sábado, julho 13, 2013

O que ando a ler de BD Norte-Americana actual

Depois de ter falado do que ando a ler no campo dos "Super-Heróis" actualmente, chega a vez de falar de outros géneros (bem há aqui um que ainda entra no campo do Super). Porque há muito mais vida além dos Super-Heróis na indústria norte-americana de comics e que vale a pena conhecer.

Sou um grande apreciador de muitas das histórias editadas do outro lado do oceano, mas normalmente conheço-as posteriormente comprando as compilações, é mais fácil acertar no que vale realmente a pena assim. Desta vez estou a tentar estar mais a par do que se faz na actualidade e talvez consiga ter uma bela série para coleccionar em formato comic.

Como a ficção espelha muitas vezes a realidade, tem-se notado muito em algum material novo o quanto a actual crise económica tem influenciado o trabalho dos autores, sem mencionar um que é todo ele direccionado para nos alertar sobre o assunto, mas já lá vou.





 Occupy Comics


Em 2012 vimos nascer uma nova editora de BD norte-americana intitulada "Black Mask" que foi fundada pelos autores de BD Matt Pizzolo e Steve Niles, e pelo músico dos "Bad Religion" Brett Gurewitz. Esta editora surge da necessidade em criar uma editora que publique comics mais transgressivos e que apoie mais os seus criadores. Um dos seus títulos que nasceu do apoio na plataforma do "Kickstarter" foi esta antologia "Occupy Comics" que será composta por três números. Nesta antologia juntaram-se muitos nomes de referência na indústria da BD, nomeadamente Alan Moore (que assinala um extenso artigo sobre a história da BD), Art Spiegelman, David Lloyd, Ben Templesmith, J. M. DeMatteis, entre tantos outros. 


A antologia é criada por causa do movimento "Occupy Wall Street" e por isso mesmo todos os lucros revertam a favor de movimentos "Occupy".  Para Matt Pizzolo este era um projecto que fazia todo o sentido uma vez que o movimento "Occupy" está associado a uma estética artística, tendo começado com a imagem de uma bailarina em cima do touro de Wall Street com protestantes no fundo. Também o grupo "Anonymous" pegou na máscara de Guy Fawkes popularizada por "V For Vendetta" como imagem de marca. A força da simbologia desta máscara tem-se tornado tão grande que não será certamente estranho vê-la surgir várias vezes na antologia, seja em histórias ou ilustrações. A ilustração de David Lloyd onde a personagem V toureia o touro de Wall Street, foi uma das imagens de marca desta nova antologia, por exemplo, mas saliento também a belíssima ilustração da máscara por David Mack no #2 (ver acima). De momento já saíram dois números e mantenho a minha satisfação e apreço por esta antologia. Há aqui ilustrações de topo e algumas histórias emocionantes (lembro-me daquela sobre o furacão Sandy), bem como artigos de grande qualidade, como já referi um deles é de Alan Moore que como sempre assinala aqui um trabalho hercúleo e soberbo. Os lucros também são todos revertidos para ajudar acções relacionadas com o movimento "Occupy".





East of West






This is the world. It is not the one we wanted, but it is the one we deserved. The Four Horsemen of the Apocalypse roam the Earth, signaling the End Times for humanity, and our best hope for life, lies in Death.

Como não ficar entusiasmado com uma premissa destas? Além do mais tem o nome de Jonathan Hickman no argumento, um autor cada vez mais elogiado, por isso decidi arriscar e seguir a série. Há uma profecia antiga cuja hora parece ter chegado, onde os quatro cavaleiros do Apocalipse irão emergir da terra para consumir o mundo. É esta a cena com que nos deparamos nas primeiras páginas, o "levantar" de Guerra, Peste e Fome. Mas algo está errado, falta um... Parece que Morte tem outros planos e já "acordou" primeiro dirigindo-se neste preciso momento até ao Presidente dos Estados Unidos... para o matar.


Em "East of West" estamos perante um futuro diferente daquele que iremos conhecer, a dada altura o caminho que a América seguiu na guerra civil foi diferente, criando hoje (2064) um país muito distinto e governado por sete nações distintas. O que Hickman nos apresenta são várias peças de um puzzle que vamos juntando à medida que avançamos na narrativa. Parece que os cavaleiros do Apocalipse já foram humanos em tempos e que a Morte busca a sua vingança pelo que lhe fizeram a si e à sua familia. Ainda falta descobrir muita coisa e nesse sentido estes textos são mesmo mais apresentações do que apreciações.

De qualquer das formas com três números já disponíveis, "East of West" está a ser bastante entusiasmante e divertido. Nick Dragotta está a cargo do desenho e Frabk Martin da cor, uma parceria que resulta muito bem. Já todos vimos muita coisa sobre os Cavaleiros, mas nunca neste estilo e registo, "East of West" é um western futurista com uma mitologia que promete ser forte. Vale a pena espreitar.

Este livro é da "Image Comics" e é de salientar a qualidade do papel, aqui sim até faz sentido o preço ter chegado aos 3,5 dólares por comic.





Polarity




Esta mini-série de quatro números, editada pelo "BOOM Comics" chamou-me a atenção por ter Jorge Coelho no desenho (entrevista ao autor aqui). Max Bemis teve aqui uma ideia bem interessante e que mostra que há ainda novas formas de explorar o mito do Super-Herói. Imaginem alguém que sofre de bipolaridade descobrir que afinal tem super-poderes quando deixa de tomar os seus medicamentos? A ideia que tenho - e vem muito do "Six Feet Under" - é que mesmo sob medicação a vida de alguém que sofre desta condição é muito complicada, sentindo-se muitas vezes amarrado psicologicamente, culpa dos medicamentos que para pararem determinados aspectos da nossa psique, param outros também. Este libertar mental para o protagonista assume ainda proporções maiores aqui. No segundo número, contudo, já achei que o autor enveredou por caminhos mais comuns e que a psique do protagonista podia ter sido mais bem explorada, mas a um título do fim, parece-me uma aposta divertida e com uns desenhos fantásticos de Coelho que só por isso já vale a pena.






Jupiter's Legacy



Gosto do que li de Mark Millar e já falei dos seus "Ultimates" por aqui, uma abordagem moderna e cativante aos "Avengers". Contudo, aqui o grande factor que me levou a comprar "Jupiter's Legacy" prende-se com o desenhador, Frank Quitely que é de certa forma um herdeiro de Moebius, logo, um dos grandes desenhadores de BD do mundo. O gosto em querer ter algo dele em comic foi o factor decisivo. Há semelhança de "East of West" também aqui temos um desvio na História de um país. Durante a grande depressão Americana um grupo de Americanos preocupados partem em busca de uma ilha mística, encontrando-a (alguém espirrou "Lost"?). Millar não perde tempo a descrever-nos a mitologia por detrás desta ilha (nem me parece que o fará), usando-a apenas como um dispositivo narrativo (estou a tentar traduzir plot device) a fim de justificar porque este grupo de exploradores regressa de lá com super-poderes para salvar o sonho americano.

