Um Feliz Natal a todos.
quinta-feira, dezembro 24, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
Avatar
Mais de 10 anos depois de "Titanic" James Cameron regressa às salas de cinema com a sua nova longa metragem intitulada "Avatar". É o seu regresso também ao género que o tornou tão conhecido, a ficção científica e prova disso são os clássicos "The Terminator", "Aliens" e "The Abyss".
Demorou 15 anos a ser feito, facto que não se prende apenas com questões de tempo pois para Cameron a tecnologia necessária para criar a sua visão ainda não existia. Com tamanhas afirmações a especulação era muita em relação a este filme o que fez com que muitos afirmassem que iria mudar a forma como se faz Cinema. Um filme glorioso e memorável ou a maior banhada do início deste século eram as expressões que me passavam pela mente quando ouvia falar de "Avatar", como o nome do realizador é James Cameron inclinava-me para a primeira e de facto nunca tive dúvidas que a nível tecnológico o filme iria ser majestoso, o meu receio prendia-se mais com o argumento, uma vez que a imagem podia, neste caso, sobrepôr-se ao conteúdo.
"Avatar" é de facto um portento a nível tecnológico, o planeta Pandora é de uma enorme beleza bem como todo o ecossistema que o caracteriza. E este planeta é deveras o grande triunfo do filme, desde as suas montanhas voadoras até todo o tipo de criaturas que o habita, incluindo a tribo Na'vi aquela sobre a qual o filme de debruça.
O ano é o de 2154, a localização Pandora uma das luas de Polyphemus. O filme é narrado por Jake Sully (Sam Worthington) um ex-fuzileiro paraplégico que decide embarcar na viagem até Pandora após a morte do seu irmão gémeo Tommy.
Tommy fazia parte de um grupo de cientistas a trabalhar em Pandora, estudando a sua fauna e flora e tentando melhorar as relações entre os nativos e os humanos. Para serem melhor aceites por eles os humanos desenvolveram, através da combinação de DNA humano e Na'vi, corpos fisicamente semelhante em tudo aos últimos, para os quais a mente de determinados humanos é enviada (uma espécie de entrar na Matrix só que no mundo real). O problema destes corpos é que têm de ser desenvolvidos especificamente para alguém e são extremamente dispendiosos (assim como o filme). Quando Tommy morreu a empresa que se encontra a explorar Pandora decide recrutar o seu irmão gémeo, pois uma vez que partilham o mesmo genoma, é possível para Jake usar o corpo destinado originalmente ao seu irmão, aquele que será agora o seu Avatar.
A empresa que se encontra a explorar o planeta, fá-lo para obter o mineral unobtainium e está disposta a tudo para o cosneguir, inclusivé passar por cima de todos os habitantes de Pandora e para isso conta com um verdadeiro arsenal de militares e mercenários.
Por outro lado o grupo de cientistas, liderado pela carismática Dr. Grace Augustine (Sigourney Weaver) está mais interessado em conhecer os Na'vi e em arranjar uma solução pacífica entre a tribo e os Homens.
Jake vê-se assim entre dois lados, pois trabalha com os cientistas mas não deixa de ser um militar e quando o feroz Colonel Miles Quaritch (Stephen Lang) lhe oferece as suas pernas de volta, poucas dúvidas restam na sua mente. No entanto todas as suas perspectivas mudarão ao ser o escolhido para aprender a cultura dos Na'vi, pela mão da bela Neytiri (Zoe Saldana).
A história é completamente previsível, tal como previa as atenções caíram mais sobre a imagem do que a substância, não há nenhuma decisão que nos surpreenda e sabemos perfeitamente o que irá acontecer, Jake é há semelhança de um Skywalker ou de um Neo mais um "The One", sabemos por quem se irá apaixonar o caminho que seguirá e o que lhe acontecerá no fim. No entanto,os clichés são-no por alguma razão e a verdade é que nada disso me incomodou, talvez por nunca ter esperado algo surpreendente a nível argumentativo e por isso gostei da história. Soube bem, depois de ver tantos desfechos trágicos nos últimos tempos, vibrar com a luta dos Na'vi pela sua terra.
Na maior parte dos filmes em que extraterrestres chegam até ao nosso planeta, as suas intenções são hostis. Neste filme é o Homem o extraterrestre e curiosamente as suas intenções não são assim tão diferentes.
Gostei do elenco, Sigourney Weaver é sempre uma grande senhora, Stephen Lang criou um Colonel temível e cruel e Giovanni Ribisi é responsável por algumas boas gargalhadas com o seu humor negro. Quanto ao par principal, Sam Worthington e Zoe Saldana, têm uma boa química entre eles o que torna impossível não torcer pelos dois.
Quanto à mensagem, ou uma delas, não podia ser mais clara ou dura quando Jake profere que na Terra nós matámos a nossa "mãe".
Depois de um espectáculo visual tão grande, foi uma pena ter de ouvir aquela canção final que destoa por completo deste género de filme, e evocando a música do "Titanic". Este é sem dúvida o ponto mais negativo do filme.
Actualmente o 3-D já se começa a tornar-se irritante, mas ao menos "Avatar" usa-o melhor do que a maioria e por isso vale o esforço, apesar de 3 horas com os óculos se cansativo por vezes. No entanto fiquei curioso em como será visualizá-lo no bom 2-D HD.
"Avatar" é de facto um portento a nível tecnológico, o planeta Pandora é de uma enorme beleza bem como todo o ecossistema que o caracteriza. E este planeta é deveras o grande triunfo do filme, desde as suas montanhas voadoras até todo o tipo de criaturas que o habita, incluindo a tribo Na'vi aquela sobre a qual o filme de debruça.
O ano é o de 2154, a localização Pandora uma das luas de Polyphemus. O filme é narrado por Jake Sully (Sam Worthington) um ex-fuzileiro paraplégico que decide embarcar na viagem até Pandora após a morte do seu irmão gémeo Tommy.
Tommy fazia parte de um grupo de cientistas a trabalhar em Pandora, estudando a sua fauna e flora e tentando melhorar as relações entre os nativos e os humanos. Para serem melhor aceites por eles os humanos desenvolveram, através da combinação de DNA humano e Na'vi, corpos fisicamente semelhante em tudo aos últimos, para os quais a mente de determinados humanos é enviada (uma espécie de entrar na Matrix só que no mundo real). O problema destes corpos é que têm de ser desenvolvidos especificamente para alguém e são extremamente dispendiosos (assim como o filme). Quando Tommy morreu a empresa que se encontra a explorar Pandora decide recrutar o seu irmão gémeo, pois uma vez que partilham o mesmo genoma, é possível para Jake usar o corpo destinado originalmente ao seu irmão, aquele que será agora o seu Avatar.
A empresa que se encontra a explorar o planeta, fá-lo para obter o mineral unobtainium e está disposta a tudo para o cosneguir, inclusivé passar por cima de todos os habitantes de Pandora e para isso conta com um verdadeiro arsenal de militares e mercenários.
Por outro lado o grupo de cientistas, liderado pela carismática Dr. Grace Augustine (Sigourney Weaver) está mais interessado em conhecer os Na'vi e em arranjar uma solução pacífica entre a tribo e os Homens.
