quinta-feira, fevereiro 05, 2009
O Menino Triste – A Essência
De Coimbra a Veneza, do sonho à realidade, estes são os caminhos percorridos pelo “Menino Triste” ao longo desta fantástica viagem.
Dentro de um quarto recheado de imagens, livros e discos encontramo-lo a tentar desesperadamente criar uma banda desenhada. Mas como o próprio diz, não são todos os dias em que um artista consegue criar. O sentimento característico de ter apenas uma folha em branco à nossa frente assombra qualquer um e por isso decide passear um pouco pela cidade de Coimbra enquanto medita sobre o que é a arte, quais os seus processos de criação e qual a sua verdadeira essência. Pensamentos estes que se tornam ainda mais interessantes quando são desenvolvidos em uma discussão com os seus amigos.
Quantos de nós já se questionaram sobre o que é a arte? E qual a sua essência? O que faz uma obra ser arte? É o seu criador? As pessoas que a admiram como tal? Ou ambas? Esta é sem dúvida uma discussão que costuma resultar em muitas mais questões do que em respostas e por isso o “Menino Triste” decide aceitar o conselho dos seus amigos e partir numa viagem, em busca de inspiração e da tão desejada essência da arte. O destino escolhido é nada mais, nada menos do que a bela cidade de Veneza, precisamente na altura em que decorre o carnaval Veneziano.
A viajem pelas suas ruas é riquíssima, não só no traço incrivelmente detalhado da cidade, como também nas múltiplas referências artísticas que vamos absorvendo ao longo da narrativa. São vários os momentos em que se respira Shakespeare, Wagner, Mozart, Pratt ou Da Vinci, entre outros. O breve instante em que surge a silhueta de Corto Maltese, a inesperada aparição do maestro António Vitorino de Almeida, ou os excertos de “O Mercador de Veneza”, são alguns dos momentos que mais diversão me proporcionaram durante esta leitura que aliados a todos os outros demonstram como “A Essência” é uma obra que possui uma longa e detalhada pesquisa.
É de realçar igualmente o fascinante prefácio da autoria de José Luís Peixoto que é também, há sua maneira, um “Menino Triste”. “Triste” que aqui ao contrário do que se possa pensar não se refere necessariamente a tristeza ou infelicidade, mas antes a uma preocupação, como o próprio autor salienta.
Este livro constitui assim o primeiro lançamento da editora “Qual Albatroz” que começa com o pé direito ao nos trazer uma bela edição de capa dura e com grande qualidade gráfica. Esperemos que esta qualidade se mantenha no futuro.
O “Menino Triste – A Essência” da autoria de João Mascarenhas foi lançado no FIBDA 2008 e é na minha opinião um dos melhores livros de BD editados por cá no ano passado. Trata-se de uma viagem espiritual em busca da verdadeira essência da arte, quando a resposta esteve sempre dentro de nós. Ao terminar o livro não deixa de ser curioso olhar para trás e reparar que a frase escolhida pelo autor para iniciar esta história: “O que não se vê, apenas se revela, a quem saiba procurar dentro de si”, seja precisamente a resposta para a grande questão colocada.
Excertos deste comentário e uma entrevista ao autor, João Mascarenhas encontram-se publicados na edição de Fevereiro da Rua de Baixo.
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13 comentários:
Spoilers Batman, não ler. ^_^
looT, afinal há esperança:
"Making rare exception, Batman uses a gun, loaded with a Radion (which is poisonous to the New Gods) bullet, to shoot Darkseid's shoulder, just as Darkseid unleashes his Omega Sanction, the "life that is death", upon Batman and his charred corpse is recovered by Superman.[77] However, the Omega Sanction does not kill its victims: instead, it sends their consciousness travelling through parallel worlds, and at the conclusion of Final Crisis, it is made clear that this is the fate that has befallen the still-living Batman, as he watches the passing of Anthro in the distant past."
tem um conceito muito interessante, o Menino Triste.
este livro deve ser muito engraçado e o próximo também há-de ser: "porque acreditamos em contos de fadas" parece-me uma bela premissa. :)
o pormenor do coreto é fantástico.
nada como o "nosso" cantinho para servir de inspiração, bem, pelo menos parece ser o do menino triste.
well done!
também fiz uma crítica a esta obra!
Consiro que, embora haja leitores que não tenham gostado muito, é uma obra "bonita", com alguma profundidade e um dos melhores lançamentos nacionais do ano passado!
Viva José
Pois eu falo em nome da Editora Qual Albatroz e julgo importante dar-te os sinceros parabéns pelo belo artigo sobre A Essência. Tanto aqui como na Rua de Baixo.
Obrigado,
Marc
Kal El: Há esperança há e tinha de haver não podiam por um ponto final no maior personagem que têm.
E a frase do Morrison agora faz todo o sentido. Vou esperar pelas compilações apra ler de seguida R.I.P e Final Crisis :)
Claúdia: Sim é muito giro :D
Quanto às novidades eu estou atento e irei certamente divulgá-las :P
Na Outra Banda: Sim é e vale a pena conhecê-lo se tiveres oportunidade :)
Bongop: Eu lembro-me :)
E estou totalmente de acordo.
Joaquim Almeida da Foz: Muito Obrigado pelas palavras.
E aproveito também vos congratular por este excelente trabalho. Espero que continuem a apostar em obras de qualidade bem como nas suas edições.
As maiores felicidades para a editora.
Abraço
Tenho de comprar este livroe depois fazer uma critica na Estante de Livros.
( ou então emprestas-me e eu faço a critica ;))
obras destas merecem publicidade.
Boa ideia essa de falares dele na "Estante de Livros" :D
Que belo elogio ao MT!!!
Obrigado Csa, volta sempre :)
Oi!
O autor é português? Ou europeu? Você tem algum post no blog que fala sobre banda desenhada europeia? Estou tentando me informar sobre o assunto até sexta-feira, quando participarei de um debate sobre banda desenha europeia. Se tiver puder me passar algumas informações, agradeço.
Abraço!
Olá
O autor é português logo Europeu também :P (não resisti à brincadeira).
Não tenho muita coisa, mas vou enviar-te por email. Abraço
O que tiver já é bom para mim, pois representa a visão de dentro, a opinião de um europeu sobre banda desenhada europeia.
Meu e-mail é guilhermedosreis@gmail.com Agradeço desde já. Obrigado e um abraço!
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