quinta-feira, dezembro 27, 2007

Homem Aranha: Azul


Jeph Loeb soube cedo na vida o caminho que queria seguir, e se conquistou o seu grande sonho de escrever sobre o seu super herói preferido, o Super Homem, não deixa de ser irónico que, alguns dos seus melhores trabalhos tenham sido feitos sobre Batman, como o aclamado “The Long Halloween” vencedor de dois prémios Eisner, incluindo o de melhor série de 1999.
Depois do sucesso atingido na DC Comics, com livros como o mencionado “The Long Haloween” ou “Dark Victory”, a dupla Jeph Loeb e Tim Sale iniciou um novo projecto bastante colorido na Marvel Comics, criando livros como “Daredevil: Amarelo”, “Hulk: Cinzento” ou este muito interessante “Homem Aranha: Azul”. E porquê azul e não outra cor? Muito simplesmente porque esta é uma estória de amor e tristeza, de perdas e saudade, porque esta é uma estória azul.
A origem do Homem Aranha sempre teve o seu lado dramático. Começando no dia em que por um capricho deixou escapar o homem que viria a ser responsável pela morte do seu tio Ben, teve de aprender da pior forma que “com grande poder vem grande responsabilidade”.
Mais tarde perdeu o primeiro grande amor da sua vida, quando o Duende Verde (Norman Osbourne) atirou Gwen Stacy de cima da ponte de Brooklyn, atormentando-o durante anos, pela dúvida se ela já estaria morta antes de ser atirada ou se seria ele o responsável ao ter usado a sua teia para impedi-la de cair. Também aqui, como é demonstrado no livro, a morte de Gwen poderia ter sido prevenida, quando Peter tem a oportunidade de escolher entre salvar o Duende ou deixá-lo às portas da morte. Questiono-me no entanto se um verdadeiro herói tem mesmo essa escolha. Mas chega de falar em tragédias, esta estória não pretende recordar a morte de Gwen Stacy, mas sim recordar a vida.
“Homem Aranha: Azul” é por excelência uma estória carregada de sentimentos nostálgicos, a começar na dedicatória aos clássicos, Stan Lee, Steve Ditko e John Romita Sr., passando pela arte de Tim Sale que nos remete para o estilo de desenho dos anos 50 e terminando na própria estória em si, onde através dos pensamentos de Peter Parker, recordamos o seu primeiro grande amor e de como ele e Gwen Stacy “quase não se apaixonaram”.
Estamos no dia de São Valentim e por alguma razão Peter decide gravar esta estória, talvez porque mereça ser lembrada ou porque simplesmente como ele menciona “as pessoas permanecem em nós enquanto nos lembrarmos delas”. E através das suas palavras somos remetidos para o tempo em que Peter iniciava a sua vida universitária e se encontrava na fase de transição entre Peter marrão e Peter Popular.
Em qualquer estória de amor existe sempre um triângulo amoroso, e neste caso a competição é elevada, por um lado Gwen Stacy e por outro Mary Jane Watson, curiosamente a futura esposa do Homem Aranha. É claro que enquanto Peter se aproxima destas duas raparigas, o Aranha tem de lidar com problemas maiores e descobrir quem anda a reunir vários vilões na tentativa de o matar.
E porque azul é a cor dos Blues e do Jazz, não deixa de ser muito interessante a ideia dos autores terem escolhido clássicos da música Jazz para dar nome aos capítulos desta saga. As próprias letras das canções estão no livro e encontram-se em perfeita sintonia com este Aranha azul e melancólico. Para aqueles que quiserem ouvir as músicas enquanto lêm o livro, os autores também aconselham quais as versões, como uma “My Funny Valentine” de Lorenz Hart e Richard Rodgers interpretada por Miles Davis e John Coltrane ou uma “Anything goes” de Cole Porter interpretada por Ella Fitzgerald.
Uma vez perguntaram-me porque gosto tanto deste livro. A resposta é muito simples: porque é uma estória de amor azul. E afastando-nos um pouco do Jazz, já diziam os Placebo: “All alone in space and time, there's nothing here but what here's mine, something borrowed, something blue, every me and every you.”


Publicado originalmente em Rua de Baixo (Janeiro de 2007) por José Gabriel Martins (Loot)

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Alguma vez dois dos vossos músicos preferidos se juntaram para tocar?
Alguns músicos que adoro já o fizeram. Uma dessas músicas é este "Bring Me The Disco King", uma canção de David Bowie, alterada por Danny Lohner com a participação de Maynard James Keenan e John Frusciante.
Já que não há uma música de Bowie e Tool, dois que estão no topo dos meus músicos favoritos escolhi partilhar esta música porque até agora é o mais próximo que tenho dessa união, pois para quem não sabe, Maynard James Keenan é o vocalista dos Tool e apesar de cantar pouco nesta versão, faz toda a diferença em relação ao original.
Assim gostava de partilhar esta canção com todos, perguntar-vos qual a música que une dois dos vossos músicos predilectos e por fim desejar-vos um Feliz Natal.


quinta-feira, dezembro 20, 2007

Johnny Depp, Heath Ledger e suas personagens

Estes dois senhores já foram dois dos maiores sedutores da história...


Don Juan DeMarco (de Jeremy Leven)




Casanova (de Lasse Hallström)





Já foram poetas, embriagados nos seus vícios e paixões...


The Libertine (de Laurence Dunmore)





Candy (de Neil Armfield)





Já espalharam a magia da música na grande tela...


Cry-Baby ( de John Waters)





I´m Not There (de Todd Haynes)





Já foram uma espécie de Cowboys...


Dead Man (de Jim Jarmusch)





Brokeback Mountain (de Ang Lee)





Até já trabalharam ao serviço da lei...