Jake vê-se assim entre dois lados, pois trabalha com os cientistas mas não deixa de ser um militar e quando o feroz Colonel Miles Quaritch (Stephen Lang) lhe oferece as suas pernas de volta, poucas dúvidas restam na sua mente. No entanto todas as suas perspectivas mudarão ao ser o escolhido para aprender a cultura dos Na'vi, pela mão da bela Neytiri (Zoe Saldana).
A história é completamente previsível, tal como previa as atenções caíram mais sobre a imagem do que a substância, não há nenhuma decisão que nos surpreenda e sabemos perfeitamente o que irá acontecer, Jake é há semelhança de um Skywalker ou de um Neo mais um "The One", sabemos por quem se irá apaixonar o caminho que seguirá e o que lhe acontecerá no fim. No entanto,os clichés são-no por alguma razão e a verdade é que nada disso me incomodou, talvez por nunca ter esperado algo surpreendente a nível argumentativo e por isso gostei da história. Soube bem, depois de ver tantos desfechos trágicos nos últimos tempos, vibrar com a luta dos Na'vi pela sua terra.
Na maior parte dos filmes em que extraterrestres chegam até ao nosso planeta, as suas intenções são hostis. Neste filme é o Homem o extraterrestre e curiosamente as suas intenções não são assim tão diferentes.
Gostei do elenco, Sigourney Weaver é sempre uma grande senhora, Stephen Lang criou um Colonel temível e cruel e Giovanni Ribisi é responsável por algumas boas gargalhadas com o seu humor negro. Quanto ao par principal, Sam Worthington e Zoe Saldana, têm uma boa química entre eles o que torna impossível não torcer pelos dois.
Quanto à mensagem, ou uma delas, não podia ser mais clara ou dura quando Jake profere que na Terra nós matámos a nossa "mãe".
Depois de um espectáculo visual tão grande, foi uma pena ter de ouvir aquela canção final que destoa por completo deste género de filme, e evocando a música do "Titanic". Este é sem dúvida o ponto mais negativo do filme.
Actualmente o 3-D já se começa a tornar-se irritante, mas ao menos "Avatar" usa-o melhor do que a maioria e por isso vale o esforço, apesar de 3 horas com os óculos se cansativo por vezes. No entanto fiquei curioso em como será visualizá-lo no bom 2-D HD.
quinta-feira, dezembro 17, 2009
Iron Man 2 - Trailer
segunda-feira, dezembro 14, 2009
Dexter - The Getaway
Terminou ontem a quarta temporada de Dexter uma das melhores séries que surgiu nos últimos anos, uma das melhores temporadas deste ano.
Depois de uma terceira temporada aquém das anteriores, Dexter regressa em grande e melhor do que nunca. Para isso contribuiu em muito a presença de John Lithgow, magistral como sempre e que proporcionou o maior duelo entre serial killers da TV. Sim, um duelo maior que o da primeira temporada com o "Ice Truck Killer" e para isso temos o final para o comprovar. Nunca ninguém deixou aquela marca em Dexter o "rapaz" que sempre achou ser frio e insensível e que a pouco e pouco foi descobrindo que afinal não é bem assim.
Vi hoje o episódio e queria apenas dizer que os últimos minutos foram sufocantes, deixaram-me de rastos.
Não era merecido, não foi justo, mas que é um dos finais mais poderosos de uma temporada, caramba se é!
Depois de uma terceira temporada aquém das anteriores, Dexter regressa em grande e melhor do que nunca. Para isso contribuiu em muito a presença de John Lithgow, magistral como sempre e que proporcionou o maior duelo entre serial killers da TV. Sim, um duelo maior que o da primeira temporada com o "Ice Truck Killer" e para isso temos o final para o comprovar. Nunca ninguém deixou aquela marca em Dexter o "rapaz" que sempre achou ser frio e insensível e que a pouco e pouco foi descobrindo que afinal não é bem assim.
Vi hoje o episódio e queria apenas dizer que os últimos minutos foram sufocantes, deixaram-me de rastos.
Não era merecido, não foi justo, mas que é um dos finais mais poderosos de uma temporada, caramba se é!
domingo, dezembro 13, 2009
The Legendary Tiger Man - Life Aint Enough For You
Comecei apenas ontem a ouvir "Femina" o mais recente álbum de "The Legen (wait for it) Dary Tiger Man" e está a ser viciante. Paulo Furtado regressa novamente em grande desta vez com uma ideia bastante ambiciosa e que resulta maravilhosamente.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Lucifer: Devil in the Gateway
"Lucifer" trata-se de um spin-off da personagem criada por Neil Gaiman na sua obra-prima "The Sandman". É evidente que a DC Comics já tinha utilizado o Diabo como personagem antes, mas esta abordagem em particular surge inteiramente da mente de Gaiman que tirou influências da obra "Paradise Lost" de John Milton. A pedido do autor Lucifer foi desenhado para se assemelhar a David Bowie, tal como Constantine havia sido criado há semelhança de Sting. É caso para dizer que grandes artistas musicais andam a passear pelas vinhetas da Vertigo.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes de "Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou (acho que mudar de localização ajudou na decisão) e a árdua tarefa calhou a Mike Carey que nestas histórias trabalhou com os desenhadores, Scott Hampton, Chris Weston, James Hodgkins, Warren Pleece e Dean Ormston.
Não há dúvidas de que Lucifer Morningstar é um personagem extraordinário, mas estamos a falar do ser mais poderoso do Universo DC a seguir ao Criador e a par apenas com o arcanjo Michael Demiurgos (devia ser com o Gabriel mas pronto), como iriam ser abordados os seus vários enredos por Carey era uma grande questão e imagino, um enorme desafio para o autor também, mas como este deu a volta ao problema falarei mais à frente.
Para situar o personagem no tempo vou recapitular em que ponto se encontra, saliento isto para avisar que direi muito brevemente o que lhe aconteceu em "The Sandman". A primeira vez que Lucifer Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Depois de se ter demitido do Inferno e pedido a Morpheus que lhe cortasse as asas, veio viver para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde abriu um bar de nome "Lux" e aproveita para dar concertos de piano. É precisamente nessa cidade e nesse bar que esta história tem início.
"Devil in the Gateway", o primeiro volume desta saga compila três histórias, "The Morningstar Option", "A Six Card Spread" e "Born With The Dead".
Na primeira o Céu vai precisar dos serviços de Lucifer para fazer o seu trabalho sujo, o qual aceita em troca de uma "Carta de Passagem". Nesta aventura o Diabo terá de enfrentar os primeiros deuses criados pela humanidade e para isso usará a ajuda de uma jovem Navajo.
Em "A Six Card Spread" questiona-se sobre a "carta de Passagem" que lhe foi concedida. Se o Criador aceitou o seu pedido é porque terá "algum truque na manga", por isso decide visitar um velho "amigo", um daqueles que "caiu" a seu lado e que possui um baralho de cartas, os Basanos, imensamente poderoso e perigoso, capaz de conhecer o passado, presente, futuro e todos os pensamentos da humanidade.
Por fim temos a história "Born With The Dead", centrada em Elaine, uma pequena rapariga cuja melhor amiga foi assassinada. Elaine é muito dotada para o misticismo sendo capaz de ver o espectro da sua falecida amiga e de comunicar com antigas bruxas as quais apelida por avós, entre outras particularidades. Ao tentar invocar um demónio em vão para as ajudar, acaba por gritar desesperadamente o nome de Satanás, Lucifer. A questão que vos deixo a pensar é se o Diabo lhe respondeu ou não.
