terça-feira, abril 15, 2008

[Rec]

Se nós não vamos ao Fantasporto, o Fantasporto vem até nós ou pelo menos alguns filmes da competição, neste caso o vencedor do prémio de melhor filme e do público, [Rec] de Jaume Balagueró e Paco Plaza.
Gosto de ir ao cinema sem saber nada sobre um filme, literalmente nada, nem do que trata. Claro que por vezes é preciso ter alguma ideia para podermos chegar às bilheteiras e escolhermos qual o filme a ver, nem que seja saber qual o realizador ou o actor que nele partecipa. Além do mais adoro ver trailers, mas claro que há filmes que nunca iremos ver no escuro, como por exemplo um "Iron Man" onde já sabemso minimamento do que vai tratar.
Conheci o [Rec] através deste trailer e adorei a forma como o publicitaram, ficando cheio de vontade de o ver. Uma vez que o trailer filma as pessoas no cinema e não o filme em si, decidi manter todo o mistério e não ver mais nada em relação ao filme. Assim no passado domingo fui vê-lo sem fazer qualquer ideia do que tratava, nem sequer que era filmado com câmara ao ombro (estilo "Blair Witch Project") e posso dizer que soube muito bem ir às escuras ao encontro de esta bela surpresa.
Devo salientar que ainda não vi "Blair Witch Project" nem "Cloverfield" (apesar de este último ter sido feito depois de [Rec]), e por isso não estou familiarizado com este estilo de filmar e muito menos cansado como já li algures, até porque achei essa decisão a mais correcta para este filme, pois torna a experiência mais real e pessoal, quase como se estivessemos dentro do próprio filme ou pelo menos a ver filmagens de algo que realmente aconteceu.
O filme começa com a repórter Ángela Vidal e com o seu operador de câmara Pablo, que se encontram num quartel de bombeiros a fazer uma reportagem sobre os mesmos e sobre as emergências que acontencem durante a noite.
A noite acaba por se tornar extremamente aborrecida e como Ángela comenta com um bombeiro durante uma entrevista, ela gostava que algo de emocionante acontecesse. Não te preocupes Ángela (penso eu) emoção vai ser o menor dos teus problemas.
Passado algum tempo chega finalmente uma chamada de emergência, sobre uma senhora idosa que se encontra presa no seu apartamento. Até agora nada que aparente ser grave.
Quando chegam ao prédio os bombeiros, os jornalistas e um polícia sobem até ao andar em questão, onde encontram uma velha com a roupa coberta de sangue e num estado mais "animal" do que humano. Ao tentarem segurar a mulher o polícia é terrívelmente mordido pela senhora. Os bombeiros tentam o mais rapidamente possível socorre-lo levando-o para fora do andar imediatamente, entretanto Ángela está simplesmente delirante por Pablo ter conseguido apanhar tudo na câmara.
O problema é que quando tentam sair para fora são impedidos pela polícia e pelas autoridades sanitárias que se encontram a selar o prédio sem lhes providenciarem quaisquer informações, dando a entender apenas mais tarde de que se trata ou de uma ameça nuclear, ou química ou biológica. A partir daqui o pânico instala-se entre os residentes do prédio mal sabendo eles que algo de terrífico se encontra junto a eles e a "espalhar-se".
Um filme claustrofóbico cheio de momentos assustadores, onde saliento o seu fantástico final, a voz de Pablo (o operador de câmara) numa das partes finais está perfeita, acho que naquela situação era mesmo assim que a sua voz de alguém soaria.
O que mais me irritou na visualização foi mesmo o intervalo dos cinemas Lusomundo. Até nem sou de me queixar dos intervalos e num filme grande percebo que possam dar jeito, caso alguém queria ir à casa de banho, mas [Rec] dura apenas 85 minutos e é um crescendo de medo onde um intervalo corta completamente esse crescendo, transportando-nos novamente para a nossa vida real e não "havia necessidade". Claro que eu aproveitei o intervalo para entrar novamente na sala a dizer em voz (relativamente) alta de que estávamos todos fechados no cinema pelas autoridades sanitárias e pela polícia, mas ninguém me prestou atenção.
Para quem gosta do género este é um filme imperdível, para os outros aventurem-se a ter uns bons sustos pois [Rec] é uma experiência intensa e que merece ser visualizada.

13 comentários:

Anita disse...

pronto...lá tou a tremer de medo novamente!!!!!é como tu dizes , rec é "uma experiência intensa" e sem dúvida é um filme a não perder :)

Bjo

Blueminerva disse...

Gosto muito de cinema espanhol, logo, estou desejosa de ver este "REC".
Um abraço

Loot disse...

Anita: Quando te deitas de noite imaginas aquela cena no fim? :P

Blueminerva: Somos dois, também gosto muito do cinema dos nossos vizinhos. Depois diz o que achaste.

Bjs às duas

Cataclismo Cerebral disse...

Ainda me falta ver. Pode ser que goste, já que apreciei muito o The Blair Witch Project...

Loot disse...

Quem foi comigo preferiu o "Blair Witch" mas também gostou deste.

Para mim [Rec] foi como uma viagem numa montanha russa, uma autêntica diversão.

Abraço

cube disse...

Sim, preferi o "Blair Witch", mas não sei até que ponto é por ter sido o number one :)

Será que fiz as mesmas figuras que as pessoas do trailer?:) Calculo que sim! :)

Gostei muito!

Carlos M. Reis disse...

Para mim o Blair Witch está num patamar superior a este, por uma única razão: o medo é psicológico. Aqui torna-se carnal. Neste aspecto, ainda prefiro o The Descent a este REC. Mas é um bom filme. Nada do outro mundo, mas um bom filme. Um abraço!

Loot disse...

Exacto, são géneros diferentes. O descent ainda não vi, mas gostava muito.

Anónimo disse...

Muito bom este filme.

nsalvador disse...

Tenho aqui para ver à umas duas semanas... só ainda não tive tempo mas, eu achei o Blair Witch Project bem foleiro! Lol

Deste, pelo contrário, tenho ouvido mto bem!

Loot disse...

Kitt: Acho que vale a pena ir vê-lo ;)

Lamy: Epá este devias ir ver ao cinema, deve perder muito vê-lo em casa :P

Anónimo disse...

Se ainda não viste o "Cloverfield",devias ir ve-lo é muito bom.

Loot disse...

Eu na altura da sua estreia queria ter ido, mas infelizmente não houve possibilidade, até porque acho que é um filme que deve ser visto em cinema. Mas como já não devo ir a tempo vejo-o depois em casa.

abraço