Donnie Brasco (de Mike Newell)




Monster´s Ball (de Marc Forster)





... Mas em 2008 vão ser os assassinos mais esperados no cinema!!!


Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street (de Tim Burton)




The Dark Knight (de Christopher Nolan)

terça-feira, dezembro 18, 2007

Eastern Promises

David Cronemberg é muito provavelmente o realizador mais kafkiano que eu conheço. E não me afastando do universo de Kafka, penso que posso dizer que Cronemberg tem sofrido ao longo dos anos algumas metamorfoses.
Actualmente mais interessado em filmar a realidade, Cronemberg conduz-nos em uma visita guiada ao submundo da máfia Russa.
Apesar de o realizador ter vários filmes distintos entre sim, o seu estilo continua sempre presente na sua obra e após os primeiros minutos de filme, mesmo que não tivéssemos visto o seu nome escrito nos créditos iniciais, a crueza e visceralidade das cenas não deixam margens para dúvidas, estamos na presença de mais um Cronemberg.
No dia em que Tatiana, uma jovem grávida com apenas 14 anos, dá entrada no Hospital, a vida de Anna (Naomi Watts), uma parteira, nunca mais será a mesma. A jovem rapariga tem de ser operada urgentemente e Anna é apenas capaz de salvar a criança.
Quando Tatiana entrou para o Hospital não possuía qualquer tipo de identificação, trazendo apenas com ela um pequeno diário escrito em Russo e o cartão do restaurante "Trans-Siberian".
Quando Anna decide ir até ao restaurante em busca de mais informações, conhece o dono, Semyon (Armin Mueller-Stahl) que se revela muito prestável em tentar ajudá-la. Mal ela sabia que Semyon é na verdade um dos líderes do grupo "vory v zakone" (ladrões na lei) e assim sem se aperceber acaba por envolver-se pouco a pouco nos meandros da máfia Russa.
Durante as visitas de Anna ao restaurante, acaba por conhecer o misterioso motorista de Semyon, Nikolai Luzhin (Viggo Mortensen). Além de motorista Nikolai é o grande amigo de Kirill (Vincent Cassel), o filho instável de Samyon.
Todo o elenco cumpre com a intensidade necessária das suas personagens, Armin Mueller-Stahl e Vincent Cassel estão fabulosos no papel de rei da máfia e de mafioso lunático, respectivamente. Mas é preciso dar um especial destaque a Viggo Mortensen, que nos proporciona uma representação poderosa no que é um dos melhores personagens da sua carreira.
Viggo Mortensen já tinha trabalhado com David Cronemberg no também excelente "A History of Violence" e mais uma vez a química entre realizador e actor é notória ao longo do filme, onde a violência volta a ser explorada por ambos.
Um filme intenso, com estórias escritas em pele e uma crueldade humana arrepiante pelo simples facto de ser precisamente isso, humana. Quanto a mim um filme a não perder.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Origem

Criado por Len Wein e John Romita Sr. teve a sua primeira aparição no número 180 do “Incrível Hulk”em Outubro de 1974. Surgiu como um super-agente Canadiano com a missão de travar a destruição provocada pelo Hulk e pelo monstro Wendigo. Este mutante baixo e arrogante, cedo ganhou reputação, não demorando muito a unir-se ao mais famoso grupo de mutantes da Marvel, os X-Men, e conquistando mais tarde o seu próprio título, algo nunca alcançado antes por um membro do grupo. Hoje em dia é um dos mutantes mais amados da banda desenhada, sendo reconhecido pelas suas famosas garras e esqueleto de adamantium, bem como os seus sentidos apurados e factor de cura. Os seus amigos conhecem-no por Logan, mas o resto do mundo pode tratá-lo por: Wolverine.
Devido à sua capacidade de regenerar tecidos a grande velocidade, foi raptado e escolhido para participar no projecto “Arma X”, uma experiência que tinha como objectivo cobrir os seus ossos com um metal indestrutível de nome adamantium, tornando-o inquebrável. Durante este processo as suas memórias foram manipuladas tornando o seu passado um completo mistério, inclusive para o próprio. Sabe-se porém, que é muito mais velho do que aparenta, fruto do seu factor de cura capaz de lhe retardar o envelhecimento e que combateu na Segunda Guerra Mundial ao lado do Capitão América.
Editado pela Devir em Portugal, este é o primeiro livro a retratar a verdadeira origem de Wolverine, respondendo a várias questões colocadas ao longo dos anos: Quem ele é? Onde nasceu? E qual o seu nome?
Paul Jenkins, Joe Quesada e Bill Jemas trazem-nos um argumento maduro e profundo que juntamente com a arte de Andy Kubert (desenho) e Richard Isanove (cor) nos proporcionam uma obra digna de qualquer colecção de banda desenhada, com pormenores sublimes, como a magnífica cena de caça entre Wolverine e uma matilha de lobos a decorrer ao “som” do poema “The Tiger” de William Blake.
A “Origem” remete-nos para o Canadá em finais do século XIX, na mansão de uma das famílias mais abonadas da época, os Howllet. Sempre mantidos numa aura de mistério em relação à verdadeira identidade de Wolverine, acompanhamos a estória de três crianças: Rose uma órfã acolhida pelos Howlett, James o herdeiro da família vítima de inúmeros problemas de saúde e Cão o filho do jardineiro Thomas Logan, cuja aparência não passa despercebida de tão similar que é com a de um Wolverine adulto.
Cão, vítima de maus-tratos por parte do seu pai alcoólico, vai tornando-se cada vez mais agressivo e violento, não demorando muito até entrar em conflito com James por causa da atenção de Rose. Com o tempo a sua expulsão da mansão torna-se iminente e o seu pai furioso com a decisão decide tomar vingança pelas próprias mãos. Nesta terrível noite manchada de ódio, nada mais voltará a ser como antes, com segredos a serem revelados e a morte de um ente querido, o “animal” conhecido por Wolverine irá finalmente “despertar”.
Uma das coisas positivas em a “Origem” é que não necessita ter qualquer tipo de conhecimento prévio sobre a personagem, para poder ser entendido e apreciado. É claro que existem sempre “prendas” ao longo da narrativa para os fãs, mas nunca são informações essenciais na compreensão da estória e passam despercebidas a todos os que desconhecem a sua fixação por ruivas ou o seu passado samurai, por exemplo.
Apesar de muita coisa ter sido deixada em entrelinhas para ser analisada e descoberta, a “Origem” não aborda a vida do personagem até aos dias de hoje, muitos anos permanecem por contar, mas isso fica para um próximo livro.

