quarta-feira, setembro 03, 2008

WALL·E

“Vem aí o E.T. versão século XXI” anuncia o jornal Expresso e anuncia muito bem, afinal de contas as semelhanças entre o personagem de StEVEn Spielberg e WALL•E são claramente notórias onde um terá sido garantidamente fonte de inspiração do outro.
E há semelhança de E.T. em 1982, WALL•E conquistou o coração de muitos nós, garantindo já um lugar na memória do Cinema.
Existem sequências inicias num filme que nos marcam para sempre. Dentro da animação temos por exemplo o caso do “Rei Leão”. Aquele pôr-do-sol e reunião dos animais são simplesmente majestosos. WALL•E apesar de num tom mais apocalíptico possui também uma daquelas aberturas que para sempre permanecerão nas nossas mentes. Há medida que nos vamos aproximando do planeta Terra, começamos a conseguir observar a existência de vários arranha-céus, até que nos apercebemos que no fundo não são edifícios o que observamos mas sim colunas gigantes de lixo. Aterrador e magnífico ao mesmo tempo, tudo isto é WALL•E.
O filme desenrola-se num futuro onde os habitantes da Terra há já muito abandonaram o seu planeta que se encontra completamente atolado em lixo. Salvo a excepção de um robot WALL•E e de uma barata (sem dúvida os derradeiros sobreviventes) não existem aparentemente mais habitantes no planeta. Os robots WALL•E foram criados para compactar e armazenar o lixo produzido pelos Humanos. Actualmente apenas um desses robots ainda se encontra activo e a cumprir o trabalho para o qual foi criado, mas este pequeno amigo tem qualquer coisa de diferente, qualquer coisa de humano.
Há medida que o nosso amigo vai recolhendo o lixo vai também guardando alguns objectos que lá encontra e considera interessantes. Ao fim do dia quando se desloca até sua casa, vemos que possui uma vasta colecção dos mais variados artigos e que adora musicais. Apesar de agora ter um novo amigo (a barata) toda a sua vida continua a ser muito solitária e WALL•E sonha com o dia em que poderá pegar na mão de alguém tal e qual como viu no filme “Hello, Dolly!”.
No entanto o destino tem algumas surpresas reservadas para a vida deste pequeno robot que nunca mais será a mesma. O primeiro factor de mudança na sua rotina ocorre quando este descobre que existe novamente vida no planeta ao encontrar dentro de um frigorífico uma planta. O segundo grande acontecimento é a chegada de EVE um robot super avançado que foi deixado na Terra para procurar a existência de vida.
WALL•E apaixona-se assim por EVE e faz de tudo para se aproximar dela na busca infinita por aquele cruzar de mãos, aquele toque metálico que embora frio por fora nos aquece a todos.
Quando EVE descobre a planta armazena-a dentro de si e aguarda em modo “Stand-by” até que a venham recolher. Nesse período WALL•E cuida e está sempre a seu lado, um eterno apaixonado à espera que a sua “bela adormecida” desperte. Quando a Nave Mãe regressa à Terra e leva consigo EVE, WALL•E larga tudo e parte nessa viagem para ir atrás dela, mal sabendo que não estava a caminhas apenas para uma aventura de amor, mas também para uma aventura que poderá salvar o seu Planeta.
Uma vez que EVE é um robot não só feminino como muito mais avançado que WALL•E, Andrew Stanton foi procurar inspiração aos computadores da APPLE, na sua opinião os mais bonitos. A ideia de escolher formas redondas e curvilíneas para a construção de EVE e rectangulares para a construção de WALL•E a fim de tornar um robot mais feminino e outro masculino, apesar de me parecer normal, não deixou de ser curiosa. Stanton tirou a ideia de um concerto de Peter Gabriel onde este sempre que cantava uma música de teor mais feminino subia para cima de um círculo e quando tocava uma canção de teor mais masculino subia para cima de um quadrado.
Coincidência ou não, porque Stanton já queria trabalhar com ele há muito, Peter Gabriel participa na banda sonora do filme com mais uma grande canção.
Um filme que de certo agradará tanto a miúdos como a graúdos, que acima de tudo fala de amor, mas que também vem com o bónus de nos fazer sair do cinema além de apaixonados com uma bela lição ambiental.