Como referi Lucifer contém teoricamente imenso poder, porém há aparentemente certos rituais que têm de ser seguidos até mesmo pelo antigo senhor do Inferno. A importância dos rituais era algo já muito exemplificado em "The Sandman". Desta forma é possível colocar o Diabo nas mais diversas situações, no entanto nunca ao longo deste livro ele nos surge minimamente assustado, afinal de contas estamos a falar do primeiro anjo criado por Deus que exubera inteligência e charme por todos os "poros" e não será obviamente qualquer um a ser capaz de o colocar em verdadeiros problemas.
Ao contrário do que alguns poderão pensar, Lucifer não é necessariamente um vilão, ele não procura infligir o sofrimento nos outros, ele simplesmente tem os seus interesses e além disso nada mais lhe interessa. Carey descreveu-o como "estando disposto a queimar o mundo para acender o seu cigarro". Mas quanto mais se conhece o personagem mais se entendem as suas razões e o porquê de ser assim, para isso aconselho a leitura de "Murder Mysteries" cuja história é também da autoria de Neil Gaiman. Este livro pode não conter o selo da "Vertigo" mas quando se lê não há dúvidas que este Lucifer é o mesmo que foi criado em "The Sandman".
As histórias contêm um ambiente que evoca por vezes "Hellblazer", até o próprio Lucifer faz lembrar fisicamente Constantine, apesar de vestir roupas mais caras, mas se há semelhanças entre estes dois começam e terminam no facto de fumarem e serem loiros, nada mais.
As três histórias contidas neste livro são auto-conclusivas, mas percebe-se que cada uma delas é um passo em frente para algo maior, acho que Carey tem muitas surpresas guardadas para o Diabo e para nós e isso é sempre bem vindo.
Gosto muito de histórias sobre "anjos caídos" aqueles heróis que por diversas razões acabam por cair para o lado negro. Esta é a história sobre aquele que deu origem a esta expressão, este é o primeiro e verdadeiro "anjo caído" este é Lucifer Morningstar e se tiverem coragem venham conhecê-lo, pois vale a pena.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes de "Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou (acho que mudar de localização ajudou na decisão) e a árdua tarefa calhou a Mike Carey que nestas histórias trabalhou com os desenhadores, Scott Hampton, Chris Weston, James Hodgkins, Warren Pleece e Dean Ormston.
Não há dúvidas de que Lucifer Morningstar é um personagem extraordinário, mas estamos a falar do ser mais poderoso do Universo DC a seguir ao Criador e a par apenas com o arcanjo Michael Demiurgos (devia ser com o Gabriel mas pronto), como iriam ser abordados os seus vários enredos por Carey era uma grande questão e imagino, um enorme desafio para o autor também, mas como este deu a volta ao problema falarei mais à frente.
Para situar o personagem no tempo vou recapitular em que ponto se encontra, saliento isto para avisar que direi muito brevemente o que lhe aconteceu em "The Sandman". A primeira vez que Lucifer Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Depois de se ter demitido do Inferno e pedido a Morpheus que lhe cortasse as asas, veio viver para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde abriu um bar de nome "Lux" e aproveita para dar concertos de piano. É precisamente nessa cidade e nesse bar que esta história tem início.
"Devil in the Gateway", o primeiro volume desta saga compila três histórias, "The Morningstar Option", "A Six Card Spread" e "Born With The Dead".
Na primeira o Céu vai precisar dos serviços de Lucifer para fazer o seu trabalho sujo, o qual aceita em troca de uma "Carta de Passagem". Nesta aventura o Diabo terá de enfrentar os primeiros deuses criados pela humanidade e para isso usará a ajuda de uma jovem Navajo.
Em "A Six Card Spread" questiona-se sobre a "carta de Passagem" que lhe foi concedida. Se o Criador aceitou o seu pedido é porque terá "algum truque na manga", por isso decide visitar um velho "amigo", um daqueles que "caiu" a seu lado e que possui um baralho de cartas, os Basanos, imensamente poderoso e perigoso, capaz de conhecer o passado, presente, futuro e todos os pensamentos da humanidade.
Por fim temos a história "Born With The Dead", centrada em Elaine, uma pequena rapariga cuja melhor amiga foi assassinada. Elaine é muito dotada para o misticismo sendo capaz de ver o espectro da sua falecida amiga e de comunicar com antigas bruxas as quais apelida por avós, entre outras particularidades. Ao tentar invocar um demónio em vão para as ajudar, acaba por gritar desesperadamente o nome de Satanás, Lucifer. A questão que vos deixo a pensar é se o Diabo lhe respondeu ou não.
Como referi Lucifer contém teoricamente imenso poder, porém há aparentemente certos rituais que têm de ser seguidos até mesmo pelo antigo senhor do Inferno. A importância dos rituais era algo já muito exemplificado em "The Sandman". Desta forma é possível colocar o Diabo nas mais diversas situações, no entanto nunca ao longo deste livro ele nos surge minimamente assustado, afinal de contas estamos a falar do primeiro anjo criado por Deus que exubera inteligência e charme por todos os "poros" e não será obviamente qualquer um a ser capaz de o colocar em verdadeiros problemas.
Ao contrário do que alguns poderão pensar, Lucifer não é necessariamente um vilão, ele não procura infligir o sofrimento nos outros, ele simplesmente tem os seus interesses e além disso nada mais lhe interessa. Carey descreveu-o como "estando disposto a queimar o mundo para acender o seu cigarro". Mas quanto mais se conhece o personagem mais se entendem as suas razões e o porquê de ser assim, para isso aconselho a leitura de "Murder Mysteries" cuja história é também da autoria de Neil Gaiman. Este livro pode não conter o selo da "Vertigo" mas quando se lê não há dúvidas que este Lucifer é o mesmo que foi criado em "The Sandman".
As histórias contêm um ambiente que evoca por vezes "Hellblazer", até o próprio Lucifer faz lembrar fisicamente Constantine, apesar de vestir roupas mais caras, mas se há semelhanças entre estes dois começam e terminam no facto de fumarem e serem loiros, nada mais.
As três histórias contidas neste livro são auto-conclusivas, mas percebe-se que cada uma delas é um passo em frente para algo maior, acho que Carey tem muitas surpresas guardadas para o Diabo e para nós e isso é sempre bem vindo.
Gosto muito de histórias sobre "anjos caídos" aqueles heróis que por diversas razões acabam por cair para o lado negro. Esta é a história sobre aquele que deu origem a esta expressão, este é o primeiro e verdadeiro "anjo caído" este é Lucifer Morningstar e se tiverem coragem venham conhecê-lo, pois vale a pena.
sábado, dezembro 05, 2009
Entrevista a Maurício de Sousa
Maurício de Sousa é um nome que dispensa apresentações, sendo o artista de BD lusófono mais conhecido em todo o mundo. Neste ano em que comemora 50 anos de carreira, passou por Portugal no segundo fim-de-semana do “Festival Internacional de BD da Amadora”.
Não podendo perder esta oportunidade a RDB foi ao seu encontro e é impressionante ver que após 50 anos, Maurício de Sousa continua com a mesma paixão pela sua carreira, pensando sempre em novas ideias para desenvolver na “Turma da Mônica”.