Publicado originalmente em Rua de Baixo (Dezembro de 2006) por José Gabriel Martins (Loot)

The Dark Knight - Trailer + Poster

Chegou mais uma boa desculpa para falar deste filme.
Nesta página encontra-se disponível para visualização e download o trailer de "The Dark knight".
Cliquem na imagem para ver que isto promete.
Para quem não sabe o Joker deste filme usa maquilhagem ao contrário da versão de BD e do Tim Burton que caiu num banho químico onde a cor da sua pele e cabelo foram alteradas.
Como seria de esperar Nolan continua a criar uma versão assustadoramente real do universo de Batman.
Vamos ver o que sairá daqui, entretanto este Joker de Heath Ledger está terrífico, adorei.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Undercity Issue #0


Undercity é uma revista criada pela Fan Force Portugal, um grupo de fãs dessa saga épica que é "Star Wars".
A revista é toda ela feita exclusivamente por fãs e não é apoiada pela Lucasfilm Ltd.
O primeiro número só vai ser lançado em janeiro, por isso foi disponibilizado esta curta amostra.
Para fazerem download do #0 cliquem na imagem.
Eu descobri esta revista a partir do blog "Já Cheiro o Samádhi", cliquem lá para ter mais informações ou então vão directamente ao site oficial da Fan Force Portugal.

E já agora aproveito para desejar, muito boa sorte para o projecto.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

terça-feira, dezembro 11, 2007

Influências/Semelhanças #8

Já era tempo de falar nesta rubrica sobre os Speedsters, um termo usado para todos os indivíduos dotados de Super Velocidade.
Este é um poder muito popular na banda desenhada, mesmo super seres como o Superman ou o Silver Surfer podem ser considerados Speedsters uma vez que além de outros poderes também possuem super velocidade. Mas é evidente que só vou falar dos Speedsters puros, ou seja, aqueles cujo único poder provém da super velocidade.
Vamos poder observar no entanto, ao longo destes textos, que muitos heróis começaram a usar a super velocidade de formas muito interessantes e em vez de se limitarem a correr depressa, começaram por exemplo a movimentar rapidamente os braços criando tufões entre outros "truques" bastante curiosos.
Alguns de estes personagens prestam homenagem ao deus Romano da velocidade, Mercúrio (que corresponde ao deus Grego Hermes).
Demorei algum tempo a pensar na melhor forma de abordar estes personagens pois são imensos, principalmente se contarmos com versões do futuro ou de realidades alternativas. Sendo assim fiz uma escolha pessoal onde penso que saliento os mais importantes desde os anos 40 até à actualidade. Mas mesmo assim acabei por escolher vários personagens e a fim de não tornar estes comentários demasiados exaustivos decidi dividi-los em três blocos. Este será dedicada à "era dourada da BD" (1930s-1950s) e as próximas duas à "era prateada da BD" (1950s-1970s) e à "era moderna da BD" (1980s-actualidade), respectivamente.
Sem mais demoras aqui estão os principais Speedsters da "era dourada":


The Flash
Jason Peter Garrick ou Jay Garrick para os amigos foi o primeiro super herói da DC comics a usar o nome Flash.
Foi criado por Gardner Fox e Harry Lampert em 1938.
Jay era um jovem aluno "normal" até ao dia em que adormeceu no laboratório e respirou vapores de "Hard Water" (posteriormente foi alterado para "Heavy Water") que lhe concederam super velocidade. Mais tarde a sua estória foi novamente modificada dizendo que esses vapores apenas "despertaram" um metagene que se encontrava em estado latente.
A maior parte das pessoas está mais familiarizada com o uniforme criado para o Flash da "era prateada" mas a verdade é que Jay foi o primeiro Flash de todos.
Usa uma t-shirt vermelha com o desenho de um raio e um capacete com umas asas que foi baseado em imagens do deus Mercúrio.
Tinha a capacidade de se mover à velocidade do som, mas quando a DC comics inventou a Speed Force (uma dimensão de onde muitos speedsters retiram os seus poderes) Jay passou a mover-se a velocidades muito superiores.
Porém nem todos os heróis que possuem super velocidade acedem a esta dimensão, como é o caso do Superman, por exemplo.
Se a Speed Force deixar de ser acedida por Jay ele volta a mover-se à velocidade do som como antes.



