terça-feira, abril 17, 2012

Shaman Warrior


Usando o blog como uma espécie de diário fui ver que iniciei a minha leitura  de "Shaman Warrior" em Novembro de 2010 tendo comentado o 1º volume aqui.
Agora venho aqui assinalar que finalmente concluí a leitura dos seus 9 volumes. Há sempre um misto de sentimentos quando se termina uma série, por um lado é uma enorme felicidade possuir toda a colecção na estante, mas, por outro, fica sempre aquela tristeza quando temos de dizer adeus àquelas personagens que nos acompanharam durante tanto tempo. Apesar de ter gostado desta série, não lhe vou sentir particular falta, não é como um "Sandman" em que realmente a despedida doeu, ainda assim é sempre um adeus.

Tudo o que tinha dito sobre o 1º volume se mantém para os restantes, "Shaman Warrior" é uma BD carregada de testosterona. Todos os volumes são compostos por doses massivas de pancadaria, havendo poucos avanços no desenvolvimento da trama. Para quem gosta de combates isto torna-se um verdadeiro espectáculo graças aos belíssimos traços de Park Joong-Ki. Como referi também na altura o autor desenvolve as batalhas de uma forma muito dinâmica mas também muito veloz, que por vezes resulta em pranchas soberbas, mas que noutras também dificulta a visão global e por conseguinte a compreensão dos movimentos.


A história em si é curta, simples e directa. Não há grandes surpresas aqui, mesmo em alturas de revelações. O retrato deste mundo fictício é também bastante superficial, sem grandes explorações políticas ou sociológicas. Esta é uma história de vingança, de sangue e suor, e não pretende nunca ser mais do que isso. A acção desenrola-se num ambiente arenoso e seco, a civilização é governada por um regime opressor onde a lei do mais forte impera. Há sítios, cuja existência é aceitável, onde miúdos são treinados desde criança para serem lutadores e assassinos. Não são sítios acolhedores e onde duvido que todos atinjam a idade adulta. Aliás, acolhedor é uma palavra que nunca se faz sentir nos vários locais por que passamos.

Tudo começa com o ataque a Yarong, um guerreiro Xamã. Este tipo de guerreiros tem poderes especiais e após deixarem de ter utilidade para o governo, começam a ser abatidos como cães, uma caça que se estende durante anos. Após a morte de Yarong, Batu, o seu fiel discípulo fica encarregue de cuidar de Yaki, a filha do seu mestre. Aqui fica claro que a história se irá debruçar muito no crescimento desta criança, também ela uma guerreira Xamã, e na consequente vingança pela morte do seu pai.


Pelo caminho outros guerreiros se juntam a Batu, tais como: Horakaan, um guerreiro Xamã, que também procura vingar a sua família toda ela assassinada pelos homens do General (o governante) ou Yatilla, um guerreiro extraordinário e filho do líder do clã Manutu, que pretende destronar o governo a fim de terminar com a sua tirania. Seja quais forem as razões de cada um, todos acabam por ter o mesmo inimigo e a união das suas forças é mais do que aconselhada.

No volume 9, o último, fica a sensação de o autor ter apressado a conclusão, talvez devido a problemas com os prazos, uma vez que, ele refere essa preocupação no seu diário de bordo (segmento que se encontra no final de cada volume). É que até alguns dos desenhos me parecem pouco trabalhados. Quanto à história, perde-se em combates e a resolução acaba por surgir de forma repentina. No fundo é apenas um final para a maioria das personagens, deixando em aberto o início da prometida revolução que fica nas mãos do jovem Yatilla. Se ele sucedeu é algo que provavelmente nunca saberemos, mas quanto a mim, gosto de pensar que sim.

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Desculpa, mas o final da estória é uma merd@... tanto o é que a publicação japonesa tem um final diferente! A editora assim o exigiu!
Essa série é aquilo que considero um verdadeiro "ora bolas..."! Promete, dá, é bom... e borra tudo nas últimas 50 páginas!
:(

Abraço

Loot disse...

lol não tens de me pedir desculpas :P

Uma merda não sei, mas que não cumpre as expectativas isso é. Uma pessoa a dada altura já está a ver aquilo acabar mal pois estamos a poucas páginas do fim e ainda falta tanto...:S
Acho que foi mesmo da pressa, o autor lá nas notas finais do livro até diz que na altura cortou o dedo do pé lol.

Esse final japonês já me tinhas falado dele, gostava de espreitar isso.