A partir desta curta intro damos um salto para o futuro. Estes heróis fazem parte integrante da actualidade Americana, tendo-a salvo de tempos negros e continuando o seu trabalho em defesa do sonho. Mais velhos, muitos deles têm agora descendência, uma descendência que por ter crescido neste meio e com super-poderes, parece ter-se tornado arrogante, desligada e irresponsável. Pelo menos é assim que são apresentados os filhos de Utopian - o líder da expedição.

Em tempos de nova crise económica, alguns heróis questionam até onde devem ajudar os governos. Utopian tem o pensamento tradicionalista do Super-Herói, ou seja, que está aqui para ajudar o povo e não para se intrometer em questões governamentais. Dito de uma forma geral, é um facto que no Universo dos Super-Heróis estes basicamente contribuem apenas para o mundo não ficar pior salvando-o da destruição. Mas questões como o combate à fome e às doenças, a corrupção, entre outros assuntos são trabalho para o homem comum. Neste universo Millar parece que irá enveredar por este caminho como o mostra no choque de opiniões distintas entre Utopian e o seu irmão, o qual acredita que o papel dos "Super-Heróis" deve ir mais além e por isso mesmo preparou uma série de tácticas para combater a actual crise económica. Contra a opinião de Utopian prepara-se para a apresentar ao governo dos Estados Unidos.

É precisamente esta linha de argumento que mais me interessou em "Jupiter's Legacy" ver até onde o papel de alguém com poderes pode ir e o quão perigoso também pode ser. Isto lembra-me que ando a ler "Marshall Law" e é fabuloso, mas sobre este falarei posteriormente.





The Crow: Curare






Após o regresso de James O’Barr ao título que lhe deu sucesso, “The Crow”, em “Skinning the Wolves”, parece que o autor lhe tomou o gosto voltando assim com mais uma mini-série de três números para a IDW sobre mais uma história de vingança dentro deste mundo. Como gosto do estilo negro de O’Barr e da mitologia do Corvo fiquei  curioso quando soube do seu regresso e segui-o em “Skinning the Wolves”. Trata-se de uma história bastante curta, sobre um injustiçado (foram tantos) que foi assassinado num campo de concentração durante a segunda guerra. Em três números dificilmente teriámos uma história que desse para grandes desenvolvimentos, ainda assim este curto conto negro de tragédia tinha um número pormenores suficientes para o fazerem interessante além do seu maior trunfo que é a vingança em si. Desta vez o regresso neste “Curare” volta a ser de três números, ou seja, mais uma curta - mas esperemos que intensa – história de tragédia e vingança.

A primeira coisa que salta à vista é que desta vez O’Barr usou uma criança para ser trazida de volta pelo Corvo e que talvez por causa disso mesmo precise de ajuda na sua missão, apelando ao detective encarregue do seu caso, Joe Salk - cuja vida pessoal está pelas ruas da amargura devido à sua profissão. Gostei do tom negro da história onde os desenhos de Antoine Dodé funcionam muito bem a transmitir uma atmosfera melancólica e perturbada. Novamente a violência é um ponto central destas histórias e não é nada descurada, além do próprio crime principal, a história que o detective conta, durante o pequeno-almoço, à sua mulher é, bastante intensa e é um bom exemplo das razões porque o seu casamento entrou numa espiral de descendência. Para quem é fã do género acho que tem aqui uma boa opção a experimentar. Por enquanto ainda só saiu um número.









Lazarus


Para terminar falo de mais uma aventura na "Image Comics" de Greg Rucka (argumento) e Michael Lark (desenho). Esta é mais uma deambulação por um futuro distópico onde Rucka - inspirado pela crise actual - decidiu tornar o 1% de riqueza, em 0,00001%, ou seja, estamos perante um mundo ainda mais severo onde os mantimentos são poder e esse poder pertence apenas a um mísero número de familia. Isto é bem notório logo nas primeiras páginas em que um grupo de pessoas arromba uma casa para roubar apenas comida. 

Cada familia escolhe um dos seus membros para ser o seu protector, para ser o seu "Lazarus", alguém que recebe toda a potencialidade da tecnologia de ponta para se tornar numa máquina de guerra. A nossa protagonista, chamada Forever, é o Lazarus da familia Carlyle, que há semelhança do Lazarus biblico, também "ressuscita" após um ataque dos "bandidos" mencionados acima. Forever cumpre na perfeição o seu papel, mas claramente o que isso representa está cada vez mais a afectá-la. Ela não nasceu para matar esfomeados e perseguir inocentes e é uma clara questão de tempo até Forever se revoltar contra a sua família.

Gostei do estilo de Lark, da escrita de Rucka e apesar de o tema não ser nada de novo, gostei bastante da forma como estão a desenvolver nesta história. Ainda só temos um #1, mas é um #1 promissor. No final temos um texto de Rucka onde nos fala sobre o processo de criação de "Lazarus" onde tem algumas histórias interessantes como aquele em que recorreu à ajuda do grande Warren Ellis para lidar com as questões de ficção-científica. Vale a pena espreitar.

sexta-feira, julho 12, 2013

Sigur Rós - Kveikur



Conheci-os com "Ágætis Byrjun" um álbum incrível a todos os níveis, não só pela qualidade da música, mas porque era realmente um produto diferente, fresco e inovador. Uma voz gélida que se entranhava dentro do nosso corpo de uma forma nunca antes sentida. Seguiu-se a descoberta do anterior - e maioritariamente instrumental - "Von" e posteriormente o terceiro tomo "()". Este trio de álbuns consolidou e fortificou a minha opinião que estávamos perante uma das bandas ímpares da altura e que deixaria uma forte marca na História da música. Agora que me lembro também comprei o EP "Ba Ba Ti Ki Di Do", basicamente tudo que via deles à venda comprava. Por esta altura vi-os ao vivo no coliseu, foi, sem dúvida, um dos primeiros grandes concertos da minha vida, já lá vão cerca de 10 anos.

Depois veio "Takk", até tenho dois álbuns deste, porque da 1º vez não comprei a edição limitada - tamanho era o vício. Mais um forte álbum da banda que apenas me parecia não estar a desbravar novos caminhos, mas cuja qualidade se mantinha inegável. Do "Með suð í eyrum við spilum endalaust" lembro-me menos bem, apenas que trazia uns "Sigur Rós" mais alegres e com influências folk. Tenho ideia que foi o álbum que menos me entusiasmou, mas tal não quer dizer que não seja mais uma peça de grande qualidade - está a precisar de nova audição. Aliás não me recordo de nunca de ter ouvido um mau álbum destes rapazes.

Vergonhosamente deixei passar o "Valtari" que saiu o ano passado, sinto que estive um pouco desatento da carreira deles, talvez por terem estado alguns anos parados, ou por achar que estavam a cair no mesmo registo. Tenho de ouvi-lo rapidamente.

De qualquer das formas não perdi tempo a comprar "Kveikur", o mais recente longa duração de "Sigur Rós", e de onde esta canção é retirada (ver vídeo abaixo). Excelente compra, de um formidável regresso destes rapazes da terra do gelo. É claramente um regresso distinto, nota-se mais uma mudança de percurso na banda com uma sonoridade mais dinâmica como, talvez, nunca lhes tenhamos ouvido. Vem em alguma oposição aos sons mais etéreos dos últimos trabalhos que lhes ouvi e resulta maravilhosamente.

