Suddenly in an underground mortuary, on a wet night in Cardiff, I hear the sound of a nightengale. Miss Martha Jones.
Captain Jack Harkness
SPOILERS
Depois da season finale da primeira temporada ter sido um dos piores episódios da série, "Torchwood" parece recompor-se para um bombástico início com "Kiss Kiss, Bang Bang", um episódio que nos trouxe James Marsters no papel de Captain John Hart, um antigo colega (e mais) do Captain Jack. Este ínício além de resultar num episódio bem divertido pauta logo o tema que nos irá acompanhar ao longo da série, o passado de Jack.
A série continua em bom terreno com o misterioso "Sleeper" e o regresso às viagens no tempo em "To the last man". Podemos não estar em "Doctor Who" mas os episódios que se debruçam sobre o "timey wimey wibbly wobbly stuff" são sempre bem-vindos. "Meat" quase que podia ser usado como propaganda vegetariana e não sendo dos melhores episódios é "Torchwood" até ao osso, contendo bons momentos e dando mais protagonismo a Rhys Williams, personagem que muito sofre ao longo da temporada sendo constantemente o bobo da corte. No início até tem graça, mas a dada altura já chega.
Em "Adam" temos a aparição de um novo membro de "Torchwood" que acaba por se revelar um alien capaz de alterar as memórias daqueles em que toca. Boa premissa que é aproveitada para mergulhar na infância de Jack, onde descobrimos que o seu irmão mais novo foi raptado por aliens, um momento que sempre o atormentou de culpa. Acaba por ser também um momento que denuncia, imediatamente, o que acontecerá no último episódio, ou seja, o regresso do irmão de Jack. Já agora foi bem divertido ver os papéis de Owen e Tosh trocados.
Nos episódios "Reset", "Dead Man Walking" e "A Day in The Dead", a série trouxe uma convidada bem amada dos fãs deste universo, a antiga companion e agora membro da UNIT: Doctor Martha Jones. Neste conjunto de episódios o destaque foi para a morte de Owen e o seu posterior regresso, por momentos ainda pensei que Jones o fosse substituir (médico por médico). Já tinha referido que "Torchwood" entra num campo mais espiritual e menos cientifico do que "Doctor Who" e nesta temporada isso voltou-se a sentir, não só neste conjunto de episódios mas principalmente no sofrível "From out of the Rain". Talvez seja um campo que David T. Russel goste de explorar, afinal foi ele o criador do arco mais divino de "Doctor Who", o "Bad Wolf" (apesar de nesta temporada não existir um episódio escrito por ele). Nesta fase a série começa a cair em relação ao início, o que é uma pena tendo em conta que estamos ao pé de Martha Jones.
Este conjunto de episódios foram dos mais fracos, salvando-se o divertido "Something Borrowed" que decorre durante o casamento de Gwen quando ela descobre que está grávida de um... alien. Pena que logo a seguir tenhamos o já mencionado"From out of the Rain" onde nem a sua componente estética o salva.
Felizmente, "Adrift" e "Fragments" revitalizam a segunda temporada com novo fôlego. O primeiro centra-se em Gwen que contra as ordens de Jack persegue um antigo mistério que, como esperado, traz mais dor do que paz após ser revelado. Já "Fragments" é uma preparação para a season finale que se foca na reunião desta equipa no passado.
Por fim, "Exit Wounds" traz-nos o então o - mais do que esperado - regresso do irmão do Captain Jack. Um regresso muito pouco explorado e que sabe a pouco. Ainda assim um final mais satisfatório do que o anterior e que volta a trazer o Captain Jonh Hart, o que ajuda bastante.
No geral, tal como a primeira, é uma temporada desiquilibrada capaz de alternar entre episódios muito estimulantes e outros severamente aborrecidos. No entanto, continua a ter a sua misticidade, mantendo-nos interessados no futuro das suas personagens. O trio amoroso Jack/Ianto e Gwen continua a desenvolver-se, mais especificamente a relação entre Jack e Ianto (que tem crescido bastante), uma vez que Gwen acabou por casar, mesmo tendo focado o quanto se sente atraída pelo Captain. Do outro lado, Owen e Tosh aproximaram-se como nunca antes, uma clara preparação para o final mais dramático dos dois.
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