Para lerem a minha entrevista a este grande senhor da BD cliquem na imagem.
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Dodgem Logic
"Dodgem Logic" trata-se de uma revista bimestral de Alan Moore, que junta colaboradores ilustres tais como Kevin O'Neill, Graham Lineham ou Melinda Gebbie.
O site já está activo e lá podem encontrar além do vídeo de apresentação (pelo próprio Moore) uma data de surpresas. Para descobrirem tudo isto cliquem na imagem.
[Fonte]
Obrigado ao Na outra banda pelo aviso.
quarta-feira, dezembro 02, 2009
terça-feira, novembro 24, 2009
Amadora BD 2009
Entre 23 de Outubro e 8 de Novembro a Amadora voltou a ser, o palco da Banda Desenhada em Portugal, tendo já conquistado um lugar cativo no calendário internacional dos eventos mais importantes na área da 9º arte no mundo.
O meu balanço do festival já se encontra disponível na secção de reportagens da Rua de Baixo, para isso é só clicarem na imagem.
As fotos são da autoria de Ricardo Fino Sá da Costa e podem ser vistas aqui.
O meu balanço do festival já se encontra disponível na secção de reportagens da Rua de Baixo, para isso é só clicarem na imagem.
As fotos são da autoria de Ricardo Fino Sá da Costa e podem ser vistas aqui.
quinta-feira, novembro 19, 2009
Festival Black & White 2010
A 7ª edição do Festival Audiovisual Black & White irá decorrer entre os dias 21 e 24 de Abril. Este é um festival organizado pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto (Campus da Foz) e que abrange três categorias: vídeo, fotografia e aúdio.
Todos aqueles que estiverem interessados em concorrer poderão fazê-lo até 25 de Janeiro, o prazo final para recepção de trabalhos.
Para mais informações consultem o site oficial, clicando na imagem.
É com muito gosto que anuncío que este blog voltará a colaborar com o festival pelo segundo ano consecutivo. Aproveito para expressar o meu agradecimento à organização e em particular ao Fernando Ribeiro.
Etiquetas:
Aúdio,
Black and White,
Fotografia,
Vídeo
quarta-feira, novembro 18, 2009
Depeche Mode no Atlântico 14/11/2009
E parece que o ditado é mesmo verdade pois há terceira foi mesmo de vez.
Finalmente após o terceiro bilhete que compro dos "Depeche Mode" os consegui ver pela primeira vez ao vivo e posso dizer que se no final do concerto começassem a vender bilhetes para um próximo eu tinha comprado num ápice, pois foi um espectáculo verdadeiramente grandioso, porra são os Depeche Mode!
Para tocar na primeira parte foi efectuada uma votação onde se encontravam nomeados os "Mundo cão", os "X-Wife", "Os Golpes" e os "Gomo", tendo estes últimos sido os vencedores. Foi uma boa abertura e das bandas nomeadas é a que possui o estilo mais próximo dos anfitriões. Os "Gomo" tocaram cerca de meia hora onde aproveitaram para apresentar canções do novo álbum revendo as mais populares do anterior.
Por esta altura era garantido que os "Depeche" não iam cancelar (não resisti). Quando a banda surge em palco é um sonho tornado realidade. Martin L. Gore sempre a sobressair na roupa que escolhe e claro Dave "bad boy"Gahan também sempre inconfundível. O espectáculo estava prestes a começar.
A banda começou por tocar três temas do novo álbum o que foi um pouco assustador para mim, pois confesso que ainda não o ouvi na sua totalidade. Claro que sabia que esta era a digressão "Tour of The Universe" a que tem por objectivo apresentar "Sounds of The universe" o último registo. Mas tratando-se de uma banda como os "Depeche Mode" que se quiser consegue tocar horas a fio usando apenas clássicos (sim são mesmo muitos) sempre achei que a maior parte da setlist recairia sobre o passado e não estava errado.
No fundo os "Depeche" tiveram uma óptima ideia ao despachar as novas músicas logo no início tocando "In Chains", "Wrong" e "Hole to Feed", voltando a tocar apenas mais uma faixa do disco em questão a meio do concerto "Miles Away / The Truth Is". Não me entendam mal são boas canções e funcionaram bastante bem ao vivo mas ao pé do resto do alinhamento são claramente as mais fracas e foi com a quarta canção "Walking in my Shoes" que o público se começou a render. Seguida de "A Question of Time", "Precious", "World In My Eyes", "Fly on the Windscreen" estava mais do que garantido que o concerto iria ser grandioso, a partir daqui foi praticamente sempre a subir.
Quando Martin L. Gore acompanhado apenas por teclas nos encantou com "Sister of Night" e principalmente "Home" onde a empatia banda-público atingiu aqui o seu primeiro grande momento.
Ouvir canções seguidas como "Policy of Truth", "It´s no Good", "In Your Room", "I Feel you", "Enjoy the Silence" e "Never Let Me Down Again" é qualquer coisa de monstruoso. Não há nunca um momento de descanso, um momento menor, e que bem que soam estas músicas ao vivo. O público estava mais que conquistado, as pazes feitas.
Como encore tivemos mais quatro momentos geniais "One Caress", "Stripped", "Behind the Wheel" e para o grande final (já se estava mesmo à espera) "Personal Jesus". Um final cheio de esplendor e glória.
Este concerto ficou marcado também por ter sido o primeiro que vi sentado no pavilhão atlântico e que longe está o palco. No balcão dois a olhar directo para o palco é realmente difícil distinguir os músicos. Porém a vista panorâmica de um pavilhão desta magnitude esgotado é qualquer coisa de majestoso. As diferentes cores provenientes do espectáculo a serem reflectidas em milhares de pessoas é uma imagem marcante.
Gostava muito que tocassem uma "Shake the Disease", "Black Celebration", "Just Can´t Get Enough", "Judas", "Master and Servant" entre muitas outras. Mas já se sabe que não há espaço para tudo e os "Depeche" têm mesmo tanta canção soberba que dificilmente sairíamos do Atlântico decepcionados.
Deixo um vídeo não do Atlântico mas que pertence à mesma digressão da "It´s No Good". Foi numa curta pesquisa a que encontrei com melhor qualidade.
Finalmente após o terceiro bilhete que compro dos "Depeche Mode" os consegui ver pela primeira vez ao vivo e posso dizer que se no final do concerto começassem a vender bilhetes para um próximo eu tinha comprado num ápice, pois foi um espectáculo verdadeiramente grandioso, porra são os Depeche Mode!
Para tocar na primeira parte foi efectuada uma votação onde se encontravam nomeados os "Mundo cão", os "X-Wife", "Os Golpes" e os "Gomo", tendo estes últimos sido os vencedores. Foi uma boa abertura e das bandas nomeadas é a que possui o estilo mais próximo dos anfitriões. Os "Gomo" tocaram cerca de meia hora onde aproveitaram para apresentar canções do novo álbum revendo as mais populares do anterior.
Por esta altura era garantido que os "Depeche" não iam cancelar (não resisti). Quando a banda surge em palco é um sonho tornado realidade. Martin L. Gore sempre a sobressair na roupa que escolhe e claro Dave "bad boy"Gahan também sempre inconfundível. O espectáculo estava prestes a começar.