Max Mercury
Este personagem foi publicado pela primeira vez em 1940 (provavelmente criado por volta de 1938 também) pela editora Quality Comics e criado por Jack Cole e Chuck Mazoujian.
Na altura surgiu com o nome de Quicksilver, um super herói que possuía super velocidade e cujo nome verdadeiro apenas se sabia que começava por Max.
Com tão pouco revelado sobre ele, quando foi comprado pela DC Comics, Mark Waid aproveitou para o reinventar, mas sem alterar nada da sua origem inicial (que diga-se de passagem é praticamente inexistente).
Max pertencia à cavalaria dos Estados Unidos, até se ter revoltado contra os mesmos quando descobre que um dos seus oficiais ordenou um massacre a uma tribo Índia local de quem ele era bastante próximo. Antes de morrer um Xamã usou um feitiço em Max concedendo-lhe super velocidade.
Graças ao seu novo poder passou a ser conhecido pela tribo Índia por Ahwehota, que significa "aquele que corre mais rápido que o vento", e por Windrunner pelo resto das pessoas.
Os poderes de Max não são tão poderosos como os do Flash, no entanto ele chegou em tempos a ser capaz de aceder à Speed Force atingindo assim velocidades incríveis e acidentalmente viajando no tempo, indo parar a um futuro distante (na DC quando alguém atinge a velocidade da luz costuma viajar no tempo). Passou vários anos a tentar aceder novamente à Speed Force saltando de época em época até conseguir regressar.
É de salientar que apesar de Max não ser tão rápido como um Flash, tenta compensar com a sua enorme agilidade.
Quando o personagem regressou aos comics nos anos 90 a DC decidiu alterar o seu nome QuickSilver para Max Mercury, por causa do "QuickSilver" da Marvel.
A palavra quicksilver significa mercúrio (o elemento químico), o que acaba por ser indirectamente mais uma referência ao deus Romano.



WhizzerCriado em 1940 por Al Avison, surgiu pela primeira vez no número 1 da USA comics em Agosto de 1941 pela editora Timely Comics, que mais tarde se transformaria na Marvel Comics.
Devido a alguns destes super heróis terem sido criados em 1940, usei a data de publicação para os ordenar.
Robert Frank foi mordido por uma cobra durante uma viagem a África com o seu pai, Dr. Emil Frank. Para salvar o seu filho do veneno Dr. Emil Frank decide efectuar uma transfusão usando o sangue de um "mongoose". Após essa transfusão Robert começa a descobrir que desenvolveu poderes de super velocidade. Posteriormente esta estória foi alterada afirmando que o sangue que Robert recebeu apenas serviu como catalisador para "despertar" o seu gene mutante.
Após ganhar os seus poderes o Whizzer tornou-se um super herói aliando-se ao grupo Liberty Legion durante a 2º guerra mundial para lutar contra o terrífico Redskull.
Após a guerra juntou-se ao Captain America, Bucky, Namor, entre outros para formar um novo grupo de super heróis, os All-Winners Squad.


Johnny Quick

Criado por Mort Weisinger foi criado em 1940 tendo aparecido pela primeira vez na More Fun Comics em Setembro de 1941. Em 1980 a sua estória foi alterada para fazer parte da Terra-2 da DC comics.
Se calhar antes de avançar deveria explicar o que é a Terra-2. Para quem não está familiarizado com o universo da DC comics, passo a explicar. Os primeiros personagens da DC foram criados durante a chamada "era dourada da BD" temos por exemplo o Superman, o Batman, o Flash (Jay Garrick) e o Green Lantern (Alan Scott). Nos anos 50 quando entramos na "era prateada" estes personagens foram alterados. Foi uma espécie de começar de novo para heróis como o Superman ou o Batman, mas para alguns foi muito mais do que isso. Nesta nova "era" é Barry Allen quem usa o título de Flash e é Hal Jordan quem usa o título de Green Lantern, dois homens completamente diferentes das suas versões da "era dourada".
Mais tarde a DC decidiu criar Universos paralelos, podendo assim utilizar novamente as personagens que tinha criado inicialmente tendo apenas de especificar a que Universo pertenciam.
Sendo assim a terra da "era dourada" ficou apelidada de Terra-2 (apesar de ter sido criada primeiro) e a da "era prateada" de Terra-1 (por ser a principal na altura).
Voltando ao Johnny agora. O seu nome é Johnny Chambers e era um fotógrafo que ganhou os seus poderes ao recitar uma fórmula matemática que o seu guardião de custódia descobriu num túmulo de um Faraó. Aparentemente essa fórmula funciona como um canal entre a sua mente e a dimensão da Speed Force. No entanto durante muitos anos Johnny recusou-se a acreditar nesta explicação e até na existência de esta dimensão de velocidade.
Eu nunca li Johnny Quick mas aparentemente ele consegue utilizar a sua velocidade para "voar", não é muito claro se este poder resulta apenas da velocidade, sei por exemplo que alguns Flashes movimentam os pés a uma velocidade tão grande que criam remoinhos fazendo-os "voar" mas não se pode considerar um voo muito controlado.
Possui uma aura que o protege da fricção do ar entre outros problemas que resultariam dos seus poderes, tenho ideia que é uma aura que todos os Speedsters que acedem à "Speed Force" possuem.



The RivalSurgiu pela primeira vez em 1949 e é o primeiro a usar o título de Reverse Flash.
Como todos sabem na DC é muito popular criarem um super herói e depois a sua versão feminina (Superwoman, Batwoman, Mary Marvel, etc), juvenil (Superboy, Aqualad, Captain Marvel Jr., etc) e claro a sua versão "negra", ou seja, um vilão que possui os mesmos poderes (ou similares) do que o herói. Assim para um Superman temos um Bizarro, para um Captain Marvel um Black Adam, para um Green Lantern um Sinestro e para um Flash um Reverse Flash que neste caso se trata do Rival.
Dr. Edward Clariss era um professor universitário de Jay Garrick (Flash) que tentou recriar a fórmula que lhe concedeu super velocidade. Quando a sua fórmula foi recusada pela comunidade científica, passou a usar os seus poderes como um criminoso usando um fato idêntico ao do Flash mas mais escuro.
Mais tarde provou-se que os efeitos da sua fórmula de nome "velocity 9" eram apenas temporários.
Passado uns meses a sua velocidade regressou e fugiu da prisão. Enquanto estava a ser perseguído pelo Flash atingiu a velocidade da luz e desapareceu na Speed Force. Eventualmente regressou para aterrorizar o Flash.
Existiu uma outra versão de um Reverse Flash do Jay que era um robot. Este foi o primeiro a usar o uniforme por qual são conhecidos estes personagens, que consiste no mesmo uniforme do herói mas com as cores ao contrário.



