domingo, fevereiro 23, 2014

Doctor Who - Temporada 7 (Parte 2)



SPOILERS

I walked away from the Last Great Time War. I marked the passing of the Time Lords. I saw the birth of the universe, and I watched as time ran out, moment by moment, until nothing remained. No time, no space – just me. I've walked in universes where the laws of physics were devised by the mind of a madman. I've watched universes freeze and creations burn. I have seen things you wouldn't believe. I have lost things you will never understand. And I know things. Secrets that must never be told, knowledge that must never be spoken, knowledge that will make parasite gods blaze! So, come on, then! Take it! Take it all, baby! Have it! You have it all! 

The Doctor



No episódio de despedida de Amy e Rory - "The Angels Take Manhattan" - muitos como eu devem ter ficado curiosos em saber a reacção do pai de Rory a tudo isto. Pois bem, essa cena foi escrita, mas nunca filmada. Contudo é contada através de esboços no mini-episódio "P.S." que vale muito a pena ver. Foi pena a cena não ter sido introduzida, mas de certa forma também é muito similar à vista em "Blink" (porque é o que faz sentido).

Depois destes acontecimentos encontramos em "The Snowmen" um Doctor que decidiu parar de se envolver nos acontecimentos do Universo, ausentando-se numa Londres vitoriana do ano de 1842. Claro que tal só podia ser sol de pouca dura. O Doctor nunca conseguiria resistira um mistério, principalmente um que coloque a Terra em perigo. Nesta aventura acaba por conhecer, novamente, Clara Oswald, a mesma que nós já tínhamos visto em "Asylum of the Daleks". Como é possível que a mesma rapariga tenha estado em dois tempos diferentes desta forma? É que isto vai além de ser um caso de Doppelgänger's, estamos a falar literalmente da mesma pessoa e que em ambos os casos morreram. Este é, portanto, o grande mistério da segunda metade da sétima temporada. Clara é a impossible girl e isso deixa o Doctor fascinado.

"The Snowmen" foi um grande começo desta nova aventura, a química entre o Doctor e Clara é muito boa e aproveitaram para trazer de volta o gang constituído por Madame Vastra e a sua companheira Jenny e pelo divertidíssimo Drax. Este grupo já tinha provado na sexta temporada que funcionava muito bem em conjunto por isso não é de estranhar que o tenham voltado a usar - algo que voltaria a acontecer em "The Crimson Horror" e "The Name of The Doctor".

Ao sermos apresentados a mais uma versão da Tardis temos um excelente momento por parte de Clara quando ela professa a frase "It's smaller on the outside", por esta nem o Doctor esperava. Quanto ao vilão - a grande inteligência - possui a voz do grande Sir Ian McKellen e gostei da criação dos monstros de neve. De resto houve momentos hilariantes graças a Strax e, como sempre, ao grande Matt Smith que desta vez tem mesmo um momento à "Sherlock Holmes". Ficou assim trilhado o início para mais aventuras e um prometedor.

Após a morte da Clara da era Vitoriana o Doctor ausenta-se novamente até a voltar a encontrar - desta vez a viver no ano de 2013 - em "The Bells of Saint John". O episódio começou muito bem, com mais uma introdução terrífica por Moffat. também adorei que The Bells of Saint John fosse o alarme da Tardis. Já foi referido anteriormente que o cérebro é como um computador, que tem impulsos eléctricos e por isso o nosso upload para um computador não surge como algo novo na série, mesmo que aqui tenham levado isso mais longe. Mais uma vez, Clara esteve muito bem na interacção com o Doctor e, no final, voltamos a encontrar a Grande inteligência. Estava-se mesmo a ver quando o Doctor disse que esta não tinha morrido no episódio anterior, que estávamos destinados encontrá-la novamente. 

