
Quando estive em Berlim aproveitei a oportunidade para conhecer o seu Museu do Cinema, que é o local ideal para encontrar clássicos do Cinema alemão em DVD. Sendo assim e porque queria uma recordação do Museu trouxe precisamente “Metropolis”. Esta prometia ser a edição mais completa do filme até à data com cerca de 118 minutos. Apesar de ainda faltarem várias cenas nesta edição a solução arranjada para colmatar essa falha, foi dar uma explicação escrita do que se iria passar num tipo de letra diferente daquele em que a história é contada. Algumas dessas cenas foram recuperadas mas estavam em tão mau estado que não foram colocadas no DVD. A banda sonora é original composta por von Gottfried Huppertz.
Aparentemente há planos para lançar o filme novamente nos cinemas este ano juntamente com uma nova edição em DVD ainda mais completa com cerca de 25-30 minutos a mais que foram encontrados na Argentina (será esta a definitiva?). Quem sabe temos sorte e o filme passará nos grandes ecrãs portugueses também.
O filme de Lang é bem conhecido como sendo uma das grandes referências cinematográficas da ficção-científica e também por ser o filme mudo mais caro da História.

Freder (Gustav Fröhlich) é o filho do fundador de “Metropolis”, John Fredersen (Alfred Abel) e durante toda a sua vida só conheceu a vida na superfície característica de todos os aristocratas. No entanto tudo isso está prestes a mudar quando vê Maria (Brigitte Helm) e a segue enamorado até à cidade subterrânea. Aqui Freder irá descobrir a dura realidade da vida dos operários. Angustiado e cheio de vontade em conhecer Maria convence um trabalhador, Georgy 11811, a trocar de roupas com ele substituindo-o nas máquinas. Mais tarde Freder assiste a uma palestra de Maria que tenta convencer a classe dos operários a não entrarem em motim, prometendo-lhes que “o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração” e que esse mediador está para chegar.
“Metropolis” é visualmente assombroso, a cidade idealizada por Fritz Lang é de uma beleza estonteante e é impossível não ficarmos rendidos a ela. A cidade é também um personagem do filme, disso não há dúvidas.

O tema do capitalismo mais especificamente das relações entre as diferentes classes bem como a sua conclusão é abordado de uma forma leve e sonhadora. Temos o filho do maior capitalista de todos a descobrir que afinal o mundo não é tão justo como pensava e enquanto se encontra como homem encontra também o amor, tem sempre de haver lugar para o amor. A maneira de olhar para o “coração” como o mediador perfeito é muito romântica, mas podemos sonhar com esse mundo não podemos? Afinal de contas o Cinema também é isto: sonhar.
8 comentários:
Tenho a versão dos 118 minutos "Masters of Cinema series" e também andava ver se algum dia teria a sorte de vislumbrar o filme todo, por isso a tuas notícias são ouro sobre o azul :)
Quanto ao filme algum dia passar no cinema Português, só se for em algum festival! O que é lamentável.
Excelente escolha cinéfila, mais uma vez!
PS: tenho para ti o "Freaks" e o "Dracula" do Tod Browning; também tenho o Nosferatu (versão integral com banda sonora original) se quiseres.
Abraço.
Épá... adorei esse filme!
E tenho a certeza que vi a versão curta. Vou ver se arranjo essa comprida que vocês falam.
Abraço
É um filme verdadeiramente fantástico! :)
Adoro o Nosferatu: uma maravilha! :) :)
Era bom era que eu conseguisse encontrar cópias desses filmes maravilhosos! :) :) :)
Refem: Pois, todo infelizmente acho que nunca vai acontecer mas são de facto grandes notícias 25 minutos é muito.
Claro que quero esses filmes, aliás para ser sincero estive com este e com o "Nosferatu" na mão e trouxe o primeiro porque já tinha comprado o livro do Bram Stoker e achei que devia ser equilibrado e o Dracula já tinha tido qualquer coisa :P
Bongop: Sim tenta ver esta, mas se quiseres comprar eu guardava o dinheiro para a nova edição que vai sair este ano, se cumprirem o que li.
Csa: Acho que encontras facilmente, agora encontrar a preços simpáticos é que é mais complicado :(
Desde o Berlinale que se fala nisso. Seria óptimo passar em sala em Portugal, mas é muito pouco provável.
É uma pena. Nunca contei com ele a passar no circuito comercial, mas sendo o clássico que é quero acreditar que seja exibido por cá.
Abraço
Olá, Loot. Interessante sua leitura do filme Metrópolis, com certeza um precursor da ficção científica no cinema.
Acrescentei seu blog aos links relacionados do meu blog, para que outras pessoas também possam conhecê-lo.
Abraços do Brasil!
Obrigado ;)
Abraço
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