Nota: Algumas informações como por exemplo as datas foram retirados do site da wikipédia.

Hellblazer, Nas Ruas de Londres

“Hellblazer” é a famosa série de banda desenhada sobre John Constantine, personagem criada por Alan Moore em 1985 no número 37 de “Swamp Thing”. Um aspecto engraçado é a sua semelhança com o músico Sting, característica que se deve ao facto de Stephen R. Bissette e John Totleben serem grandes fãs de The Police e os responsáveis pela criação da sua imagem na altura.
Constantine é uma espécie de mago do oculto moderno, sempre de cigarro na boca, desenrascado e claro extremamente convencido e mal-educado. Com tantas qualidades não é de estranhar que tenha conquistado a atenção de muitos e cedo se tornou evidente que era uma personagem com estofo para ter o seu próprio título, o que aconteceu eventualmente em 1988 o ano em que “Hellblazer” nasceu.
Editado pela Devir em Portugal, “Nas Ruas de Londres” consiste numa compilação de seis das melhores estórias da série, escritas por alguns dos melhores autores de comics da actualidade.
Jamie Delano foi o primeiro argumentista da série e por isso faz todo o sentido que a primeira estória deste livro seja dele. “Entrar na corrida” é desenhada por John Ridgway que já tinha trabalhado com Delano em “Dr. Who” e fala sobre a venda de almas na bolsa de valores inglesa por demónios yuppies. A acção desenrola-se durante as eleições, em que tudo aponta para uma vitória do partido conservador de Margaret Tatcher. Uma crítica à sociedade e ao governo capitalista dos anos oitenta, numa era em que se adoram falsos ídolos como o deus dinheiro. Nas próprias palavras de Constantine “O lucro é definitivamente o maior deus dos anos oitenta, por monetarismo entenda-se satanismo”. Questiono-me se muita coisa terá mudado?
A estória seguinte é a única escrita por Neil Gaiman na série “Hellblazer”, porém o seu apreço pela personagem é conhecido. Além de ter sido um dos que sempre considerou que tinha personalidade para ter a sua própria BD, usou-o várias vezes em livros seus como em “Sandman” e “Books of Magic”. “Abraça-me” trata-se de uma estória sombria sobre a solidão nas grandes cidades e em como no meio de tantas pessoas nos encontramos muitas vezes verdadeiramente sós. E não existe ninguém melhor do que Dave Mckean (Asilo Arkham) para desenhar este género de estórias, alguém que é capaz de nos transportar como ninguém para o cenário cinzento e frio de Londres, em um dos momentos mais tocantes do livro que se poderia passar em qualquer outra cidade.
Garth Ennis é o único autor a assinar duas estórias em “Ruas de Londres”. A primeira é desenhada por David Loyd (V for Vendetta) e fala sobre um homem perturbado que é perseguido pelas memórias do seu diário. Um homem em completo desespero, consumido pelos fantasmas de um passado não tão distante e de um pacto que lhe custou mais do que a vida… custou-lhe a alma.
A segunda estória de Garth Ennis é desenhada por Peter Snejbjerg (The Lords of Misrule) e apresenta-nos uma visão do personagem pelos olhos de um dos seus poucos amigos. Chas encontra-se num bar após um jogo de futebol e depois de algumas cervejas começa a contar uma das suas aventuras com Constantine. Uma estória bizarra em que tentam salvar o fantasma de uma menina que era abusada pelo pai quando viva e continua a sê-lo depois de morta. Warren Ellis é um dos grandes mestres do terror em "Hellblazer", como é provado em “Fechado” onde somos literalmente trancados com um psicopata que tem vindo a torturar e matar pessoas dentro do seu quarto durante vinte anos. Frank Teran (Batman) retrata na perfeição a visão de horror de Warren Ellis, com corpos desfeitos espalhados pelo quarto até uma face colada na parede, quase que conseguimos sentir o cheiro a putrefacção, trata-se de uma sequência magnificamente assustadora. Melhor do que qualquer segmento de “Saw”.
Para terminar, Brian Azzarelo escreve e Dave Taylor (Tonge & Lash) desenha a última estória desta compilação. Em “A primeira vez” assistimos ao primeiro encontro entre, um ainda criança, John Constantine e o demónio Nergal. Uma estória divertida, que após tanta aventura no mundo do oculto surge como uma brisa de ar fresco, acabando por ser a maneira ideal de terminar esta viagem.
Um dos pontos mais altos deste livro reside na grande diversidade de estórias escolhidas, retratando assim os vários estilos de Hellblazer e proporcionando uma boa leitura, que saltando de estória em estória nunca se torna maçadora. É também uma maneira interessante e aconselhada de conhecer um dos maiores anti-heróis da história aos quadradinhos.

