quarta-feira, maio 08, 2013

El Ángel Exterminador (1962)

 
Um grupo de amigos e conhecidos, após uma sessão de Ópera, dirigem-se para casa de um deles a fim de festejarem durante um magestoso jantar. Para espanto dos anfitriões e até mesmo de alguns convidados, ninguém abandona a casa. Passam-se assim longas horas sem que nenhum dos convidados manifeste interesse em abandonar a sala acabando por dormirem todos nessa mesma divisão

O que de noite se estranhou, obteve a confirmação na manhã, ninguém era capaz de abandonar a sala em questão. Não há razões aparentes, nem qualquer tipo de lógica, pura e simplesmente ninguém é capaz de dar um passo para fora e, inconvenientemente, ninguém consegue entrar dentro daquele propriedade. Desta forma, este grupo de pessoas fica exilado do resto do mundo, tendo de sobreviver dentro de apenas uma divisão - é que nem sequer podem usufruir da casa inteira.

A primeira vez que ouvi a ideia deste filme foi no "Midnight in Paris" de Woody Allen e captou imediatamente a minha curiosidade. Sou fã do bizarro, sou fã do surreal. Há filmes que vemos e nos conquistam logo, rapidamente sentimos que vimos um grande filme. Mas, há outros, que conseguem ir ainda mais além, entrar logo naquele lista dos preferidos, há filmes que quando os vemos consideramos que muito provavelmente vão entrar na lista dos "filmes da nossa vida", "El Ángel Exterminador" é um desses filmes.

Quanto mais conheço Luis Buñuel mais acredito que é um dos grandes mestres da 7º arte. O autor utiliza esta "prisão surrealista" para desenvolver as relações sociais entre um grupo de pessoas que da noite para o dia se encontra encurralada. Os ânimos vêm ao de leve, onde uns são mais tempestuosos e outros mais calmos e ponderados. Porém, pouco a pouco, todos acabam por quebrar à sua maneira. Alguns optam pela única fuga possível enquanto outros enquanto houver vida jamais a largarão.


6 comentários:

PMF disse...

O Buñuel era um génio, tens de ver mais coisas dele. Este filme é para lá de espectacular. Já o vi umas duas ou três vezes e cada vez gosto mais dele.

Abraço,

PMF

Jorge Teixeira disse...

Grande grande filme. Se gostaste deste aconselho outro por seu lado também ele genial - Le charme discret de la bourgeoisie. E Buñuel é um génio!

Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo

Rafael Barbosa disse...

Pessoalmente, é o meu filme preferido do Buñuel. Entre os que já vi claro :) O surrealismo é uma corrente artística que me fascina por completo. Um dos aspectos que me chama mais à atenção é o facto de se conseguir integrar críticas sociais de forma tão elegante e abstracta. Buñuel é um pequeno génio a promulgar tais critícas. É um prazer observar toda a bizarria inerente nos seus filmes. Chega a ser desesperante (no bom sentido) observar a sociedade retratada por ele. Bom destaque

Loot disse...

Quanto mais vejo Buñuel mais o admiro. Gostava de ter escrito algo melhor para o destacar, já o vi a algum tempo. Mas como não queria deixá-lo passar sem menção por aqui escrevi a primeira coisa que me veio à cabeça.

Ainda me faltam muitos dele, mas este e o Los Olvidados são brilhantes.

Penso que na próxima segunda irá passar o belle de jour no nimas. É de aproveitar :)

abraço

Vidazinha disse...

Fiquei intrigada, vou pôr na lista de próximos filmes...

Loot disse...

Nunca mais faço posts tão à pressa, a reler vi a calimidade de typos que fiz :S

Quanto ao filme, genial Ana, genial :D