"Treze poemas em cada livro,
treze poemas como treze luas,
como os treze poemas do calendário lunar.
A lua, esse ser cambiante que muda a sua face de
espelho circular. Senhora das marés, astro da
fecundidade. Ritmos lunares para dar medida ao
tempo, ao tempo poético."
A colecção teve início com Fernando Pessoa em 2009, seguindo-se por Florbela Espanca em 2010. A primeira vez que tive conhecimento desta colecção foi precisamente com este livro editado no final de 2011. Andava precisamente com Cesário Verde na cabeça, poeta que não lia há já muitos anos e que me apetecia revisitar para o conhecer melhor. Ao me deparar com esta edição não deixei escapar a oportunidade.
Outro factor que me chamou a atenção para o livro é que é ilustrado por José Manuel Saraiva. Um desenho por poema que decoram muito bem a poesia nele contida.
Cesário Verde foi uma espécie de cronista do seu tempo, relatando o quotidiano através dos seus poemas. Esta era de todas a sua temática favorita, deambular pelas ruas e vida das pessoas. Citadino mas eterno saudosista pelo campo foi um dos primeiros grandes poetas nacionais cujo trabalho era amplamente reconhecido e valorizado pelos seus futuros colegas entre os quais Fernando Pessoa. Digo futuros colegas porque tenho a sensação que foi mais um dos incompreendido no seu tempo.
Impressionista e romântico, entre as suas influências destaco o francês Baudelaire (nota mental, comprar Les Fleurs du Mal). Infelizmente foi mais uma vítima da tuberculose, tendo falecido em 1855 com apenas 31 anos.
Tenho de referir que este livro já é editado ao abrigo do novo acordo ortográfico. Nem me lembrei disso na altura que o comprei que esta se tratava de uma nova edição e por isso a escrita seria revisitada. O "pára" que é agora "para" continua a fazer-me comichão, mas seja nesta versão ou noutra fica a minha sugestão de ler Cesário Verde no dia de hoje e para isso aqui fica o link para um dos seus clássicos "O Sentimento dum Ocidental".
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