Publicado originalmente em Rua de Baixo (Novembro de 2006) por José Gabriel Martins (Loot)

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Toy Story 2 Requiem


Descobri este vídeo há muito tempo no Pasmos Filtrados. É na minha opinião o melhor Mashup que vi até hoje e por isso gostaria de o partilhar com o maior número de pessoas.
As imagens são do filme "Toy Story 2" e as vozes e banda sonora são dessa obra poderosa que dá pelo nome de "Requiem for a Dream".
Para quem quiser fazer o download deste vídeo, com maior qualidade clique aqui.

domingo, dezembro 09, 2007

O Retrato de Dorian Gray

Quem nunca ouviu falar de Dorian Gray?
De certeza que já todos nem que seja por breves momentos ou a partir de outras obras já ouviram falar daquele que possuía um quadro que envelhecia no seu lugar. Mas a estória de Dorian Gray é muito mais bela e perigosa do que isso e este quadro torna-se no sentido mais literal possível, o espelho da sua alma.
Apesar da estória se centrar em Dorian Gray existem outros dois homens cuja influência na vida de Gray é fundamental e é com eles que esta obra se inicia. Falo de Basil Hallward, personagem por quem nutro um grande carinho, é um dos bem intencionados e o eterno apaixonado por Dorian, é ele o famoso pintor, do mais famoso ainda, quadro de Dorian Gray. O outro personagem, arrisco a dizer o meu preferido, é Lord Henry, um mestre com as palavras, concordemos ou não com o que ele diz é absolutamente maravilhoso ouvir os seus debates, com uma resposta sempre pronta na ponta da língua, foi ele o primeiro a captar a atenção de Dorian sobre a condição finita da sua juventude.
Se calhar antes de continuar é melhor realçar que Dorian Gray é um dos mais belos homens de Inglaterra dotado de uma juventude invejável por qualquer um.
Para Basil, Dorian é a sua maior inspiração nunca antes o seu trabalho foi tão bom até o conhecer e nunca o seu trabalho voltará a sê-lo depois de as suas vidas se separarem. No mítico dia em que Basil pinta aquele que viria a ser, sem ele saber, o último retrato de Dorian, é o mesmo dia em que Lord Henry discute com Dorian o terrível facto de que um dia a sua beleza terminará, rugas irão surgir, o brilho do seu cabelo irá lentamente desaparecer e as próprias acções da sua vida deixarão cicatrizes no seu corpo.
Quando Basil termina finalmente o quadro, é uma réplica perfeita do seu modelo, tão perfeita que é fruto de inveja por parte do mesmo. É neste momento que Dorian profere as palavras que para sempre mudarão a sua vida "Oh, se ao menos pudesse ser ao contrário! Se fosse o retrato que mudasse, e eu pudesse continuar sempre como sou agora!"
Durante uns tempos Dorian vai afastando-se de Basil e mantendo uma maior ligação com Lord Henry, fascinado com a sua pessoa.
Num futuro próximo, Dorian tem tempo de conhecer o seu primeiro grande amor, Sybil Vane. Inundado por uma enorme paixão, pensa que encontrou a mulher com quem quer casar, até chegar aquele fatídico dia em que de uma forma cruel e fria lhe quebra o coração. É após esta acção que ele se apercebe pela primeira vez em uma alteração no seu quadro. Devido ao seu acto cruel, que resultaria em uma terrível tragédia, a expressão da sua cara estava diferente, havia uma marca de crueldade nos seus lábios.
Vários sentimentos diferentes o assombraram nesse dia fatal, mas eventualmente Dorian decide usar o quadro como um espelho da sua alma, ele iria carregar em seu lugar não apenas o fardo da idade, mas também as marcas dos seus pecados, as marcas da sua vida.
Ao longo desta estória vamos então acompanhando a pecaminosa e tentadora vida de Dorian Gray, assistindo capítulo a capítulo à sua evolução como personagem.
Oscar Wilde escreve maravilhosamente bem, dotado de uma enorme sensualidade e sensibilidade este é sem dúvida um dos livros que mais gostei até hoje e durante a sua leitura desejava que este jamais terminasse, desejava poder acompanhar Dorian em muitas mais aventuras ao mesmo tempo em que eu iria vivendo as minhas.
Mas o final estava iminente e terminou majestosamente como outra coisa não seria de esperar, restam-me agora as memórias a ecoar na minha mente.
Alguém me disse para ter cuidado com "O Retrato de Dorian Gray" pois era um livro perigoso. Mas afinal de contas os livros perigosos não são os melhores?

