
“Bande À Parte” consiste na adaptação cinematográfica da obra “Fools' Gold”, da autora Dolores Hitchens, pela visão de Jean Luc Godard. O filme é também uma homenagem do realizador aos policiais dos anos 40.
Esta é a história do trio Odile (Anna Karina), Arthur (Claude Brasseur) e Franz (Sami Frey). No início Franz fala a Arthur sobre uma bela mulher, Odile, que conheceu e que esta lhe contou sobre um tal Sr. Stolz, hópede da sua tia Victoria, e da enorme quantidade de dinheiro que esconde num armário sem qualquer tipo de protecção. Movidos pela ganância de um golpe fácil (e pela atracção à mulher) vão conhecê-la numa aula de inglês que ela e Franz costumam frequentar.
Apesar de contar tudo a estes dois sobre o dinheiro Odile teima em dizer que não concorda com o assalto, no entanto, mantém contacto com eles e acabar por ir alinhando nas suas intenções, facto que poderá ter a influência de esta se ter apaixonado por Arhur, o que incomoda gravemente Franz que é um grande apaixonado seu. Se juntarmos dois homens a uma bela mulher teremos quase sempre o clássico triângulo amoroso e aqui não é excepção.
O filme data de 1964 e faz parte do movimento Nouvelle Vague no Cinema, movimento este que assumiu grande importância na formação de Godard como cineasta.

A primeira, talvez a minha predilecta, ocorre quando o trio se encontra num café. Franz discute como um minuto de silêncio pode durar uma eternidade e diz para experimentarem. Quando começam todo o som do filme é retirado e mergulhamos numa eternidade de silêncio que curiosamente acaba por ter só 36 segundos, pois Franz interrompe a situação farto.
Logo a seguir Odile pede a Arthur para dançar e rapidamente se lhes junta Franz. Apenas os três no centro de um café a dançar ao som de música. Uma cena lindíssima que influenciou Quentin Tarantino na cena de dança entre entre John Travolta e Uma Thurman em “Pulp Fiction” entre outras.
Por fim temos a cena do museu Louvre. A fim de quebrarem o recorde da visita mais rápida a este museu, os três correm desalmadamente pelos corredores do museu.
A química entre os três actores principais resulta muito bem, mas os maiores louros vão para Anna Karina. A doçura e inocência de Odile conquistam qualquer um. Um papel maravilhoso desta actriz que na altura era a mulher e musa de Godard.
4 comentários:
Muda de Godard e não só.
Essa menina é a personificação da beleza e talento :) Adoro.
É sim senhora, estou apaixonado :)
Um feito singular e pessoal. Irreverente e jovial, de tamanho bom gosto e assumidamente consciente de si próprio. Grande filme.
Cumps.
Roberto Simões
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Irreverente e jovial, nem mais.
Dizia na capa do DVD que Godard leva ao máximo a premissa de que para fazer um filme chega uma mulher e uma arma. Com esta senhora em questão até dava para retirar a arma :)
Abraço
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