É claro que uma banda pode compor sempre o mesmo estilo e ser uma banda de topo, mas a título pessoal entusiasma-me muito quando os músicos não se prendem a determinados sons, adoro isto, adoro os "Sigur Rós" e basicamente era só isso que queria dizer.

 


quinta-feira, julho 11, 2013

DC Comics "Novos 52": Trocas e Baldrocas

Neste post tinha referido quais os comics dos "Novos 52" que estava a seguir. A ideia de ter uma colecção contínua de algumas destas personagens clássicas era apelativa, mas com o preço actual dos comics é complicado, principalmente quando alguns destes não estavam a render em termos de histórias. Chegado ao número #20 tive de fazer umas alterações. Não acabei foi por poupar assim tanto porque mal cancelei uns substitui-os por outros. Aqui ficam umas muito breves apreciações.



Justice League



Falei dos primeiros seis números aqui. Após um início engraçado a JL continuou o seu precurso de consolidação enquanto "a" equipa de Super-Heróis da Terra. Como qualquer família começou a ter problemas e divergências internas o que levou à saída de Hal Jordan. Temos também uma aparição do Green Arrow que tenta em vão juntar-se à equipa e o início do romance entre Superman e Wonder Woman. Porém, chegaria o tempo em que a Liga necessitaria de começar a ramificar-se (ler "Justice League of America") e o Green Arrow acabaria por ser chamado. Por falar em ramificação parece que o Marciano está de regresso também, mas não no núcleo principal. Ainda assim recentemente fez uma aparição onde derrotou violentamente Despero, mostrando que quando o escrevem bem o Marciano é das criaturas mais temíveis do Universo DC. De uma forma geral o título entretém, mas sem grandes deslumbramentos. A saga do Trono de Atlantis prometia mas como era necessário comprar outors comics para a seguir, tornou isto numa chulice ainda maior. Dito isto é um título de momento dispensável, que ainda mantenho porque no fim tinha sempre algumas páginas sobre o Shazam (que me esqueci vergonhosamente de mencionar no meu texto sobre a JL). Já que estava a ler a nova origem do Shazam queria chegar até ao fim, algo que aconteceu no mês passado, onde a "JL #21" lhe foi dedicado.É um início diferente este de Billy Batson e não sendo um grande conhecedor da personagem sempre achei alguma graça ao vilão Black Adam. Como vem aí agora a saga "Trinity Wars" vou manter o título, mas penso que por pouco tempo, já me cheira a cancelamento. Em relação à equipa criativa Geoff Johns tem-se mantido constante no argumento, mas Jim Lee chegou a ser substituído a dada altura, por exemplo, por Ivan Reis, entre outro ou outros.

Veredicto final:  ...em espera... a tender para o futuro cancelamento.





Superman




Deste falei aqui. Mantenho a opinião de que destes todos o "Superman" é dos títulos mais fracos senão mesmo o mais fraco. Mas nem tudo é mau, houve aqui boas ideias, como o foco que se deu à imprensa sensacionalista e "cor-de-rosa" da actualidade e como isso levou o Clark Kent a despedir-se do Daily Planet. Os tempos mudaram, o digital veio para ficar e isso passa bem no comic, mas não é suficiente para me fazer continuar a lê-lo, é pena porque é das poucas que mantém o antigo preço. Destes primeiros 20 números saliento a passagem de Helspont, uma personagem do universo Wildstorm que agora foi inserida no dos "Novos 52" e que já se afirmou como vilão do Super. O confronto entre estes dois promete regressar em peso e é algo que gostava de ver. De resto tivemos também mais uma saga que se espalha por outros comics, a saga de H'El com o título sugestivo de "H'El on Earth", aqui o melhor foi mesmo a visita de Superman e Superboy à prisão para ver Lex "the man" Luthor.
Dito isto já perceberam que foi um dos que levou com o machado. Este deve ser o título que masi vezes mudou de equipa criativa, o que também quer dizer qualquer coisa.

Veredicto final: Cancelado.





Action Comics




Deste grupo o "Action Comics" foi o meu segundo título predilecto e seria para continuar caso Grant Morrison não tivesse saído do leme. Adoro a forma como o Morrison escreve o Super/Clark e o Lex Luthor. Aquela cena em que Luthor ajuda o Superman porque se alguém o matará tem de ser ele, espelha muito bem a relação entre estes dois. De resto tivemos ainda uma passagem por Brainiac e na recta final visitas desses seres místicos da 5º dimensão cujos nomes são mesmo dificeis de pronunciar, mas há quem o consiga. Parece-me justo dizer que "Action Comics" começou melhor do que terminou, talvez porque Morrison teve de arrumar as malas à pressa e começar a desenvolver as histórias a outro ritmo. Ainda assim foi desta primeira leva de comics dos que valeu mais a pena, ele é um autor que gosta de mergulhar a fundo na mitologia dos heróis com resultados por vezes bem interessantes - apesar de já ter escrito um "Superman" muito mais emocionante (ver All-Star Superman). Já agora convém mencionar que Rags Morales saiu com Morrison do título. Os títulos seguintes já se mostraram imediatamente menos inspirados e por isso...

Veredicto: Cancelado.



Detective Comics



Tony S. Daniels assinalou um primeiro número que captou a atenção de todos quando nos deixou no último painel a face do Joker colada na parede. Um momento tenebroso e surpreendente, mas do qual Daniels nunca viria a colher os seus frutos. O enredo do Joker seria algo para ser usado no futuro, mas não seria por ele (e ainda bem), que seria afastado do título. Em termos de desenho foi fantástico, mas os argumentos eram medianos/fracos, parece-me que nesse campo ainda está a começar e acredito que venha a melhorar no futuro. Entram assim John Layman no argumento e Jason Fabok e Andy Clarke na arte, mas mesmo assim a dupla trouxe pouca vida a "Detective Comics". O arco do "Emperor Penguin" teve o seu interesse por vermos um novo vilão emergir, mas terminou abruptamente deixando um sabor amargo no final. Também houve momentos engraçados quando em "Batman" decorria "A Death of the Family", ou seja, para quem gosta de Batman estas histórias lêem-se sempre relativamente bem, mas não valem o tempo nem o dinheiro. Pelo especial #0 (que saiu um ano depois do #1) ainda tivemos a colaboração de Gregg Hurwitz no argumento com Tony S. Daniels, que juntos visitaram um episódio do treino de Bruce Wayne para se tornar no Batman. Seria interessante ver mais destes dois juntos, pois como já referi se Daniels não é um grande argumentista do Morcego é um grande desenhador. Já Hurwitz, apesar de não ter lido o seu "Dark Knight" li o seu "Penguin Pain e Prejudice" e aconselho. No #19 houve uma edição muito especial por corresponder à #900 caso os "Novos 52" nunca tivessem acontecido. Mas é uma edição demasiado cara para o que trouxe, pois o aumento das páginas não correspondeu a aumento de qualidade.