sábado, dezembro 08, 2007

Batman: Black and White Vol.1

Editado em 1996 nos meses de Junho a Setembro, “Black and White” acabou de comemorar o seu décimo aniversário. Um livro cujo a ideia, era a de convidar vários artistas de renome e criar mini-estórias a preto e branco sobre o homem morcego. Como resultado final temos vinte contos de oito páginas cada, que nos transportam para o mundo de Batman, abordando a personagem sob diferentes perspectivas e a influência que este manifesta na sua cidade.
O livro começa muito bem com “Perpetual Mourning” uma estória estilo CSI que tem início na morgue onde Batman assumindo o papel de um médico legista, procura as respostas no corpo de uma mulher encontrada momentos antes em Gotham City sem roupa, sem vida e sem identidade… E durante 8 páginas assistimos a uma reflexão sobre a vida, a morte e a memória, que nunca esqueceremos.
Bruce Timm, mais conhecido pelas séries animadas de Batman, escreve e ilustra “Two of a kind” a primeira estória do livro centrada não no homem morcego mas no seu vilão Two-Face. Aqui encontramo-lo recuperado, após uma cirurgia reconstrutiva da sua face desfigurada, a fim de terminar com a sua disfunção psicológica sobre a dualidade e poder recomeçar a sua vida livre do crime. Uma estória sobre os problemas e dilemas de uma personagem clássica deste universo e como esta interage com um mundo onde a existência de um guardião da noite é real. No mínimo muito interessante.
Muito curioso são também as estórias que retratam Batman através dos olhos de outros, como em “An innocent guy”, uma visão arrepiante sobre o bem e o mal, que nos leva a questionar se uma pessoa pode ser verdadeiramente boa sem nunca ter experimentado o mal, perturbador e aliciante ao mesmo tempo. Ou em “Good Evening Midnight” onde somos conduzidos por Alfred, o mordomo de Bruce Wayne, em uma volta ao passado quando este (re)encontra e lê uma carta de Thomas Wayne. E durante uma estória seguimos as palavras ternas de um pai para um filho, onde “irá sempre haver uma luz para nos afastar da escuridão”.
Em “Dead Boys Eyes” a imagem do herói não nos é dada por outras personagens mas pela própria cidade em si, onde acompanhamos um Batman moribundo a deambular pelos esgotos de Gotham, enquanto ouve o seu chamamento.
O estilo que tornou o homem morcego famoso está também presente neste livro, falo obviamente dos policiais, afinal Batman será sempre o eterno detective. E se em “Petty Crimes” observamos um assassino a ser perseguido por Batman, em “The Devil's Children” observamos Batman a perseguir um assassino. O mesmo estilo de estória, dois pontos de vista opostos.
Mais conhecido pelo seu trabalho em “Akira” um dos Mangas mais revolucionários da história, Katsuhiro Otomo apresenta-nos aqui também a sua visão do homem morcego. Quem está familiarizado com o seu trabalho irá encontrar determinados traços familiares, misturados agora com o universo desta personagem. Uma estória sobre personalidades e o modo como elas nos afectam a nós e aos outros.
Antes de terminar não podia deixar de realçar três das minhas estórias preferidas, falo de “The Devils Trumpet”, sobre a lenda do músico Coley Treadwell, que numa noite enquanto tocava trompete foi desafiado pelo Diabo, que perdendo deixou o seu trompete nas mãos de Coley. Uma estória magnífica que mistura lendas da cultura jazz com a lenda do homem morcego, imperdível.
“Heroes” escrito por Archie Goodwin e vencedor de um préimo Eisner, é uma das mais belas estórias de “Black and White”, onde através dos olhos de uma criança observamos os heróis do nosso mundo, e como muitos se encontram mais perto do que alguma vez imaginávamos.
Por fim, Neil Gaiman assinala a única estória humorística desta compilação e uma das melhores também, “A Black and White World” mostra-nos um mundo onde Batman e Joker não passam de actores a representar personagens de banda desenhada. É contagiante o humor presente nos diálogos entre os dois. Conhecidos como os eternos rivais, aqui são retratados simplesmente como colegas de trabalho a discutir o estado do emprego e até a fazerem palavras cruzadas enquanto esperam pela próxima cena. Resumindo em uma palavra: hilariante.
Na galeria de extras podem ser encontrados pin-ups de autores como Moebius, Alex Ross, P. Craig Russell, Marc Silvestri e Batt, entre outros.

Publicado originalmente em Rua de Baixo (Outubro de 2006) por José Gabriel Martins

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Trent Reznor & Bauhaus

Há uma semana coloquei um vídeo de Peter Murphy a cantar Nine Inch Nails, por isso penso que é justo colocar agora um de Trent Reznor a cantar Bauhaus.
O que me lembra que os Nine Inch Nails já fizeram digressões com os Bauhaus e com David Bowie, infelizmente Portugal não estava na lista.
Senhoras e Senhores sem mais demoras aqui fica: "Bela Lugosi´s Dead"

quarta-feira, dezembro 05, 2007

The Dark Knight - Poster

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

O primeiro poster oficial de "The Dark Knight" já se encontra disponível.
Pessoalmente gostei muito do toque humorístico à Joker.

terça-feira, dezembro 04, 2007

300

Conhecido pelo seu famoso retrato “policial noir” de uma cidade corrupta em “Sin City” e por ressuscitar o cavaleiro das trevas com livros como, “Batman Ano um” e o “Regresso do Cavaleiro das Trevas”, Frank Miller é hoje um dos nomes mais conhecidos do mundo da banda desenhada, não sendo assim surpresa que muitas das novas apostas para adaptações deste género ao grande ecrã venham de obras suas.
Este livro retrata a famosa batalha das Termópilas, em que 300 guerreiros Espartanos combateram ferozmente contra um exército de milhares de Persas. Frank Miller teve conhecimento desta batalha quando viu em criança o filme “The 300 Spartans” de 1962, que o viria influenciar posteriormente na realização deste projecto.
A história é contada do ponto de vista do Rei de Esparta Leonidas e apesar de o autor se ter baseado no trabalho do historiador Heródoto, a sua ideia nunca foi a de relatar esta história exactamente como aconteceu. Miller conta assim de uma forma mais poética a batalha de 300 homens, que num enorme acto de coragem humana se sacrificaram por um novo mundo, provando que a história não é só feita de vitórias e que uma derrota quando elevada acima da condição Humana pode mudar o mundo, pois um homem pode ser destruído, mas uma lenda é eterna.
Apesar deste livro graficamente aparentar ser muito diferente do que o autor nos tem habituado, a verdade é que o desenho não se distancia muito do trabalho feito em “Sin City”, devendo-se esta grande diferença ao excelente trabalho feito pela colorista Lynn Varley e ao facto de a história ser apresentada de forma deitada (formato italiano), o que vai proporcionar a este trabalho um maior ênfase e impacto nas cenas de batalha entre Espartanos e Persas.
300 foi editado em Português o ano passado pela editora espanhola “Norma” encontrando-se disponível em qualquer loja especializada de BD ou na Fnac e a sua adaptação ao cinema está prevista estrear em 2007.

publicado originalmente em Rua de Baixo (Setembro de 2006) por José Gabriel Martins (Loot)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Gosto da música original, gosto da versão do David Fonseca.

Gosto das cores e do movimento.



Aqui, do "avesso".

