Finalmente vi esse clássico de terror que é o "Halloween" do Carpenter. Das personagens mais conhecidas do cinema de terror, como Freddy Krueger, Jason ou o Leatherface, fazia-me muita comichão ainda conhecer o Michael Myers, até porque de todos estes realizadores o Carpenter é o meu predilecto.
Ao longo dos anos a admiração e respeito por John Carpenter só tem crescedido. Este homem dos sete ofícios no cinema, é realmente um "faz tudo" dotando os seus filmes de uma atmosfera ímpar. E é nisto que "Halloween" deslumbra, na forma como Carpenter sabe filmar o suspense, o temor, sempre acompanhado de um tenebroso tema sonoro, composto pelo próprio.
Myers é-nos apresentado logo no início do filme, quando em criança assassina a sangue-frio a sua própria irmã. Nunca entramos dentro da personagem, nem sabemos o que lhe passa pela cabeça (era tirar-lhe força), mas o que nos é sugerido, através do seu médico, é que Myers é, pura e simplesmente, o mal. Porque nem sempre há passados trágicos, ou momentos na infância que definam as pessoas. Nesse sentido Myers espelha esse lado negro da vida no seu estado mais pura, essa força que é o mal. Talvez por isso a personagem pareça ser incapaz de ser morta, porque esta já se tornou mais do que um Homem, tornou-se uma força da natureza.
E como cinema espelha a vida, seja em que género for, Myers nasce de uma experiência que o realizador teve ao conhecer um paciente que sofria de uma qualquer doença mental. Deixo aqui a citação do realizador sobre esse encontro e que pode ser vista nos extras do DVD da edição comemorativa dos 25 anos:
I met this six year old child with this blank, pale, emotionless face, and the blackest eyes; the devil's eyes […] I realized what was living behind that boy's eyes was purely and simply…evil.
2 comentários:
Ah, agora já me sinto menos mal de só o ter visto há pouco mais de 1 ano... eheh
é daquelas situações que se surge em conversa de café um tipo até tem vergonha de confessar :P
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