sexta-feira, outubro 29, 2010

Bande À Parte


“Bande À Parte” consiste na adaptação cinematográfica da obra “Fools' Gold”, da autora Dolores Hitchens, pela visão de Jean Luc Godard. O filme é também uma homenagem do realizador aos policiais dos anos 40.
Esta é a história do trio Odile (Anna Karina), Arthur (Claude Brasseur) e Franz (Sami Frey). No início Franz fala a Arthur sobre uma bela mulher, Odile, que conheceu e que esta lhe contou sobre um tal Sr. Stolz, hópede da sua tia Victoria, e da enorme quantidade de dinheiro que esconde num armário sem qualquer tipo de protecção. Movidos pela ganância de um golpe fácil (e pela atracção à mulher) vão conhecê-la numa aula de inglês que ela e Franz costumam frequentar.
Apesar de contar tudo a estes dois sobre o dinheiro Odile teima em dizer que não concorda com o assalto, no entanto, mantém contacto com eles e acabar por ir alinhando nas suas intenções, facto que poderá ter a influência de esta se ter apaixonado por Arhur, o que incomoda gravemente Franz que é um grande apaixonado seu. Se juntarmos dois homens a uma bela mulher teremos quase sempre o clássico triângulo amoroso e aqui não é excepção.
O filme data de 1964 e faz parte do movimento Nouvelle Vague no Cinema, movimento este que assumiu grande importância na formação de Godard como cineasta.
Em qualquer lado que se fale deste filme há três cenas em particular que serão garantidamente mencionadas pois tornaram-se clássicas para a história deste género. Três cenas que têm vida para além do filme e que influenciaram e influenciam cineastas ao longo dos anos.
A primeira, talvez a minha predilecta, ocorre quando o trio se encontra num café. Franz discute como um minuto de silêncio pode durar uma eternidade e diz para experimentarem. Quando começam todo o som do filme é retirado e mergulhamos numa eternidade de silêncio que curiosamente acaba por ter só 36 segundos, pois Franz interrompe a situação farto.
Logo a seguir Odile pede a Arthur para dançar e rapidamente se lhes junta Franz. Apenas os três no centro de um café a dançar ao som de música. Uma cena lindíssima que influenciou Quentin Tarantino na cena de dança entre entre John Travolta e Uma Thurman em “Pulp Fiction” entre outras.
Por fim temos a cena do museu Louvre. A fim de quebrarem o recorde da visita mais rápida a este museu, os três correm desalmadamente pelos corredores do museu.
A química entre os três actores principais resulta muito bem, mas os maiores louros vão para Anna Karina. A doçura e inocência de Odile conquistam qualquer um. Um papel maravilhoso desta actriz que na altura era a mulher e musa de Godard.

4 comentários:

Anita disse...

Muda de Godard e não só.
Essa menina é a personificação da beleza e talento :) Adoro.

Loot disse...

É sim senhora, estou apaixonado :)

Roberto Simões disse...

Um feito singular e pessoal. Irreverente e jovial, de tamanho bom gosto e assumidamente consciente de si próprio. Grande filme.

Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «

Loot disse...

Irreverente e jovial, nem mais.

Dizia na capa do DVD que Godard leva ao máximo a premissa de que para fazer um filme chega uma mulher e uma arma. Com esta senhora em questão até dava para retirar a arma :)

Abraço