiquei fascinado. Adoro o traço, o storytelling, a cor, enfim, tudo. E quando vi a capa não tive dúvidas, tinha de ter isto. Por este primeiro número não estou nada arrependido, a história de Greg Pak promete e o desenho de Lee é aquilo a que ele nos tem habituado, bestial. A dada altura o desenho passa para o cargo de Ben Oliver, mas faz sentido na história e até acho que funciona bem. A hitória aborda a primeira vez que estes dois heróis travam conhecimento um com o outro, neste novo universo da DC. Muitos pensavam que tal tinha sido no #1 da Justice League... mas não.


E da DC é tudo (e já é muito). Num próximo post falarei das séries e mini-séries actuais que ando a seguir na Image, IDW e BOOM Comics.

7 comentários:

Unknown disse...

Destes "The New 52" segui apenas o Detective Comics e acabei por parar no #17, nem tanto pelo conteúdo, que mesmo com os seus altos e baixos sempre considerei serem mais os altos e que valeria a pena continuar a seguir a série. Mas o preço subiu e assim, já os baixo pesaram mais...

Fiquei interessado no Batman a certa altura, pelo arco "Court of Owls", mas nesse apostarei no TPB.

Recentemente tenho andado a ver a série de TV "Arrow" e estou a adorar! Isso levou-me a querer saber mais sobre o Oliver Queen dos comics e em breve devo apostar em qualquer coisa do Green Arrow. Recomendas alguma coisa?

Abraço,

Loot disse...

Pois é muito bem lembrado, o DC foi daqueles que a dada altura sofre a inflacção :S
Em comparação o Batman está melhor que o DT. Gosto do detective é um publicação histórica e por isso é que o comecei a comprar, mas a escolher sem dúvida o título Batman de momento.

Já agora tanto o Detective como o Action podiam ter histórias com outras personagens e não serem só sobre o bat e o super.

Não vejo Arrow, mas cada vez mais me falam da série, vou começar isso está decidido. Tb sou é um fraquissimo conhecedor do Green Arrow, mas assim de repente ouço falar bem dos que estão na colecção do público o "inocência perdida" e o os caçadores.

O identity crisis tb sai na colecção e esse eu tenho. é sobre a liga mas o arqueiro tem um papel importante.

Abraço

tadeu disse...

desenho brutal do superman/batman...
veredito: aprovado ;)

Loot disse...

Sem dúvida o Jae Lee dos artistas que conheci recentemente foi o que mais me entusiasmou, ele é fantástico :)

Abraço

Unknown disse...

"Arrow" vale muito a pena enquanto série, não vou revelar nada que é para não estragar, já que tens em mente começar a ver.

Como comecei hoje a colecção DC do Público/Levoir, hei-de chegar ao livro do Green Arrow e quero debulhar aquilo para ficar a conhecer mais. A origem é algo que me desperta maior interesse, se o que está na série segue a realidade da BD. E vai ser bom no geral, para eu ficar a conhecer melhor os super-heróis da DC :)

Optimus Primal disse...

Dos titulos que citas só li os 1 13 da Liga e já ai torcia o Nariz apesar dos desenhos de Lee,os 1 6 Numeros Batman aonde achei a trama das corujas muitissimo exagerada,apesar de bem contruida por Snyder os Action que correspondem aos 2 1os Hcs de Action Comics e apesar de ser bom o Morrison as vezes viaja muito.
Superman Uncheined passei pelo preço que consegue ser superior a titulos da Image,Dark Horse e Idw editoras menos com personagens não tao Famosos.
Batman/Superman achei confuso e lembrou-me os maus tempos do Loeb no 2 arco de Superman/Batman.

Loot disse...

Na Liga tens o Gary Frank agora, outro grande senhor.

O Batman gosto mto, e estamos a falar de um reboot, não sei quantos anos ele tem de profissão quando descobre o court of owls.

O Morrison viaja mto sim, mas tb é uma das razões poque gosto tanto dele. Ele tem trabalhos melhores sem dúvida, mas o saldo foi bem positivo com ele No Action Comics.

O Unchained só tem esse preço monstruoso para o #1, depois volta a ter o preço monstruoso tradicional de 3,99. Sim o tradicional agora vai ser este.

O Batman/Superman não achei confuso, de qq das formas é só #1, é preciso deixar a história desenvolver e respirar. Eu não descartava nada este.

Abraço