Control


Quando vamos ver um filme do género de "Control" temos no mínimo uma coisa boa garantida, pois dificilmente um filme sobre os Joy Division terá uma má banda sonora. Mas "Control" é mais do que excelente música, é cinema, é vida e é Ian Curtis.
"Control" conta a trágica história de Ian Curtis, o célebre vocalista dos Joy Division que com apenas 23 anos escolheu terminar a sua vida.
O filme tem início em 1973 um ano após o mítico lançamento dessa obra-prima que dá pelo nome de "Ziggy Stardust". Encontramo-nos portanto numa altura em que o Glam Rock é uma das grandes influências dos jovens Ingleses e Ian não é excepção, que começa o filme com a compra do novo álbum de Bowie, "Aladdin Sane". É precisamente neste dia que Ian conhece Deborah a namorada de um amigo seu que pouco tempo mais tarde se tornaria sua esposa, num casamento que se viria a provar demasiado prematuro.
Após o seu casamento Ian e Deborah iniciam-se na sua vida de casal. Mudam-se para um apartamento, Ian começa a trabalhar no centro de emprego e Deborah trata da lida da casa. No entanto há algo que falta na vida de Ian e a resposta não demora muito tempo a chegar quando após um concerto fora do vulgar dos emblemáticos "Sex Pistols" decide juntar-se à banda de Peter Hook, Stephen Morris e Bernard Sumner para juntos formarem os "Warsaw", que mais tarde viriam a ser conhecidos por "Joy Division".
Devido não só à enorme qualidade musical da banda, mas também à personalidade ousada de Ian Curtis, conseguem ir actuar no programa de TV de Tony Wilson e iniciar-se no que seria uma carreira que iria marcar para sempre a música.
No entanto, enquanto a banda vai crescendo em termos de popularidade, a vida de Ian torna-se cada vez mais problemática. O seu casamento é-lhe cada vez menos interessante, apaixona-se por Annik Honoré uma jovem que é repórter nos seus tempos livres e descobre que sofre de epilepsia. Com o tempo a fama dos Joy Division torna-se mais um peso que Ian não quer carregar.
A luta contra uma doença que o assusta, o facto de não querer magoar as três mulheres da sua vida (Ian tem uma filha) e de deixar mal os seus companheiros, começam a tornar-se sentimentos esmagadores no seu dia-a-dia.
Todos temos uma sensibilidade diferente à forma como vivemos e sentimos as coisas, "Control" é o filme que nos mostra a sensibilidade de Ian Curtis e como este escolheria, se pudesse, magoar-se ao invés de magoar aqueles que ama.
A semelhança entre os actores e os membros originais dos "Joy Division", o facto de serem os próprios a interpretar as canções ao longo do filme, confere a esta obra um realismo arrepiante. Recordei-me do telefilme sobre o "Elvis" onde Jonathan Rhys-Meyers interpreta o próprio e tendo um bom desempenho sempre que a voz de Elvis era dobrada quando ia cantar, o filme soava a "falso" e isso não acontece em "Control".
Porque "Control" é um dos melhores biopics que vi, porque os "Joy Division" são uma das grandes bandas de sempre e porque se trata de uma história com enorme sensibilidade cinematográfica e musical, vejam este filme.
Quem sabe um dia surja uma espécie de sequela, sim porque o filme é sobre Ian Curtis, mas também sobre os "Joy Division" e após a morte de Ian, Peter Hook, Stephen Morris e Bernard Sumner não desapareceram, iniciando um novo projecto, não menos importante, que dá pelo nome de "New Order".

sábado, dezembro 01, 2007

Talismã

“Talismã” foi lançado dia 25 de Fevereiro na livraria Almedina às 17:00 horas, com a presença dos autores, Manuel Morgado, que assinala o desenho e de quem a ideia original nasceu e Filipe Faria, o autor de “As crónicas de Allaryia” que com este livro se estreia como argumentista de banda desenhada. Apesar de este livro datar já de uns meses, quis fazer referência à data de saída apenas para salientar que existiu um lançamento com a presença dos autores, coisa que não estou habituado, por estes lados, em livros de banda desenhada.
A raça dos Upgrator tem vindo a batalhar pela procura dos quatro talismãs, cuja lenda diz que juntos trarão enorme poder ao seu detentor. Talismãs estes que se encontram na posse dos Reis de Vergudir, Oglander, Essehertia e Fargahar.
A estória tem início com a batalha em Oglander, onde os quatro povos mencionados se uniram na luta contra os Upgrator, união que se prova insuficiente para os derrotar, perdendo-se assim o primeiro talismã para o inimigo. Com a guerra a aproximar-se de Vergudir, e sabendo que não terão hipóteses, o seu Rei entrega a Vihir, um dos herós desta estória, o talismã do seu reino dando-lhe assim a missão de o proteger, impedindo que os Upgrator consigam cumprir os seus desejos.
Feita a introdução, tem agora início a verdadeira aventura onde Vihir, juntamente com o ladrão Jahnar, o capitão da guarda de Fargahar: Kulhar e a bela Danhya, terão a missão de resgatar os Reis e o talismã que se encontram na posse dos Upgrator, para assim conseguirem juntar os quatro talismãs e salvarem os seus povos desta terrível guerra. Mas nem tudo parece ser o que é neste batalha e o maior de todos os perigos ainda está para ser revelado.
Numa fase em que estórias como a do “Senhor dos Anéis” voltaram a ser famosas a oferta com produtos do género tem aumentado significantemente e para “Talismã” singrar, teria de possuir um enredo mais interessante e imaginativo. Acabando por não trazer nada de novo, este livro é apenas mais um, sendo aconselhado apenas aos fãs que gostam de ler tudo sobre estes mundos e este tipo de aventuras.

Publicado originalmente em Rua de Baixo (Agosto de 2006) por José Gabriel Martins (Loot)