Veredícto: Cancelado




Batman



Suponho que um dos sinais indicativos de que uma série está a correr bem é quando a equipa criativa não muda. Scott Snyder (argumento) e Greg Cappullo (desenho) mantêm-se unidos desde o #1 e assim esperemos que continue por muito tempo. Depois do fantástico arco "The Court of Owls" seguiu-se a vez de "Death of The Family", o regresso do Joker. Afinal seriam Snyder e Capullo a desenvolver o conceito que Tony S. Daniels criou no Detective Comics #1. O regresso do palhaço do crime foi um como nunca antes o vimos, não só a sua face estava agora presa por molas na cara como regressa ainda mais tenebroso, até Harley Quinn treme na sua presença. Podemos dizer que para o Joker algo está podre no reino de Gotham City e ele como o fiél Bobo do Rei Batman precisa mostrar-lhe o quanto este se perdeu na sua demandada. No final o título ganha todo o sentido, isto não é uma história sobre a morte de um familiar mas antes sobre a morte da familia. Ficou a sensação de que os autores poderiam ter ido mais longe, mas provavelmente não os deixariam mesmo se quisessem. Ainda asism temos aqui grandes diálogos uma excelente exploração da relação Batman/Joker e uma arte fantástica de Capullo que cada vez mais se tem consolidado como mais um dos grandes desenhadores do universo Batman. O único ponto negativo a apontar a esta dupla, são as curtas histórias que existem enquanto eles não enveredam por um novo arco mais longo e desenvolvido. Agora após o desaparecimento de Joker, Snyder e Capullo irão mergulhar na origem do Morcego, que dos principais nos "Novos 52" deve ser o único cuja origem ainda não foi revelada. O "Earth One" é uma visão alternativa e não conta (ainda bem). O #0 já tinha sido uma espécie de aperitivo avisando que este seria um caminho a seguir no futuro, futuro esse que nos chega finalmente em Batman #21 e que conta com o nome: "Zero Year". Ainda só com um número é dificil comentar, Snyder gosta de contar as coisas com calma e de as ter bem desenvolvidas, mas estou confiante. De salientar também as capas, além dos desenhos o próprio design tem sido bem engraçado, na primeira de "Death of The Family", por exemplo, tinhamos uma máscara em cartão do Joker a cobrir a cara do Batman. Já agora esta saga dedicada ao Joker esteve espalhada por mais comics (o costume) mas de uma forma independente do que decorria no arco principal, não obrigando a comprar outros, o que é muito mais do meu agrado.


Veredicto: A continuar.







Durante este tempo também já tive tempo de espreitar "Stormwatch" e "I Vampire", enquanto guardo outros títulos para após ter terminado material mais antigo dessas personagens, tais como "Swamp Thing", "Animal Man", "Green Lantern" e "Flash".
Quanto aos novos comics que comecei a comprar deste Universo foram estes dois:



Superman Unchained



Preferia o primeiro nome anunciado para esta série: "Man of Steel", mas não se pode ter tudo. Decidi substituir o "Superman" por este porque é da dupla Scott Snyder e Jim Lee. Além do mais Snyder disse numa entrevista que se só tivesse oportunidade de escrever uma história do Super seria esta. Ora tendo em conta que é um argumentista que ando a gostar bastante, depois de saber isto mais reforço a ideia de que pelo menos o 1º arco de "Unchained" vai valer a pena. O #1 já saiu e como referi em "Batman" é ainda muito cedo para o comentar em termos de história, mas gostei da forma como vai envolver o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki na altura da segunda Guerra. Parece que o que aconteceu nesse dia não foi exactamente o que vem descrito nos livros da História e o Super está prestes a descobri-lo. Em termos de desenho é mais do que o Jim Lee nos tem habituado, há quem adore, há quem abomine, eu acho que combina muito bem com o universo dos Super-Heróis especialmente com o do Superman. Porém, já ouvi dizer que Lee já foi melhor do que é hoje, tenho de conhecer mais da sua carreira para trás, de momento só me lembro dos seus "X-Men" com o Claremont. Neste #1 colocaram um poster a dada altura, que é engraçado e tal não fosse o aumento do preço...





Batman/Superman



Apesar de haverem vários heróis que se conhecem, que trabalham juntos e que até desenvolvem laços de amizade, há sempre aqueles que criam laços mais fortes com uns dos que com outros. Tal é o caso do Hal Jordan com o Barry Allen ou com o Oliver Queen e, pois claro, do Clark Kent com o Bruce Wayne. A amizade entre os dois heróis mais icónicos da DC Comics é uma das que mais aprecio. Enquanto um simboliza a luz outro simboliza as trevas, são ambos muito distintos na forma de agir sobre o mundo, mas são ambos dois dos melhores heróis, a fazerem o melhor que podem, e que se respeitam mutuamente. Existe um número muito - mesmo muito - reduzido de pessoas em que Batman confia, Superman é uma delas. E não haverá também muitos a quem Kal-El quissesse entregar um anel com Kryptonite, para o caso de ele um dia constituir uma ameaça - Batman recebeu esse anel de Superman. Mas mesmo gostando da relação deles, por questões monetárias não ia adquirir esta história, até que vi o nome de Jae Lee como um dos envolvidos. Conheci os seus desenhos com o seu Ozymandias em "Before Watchmen" e fiquei fascinado. Adoro o traço, o storytelling, a cor, enfim, tudo. E quando vi a capa não tive dúvidas, tinha de ter isto. Por este primeiro número não estou nada arrependido, a história de Greg Pak promete e o desenho de Lee é aquilo a que ele nos tem habituado, bestial. A dada altura o desenho passa para o cargo de Ben Oliver, mas faz sentido na história e até acho que funciona bem. A hitória aborda a primeira vez que estes dois heróis travam conhecimento um com o outro, neste novo universo da DC. Muitos pensavam que tal tinha sido no #1 da Justice League... mas não.


E da DC é tudo (e já é muito). Num próximo post falarei das séries e mini-séries actuais que ando a seguir na Image, IDW e BOOM Comics.

quarta-feira, julho 10, 2013

Central Comics-Con


O Hugo Jesus tem tido uma série de iniciativas ligadas à BD, sendo uma das mais conhecidas os prémios "Central Comics" que este ano comemoram a sua 11º edição. Desta vez Hugo Jesus associou a entrega dos prémios a um festival - não só - de BD e temos o "Central Comics-Con". É bom ver um regresso em força da BD ao Porto e desejo que estes regressos sejam para manter.

O festival irá decorrer já neste fim-de-semana no Hard Club. O programa e convidados podem ser consultados aqui. O poster é da autoria de Manuel Morgado.

Novas colecções com os jornais: Os Novos Maias e Heróis DC




Jornal Expresso: Os Maias I & II

A partir de Sábado, 13 de Julho, o jornal "Expresso" irá iniciar a sua colecção dos "Maias". Trata-se de uma colecção muito particular de uma das obras mais aclamadas da literatura portuguesa e que comemora 125 anos. A título de curiosidade os "Maias" foram editados no preciso ano em que nasce Fernando Pessoa.

Contudo, a colecção não se fica por aqui, além da edição do clássico de Eça de Queiróz, o "Expresso" desafiou alguns dos autores mais aclamados da actualidade nacional para darem continuidade a esta história, apelidada: "Os Novos Maias". José Luís Peixoto, José Eduardo Agualusa, Mário Zambujal, José Rentes de Carvalho, Gonçalo M. Tavares e Clara Ferreira Alves foram os autores convidados e que irão escrever a partir do momento final do livro, continuando a sua história até à fundação do "Expresso".