A banda começou por tocar três temas do novo álbum o que foi um pouco assustador para mim, pois confesso que ainda não o ouvi na sua totalidade. Claro que sabia que esta era a digressão "Tour of The Universe" a que tem por objectivo apresentar "Sounds of The universe" o último registo. Mas tratando-se de uma banda como os "Depeche Mode" que se quiser consegue tocar horas a fio usando apenas clássicos (sim são mesmo muitos) sempre achei que a maior parte da setlist recairia sobre o passado e não estava errado.
No fundo os "Depeche" tiveram uma óptima ideia ao despachar as novas músicas logo no início tocando "In Chains", "Wrong" e "Hole to Feed", voltando a tocar apenas mais uma faixa do disco em questão a meio do concerto "Miles Away / The Truth Is". Não me entendam mal são boas canções e funcionaram bastante bem ao vivo mas ao pé do resto do alinhamento são claramente as mais fracas e foi com a quarta canção "Walking in my Shoes" que o público se começou a render. Seguida de "A Question of Time", "Precious", "World In My Eyes", "Fly on the Windscreen" estava mais do que garantido que o concerto iria ser grandioso, a partir daqui foi praticamente sempre a subir.
Quando Martin L. Gore acompanhado apenas por teclas nos encantou com "Sister of Night" e principalmente "Home" onde a empatia banda-público atingiu aqui o seu primeiro grande momento.
Ouvir canções seguidas como "Policy of Truth", "It´s no Good", "In Your Room", "I Feel you", "Enjoy the Silence" e "Never Let Me Down Again" é qualquer coisa de monstruoso. Não há nunca um momento de descanso, um momento menor, e que bem que soam estas músicas ao vivo. O público estava mais que conquistado, as pazes feitas.
Como encore tivemos mais quatro momentos geniais "One Caress", "Stripped", "Behind the Wheel" e para o grande final (já se estava mesmo à espera) "Personal Jesus". Um final cheio de esplendor e glória.
Este concerto ficou marcado também por ter sido o primeiro que vi sentado no pavilhão atlântico e que longe está o palco. No balcão dois a olhar directo para o palco é realmente difícil distinguir os músicos. Porém a vista panorâmica de um pavilhão desta magnitude esgotado é qualquer coisa de majestoso. As diferentes cores provenientes do espectáculo a serem reflectidas em milhares de pessoas é uma imagem marcante.
Gostava muito que tocassem uma "Shake the Disease", "Black Celebration", "Just Can´t Get Enough", "Judas", "Master and Servant" entre muitas outras. Mas já se sabe que não há espaço para tudo e os "Depeche" têm mesmo tanta canção soberba que dificilmente sairíamos do Atlântico decepcionados.
Deixo um vídeo não do Atlântico mas que pertence à mesma digressão da "It´s No Good". Foi numa curta pesquisa a que encontrei com melhor qualidade.
sexta-feira, novembro 13, 2009
Peter Murphy - I'll Fall With Your Knife
"to the crowd
to the world
you were so dry
and with a token bird I made
sent it to fly
right to your side
with a broken wing you sail
oh like winter in july
a barren river wide
I'll pray for the flood
to wash on you
it's here, I'll stay with you
it's here, I'll be with you
I'll fall..."
to the world
you were so dry
and with a token bird I made
sent it to fly
right to your side
with a broken wing you sail
oh like winter in july
a barren river wide
I'll pray for the flood
to wash on you
it's here, I'll stay with you
it's here, I'll be with you
I'll fall..."
quinta-feira, novembro 12, 2009
Alan Moore & Gorillaz
Damon Albarn não pára de me surpreender. Como músico é extremamente ambicioso, possuindo uma carreira longa e proveitosa nos Blur decide enveredar pelos caminhos da electrónica e do hip-hop em Gorillaz um projecto inovador que surge como uma brisa de ar fresco na música até pela própria imagem da banda. Como se não bastasse ainda formou os "The Good The Bad and The Queen" também muito aconselháveis.
Para quem conhece Gorillaz, está familiarizado com a imagem animada da banda, quase saídos de um livro de mangá.
Pois bem o duo por detrás desta banda Damon Albarn e Jamie Hewlett (desenhador de Tank Girl) quer trabalhar com a lenda que é Alan Moore e parece que o senhor aceitou. Pelo que sei Moore vai escrever o livro da ópera que os Gorillaz estão a cômpor.
Moore é um dos mais talentosos escritores do mundo e o meu fascínio pelos seus trabalhos é bem conhecido por quem lê este blog.
Isto promete!!!
terça-feira, novembro 10, 2009
sábado, novembro 07, 2009
Entrevista a C.B. Cebulski
C.B. Cebulski é bem conhecido pelo seu trabalho no “Marvel Mangaverse” e por ter criado a série “Marvel Fairy Tales” nas quais adapta contos de fadas utilizando personagens do universo Marvel. Neste último já trabalhou com três artistas portugueses, Ricardo Tércio, Nuno Plati e João Lemos. Além de escritor é também editor da Marvel e visto por muitos como um “caça-talentos”.
Esteve recentemente no primeiro fim-de-semana do 20º Festival de Banda Desenhada da Amadora e em nome da Rua de Baixo não podia deixar passar a oportunidade de lhe dar uma palavrinha.
Para lerem a entrevista cliquem na imagem.
Quero aproveitar para agradecer à organização do festival em particular ao José Eduardo Ferreira pela disponibilidade e obviamente ao próprio autor que é cinco estrelas, gostei muito de o conhecer.
E claro ao Ricardo Fino Sá da Costa o fotógrafo que me tem acompanhado de forma imparável nesta caminhada pelo festival.
Esteve recentemente no primeiro fim-de-semana do 20º Festival de Banda Desenhada da Amadora e em nome da Rua de Baixo não podia deixar passar a oportunidade de lhe dar uma palavrinha.
Para lerem a entrevista cliquem na imagem.
Quero aproveitar para agradecer à organização do festival em particular ao José Eduardo Ferreira pela disponibilidade e obviamente ao próprio autor que é cinco estrelas, gostei muito de o conhecer.
E claro ao Ricardo Fino Sá da Costa o fotógrafo que me tem acompanhado de forma imparável nesta caminhada pelo festival.
sexta-feira, novembro 06, 2009
Sardinha em Lata
O realizador/produtor Nuno Beato, juntamente com o realizador José Miguel Ribeiro (vencedor do “Cartoon d’Or” em 2000 com o filme “A Suspeita”) e com “uma não-artista com os pés na terra”, Eva Yébenes, decidiram em 2007 embarcar num novo desafio ao criarem a produtora de animação Sardinha em Lata. Uma produtora cujo objectivo principal é o de contribuir para o aumento da qualidade do cinema de animação em Portugal.
Para isso, esta equipa decidiu apostar em força na realização de séries de grande formato que possam concorrer e entrar no mercado Internacional e, ao mesmo tempo, continuar a criar curtas-metragens onde os autores podem explorar o seu lado mais intimista e experimental.
O resto do artigo encontra-se disponível na edição de Novembro da Rua de Baixo.
Lá poderão também encontrar a estreia mundial da série "Dodu - O Rapaz de Cartão" (ver imagem acima) realizada por José Miguel Ribeiro e escrita por Virgílio Almeida, com a exibição do episódio piloto.
