Segundo documentário da fotógrafa e activista Zanele Muholi, co-realizado por Peter Goldsmid.
Muholi tem desenvolvido um forte trabalho em relação à defesa dos direitos humanos na África do Sul, mais especificamente ao tratamento da homossexualidade nas mulheres. Trabalhou no FEW (Forum for the Empowerment of Women) uma organização de lésbicas negras e também como fotógrafa e jornalista na revista online Behind the Mask. Artisticamente também se tem focado neste tema, sendo mais conhecida pelos seus trabalhos de fotografia mas que se tem vindo a dedicar também à realização de documentários tais como este que foi apresentado na edição deste ano do Queer Lisboa.
Em “Difficult Love” a autora leva-nos numa viagem pela África do Sul que pretende espelhar a realidade actual das lésbicas sul-africanas. Através da sua família e amigos e do seu trabalho e dedicação o documentário revela-nos uma realidade preconceituosa, ainda muito atrasada no tempo e nas mentalidades.O que é realmente triste em relação a um documentário deste género é que este não tem qualquer tipo de surpresas. Por exemplo, basta mencionar que o filme aborda a vida de lésbicas sul-africanas e todas as imagens que se formam automaticamente na nossa mente vão ser negativas. Mesmo desconhecendo a realidade destas pessoas, temos a certeza que esta será tudo menos fácil. A sensação que fica ao assistir o filme é que já vimos isto acontecer em outro lado qualquer e isto é terrível. Terrível porque um preconceito que nunca devia ter existido ainda perdura e terrível porque aqueles que mais beneficiariam a assistir este documentário nem sequer estão presentes na sala.
Zanele Muholi continuará certamente a lutar pelo que acredita. Resta-nos a todos seguir-lhe o exemplo.
2 comentários:
Hmmm este post é mesmo do meu interesse. Pessoalmente, espero focar a minha carreira nas questões sociais relacionadas com a igualdade no que toca à orientação sexual. Felizmente, tive um fantástico grupo de professores na faculdade que em muito contribuíram para a minha aprendizagem e que nunca reclamaram por levarem com 80% dos meus trabalhos voltados para este tema, pelo contrário sempre me motivaram.
Este ano vai ser a sério, como não podia deixar de ser a minha tese de mestrado vai centrar-se neste assunto e se tudo correr de acordo com os meus planos será a primeira de muitas investigações cientificamente validades que farei sobre estas questões. Obrigado pelo post vou passar o resto da noite a ler sobre Zanele Muholi.
Abraços
Fico contente por ter ajudado nalguma coisa :)
Conheci o seu trabalho com este documentário o que valeu bem a pena.
Esqueci-me de referir no texto que o filme não tinha legendas (como muitos no festival). E neste caso, sul-africanos a falarem inglês com sotaque nem sempre é fácil de entender.
Por acaso fiquei interessado em saber mais sobre a tua tese e como a pretendes deselvolver, se puderes mais tarde partilha-a.
Abraço
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