É realmente um senhor desafio, mexer num livro como este a fim de lhe dar uma sequela e que certamente levantará vozes de discórdia. Como em tudo na vida, não há nada como conhecer, a colecção é gratuita com a compra do Jornal e além destes livros ainda contará com um livro de estudo sobre esta obra de Eça de Queiróz. Logo só pelo livro original e pelo de estudo já me parece que a colecção vale a pena. De resto, e tendo em conta os nomes envolvidos, estou curioso para ver como vão pegar na história, até porque adoro a cena final dos "Maias". Mas no pior dos casos, o máximo que pode acontecer é estes "Novos Maias" cairem no limbo do esquecimento onde estão pérolas como as sequelas de "Psycho" - que eu nunca vi - entre muitas outras coisas.

Sobre a colecção podem ler aqui.





Jornal Público: Heróis DC



A Levoir está de regresso ao universo do Super-Heróis. Depois de duas colecções dedicadas à Marvel, chegou a vez da DC Comics. Por questões económicas e por ter mais livros da DC que da Marvel, esta vou deixar passar, mas fica o aviso para quem puder estar interessado, pois a colecção começa já amanhã.
Numa curta apreciação saliento de entre o material clássico a "Crise Nas Terras Infinitas", "A inocência Perdida", Batman com a "Saga de Ra's Al Ghul" e "Outros Mundos" e a "The Killing Joke" inserida no volume do Joker. Na parte do moderno destaco novamente a outra história inserida em "Joker" e que tem precisamente esse nome, bem como, "Liga da Justiça: Terra 2", "A Crise de Identidade" e o da "Batwoman" (que não li mas todos falam maravilhas). Alguns não tenho bem a certeza de todas as histórias que irão englobar, mas de uma forma geral em termos de material há aqui muita coisa boa e interessante. Como é comum neste tipo de colecções todos nós temos os nossos gostos e gostaríamos de ver livros aqui que não entraram, mas em adição também não será fácil cehgar a acordos neste tipo de situações.
Em seguida deixo uma imagem com alguma informação sobre todos os livros da colecção:


terça-feira, julho 09, 2013

Man of Steel




SPOILERS


Quando os trailers de “Man of Steel” começaram a emergir, previa-se uma abordagem épica e, acima de tudo, inspiradora ao primeiro Super-Herói da História dos comics. Um amigo meu alertou que os trailers dos filmes do Zach Snyder parecem sempre antecipar grandeza, ou seja, é melhor não depositar demasiadas esperanças nessas curtas amostras… ele tinha razão.



PARTE 1: A PERSONAGEM




Vou começar por falar da abordagem à personagem, antes de discutir o filme em si. Kal-El, Clark Kent, ou Superman, é uma personagem que comemora 75 anos de existência este ano. Estamos perante um dos maiores ícones da cultura popular e uma das maiores referências da BD. A prova disso é que passados 75 anos a personagem continua a ser publicada todos os meses e em mais do que um comic - para o bem e para o mal. Seria ingénuo pensar que durante estes 75 anos o Super-Homem sempre foi escrito da mesma forma. A personagem foi adaptando-se aos seus tempos e determinados aspectos foram sendo alterados na sua vida, dando por vezes uma maior robustez ao universo da personagem, um desses exemplos é a história por detrás do seu símbolo. Quando Jerry Siegel e Joe Shuster criaram o herói, o "S" que tinha ao peito era, obviamente, de Superman. Posteriormente no filme de Donner tornaram esse o símbolo da casa "El" assim permanecendo até hoje. Em 86 na história "The Man Of Steel" o símbolo tem origem numa tribo Índia representando uma cobra, símbolo de poderes curativos, esta seria uma abordagem descartada. Mais recentemente Mark Waid em "Superman: Birthright" diz que o símbolo da casa "El" simboliza a esperança, característica usada neste novo filme.

Quando falamos da adaptação de uma personagem destas é preciso ter em conta de que fase (ou fases) estamos a falar. No caso de Richard Donner o Super-Homem (1978) adaptado é claramente uma versão antes da saga "Crisis on Infinite Earths" (1985-86), uma vez que estamos perante a versão mais poderosa da personagem, um ser quase omnipotente capaz de mudar a órbita da Terra e voltar atrás no tempo. Esta versão é, actualmente,  datada uma vez que a personagem sofreu um severo decréscimo nos seus poderes desde os anos 80 a fim de revitalizar as suas vendas, tendo assim ficado até agora. Normalmente esta versão mais poderosa de Superman é apelidada pelos fãs de "Superman Pre-Crisis" a fim de distingui-la da mais actual. Aproveito para fazer um aparte e salientar que na nova colecção da Levoir e do Jornal Público referente aos "Heróis DC", a "Crisis on Infinite Earths" será publicada.

Em finais de 2010, a DC sofreu mais um reboot, conhecido pelos "Novos 52" e onde uma nova versão do Super regressou, a versão que se tornou conhecida por ter perdido as cuecas vermelhas (além disso o seu fato também ganhou um tom maior de armadura). Será justo admitir que David S. Goyer e Christopher Nolan se aproximaram de uma versão mais moderna da personagem neste filme, inspirando-se nas BD's de Mark Waid e talvez nas dos "Novos 52", entre outras. Se já em Batman os acusaram de se afastarem do universo da "BD" a verdade é que tal não está mais incorrecto, a questão prende-se mais a que "BD's" é que foram "beber"?

Mesmo assim muitos leitores de "Superman" deverão ter ficado, como eu, surpreendidos com algumas escolhas artísticas, porque pura e simplesmente este não era o Super que conhecíamos. Por muito que Kal-El tenha sido escrito de forma diferente ao longo dos anos há determinadas filosofias de vida que se mantêm e fazem da personagem aquilo que ela é. E se deve haver liberdade numa adaptação até que ponto deverá haver liberdade para mexer na personalidade das personagens? Sem determinadas características o Superman passa a ser simplesmente outro herói. Veja-se por exemplo o caso de Perry Whyte, se tivermos em conta a sua personalidade na BD, dificilmente o vejo a usar um brinco, ou seja, o Perry White de Lawrence Fishburne é uma boa personagem que funciona no filme, mas não é o Perry White da BD. Tinha de ser? Provavelmente não, mas quando a questão é colocada ao protagonista a situação complicae gera maior discussão.

O "Superman" é na BD o herói mais inspirador, ele é a luz quando o Batman é a sombra. Até a fonte do seu poder é proveniente da luz, do Sol. Ele não cobre a sua face, ele actua de dia; ele não salva uma cidade, ele salva o mundo. Ele é o espírito da justiça e da bondade e por mais acarinhado que seja na Terra, parte dele estará sempre sozinha (ou até chegar a prima e a pequena cidade de Kandor). Sempre me senti mais atraído pelos heróis mais negros e sempre adorei ler os anti-heróis, contudo, sempre tive um imenso respeito e consideração pelos cavaleiros da luz, pelos puros de coração cujas escolhas são por vezes, se não sempre, as mais difíceis. Podemos divertir-nos muito mais a ler os outros, mas ao final do dia, é à imagem dos bons que nos devíamos moldar.

