Jack White é um dos nomes maiores do Rock da actualidade, conta com inúmeros projectos, onde todos merecem destaque e lançou este ano o seu primeiro álbum a solo "blunderbuss" onde o blues, o rock e até o folk se misturam em perfeita comunhão. Não estava a contar com a sua vinda cá tão rápida, o concerto foi anunciado com cerca de mês e meio de antecedência (?) e para 31 de Agosto. O Senhor White já não vinha cá há 5 anos e eu nem sequer o tinha visto na altura com os White Strip, s. Era de aproveitar e, felizmente, sem qualquer esforço, a oportunidade surgiu rapidamente.
Já não vinha ao Coliseu há uns bons anos, já não me lembrava que era tão quente. Este fim-de-semana, acabaria por matar bem as saudades, apesar de por esta altura ainda não saber disso. A primeira parte esteve a cargo dos The Poppers, banda portuguesa que me era desconhecida, se bem que o nome realmente dizia-me qualquer coisa, talvez por causa de um anúncio na MEO cuçja música é da banda. Canções de puro rock n roll, que tentaram aguçar o apetite para o que aí vinha, o prato principal. Não tendo sido nada de extraordinário, foi um momento animado que quanto a mim cumpriu ao que se pretendia, saliento ainda o momento em que foram buscar alguém ao público para tocar guitarra numa das canções, naquele que foi o momento mais animado desta primeira parte. De salientar também o entusiasmo vísivel do vocalista por estar a abrir para Jack White, o que lhe parece ter dado uma força extra para continuar a acreditar.
Antes do concerto começar surge alguém no palco a avisar que o público pode deixar de se preocupar com as fotos e simplesmente desfrutar do concerto em 3D ao contrário do 2D dos aparelhos. White trouxe um fotógrafo e irá disponibilizar fotos do concerto, excelente ideia. Claro que há ainda a questão dos vídeos e por isso as máquinas marcaram, na mesma, uma forte presença.
Entra a banda em palco e começam os acordes de "I'm Shakin´", no entanto, a canção rapidamente se transforma numa jam session enquanto White entra em palco para logo de seguida se ouvir "Dead Leaves and Dirty Ground" dos White Stripes. Este início promete logo uma grande viagem não só por "blunderbuss" mas por toda a carreira do autor, ou seja, excelente. Pena foi a cover de Little Willie John ter acabado por não ser tocada, pois é uma belíssima cover, como só Jack White sabe fazer, veja-se a recente "Love is blindness" dos U2.
Seguem-se duas do álbum a solo, "Sixteen Saltines" e "Missing Pieces". Se havia dúvidas em como o novo álbum seria recebido ao vivo, tais foram desfeitas logo em "Sixteen Saltines". Os temos funcionam muito bem ao vivo e o público responde positivamente sempre num enorme entusiasmo. Os Stripes voltam a ser lembrados em "Hotel Yorba" e se há canções do duo que ganham muita força com uma banda por trás, outras privilegiam o minimalismo que lhes é característico. Por falar em banda, White veio muito bem acompanhado, além dele os músicos eram muito bons e juntos deram aqui um grande concerto.
Depois de "Love Interruption" surgem pela primeira vez os The Racounters com "Top Yourself", seguidos por "I Cut like a Buffalo" dos The Dead Weather. Desconhecia estes últimos, mas rapidamente me conquistaram com esta canção, parece que White não é mesmo capaz de falhar.
Mais um grande tema do seu álbum é o seguinte "Weep themselves to Sleep" seguido por dois momentos mais intimistas "Blunderbuss" e "I Guess I should go to sleep" com White ao piano. Regressamos ao passado com "Cannon" e "Ball and Biscuit" dos White Stripes, isto está realmente a ser um grande espectáculo de Rock N' Roll que continua com "Trash Tongue Talker", "Where Going to be Friends" (White Stripes) e talvez a surpresa da noite, "Two Against One" dos projecto Danger Mouse. A terminar Stripes a dobrar com "The same boy you've always known" e o clássico que já marcou presença nos Simpsons, "the hardest button to button", que "final" glorioso este.
O encore já era esperado, como sempre, e foi brilhante. A banda regressa e entra logo a matar com "Steady as she Goes" dos Racounters, que bem soou o primeiro single da banda ao vivo. "Freedom at 21" ao vivo ainda é melhor, White trara os instrumentos por tu e brinca à vontade com todas as canções que quiser. Estamos num momento imparável. Segue-se "Hypocritical Kiss", "Nitro" (cover de Hank Williams), "Blue Blood Blues" (The Dead Weather) finalizando-se com a cereja no topo do bolo "Seven Nation Army" (White Stripes), hino já entoado pelo público quando pediam este encore. Absolutamente maravilhoso esa sequência final.
O som no entanto, não foi dos melhores, tinha várias dificuldades em entendê-lo a falar por exemplo. Desta vez estive nas bancadas o que me fez ter noção de que há mesmo muitas pessoas a abandonar o concerto para comprar cerveja e abandoná-lo por cerca de 2 ou 3 canções, baseando-me nos que estavam atrás de mim. Isto para mim é um bocado como nos filmes, não gosto de perder nada, por muito que seja a sede, sem falar que estamos a falar de 30€.
Não me lembro em qual canção White tocou guitarra durante algum tempo só com uma mão, aquele pose durante aqueles segundos dizem tudo, estamos perante um dos novos ícones do género. o rock não está nada morto e como se costuma dizer nestas frases, recomenda-se.
Nota: Todas as fotos são de Jo McCaughey, foram tiradas do site de Jack White e podem ser vistas na sua totalidade aqui.
4 comentários:
Sim, sim. Foi sem dúvida um bom concerto! Mas... Passa lá para o Melhor Concerto (xiuuuu, ainda só hoje: da minha vida)
Está quase :P
Ohhh que inveja :(
Os vídeos que consegui apanhar pela net deixaram-me arrepiada. Deve ter sido mesmo um grande concerto!! És um sortudo ;)
Eu gostei muito, valeu a pena ver este senhor do Rock. Percebeu-se bem porque é um dos grandes nomes da actualidade :P
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