Neste fim-de-semana, infelizmente só pude comparecer no Sábado.
De tarde participei no "Encontro de Bloggers Cinéfilos", apesar de não ser um blogger cinéfilo a malta não é preconceituosa. É sempre interessante conhecer novas pessoas que partilham gostos e rever caras já conhecidas.
De noite aproveitei para ver o grande vencedor do Festival:
Zwart Water
Filme holandês realizado por Elbert van Strien. Conta a história de Lisa (Isabelle Stokkel), uma jovem criança de 9 anos e dos seus pais Christine (Hadewych Minis) e Paul (Barry Atsma) que decidem mudar-se para a Bélgica após a avó materna de Lisa ter falecido e lhes deixado, uma verdadeira Mansão, como herança.
O grande impulsionador desta mudança é Paul que fica apaixonado pela casa, infelizmente parece ser o único. Lisa não quer abandonar a Holanda onde tem a sua vida e Christine tentou cortar com o seu passado há muito tempo atrás, um regresso destes pode ser sempre perigoso.
A princípio o casal rapidamente se habitua à mudança até Paul que parecia um bon vivant arranja emprego e Christine aproveita agora para perseguir o sonho de ser estilista. Todos parecem felizes, todos menos Lisa. Deambulando pela casa sozinha tudo muda quando decide visitar o porão e encontra pela primeira vez o fantasma de uma jovem rapariga, a falecida irmã gémea da mãe. O pior é quando esta revela a Lisa que foi assassinada pela sua própria irmã, a mãe de Lisa.
A premissa de termos uma casa abandonada e amaldiçoada que irá tornar a vida dos seus novos habitantes um pesadelo é do mais batido que se vê. E por isso é de realçar a abordagem distinta de van Strien. Estamos perante muitos lugares comuns mas o filme acaba por conquistar o seu lugar como se prova no final. Aliás a dada altura o filme estende-se em demasia, não havendo necessidade para tal, e caso tivéssemos um final mais comum, arriscávamos-nos a que a viagem não tivesse valido, de todo, a pena.
Por falar em lugares comuns é curioso o processamento dos momentos de susto que se tornaram um procedimento quase matemático, ou seja, numa determinada cena cria-se um ambiente propício ao tal susto, seguimos uma personagem em busca de algo por exemplo. A tensão da cena vai aumentando até que de repente surge algo pacífico. Isto acontece para baixar o mecanismo de defesa da pessoa "ah afinal era só um ursinho carinhoso" e é precisamente logo a seguir que o susto é pregado. Mesmo sabendo isto de antemão é sempre engraçado quando se dá um salto na cadeira na mesma, mas tal nem sempre acontece.
Não faço ideia se foi merecedor do prémio no Fantas, quero acreditar que não foi, porque seria uma pena este ter sido o melhor filme que passou no festival. De qualquer das maneiras é um filme que tem o seu interesse, é bem executado e acho que vale a pena conhecer. O remake Americano já está em desenvolvimento e irá contar com Charlize Theron.
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