Dito isto, o Superman não é vingativo, o Superman nunca deixaria morrer o pai se pudesse preveni-lo, o Superman tentará sempre proteger aqueles que o rodeiam tentando afastar a destruição dos grandes locais populados e o Superman nunca matará. E ao mesmo tempo nada disto é inédito na BD também - excepto a cena do pai. Superman já matou, nos anos 80, uma versão alternativa de Zod (penso que em "Superman Vol.2 #22") e posteriormente Doomsday em "The Death of Superman", apesar de neste último acabar por morrer no processo. A título pessoal, o que mais me incomodou na cena final não foi o resultado mas antes o desenvolvimento. Era preciso sentirmos mais, era preciso incomodarmos-nos como o dilema moral do Super e era preciso partilhar da sua dor, da sua falha. Snyder já argumentou a importância da morte de Zod para justificar poque o Super não mata no futuro, uma razão que discordo, pois não precisamos de experimentar tudo para nos definir a não seguir esse caminho.

De qualquer das formas, não me parece que Nolan e Goyer se estejam a afastar da noção do herói puro que é Kal-El, mas antes a dar-lhe um desenvolvimento diferente até ele chegar a esse ponto. Percebe-se por exemplo a importância da morte de Jonathan Kent, se tivermos em conta o caminho que o argumento quer seguir. Há coisas mais importantes que uma vida e Jonathan Kent não é um homem só de palavras estando disposto a prova-lo nas suas acções. Mesmo assim não gostei da cena em si e de como foi executada, além disso não me parece que seria aquele salvamento durante um tornado que iria revelar ao mundo a existência de um alienígena e as repercussões que isso teria, mas é o que temos, um foco grande na futura revelação de Superman e o momento em que a humanidade estará pronta para receber essa notícia... que basicamente é quando se aproxima da extinção. Só quando a corda aperta é que os corações se abrem.

Mesmo que não partilhe do entusiasmo desta nova abordagem, posso aceitar a ideia dos autores e apreciar o filme enquanto peça cinematográfica. Nesse sentido mesmo quando as adaptações não são fiéis ao material de origem, se o produto final resultar, se o filme for bom, as coisas tendem até a ser perdoadas, claro que cada caso é um caso. Mas deixemos Kal-El em paz e abordemos o filme em seguida.





PARTE II: O FILME 




No que toca aos filmes, é mais do que natural haver uma abordagem diferente das anteriores quando falamos em adaptar material que já o foi previamente. Logo nos primeiros instantes nos deparamos com uma Krypton diferente da de Richard Donner, onde os cristais foram substituídos por grãos de metal. É uma sequência bastante empolgante esta, nem que seja porque nunca antes vimos tanto de Krypton na grande tela. Gostei particularmente do destaque dado a Jor-El, que não deve nada ao filho enquanto personagem. Jor da casa El é um cientista brilhante e um homem igualmente sensato e justo, tudo isso passa através de Russel Crowe.

Contudo, as alterações de Krypton não se prendem apenas com aspectos tecnológicos, a própria mitologia desta espécie foi alterada. Há mais de 300 anos que todos os kryptonianos são cultivados (há semelhança do que se viu em “Matrix”) sendo cada bebé desenvolvido para determinados cargos, eliminando assim o acaso, um caminho que conduz à deterioração de uma espécie em tempos grandiosa. Kal-El tem assim um acréscimo de responsabilidade aos seus ombros, pois é também o primeiro a nascer de forma natural após todos este anos e levará consigo o código genético do seu povo caso algum dia este tenha oportunidade de retornar. De resto sabemos que Jor-El é aquele que descobre primeiro que o seu planeta está condenado, justificando desta vez que tal se deve a uma exploração dos recursos no núcleo do mesmo. Novamente, a voz de Jor-El não é tida muito em conta pelo conselho de Krypton. Curiosamente quem poderia ser o seu maior aliado é o General Zod, mas que opta por uma via de acção bastante diferente e incompatível com as ideias de Jor. Como referi é um início empolgante e agora que reflicto sobre isso, uma das melhores partes do filme.

Daqui saltamos para 33 anos (terrestres) à frente. Kal-El, agora Clark Kent, é único em Krypton (nasceu de forma diferente), é único na Terra (como o pai refere é um deus para nós) e, para não haver dúvidas na intenção, tem a mesma idade com que Cristo morreu, algo a que não resistiram nesta nova divinização da personagem. 33 anos? Mas o que é que ele tem andando a fazer neste tempo todo? No recente "Action Comics" o Super ainda não sabia voar e já andava a pular de prédio em prédio como o activista que é. Pronto já estou a dispersar, é que ter o Grant Morrison como consultor do filme tinha valido a pena.

Em relação à sua infância no Kansas é abordada através de flashbacks, suponho que o filme se tornaria demasiado longo se fosse feito de outra forma e as coisas até funcionaram bem. Ainda assim eu optaria por dar mais atenção a esta parte substituindo-a por alguns dos minutos da segunda metade. De qualquer das formas, contam-nos determinados momentos chave no crescimento de Clark Kent e são suficientes para compreendermos o que a personagem passou e o estado em que se encontra. Ao seguirmos este Clark a vaguear pelo mundo, ajudando incognitamente os que pode, uma coisa que nos salta imediatamente à vista é que estamos perante uma personagem diferente da clássica, como já referi acima, este é um Clark ainda à procura da sua identidade e do seu papel no mundo.

Durante a sua jornada acaba por conhecer as suas origens na mesma altura em que conhece e ajuda Lois Lane que conduzindo uma investigação em busca do seu salvador, acaba por encontra-lo. Lois Lane sabe que Clark Kent é Kal-El, optando-se, nesta nova modernização da personagem, por eliminar a parte em que Lois não reconhece o amor da sua vida através de um par de óculos. Compreende-se a escolha, por mim, nunca me incomodou, é mais uma daquelas situações cartunescas deste universo e que ganhou tamanhã projecção que é completamente aceitável, estamos a falar afinal de contas de malta que usa capa e voa em collants. Mas neste universo mais realista que se tentou criar, parece que era uma opção não viável. Espero que não descartem na sequela o Clark trapalhão que Christopher Reeve interpretou tão bem.

Quando vamos ver um filme de Super-Heróis não esperamos ver um respeito total pelas leis da física, porém, uma vez que em algumas destas novas abordagens a componente "real" parecer ser tão levada em conta, estranho muito cenas como a da sequência final onde se destroem os carros e não as pessoas ao a gravidade do planeta está a ser afectada. Nem vou mencionar o facto da Lois ter morrido pelo menos 10 vezes, aliás só estou a focar isto por causa de toda a atenção, supostamente, científica que parece ser dada ao filme. Nesse sentido "Superman Returns" pareceu ser bem mais atencioso, um filme, aliás, que me parece ter sido bastante injustiçado e cuja maior fraqueza foi uma aproximação demasiado grande ao primeiro filme de Donner e não o facto de ter "pouca acção" como foi acusado. "Superman Returns" com todos os defeitos que pode ter, emociona.