13 comentários:

Anónimo disse...

não vou comentar porque ainda não vi o filme...
è bom ver-te tão empenhado no blog desde o último mês que não escreves-te muito.

fica bem

João Rosa disse...

Como já referi noutro lado, adorei a primeira parte, mas a segunda desiludiu-me um pouco. Estava a adorar o filme por causa da quase inexistente, onde as imagens e as acções falavam por si. Na segunda parte o ambiente muda drasticamente para algo muito colorido, obviamente para agradar à gerações mais novas. Eu aceito isso, afinal isto é uma animação, mas o filme estava mesmo a superar as minhas expectativas e depois foi-se abaixo.

Para mim o melhor filme da Pixar continua ser o Ratatouille.

João Rosa disse...

Obrigado pelo WALLpaper :)

Menphis disse...

Boa critica de um filme maravilhoso. E eu que adoro este género de filmes fiquei encantado com este, sendo um dos melhores e mais divertidos filmes que vi nos últimos tempos. Tem muitas lições para os miúdos mas, essencialmente, para os graúdos seja como uma lição ambiental, como até nos relacionamentos humanos. E sim, ele parece-se com o "ET" que é o filme da minha vida, ou pelo menos aquele que me levou a gostar mais de cinema.

Gonçalo Trindade disse...

Adoro a forma como falas do início do filme. Foi mesmo das melhores partes, e é uma apresentação tanto do ambiente como da personagem espectacular, e que dá imediatamente a entender que este é de facto um filme de animação ambicioso e profundo. E de facto é tudo isso. Uma bela obra-prima :)

Loot disse...

Radjack: obrigado. No mês de Agosto estive quase sempre sem acesso à net.
Quanto ao WALL•E tenta ver porque vale muito a pena.

Celtic: Percebo-te também pensei que o filme fosse quase todo na onda da primeira parte. Mas adorei-o e mesmo na segunda há partes tão fantásticas como a cena em que a EVE vê as filmagens do WALL•E a cuidar dela.
O Ratatouille ainda não vi por isso favorito da Pixar se não me estiver a esquecer de nenhum acho que é mesmo este :)

Menphis: Obrigado. Como te disse acho que a intenção do realizador não era dar uma lição ambiental mas que acabou por o fazer é o tal bónus do filme a meu ver.

Gonçalo: É bem verdade o que dizes as sequências iniciais são poderosíssimas. Até agora um dos melhores do ano?

Anita disse...

Uma delícia de filme:))) tem a capacidade de nos deixar com um sorriso no rosto de tão querido que é:)
Também apreciei mais a primeira metade do filme (acho que é opinião geral) mas, gostei igualmente da segunda metade, principalmente pela "mensagem" que tenta passar;)
Quanto à tua observação da Apple, eu achei engraçado que o som de "bateria carregata" do wall-e é exactamente igual à do mac:)

Beijinho e, bem vindo de volta;)

Gonçalo Trindade disse...

De longe um dos melhores do ano até agora. Tinha expectativas bem altas e cumpriu :). E o melhor da Pixar até agora na minha opinião. Mas eles também estão constantemente a superar-se...

Anónimo disse...

Eu concordo com Celtic, o primeiro ato do filme é simplemente estupendo. E quando aparecem os gordinhos perde um tanto a força do ato inicial. Mas, o filme é ótimo sem dúvida.

Nuno Amado disse...

Eu acho que perdi a "janela" para ver esse filme, pois quando a minha familia foi toda ver o filme, eu estava a trabalhar... :S
Acho que sózinho não irei, ficarei à espera do DVD...

Loot disse...

Anita: Já percebi que houve algumas referências à Apple. A da bateria já sei mas na altura não reparei pois não tenho um mac :P

Obrigado, Bjs

Gonçalo: Estou contigo ;)

Queiroz: Talvez não houvesse ideias para seguir nessa linha e manter o filme interessante ou então pretendiam abranger um público mais vasto. de qualquer das maneiras é, como dizes, óptimo.

Bongop: Epá isso é que foi azar :(

Unknown disse...

Simplesmente mágico. Relembra as velhas glórias da Animação Tradicional. Mais um pouco e teríamos um dos melhores filmes de sempre no que a este género diz respeito.

Abraço

Loot disse...

É de facto excelente.

Abraço