sexta-feira, março 11, 2011

O Grupo do Leão



“O Grupo do Leão” consitia numa tertúlia de artistas e aficcionados do Naturalismo que tiveram uma grande importância no desenvolvimento e divulgação deste movimento artístico em Portugal. Os encontros ocorreram na Cervejaria Leão d’Ouro durante a década de 80 e contavam com membros tão ilustres como Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, Silva Porto, António Ramalho e muitos outros.

No ano de 1985 o pintor Columbano Bordalo Pinheiro imortalizou este grupo naquela que viria a ser a única representação deste colectivo de artistas. O quadro pode ser actualmente visitado na colecção do Museu do Chiado de Lisboa.

Ora foi precisamente a partir de um convite do Museu do Chiado que surgiu este livro da autoria de Rui Zink e António Jorge Gonçalves, uma parceria já bem conhecida no mundo da BD/ilustração (“VIH”, “Rei” e “Arte Suprema”).

Sem dúvida uma proposta muito interessante, esta de relembrar um dos movimentos artísticos mais prestigiosos do nosso país.

Os autores a quem o desafio foi lançado, seguiram um caminho pouco convencional para prestar homenagem a este “Grupo do Leão”. O resultado é um trabalho não só aliciante como original e inventivo.

A narrativa começa com a chegada do Inspector Columbano (que não é da famíla do pintor) ao Museu do Chiado. Aparentemente desapareceram três dos pintores do famoso quadro “O Grupo do Leão”. Nunca se tinha ouvido crime mais bizarro, pois o quadro permanecia intacto no museu, os três pintores, Silva Porto, José Malhoa e Moura Girão é que literalmente desapareceram da tela. Provavelmente o caso mais misterioso com que que o Inspector Columbano se deparou.

A partir daqui seguimos uma viagem pelo museu sempre acompanhados pelo inspector que se vai informando (a ele e a nós) sobre o famoso “Grupo do Leão”. Quem eram os seus membros e qual a sua relevância?

Passeando entre esculturas e atravessando vários quadros dessa época esta é uma viagem que não será rápidamente esquecida. Aqui é preciso salientar a excelente construção e desconstrução de obras por parte de António Jorge Gonçalves bem como a qualidade dos diálogos de Zink sempre pautados por uma elevada dose de bom humor.

Uma entrevista conduzida por mim aos dois autores pode ser vista aqui.

Publicado originalmente em Rua de Baixo (Março de 2011) por Gabriel Martins (Loot)

2 comentários:

tadeu disse...

folheei este livro no fnac da guia, em albufeira.
a secção de bd desta loja não é nada má, comparada com a de viseu, que praticamente não existe.

Loot disse...

Gostei bastante, uma viagem carismática sobre um determinado movimento.

Uma "lição" de História construída de forma muito divertida.

Vale a pena espreitar :)