Um muito obrigado a toda a equipa da "Sardinha em Lata" pela amabilidade com que nos receberam.
Cliquem na imagem para o link directo.
segunda-feira, novembro 02, 2009
Band Of Horses - No One's Gonna Love You
"And anything to make you smile
It is my better side of you to admire
But they should never take so long
Just to be over then back to another one
But no one is ever gonna love you more than I do"
quinta-feira, outubro 29, 2009
Them Crooked Vultures
Ao passar pelo Na outra banda descobri que uma canção dos "Them Crooked Vultures" já se encontra disponível.
A expectativa é grande não fosse esta banda composta por John Paul Jones (Led Zeppelin), Josh Homme (Kyuss, Queens of The Stone Age) e Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters).
O álbum está previsto sair em Novembro.
Etiquetas:
Música,
Them Crooked Vultures,
Vídeos
segunda-feira, outubro 26, 2009
O 5º Esq. Dos Infernos
Para quem ainda não conhece fica a sugestão de visitarem o webcomic "O 5º Esq. Dos Infernos".
Uma divertida ideia para animar as nossas semanas, da autoria de Nuno Duarte e Patrícia Furtado.
Apesar de Nuno Duarte ser mais conhecido como argumentista de TV ("Bocage", "Liberdade 21", "Manobras de Diversão") também o é na BD tendo participado em "Paris Morreu", "Mutant and Survive" entre outros e sendo o autor do recente "A Fórmula da Felecidade". Um livro fantástico que aconselho a todos. Posteriormente falarei dele.
Cliquem na imagem para aceder ao webcomic.
Uma divertida ideia para animar as nossas semanas, da autoria de Nuno Duarte e Patrícia Furtado.
Apesar de Nuno Duarte ser mais conhecido como argumentista de TV ("Bocage", "Liberdade 21", "Manobras de Diversão") também o é na BD tendo participado em "Paris Morreu", "Mutant and Survive" entre outros e sendo o autor do recente "A Fórmula da Felecidade". Um livro fantástico que aconselho a todos. Posteriormente falarei dele.
Cliquem na imagem para aceder ao webcomic.
quinta-feira, outubro 22, 2009
terça-feira, outubro 20, 2009
Requiem Vampire Knight
"Requiem Chevalier Vampire" no seu titulo original, trata-se de uma BD da autoria de Pat "The Man" Mills e Olivier "Le Grand" Ledroi que começou a ser editada em 2000. Como refiro esta é uma saga publicada originalmente em francês, mas que também pode ser encontrada traduzida em inglês ou alemão (o título em alemão também tem uma sonoridade bestial "Requiem Der Vampirritter").
O livro que vou falar aqui trata-se da primeira compilação desta história editada pela "Panini" e que contém os dois primeiros capítulos da saga, "Ressurection" e "Danse Macabre".
Réssurection é o nome do local onde se desenrola esta história, no que aparenta ser o Inferno de Mills (já que existe o inferno de Dante porque não o de Mills também?), um local assustador e carregado de ideias alucinantes típicas do autor. Para começar todas as pessoas que vão para lá reencarnam em monstros consoante os pecados que cometeram quando ainda eram vivos. No entanto se pensam que justiça é uma palavra que faz parte do vocabulário deste mundo enganem-se, pois aqueles que foram mais maléficos em vida são os melhor recompensados. Então rapidamente podemos dizer que a classe mais baixa de criminosos re-encarna em Zombies e a mais alta em Vampiros. Por mais alta entenda-se os maiores e mais cruéis assassinos que passaram pela Terra.
Este exemplo foi apenas para dar uma ideia de como as coisas funcionam em Réssurection, pelo meio há muito mais, pois existem reencarnações específicas para todos os tipos de criminosos desde violadores, infanticidas, suicidas, etc. Os membros da inquisição juntamente com outras classes da Igreja Católica também possuem o seu lugar cativo, jamais Mills os esqueceria.
Uma curiosidade muito engraçada é que pessoas que cometeram o mesmo tipo de crimes podem re-encarnar em seres diferentes consoante a atitude que tiveram em vida, ou seja, aqueles que se enganaram a si próprios tentando convencer-se que estavam a fazer o que era correcto enquanto cometiam crimes horrendos não têm o direito de re-encarnarem como vampiros, não são dignos de tal honra, reencarnando ao invés em ghouls.
Mas o mais injusto e terrífico neste Inferno é que não é constituído apenas por criminosos, pois todas as vítimas vão lá parar também, reencarnando sob a forma de Lémures (espectros/fantasmas) e a única forma que têm de se libertar deste Inferno é eliminando os responsáveis pelas suas mortes. A ideia de que alguém que sofreu anos de tortura nas mãos de um psicótico em vida poderá voltar a sofrê-los em morte é de uma atrocidade enorme e um caso bem possível de acontecer por estas bandas. Será portanto desnecessário dizer que uma guerra entre Vampiros e Lémures está instalada por toda a Réssurection.
Neste Inferno as coisas parecem funcionar ao contrário da Terra, o próprio tempo move-se na direcção oposta e por isso todos (ou quase todos) rejuvenescem com o passar dos dias, até se tornarem em fetos e desaparecerem (quem sabe reencarnando novamente na Terra?). Apesar de ter a mesma forma redonda que a Terra, Réssurection tem fogo no lugar da terra e terra no lugar dos oceanos.
O personagem principal da trama é Heinrich Augsburg um soldado alemão que combateu e encontrou a sua morte na II Guerra Mundial. Uma vez que abraçou a carnificina de um soldado nazi, só poderia entrar no inferno pela porta grande, ou seja, como um vampiro.
Ao aterrar, confuso, em Réssurection observa uma disputa entre um grupo de zombies e um vampiro de nome Otto von Todt. Ajudando o vampiro, rapidamente cria um laço de amizade com ele e seguindo os seus conselhos acaba por aceitar ser treinado por Lord Cryptos a fim de se tornar um cavaleiro vampiro. Após ter completado o seu treino não será mais conhecido por Heinrich Augsburg, mas antes por Requiem, o cavaleiro vampiro.
A tragédia por detrás deste personagem é que em vida era apaixonado por Rebecca uma judia que foi assassinada pela Gestapo. Como seria de esperar Rebecca encontra-se em Réssurection e não demorará muito a travar contacto com ele. Dois amantes que durante a vida estavam em lados opostos voltam agora a repetir a dança durante a morte.
Com o tempo Requiem irá descobrir que existem segredos obscuros guardados dentro de si que nem ele próprio conhecia.
A título de curiosidade são imensas as figuras históricas que desfilam por esta obra, entre os vampiros temos Átila o Huno, Maximilien Robespierre, Aleister Crwoley, Nero, entre outros, e obviamente Vlad Tepes III mais conhecido por Drácula o soberano desta Réssurection.
O tempo foi algo que me confundiu a início na série, uma vez que pessoas que morreram depois de Requiem apareceram em Réssurection antes dele. Aparentemente a disposição porque cada um entra neste Inferno não segue a ordem das suas mortes.
Pat Mills afirmou que esta foi uma obra inspirada pelo tema da re-encarnação algo que ele já tinha explorado também com Ledroit em "Sha". Aqui a dupla volta a reunir-se e constrói uma obra que na minha opinião consegue ser mais grandiosa do que a anterior.
