Com a mudança de templates por parte do blogger, tive de voltar a colocar todos os links por ele apagados. Porém como já tinha mencionado anteriormente, não tenho os dos comentários às BDs, uma vez que esses foram todos feitos (à excepção de "Martian Manhunter - The Others Among Us") no âmbito da rubrica "Rua aos Quadradinhos" que eu escrevia na "Rua de baixo".
Uma vez que o site da "Rua de Baixo" se encontra literalmente em baixo, decidi colocar todos os textos que escrevi para a "Rua aos Quadradinhos" neste blog, para assim não se perderem para sempre.
Por isso aviso que é normal que ao longo destes textos faça referências a um tempo passado, uma vez que alguns já foram escritos há bastante tempo.
Sem mais demoras aqui vos deixo o primeiro texto que escrevi para a "Rua de Baixo".
E porque quando se inicia algo, deve ser em grande, aqui fica a tão aguardada edição portuguesa de um dos maiores clássicos de banda desenhada – The Sandman.
É através da Devir que passado mais de 15 anos Sandman tem finalmente edição em Portugal, encontrando-se já disponíveis, Prelúdios e Nocturnos, que juntos contêm os oito primeiros comics, formando o primeiro volume da série.
Misto de mitologias e fantasia, Sandman conta a estória de Morpheus, Rei dos Sonhos, que ao ter sido capturado por Roderick Burgess, no lugar da Morte, e aprisionado durante 70 anos, liberta-se na esperança de recuperar o seu poder e assim reconstruir o seu Reino, bem como corrigir os estragos feitos, durante a sua ausência.
Este primeiro volume pode não conter, as melhores estórias de Sandman, mas consiste numa óptima e aconselhada introdução. Passando por personagens que irão desempenhar um papel importante no futuro, até especiais aparições de John Constantine, Martian Manhunter e do demónio Etrigan, não esquecendo a pequena visita ao Asilo Arkham, Prelúdios e Nocturnos, consiste num ponto de viragem na vida do Senhor dos Sonhos. Nada voltará a ser como antes, nem mesmo ele.
Chamo especial atenção para o ambiente psicótico e claustrofóbico, característicos de “24 hours”, a descida ao Inferno em “A Hope in Hell”, onde Lúcifer Morningstar faz a sua primeira aparição na série, e por fim “The Sound of Her Wings” onde caminhamos juntos a Morpheus e sua irmã mais velha, numa pequena reflexão sobre a vida…e a Morte.
É de salientar também o prefácio desta edição, escrito pelo próprio autor, onde há tempo para falar de Fernando Pessoa e de chamar a Portugal um país de sonhadores.
Escrito por Neil Gaiman e desenhado por Sam Kieth e Mike Dringenberg, exceptuando a capa da autoria de Dave Mckean, Sandman é uma aquisição obrigatória para quem gosta de Banda Desenhada. Citando Frank McConnell: “Se a completa colecção de Sandman não é uma obra-prima literária, então eu não sei o que é”.
Publicado originalmente em Rua de Baixo (Fevereiro de 2006) por José Gabriel Martins (Loot)
2 comentários:
Sim, é sem dúvida uma obra prima e dificilmente esse facto é negado.
Quando o li há uns meses fiquei com má cara ao olhar para o número 1, mas depois foi-se entranhando e não podia ter gostado mais.
Depois de se ler a colecção inteira é impossível não olhar para trás e admirá-la como uma obra maior e não sentir saudades daquele mundo.
The Sandman terá sempre um lugar especial dentro de mim é um clássico.
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