quinta-feira, abril 22, 2010

Kick Ass

A melhor descrição para este filme é precisamente o seu título, pois ele é "Kick Ass".
O novo filme de Matthew Vaughn ("Layer Cake", "Stardust") consiste na adaptação da novela gráfica de mesmo nome de Mark Millar and John Romita Jr.. Talvez adaptação não seja a palavra indicada afinal de contas o filme começou a ser escrito, mais ou menos, ao mesmo tempo que o livro. Vaughn conhecia o trabalho de Millar e estava interessado em trabalhar com ele. Resumindo Millar falou-lhe desta ideia e Vaughn adorou.
O início de "Kick Ass" entra já para o top das melhores introduções de 2010, é absolutamente hilariante dentro de um estilo de humor sádico. Humor esse que continuará presente no filme.
Dave Lizewski (Aaron Johnson) é como ele próprio se define, um rapaz normal. As raparigas não lhe ligam, não é um atleta e até no seu grupo de geeks nem é o mais engraçado. No entanto Dave começa a questionar-se cada vez mais sobre a possível existência de super-heróis na vida real. Alguém que não fique a assistir imóvel enquanto outro ser humano é agredido. É com esta ideologia que segue em frente e começa a patrulhar as ruas sob o nome de código: Kick Ass!
Ele não é um perito em artes marciais ou noutra forma de combate e não são um par de flexões que lhe vão mudar o físico da noite para o dia, por isso não é de surpreender que a sua primeira experiência a combater o crime seja extremamente dolorosa e negativa. Mas se pensam que isso o irá demover desenganem-se pois "aquilo que não nos mata deixa-nos mais fortes (ou pelo menos mais estranhos)".
O outro enredo do filme envolve Damon Macready (Nicolas Cage) um policia honesto que viu a sua vida destruída pelo mafioso Frank D'Amico (Mark Strong). Após sair da prisão onde esteve injustamente a cumprir pena, vai buscar a sua filha Mindy (Chloë Grace Moretz) a qual inicia num severo treino de combate. Juntos planeiam a sua vingança para destruir Frank D'Amico.
Quando vêem na televisão Kick Ass que entretanto se tornou mais um fenómeno da internet, acabam também por optar o uso de fatos de super-heróis tornando-se em Big Daddy e Hit Girl. Mas ao contrário de Kick Ass, estes dois sabem muito bem o que fazem e não os chamaria de super-heróis, pois os seus métodos estão mais próximos de um Punisher do que de um Batman.
O filme tem uma forte componente crítica à nossa sociedade. O tema em questão é tudo menos actual, pois é intemporal. Neste caso é abordado, muito bem, aos dias de hoje, à geração da internet e das redes sociais. Antes as pessoas só assistiam imóveis à violência dos outros, hoje além disso também a filmam e colocam no youtube. É a triste evolução do Peeping Tom.
O elenco está todo ele bastante bem. Ainda só vi Mark Strong no registo de vilão, mas é um registo que lhe assenta bastante bem. Nunca tinha visto Aaron Johnson mas gostei do seu Dave Lizewsk, a mim convenceu-me sempre. Foi muito bom poder ver Lyndsy Fonseca levantada do sofá de "How I Met Your Mother" onde tem uma participação tão pequena. Ela é a rapariga de sonho de Dave e durante o filme percebe-se bem porquê.
Outra coisa que soube bem foi novamente voltar a querer ver um filme que tem Nicolas Cage no elenco. Aqui ostenta um fato inspirado em Batman e por isso gostei muito do pormenor de Cage ter imitado a forma de falar do Batman de Adam West quando o vestia. Muito engraçado.
Para terminar não podia deixar de falar da criança prodígio interpretada por Chloë Grace Moretz que com apenas 12? anos é absolutamente assustadora e conduz-nos ao longo do filme por um festival de porrada e morte, o papel assenta-lhe que nem uma luva. O irónico é que a actriz ainda não tem idade para ir ver este filme.
O ponto mais forte é ainda assim a forma magistral com que é usada a banda sonora, sempre na altura certa e nas doses ideais, providenciando a atmosfera ideal à cena em questão. E depois há a grande homenagem a Ennio Morricone e os seus clássicos Western Spaghetti, a cereja no topo do bolo no que toca à música.
Há medida que nos aproximamos do final o filme tende mais para os excessos, mas é algo normal nestes géneros e com que já contava, não me incomodou nada.
Quem conhece os trabalhos de Mark Millar sabe que a violência é uma componente muito importante e usada por ele. Neste filme o realizador filmou-a com bastante classe e ficaram fantásticas (até cenas a evocar o Scorpion de Mortal Kombat tem).
Estive afastado da campanha publicitária (e continuo a achar que é o melhor que faço em relação aos filmes, tenho pena não fazer com todos ainda) por isso não estive tão ligado ao hype que existe à volta do mesmo, mas para mim cumpriu tudo o que prometia, gostei muito.

7 comentários:

refemdabd disse...

Tenho que ir ver isto!
Já me apercebi que certos pormenores não estão iguais ao livro, em especial a história do Big Daddy e provavelmente o desfecho da relação do "herói" com o personagem da bela Lindsy Fonseca. Hollywood (os estúdios) e Vaughn não quiseram dar um banho de água fria aos sonhadores...é pena. O melhor é ir ver se será mesmo assim.

Vidazinha disse...

Acho que a miúda é mesmo a grande personagem do filme.

Bruno Cunha disse...

Não existe um consenso entre o filme, no entanto, eu espero menos produto teen e mais sangue!
Pelo que dizem, a banda sonora é um luxo!

Abraço
Cinema as my World

Loot disse...

Eu gostei do filme isso ninguém mo tira :P
Admito que possa vir a preferir a história do livro, ainda não sei, mas não sou apologista de que as adaptações têmd e ser idênticas, aliás uma das minhas predilectas (na BD) segue num sentido compeltamente diferente do livro que é "A History of Violence".


Vidazinha: Sim, mas ele é muito importante, ele é o tipo "Normal" que decide mudar o mundo. Caro que ver a miúda em acção é fantástico :D

Nekas: Por acaso todas as criticas que li do filme (foram na blogoesfera) são positivas, ainda não vi ninguém que não gostou do filme.
Mas isto é como tudo, tens de ver por ti :P

Abraço

Rui Francisco Pereira disse...

Estou muito curioso e já tenho o meu "Alerta guilty pleasure" ligado! xD

Abraço

tadeu disse...

tenho de ver, tenho de ver!
este, scott pilgrim e inception levam selo "obrigatório" por estas bandas.
levas vantagem, mas já te apanho :)

Loot disse...

Mr Brown: Vai descansado, para mim de guilty não tem nada, só pleasure.

Tadeu: Ah! Esses 2 também não me vão escapar. Abraço