O sonho de qualquer apaixonado por BD é que tanto os desenhos como a história estejam ao mesmo nível e "Requiem" é precisamente um desses casos.
Ledroit dá uma vida enorme às ideias de Mills, a sua arte transcende as folhas de papel e facilmente nos perdemos nas suas pranchas. O seu estilo é perfeito para desenhar contos de horror. O traço, a cor, nada é deixado ao acaso por este senhor que constrói cenários literalmente do "outro mundo".
Pessoalmente considero-a uma das obras mais aliciantes de BD e uma das formas mais interessantes de explorar o conceito de Vampiro que saiu nos últimos anos.
Nota: Não encontrei imagens com melhor qualidade, mas confiem quando digo que os desenhos são de uma qualidade gigante.
O livro que vou falar aqui trata-se da primeira compilação desta história editada pela "Panini" e que contém os dois primeiros capítulos da saga, "Ressurection" e "Danse Macabre".
Réssurection é o nome do local onde se desenrola esta história, no que aparenta ser o Inferno de Mills (já que existe o inferno de Dante porque não o de Mills também?), um local assustador e carregado de ideias alucinantes típicas do autor. Para começar todas as pessoas que vão para lá reencarnam em monstros consoante os pecados que cometeram quando ainda eram vivos. No entanto se pensam que justiça é uma palavra que faz parte do vocabulário deste mundo enganem-se, pois aqueles que foram mais maléficos em vida são os melhor recompensados. Então rapidamente podemos dizer que a classe mais baixa de criminosos re-encarna em Zombies e a mais alta em Vampiros. Por mais alta entenda-se os maiores e mais cruéis assassinos que passaram pela Terra.
Este exemplo foi apenas para dar uma ideia de como as coisas funcionam em Réssurection, pelo meio há muito mais, pois existem reencarnações específicas para todos os tipos de criminosos desde violadores, infanticidas, suicidas, etc. Os membros da inquisição juntamente com outras classes da Igreja Católica também possuem o seu lugar cativo, jamais Mills os esqueceria.
Uma curiosidade muito engraçada é que pessoas que cometeram o mesmo tipo de crimes podem re-encarnar em seres diferentes consoante a atitude que tiveram em vida, ou seja, aqueles que se enganaram a si próprios tentando convencer-se que estavam a fazer o que era correcto enquanto cometiam crimes horrendos não têm o direito de re-encarnarem como vampiros, não são dignos de tal honra, reencarnando ao invés em ghouls.
Mas o mais injusto e terrífico neste Inferno é que não é constituído apenas por criminosos, pois todas as vítimas vão lá parar também, reencarnando sob a forma de Lémures (espectros/fantasmas) e a única forma que têm de se libertar deste Inferno é eliminando os responsáveis pelas suas mortes. A ideia de que alguém que sofreu anos de tortura nas mãos de um psicótico em vida poderá voltar a sofrê-los em morte é de uma atrocidade enorme e um caso bem possível de acontecer por estas bandas. Será portanto desnecessário dizer que uma guerra entre Vampiros e Lémures está instalada por toda a Réssurection.
Neste Inferno as coisas parecem funcionar ao contrário da Terra, o próprio tempo move-se na direcção oposta e por isso todos (ou quase todos) rejuvenescem com o passar dos dias, até se tornarem em fetos e desaparecerem (quem sabe reencarnando novamente na Terra?). Apesar de ter a mesma forma redonda que a Terra, Réssurection tem fogo no lugar da terra e terra no lugar dos oceanos.
O personagem principal da trama é Heinrich Augsburg um soldado alemão que combateu e encontrou a sua morte na II Guerra Mundial. Uma vez que abraçou a carnificina de um soldado nazi, só poderia entrar no inferno pela porta grande, ou seja, como um vampiro.
Ao aterrar, confuso, em Réssurection observa uma disputa entre um grupo de zombies e um vampiro de nome Otto von Todt. Ajudando o vampiro, rapidamente cria um laço de amizade com ele e seguindo os seus conselhos acaba por aceitar ser treinado por Lord Cryptos a fim de se tornar um cavaleiro vampiro. Após ter completado o seu treino não será mais conhecido por Heinrich Augsburg, mas antes por Requiem, o cavaleiro vampiro.
A tragédia por detrás deste personagem é que em vida era apaixonado por Rebecca uma judia que foi assassinada pela Gestapo. Como seria de esperar Rebecca encontra-se em Réssurection e não demorará muito a travar contacto com ele. Dois amantes que durante a vida estavam em lados opostos voltam agora a repetir a dança durante a morte.
Com o tempo Requiem irá descobrir que existem segredos obscuros guardados dentro de si que nem ele próprio conhecia.
A título de curiosidade são imensas as figuras históricas que desfilam por esta obra, entre os vampiros temos Átila o Huno, Maximilien Robespierre, Aleister Crwoley, Nero, entre outros, e obviamente Vlad Tepes III mais conhecido por Drácula o soberano desta Réssurection.
O tempo foi algo que me confundiu a início na série, uma vez que pessoas que morreram depois de Requiem apareceram em Réssurection antes dele. Aparentemente a disposição porque cada um entra neste Inferno não segue a ordem das suas mortes.
Pat Mills afirmou que esta foi uma obra inspirada pelo tema da re-encarnação algo que ele já tinha explorado também com Ledroit em "Sha". Aqui a dupla volta a reunir-se e constrói uma obra que na minha opinião consegue ser mais grandiosa do que a anterior.
O sonho de qualquer apaixonado por BD é que tanto os desenhos como a história estejam ao mesmo nível e "Requiem" é precisamente um desses casos.
Ledroit dá uma vida enorme às ideias de Mills, a sua arte transcende as folhas de papel e facilmente nos perdemos nas suas pranchas. O seu estilo é perfeito para desenhar contos de horror. O traço, a cor, nada é deixado ao acaso por este senhor que constrói cenários literalmente do "outro mundo".
Pessoalmente considero-a uma das obras mais aliciantes de BD e uma das formas mais interessantes de explorar o conceito de Vampiro que saiu nos últimos anos.
Nota: Não encontrei imagens com melhor qualidade, mas confiem quando digo que os desenhos são de uma qualidade gigante.
quarta-feira, outubro 14, 2009
DocLisboa 2009
Isto não pára por Lisboa, depois de Motelx, veio o Queer, a festa do cinema francês e chega agora a vez do doclisboa.
Não há tempo para descansar.
Fica então o aviso para aqueles que puderem. O 4º doclisboa realiza-se entre 15 e 25 de Outubro.
Até agora ainda não falhei nenhum festival, espero que este também não.
Cliquem na imagem para aceder à página oficial.
quinta-feira, outubro 08, 2009
20º Amadora - Site Oficial
O site oficial do FIBDA já se encontra em funcionamento.
A informação ainda não abunda por lá, porém este ano há uma novidade que já está disponível.
A novidade é um jogo cujo objectivo é que cada um dos visitantes crie um boneco. Os desenhos a partir dos quais o boneco é construído são da autoria de Rui Lacas.
Todos os personagens irão aparecer num álbum de BD que estará em exibição no festival. Para isso têm de as criar até 13 de Outubro.
Aqui fica o que eu criei:
Nome: Loot
Idade: 871 anos
Localização: Limbo
Profissão: Grim Reaper
A informação ainda não abunda por lá, porém este ano há uma novidade que já está disponível.