Se a primeira metade de "Man of Steel" funciona relativamente bem, a segunda já nem tanto. É de facto portentoso ver kryptonianos a combater com a tecnologia da actualidade. Estamos a falar de alguns dos seres mais poderosos do Universo, cada soco seu poderia derrubar montanhas e essa força passa na perfeição do grande ecrã para nós. O que não passa tanto é a emoção e quando somos deparados por uma série de sequências destas desprovidas de sentimento, as coisas não correm tão bem. Gosto muito de pancadaria e há cenas realmente muito boas em "Man of Steel" mas desta forma e nesta quantidade, foi impossível não cair na monotonia. Talvez o problema aqui tenha sido o facto de os trailers terem prometido um filme diferente, pois não previam um festival de pancadaria à Michael Bay, mas antes uma abordagem inspiradora sobre o homem que usa um S no peito. E, no fundo é mesmo isso, ter a sensação que se aspirava aqui a algo maior, quando no fim o que mais lhe falta era aquilo que mais procurava nele, alma.

Em termos de realização Snyder sempre me pareceu um excelente profissional e aqui o peso estaria muito mais no argumento, que foi algo insípido, particularmente em alguns dos diálogos. Nesse sentido Snyder fez um bom trabalho, onde curiosamente achei que as sequências de acção evocaram mais o estilo de Nolan que o seu, onde o uso do slow-motion era quase obrigatório. Henry Cavill não deslumbrando tem uma forte presença quando veste o fato e isso é muito importante, mas é pena não ir mais longe. No que toca à grande maioria todos de certa forma cumpriram o seu papel, mas sem grandes destaques. São a excepção os pais de Kal (todos) e Michael Shannon que dá uma boa imagem do seu General Zod, que aqui até se afasta do seu papel de vilão, uma vez que é também ele um produto da sua civilização em queda. Zod no final é mais uma vitima também.

Hans Zimmer faz um bom trabalho, a sua banda sonora adequa-se muito bem ao tom e ritmo do filme. Um tom que não tem ainda espaço para o hino de John Williams (sei que não fará parte destes novos filmes), uma canção que espelha na perfeição aquilo que é o Super-Homem, claro que "esse" Super-Homem apenas fará a sua aparição na sequela (julgo eu), afinal de contas, como muitos o têm apelidado, este é de facto, o "Superman Begins", podia era ter sido um início melhor.

No fim das contas, o que temos aqui é um filme tecnicamente de topo, com alguns belos momentos de história, mas que pecam por escassos. Chegamos ao final e ficamos a saber que foi apenas o início, mas mesmo assim a viagem de Clark Kent até Superman, podia ter sido bem mais empolgante e bem mais inspiradora. Vale a pena ver? Nem por isso, mas se arriscarem façam-no sem grandes expectativas e entusiasmos. Agora vou ali ouvir o tema do John Williamos e já volto.

Quase me esquecia, gostei do pormenor dos camiões da Lexcorp. Uma pista sobre o próximo vilão?

quinta-feira, julho 04, 2013

Fringe - Temporada 5




SPOILERS



Já passou algum tempo desde que terminei finalmente "Fringe", uma série que já deixa saudades. No entanto, "Arrested Development" meteu-se pelo meio e fui adiando este texto.

A 5º temporada é provavelmente a que tem o sabor mais diferente das restantes. Sempre houve uma continuidade nas quatro anteriores, mesmo quando a história sofria grandes alterações e alterava os objectivos. No final da 4º temporada chegamos ao término desse grande arco que envolvia o outro universo paralelo e mesmo não sendo uma temporada soberba como a 3º, a verdade é que nos proporcionou um final bem bom.

Caso houvesse uma luz verde para uma 5º temporada, a equipa antecipou-se colocando na recta final da 4º um episódio que decorria no futuro, onde a filha de Olivia e Peter tentava trazer de volta a equipa original da divisão Fringe, uma vez que estes se colocaram em âmbar. É nesta história que pega a 5º temporada, ou seja, numa posterior invasão por parte dos observadores. Afinal estes seres - cujo nome já não encaixa no perfil - são seres humanos oriundos de uma época muito futura e onde os recursos já foram gastos. Através de tecnologia conseguiram evoluir para um estado elevado de racionalidade, mas às custas das suas emoções. O cérebro não esticava e então em prol de certas funções outras foram eliminadas.

Sendo assim a equipa de September (12 membros, um por cada mês) que estava a viajar no tempo para assistir a momentos marcantes da humanidade, pensava que o estava a fazer para fins puramente académicos, desconhecendo que eram graças aos seus relatórios que uma invasão se preparava. Se o presente dos Observadores é uma desgraça. porque não voltar atrás no tempo para viver melhor? E porque não fazê-lo em modo ditatorial? Felizmente September foi um dos que nunca concordou com os seus colegas e que rapidamente se aliou a Walter e companhia.

O grande plano para derrotar os Observadores está naquela criança que foi encontrada na 1º (ou 2º) temporada. Uma criança que se parece com um dos observadores e que na altura se revelou como uma carta importante para um futuro que não chegava... até agora. Esta criança foi uma anomalia na gestação humana, pois o seu cérebro conseguiu reunir as qualidades racionais e emocionais do ser humano, num estado mais elevado que o de qualquer outro Observador (e sem auxiliares tecnológicos). É preciso impedir que a humanidade abdique dos seus sentimentos, ou caso contrário estão todos perdidos.

Descobre-se também que é a esta criança que September sempre se referiu quando dizia a Walter que o rapaz era importante, um rapaz que sempre se pensou ser o Peter. Não sei até que ponto esta parte foi antecipada, afinal de contas, September teve como missão salvar Peter quando foi o responsável por a sua morte (se Walter não intervisse). Parecia ser importante corrigir esse erro e de facto Peter teve um papel importante, mas avante, é seguir em frente.

Esta temporada foi mais curta tendo praticamente metade dos episódios das anteriores. Houve realmente alguns episódios excepcionais, mas a grande maioria esteve sempre entre o bom e por vezes o mediano, à volta de um puzzle para se descobrir o plano principal. Gostei do desenvolvimento das personagens que agora estão diferentes, salvo a excepção de Astrid, uma mulher sempre firme a tentar manter a equipa unida. Olivia surge-nos mais quebrada e apagada, o rapto da filha e a separação de Peter deixou-lhe marcas das quais vai recuperando muito dificilmente. Durante a maioria da temporada a Olivia que conhecemos e amamos, não surge. Walter continua o foco maior e ao recuperar as partes do cérebro que havia removido, começa a lutar contra si próprio para não se perder novamente em delírios de grandeza, os seus momentos com o filho são sempre qualquer coisa de especial. E por fim temos Peter, cuja acção perante o desaparecimento da filha foi bastante diferente da de Olivia, Peter entrou pelo caminho da obsessão e posteriormente quando a perde uma segunda vez, pelo da vingança.

Destacando o melhor desta temporada:

- A ideia de criar um pocket universe;

- A participação de September, quando ele surge é um daqueles momentos típicos do que Fringe faz melhor;

- Desta vez os melhores episódios vão para o Peter Bishop. Aquela espiral de vingança em que ele entra e que o levam a colocar o dispositivo dos observadores nele próprio foi soberba. Uma pena a conclusão desta parte não ter sido nada de especial, porque todos os episódios até lá foram do melhor que a série deu;

- Walter é sempre essencial na série, mas toda a equipa deixará saudades. Ver a reunião de todos com Broyles foi mais um daqueles momentos ternurentos que só uma familia como estas nos pode fazer sentir;

- A utilização dos casos antigos de Fringe como armas contra os Observadores;

- A curta visita ao outro universo, recordando a outra Olivia e o Lincoln;

- David Bowie: The Man Who Sold The World.