Neil Cross, criador de "Luther", foi mais um nome de peso que foram buscar para escrever dois episódios de "Doctor Who". O primeiro foi "The Rings of Akhaten", o qual me fez lembrar que já há muito tempo que não visitávamos civilizações alienígenas nos seus planetas. Realmente Moffat mexe mais com o tempo do que Davies, mas por outro lado mexe menos com o espaço. Nesse sentido o episódio foi uma lufada de ar fresco, contudo, por outro lado a criação daquele sistema pareceu-me demasiado irrealista. Como já tinha acontecido no passado desta vez também tivemos um alienígena a falar numa língua não traduzida pela Tardis, o que talvez não faça muito sentido (fez foi no "The Impossible Planet/The Satan Pit"), mas se calhar é melhor ficarmo-nos pelo facto de a Tardis agir de forma misteriosa, pois se de facto traduz tudo, como é que não traduz o Allons-y do 10º Doctor para inglês? Talvez porque o Doctor fale inglês e não seja traduzido nessa língua (fiquemo-nos por aqui). Também se estranha que Clara não questione neste episódio que os ET's falam inglês e o faça apenas no episódio seguinte quando são os Russos a fazê-lo.

Mas voltando a Neil Cross, acho que se nota que o escritor tem mais qualidades em outras atmosferas e por isso o seu segundo episódio, "Hide", correu-lhe melhor. Esta pseudo-história de fantasmas tem a atmosfera certa e no final revela mais um enredo carregado de ficção-científica como é típico em "Doctor Who".

Antes tivemos então o "Cold War" onde a tripulação de um submarino Russo encontrou um Ice Warrior (um marciano" congelado desde há 5000 anos atrás, o qual sobreviveu ao processo (rói-te de inveja Capitão América). Depois de mais um flagrante mal entendido entre o alien e os humanos, cabe ao Doctor e Clara o tentarem manter a paz. Nota-se logo quando a série vai buscar uma criatura da sua mitologia antiga. Gostei de conhecer esta nova espécie e a única coisa que me deixa apreensivo nesta altura é que Clara parece receber pouca atenção no seu desenvolvimento. Acho que ela tem uma boa química com o Doctor e gosto do facto de não aceitar logo ir viajar com ele, de se impor de uma forma diferente dos outros Companions. Também estou verdadeiramente intrigado com o seu mistério, mas até ao final da temporada a personagem foi pouco desenvolvida e isso é uma pena. Mas nada disto tem a ver com a actriz à qual não tenho nada a apontar de mal.

Já sabemos que a Tardis é gigante, mas normalmente nunca saímos da sala principal. Ora "Journey to the Centre of the TARDIS" veio mudar isso. Uma aventura que nos levou pelos confins desta nave onde o Doctor e um grupo de ladrões (os irmãos Baalen) partem em busca da perdida Clara. Gostei de ver a nave actuar sob as personagens, afinal é uma entidade viva e a verdade sob os "monstros" que atacaram as personagens também resultou bem. Quando se mexe com várias linhas temporais é sempre estranho vermos a mesma pessoa várias vezes. Tal como em "Amy's Choice" parece que se matou uma das Amy's quando eram a mesma. Aqui o Doctor também acaba por morrer para salvar todas as personagens. Apesar de o Doctor apagar os acontecimentos deste episódio parece que algo ficou com as personagens pela forma como se vê pela interacção dos irmãos Baalen no final.

"The Crimson Horror" de Mark Gatiss teve tanto um vilão como uma aura excelentes. Peca a meu ver no mistério em si que podia ter sido melhor explorado. Mas, não deixa de ser um belo episódio.

Depois do maravilhoso "The Doctor's Wife" confesso que fiquei desapontado com o segundo episódio de Neil Gaiman: "Nightmare in Silver". Para começar trouxe duas crianças que me fizeram pensar que isto não são as aventuras da Sara Jane-Smith, mas pronto, também foi só neste episódio. Nota-se logo o dedo de Gaiman na ideia de um planeta inteiro ser uma feira popular, mas no final acho que ficou aquém do que prometia. Valeu muito pelo Matt Smith e pela evolução dos Cybermen, principalmente as versões insecto.

Por fim "The Name of The Doctor". Acho que posso dizer que os finais de temporada têm vindo a decrescer. Apesar de não ter gostado de um pormenor em "The Big Bang", o raio do final foi majestoso. "The Wedding of River Phonix" também foi muito bom, mas a sua introdução havia sido superior. Agora "The Name of The Doctor" foi bom, mas também deixou alguns travos mais azedos. Para começar o vilão foi pouco desenvolvido ao longo de toda a temporada. Se começou bem nesta fase, depois não me deu grande inspiração. Quanto a Clara, tivemos finalmente revelado o seu mistério, que me surpreendeu pela forma que arranjaram para que este fizesse sentido. Mesmo assim Moffat foi capaz de ter sido demasiado ambicioso, mas já lá voltarei. Outra coisa que gostei muito foi de ver as versões antigas das vidas do Doctor. 

Algo com que não contava nesta parte da temporada foi o quase esquecimento de River Song. A Clara é um mulherão, compreendo e  adoro isso, mas o Doctor casou ainda há pouco tempo. Não terminou a temporada anterior a falar das noites que passaria com River? Já terminaram? Já lhe disse o nome? Há muito tempo que passa e nós não vemos na série. Percebo também que ele não goste de finais, mas até tendo em conta o final da primeira parte, estava mesmo a contar ver mais de River, que apareceu apenas no último episódio e logo para se despedir. 

Boa surpresa foi descobrir que esta River é a versão após "Forest of the Dead", não estava nada a contar. Já agora a Mrs Doctor se calhar não devia ter dito o nome do seu amado para abrir o seu túmulo. Não sei se este o faria eventualmente, mas as consequências podiam ter sido catastróficas. E pronto, o vilão entra na vida do Doctor para lha estragar e Clara entra para lha salvar. No final Doctor entra também na sua para a ir buscar e já não sei a quantas anda a sua linha temporal. Demasiado rebuscado (como é que ele a tirá de lá?) e contado de uma forma apressada. Mas rebuscado é o nome do meio desta série e ao menos o episódio nunca foi aborrecido tendo alguns momentos bem especiais. O túmulo com uma Tardis gigante, o encontro das personagens nos sonhos e a despedida de River Song que foi emotiva e engraçada. Mas como referi acho que a personagem merecia mais nesta temporada.

Pensava é que o nome do Doctor seria revelado, mas já percebi que é coisa que dificilmente acontecerá. No final temos a introdução de John Hurt como Doctor. Algo que infelizmente apanhei como SPOILER. Como é possível que haja outra encarnação prévia do Doctor? O que aconteceu? Um mistério a resolver no especial "The Day of The Doctor". Será que o Hurt está aqui porque o Eccleston não quis participar no especial? É pena se assim for. Caramba Eccleston a malta gosta muito de ti, gostava mesmo de te ver no aniversário.

2 comentários:

Anita disse...

Se adorei a primeira metade da temporada posso dizer que esta segunda metade reúne provavelmente os episódios que menos gostei da série. É onde começa a ficar realmente notório que o Moffat se começa a perder um pouco.


Vale pelo Matt Smith que "carrega" a série às costas e pela química com a "sua" Clara embora, esteja plenamente de acordo contigo quando referes que merecia um melhor desenvolvimento. Acho que a introdução do novo Doctor também vai ser uma vais-valia para esta companion.

Para te animar o John Hurt é fantástico e o episódio de celebração é excepcional a todos os níveis :D

Loot disse...

Se calhar toda a sétima temporada é a mais fraca. Apesar desse momento épico que foi a despedida dos Pond. Mas separando as temporadas ainda se nota mais.

Os Pond podim ter tido num momento ou noutro mais atenção ao seu desenvolvimento. Mas são personagens tri-dimensionais e umas muito boas. Conquistaram-me e recordo-os como dos melhores Companions. E não é só a Amy, o Rory é fantástico :)

O Matt Smith tem estado sempre formidável sem dúvida. A Clara é bem representada nada a apontar, mas sim tem sido um pouco unidimensional.... Ah e o gang tem os seus momentos, gosto muito deles todos.

Quanto ao Day of the Doctor o Hurt está muito bem sim senhor :)
Só tenho uma coisa a apontar, que tem a ver com acontecimentos do "End of Time". Mas e um episódio do caraças :)