Quanto ao final, foi bastante óbvio que September teria de morrer para Walter tomar o seu lugar e termos uma perda. Uma perda era essencial para não ser um final totalmente feliz e já suspeitava que Olivia e Peter teriam o seu. Mas gostei, houve um misto de tristeza e alegria que funcionou. Peter a receber a tulipa branca foi um bom toque de despedida sem dúvida.

Ficamos a saber também porque os Observadores são carecas, não ficamos a saber é porque são todos albinos... Houve aqui uma eugenia qualquer e depois passámos a ser quase cultivados. Ou foi na própria "cultivação", enfim, a imagem destes carecas brancos de fato e chapéu é uma das imagens de marca da série, uma das que nunca esquecerei.

quarta-feira, julho 03, 2013

Tertúlia de BD de Lisboa: O adeus de Geraldes Lino



Ontem, como é habitual, decorreu mais uma tertúlia de BD em Lisboa. Uma tertúlia criada por Geraldes Lino em 1985 e que durante 28 anos tem decorrido todos os meses. Um feito fantástico, como muitos outros do autor do blog "Divulgando Banda Desenhada".

Foi graças aos blogs que tive contacto com a tertúlia e foi no Festival de Beja (no primeiro que fui) que tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Geraldes Lino, que pode muito bem ter o cognome do "homem dos sete ofícios na BD". Lino fez um pouco de tudo - edição, escrita, crítica - por esta arte e foi sempre um dos seus divulgadores maiores. Além de um grande defensor na nona arte é também um dos grandes defensores da língua portuguesa. Valia a pena pedir ao Lino uma revisão dos textos antes da publicação, se houvessem gralhas ele descobri-as. Deve-se ser exigente para se ser excelente e o Lino sabe-o.

Obviamente que a minha vida nestas andanças bedéfilas é bastante mais recente e devo conhecer 5% do trabalho que o Lino fez nesta arte - se tanto. De qualquer das maneiras esses 5% são mais que suficientes para respeitar e admirar a sua paixão e dedicação por esta arte.

Ontem fiquei - ficámos todos - surpresos ao não encontrarmos o Lino na Tertúlia. Como não é fã de despedidas optou por uma carta a todos, em vez de um discurso. Compreendo a partida, já são muitos anos, e compreendo também a ausência. De qualquer das formas penso - pensamos todos - que uma homenagem é-lhe devida e merecida. Todos os meses a tertúlia homenageava alguém relacionado com a BD e agora chegou a sua vez, isto é obrigatório.

Espero que o Lino não se ausente tanto da BD como parece pretender, porque há coisas das quais não devemos nunca reformar-nos e porque a sua companhia faz a diferença. Quanto à tertúlia, ficará muito bem entregue a Álvaro, Inês, Isidro e Moreno. E agora mais do que nunca é preciso manter este legado vivo, há que manter a chama acesa.

A imagem que escolhi para ilustrar o post é uma das famosas ilustrações nas toalhas de mesa do restaurante, as quais o Lino recolhia e guardava. Esta foi-me oferecida pelo João Sequeira (desenhador do "Psicose") e cuja dedicatória diz tudo, pois esta foi a primeira tertúlia sem o Lino e a sua falta foi sentida. Um grande obrigado e um grande abraço a ele, espero que este "adeus" seja muito mais um "até logo".

Por fim, deixo o famoso comic jam, que decorre sempre sobre o convidado, desta vez Nuno Neves o autor do blog Notas Bedéfilas.




Autores do comic jam:

Nuno Neves ---------- João Amaral
Filipe Duarte ----------- Ana Saúde
Álvaro -------------- João Sequeira

Vertigo e The Sandman Overture


O selo "Vertigo" (pertencente à DC Comics) foi fundamental na minha "formação" enquanto leitor de BD e por isso nutro-lhe um imenso carinho. Quando soube no final do ano passado que a editora Karen Berger foi afastada da "Vertigo", recebi a notícia com alguma tristeza. Berger fez ao longo destes vários anos um trabalho notável e prova disso foram as várias mensagens de apreço deixadas pelos autores de BD que trabalharam com ela. Algum dia teriamos de receber esta notícia, mas não se percebia porquê tão cedo.

Depois veio a notícia de que a série "Hellblazer" terminaria. Estamos a falar da série de maior continuidade na editora, isso não soava nada bem. Claro que John Constantine manter-se-ia em publicação, mas agora num novo título chamado "Constantine" e publicado sob o selo "DC Comics". Estaria a "DC" a preparar o encerro da "Vertigo"? Pelo menos "Fables" iria aguentar-se certamente, mas até quando? Cheguei a considerar que poderíamos estar perto do final de uma das editoras mais importantes dos comics norte-americanos, mas parece que foi apenas o fim de ua etapa na vida desta editora.

A "Vertigo" já anunciou a edição de mais seis futuros comics o que só pode indicar que há intenções para continuar. Mesmo assim tenho pena que Berger não faça parte desta equipa e tenho pena que Constantine tenha trocado de selo, é que na Vertigo ele nunca teria limitações para a sua imaginação (vá talvez algumas, mas certamente muito menos que na DC Comics). É verdade que "Hellblazer" tal como muitas séries começaram a ser editadas sob o selo DC, mas isso foi antes da Vertigo ter sido criada, ou seja, actualmente todo o material mais maduro e/ou negro é editado na Vertigo. Isto parece-me ser indicativo de termos agora um "Constantine" diferente, mas o tempo o dirá.

Em relação a uma das novas publicações da "Vertigo", já tinha sido anunciada o ano passado e verá a luz do dia algures em Outubro.Trata-se do regresso de uma das séries mais amadas, o senhor dos sonhos: Mr. Sandman. O que me agrada neste regresso - e teme-se sempre um regresso depois da "Ameaça Fantasma" - é que Neil Gaiman continua no leme. Quanto ao desenho temos J. H. Williams III, ou seja, não podíamos desejar melhor. Uma das capas já foi divulgada e é a imagem usada para ilustrar este post.

Quanto à história - intitulada "Overture" - será uma prequela da série original, onde Gaiman explicará como Morpheus foi capturado logo no lugar da sua irmã, a Morte.

terça-feira, julho 02, 2013

Sketchbook - revista digital de BD



Curioso que descobri esta revista digital em comentários de blogs, antes de a ver ser destacada em posts.

Aparentemente a "Sketchbook" existiu previamente em formato fisico, regressando agora à publicação, mas em formato digital. Percebe-se a escolha tendo em conta o problema dos custos associados a uma edição física. De qualquer das formas o digital tem sempre a vantagem de chegar a mais pessoas, eu por exemplo desconhecia a revista até agora.

Algo que saliento imediatamente sobre a revista é a sua divergência no que toca à BD. Se é BD - seja de que tipo for - aqui fala-se e isso vai muito ao meu agrado. De resto, entre lançamentos, actividades e entrevistas, a "Sketchbook" tem tópicos para todos os gostos (desde que sejam de BD). Fica a sugestão e podem consultá-la aqui.