A novidade é um jogo cujo objectivo é que cada um dos visitantes crie um boneco. Os desenhos a partir dos quais o boneco é construído são da autoria de Rui Lacas.
Todos os personagens irão aparecer num álbum de BD que estará em exibição no festival. Para isso têm de as criar até 13 de Outubro.
Aqui fica o que eu criei:
Nome: Loot
Idade: 871 anos
Localização: Limbo
Profissão: Grim Reaper
10º Festa do Cinema Francês
sexta-feira, outubro 02, 2009
Entrevista a Nelson Dona Director do Festival Internacional de BD da Amadora
O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), que este ano ostenta um novo nome no cartaz, o de “Amadora BD”, comemora o seu 20º aniversário. O evento irá decorrer entre 23 de Outubro e 8 de Novembro e promete fazer um balanço destes 20 anos de BD em Portugal.
O núcleo central do festival localiza-se novamente no Fórum Luís de Camões, na Brandoa, mas como é costume haverão várias exposições espalhadas pela cidade tais como na Casa Roque Gameiro, nos Recreios da Amadora, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (retrospectiva de Héctor Oesterheld), no Centro Comercial Dolce Vita Tejo/Kidzania, na Escola Superior de Teatro e Cinema, na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos e na Galeria Municipal Artur Bual onde decorrerá a merecida homenagem a Vasco Granja.
Para conhecermos um pouco melhor a história deste festival e a programação deste ano em nome da Rua de Baixo estive à conversa com o director do festival, Nelson Dona. Cliquem na imagem para aceder à entrevista.
Entrevista a Filipe Pina e Filipe Andrade
“BRK” é a mais recente aposta da ASA no que toca a edições de BD portuguesa.
O livro conta a história de David, um jovem de 17 anos cuja vida irá mudar drasticamente ao conhecer Bia, uma bela rapariga que o tenta convencer a juntar-se ao “Estalo” uma organização que tem por objectivo mudar a mentalidade das pessoas.
Tentando afastar-se da ideia, David acaba por se juntar ao grupo e é aqui que a sua aventura realmente começa.
Os autores Filipe Pina e Filipe Andrade começaram a trabalhar juntos em BD em 2003 quando criaram a tira cómica online “Fraggers”. Posteriormente iniciaram a história de “BRK”, o qual foi editado periodicamente no BD Jornal entre 2006 e 2008 e que nos chega agora em formato de livro.
Eu em nome da Rua de Baixo tive o prazer de estar à conversa com os autores para falarmos um pouco desta obra entre outras coisas. Para acederem à entrevista, que se encontra já disponível na edição de Outubro da Rua, cliquem na imagem.
quinta-feira, outubro 01, 2009
A Nightmare on Elm Street - Trailer
Não sei não, mas quando a coisa mais assustadora no trailer é a frase "From producer Michael Bay" é porque não é bom sinal.
Já o original é um clássico do género pois claro.
terça-feira, setembro 29, 2009
45 anos de Mafalda
segunda-feira, setembro 28, 2009
Sessões no MOTELx 2009: Trick 'r Treat e Eel Girl
Trick 'r Treat
Este foi o segundo e último filme a que assisti no festival. Numa curta pesquisa pelo IMDB este "Trick 'r Treat" surgiu-me como uma opção bastante favorável não só pelas críticas mas também pelo elenco bem conhecido. Infelizmente não foi o caso.
O filme conta quatro histórias que se desenrolam durante o Halloween e se cruzam entre elas. As histórias são antecedidas sobre uma curta aparição por parte de um casal que quebra as tradições do halloween tradições do feriado, tradições essas que foram criadas para proteger as pessoas dos mortos mas que nos dias de hoje caíram no esquecimento.
No primeiro conto surge-nos o reitor Steven (Dylan Baker), um homem que esconde gostos terrivelmente macabros e sanguinários que ensinará uma "lição de vida" a um jovem rapaz sobre os cuidados a ter nesta noite.
De seguida conhecemos quatro amigas que se preparam para viverem uma enorme festa. Todas se encontram vestidas a rigor para este "Halloween" e para isso escolheram fantasias de "contos de fada". Laurie (Anna Paquin) aparenta ser das quatro a mais introvertida, o que muito provavelmente é a causa da sua ainda "virgindade", que é considerada uma vergonha por parte da sua irmã e amigas. Quem sabe se esta não é a noite em que Laurie irá finalmente provar esse sabor. Gosto dos finais do género deste conto apesar de não ter trazido nada de novo e original, mesmo assim foi das histórias que mais gostei, não valesse a pena só por ver Anna Paquin vestida de Capuchinho Vermelho.
A terceira história é sobre um grupo de miúdos que se encontra a reunir abóboras de halloween, as chamadas jack-o'-lanterns. As abóboras irão ser usadas para prestar homenagem a um grupo de crianças que caíram de um autocarro por um penhasco abaixo. Reza a lenda que foram os próprios pais que pagaram ao condutor para as matar. Se a lenda é verdadeira ou não é algo que estas crianças não demorarão em descobrir.
Por fim temos o vizinho do reitor Steven, Mr. Kreeg (Brian Cox) um velho solitário que vive apenas com o cão e é visitado por um estranho ser que dá pelo nome de Sam. Sam tem o tamanho de uma criança e parece o boneco saído da capa "Issues" dos Korn (ver poster). É também o personagem que surge em todos os outros contos nem que seja por breves instantes. Uma coisa é certa, Sam leva muito a sério as tradições do "Halloween" é ele quem encarna vigorosamente o espírito deste dia tenebroso e assustador.
O filme evoca estilos passados e nesse sentido funciona como uma homenagem a determinados contos de terror. Enquanto via o filme de facto sentia algo familiar e só mais tarde ao ler sobre o filme me apercebi que este me recordava os "Tales From The Cript" que eu via quando era mais novo na Sic. Em tom jocoso até comparei os contos aos "Arrepios" mas não, estes evocam mesmo o estilo dos velhinhos "Tales From The Cript".
O filme foi realizado por Michael Dougherty e é baseado na curta "Season's Greetings".
Infelizmente como falei acima o resultado não foi satisfatório. Os contos são fraquinhos e de assustadores têm muito pouco, verdade seja dita tal como os "Tales From The Cript" mas estes eu via em casa na TV não num Cinema. Este é um filme de terror para toda a família e talvez por ter ido à procura de algo mais intenso tenha saído mais desiludido do que devia para mim "Trick 'r Treat" tinha de trazer muito mais e não trouxe.
Eel Girl
Tal como já tinha mencionado todos os filmes no MOTELx eram precedidos por uma curta-metragem. Desta vez foi "Eel Girl" de de Paul Campion um filme da Nova Zelândia.
A história é sobre a obsessão de um cientista com uma criatura metade mulher metade enguia. Uma obsessão de cariz sexual que leva o cientista a não resistir à tentação e a entrar em contacto físico com a misteriosa criatura. Um filme sobre apetites para não dizer mais. Engraçado o suficiente que vale pela curiosa criatura.
domingo, setembro 27, 2009
Sessões no MOTELx 2009: Re-Animator e Papá Wrestling
Re-Animator
Apesar de ser um filme de 1985 esta foi a sua estreia em Portugal (em Cinema). Uma das grandes notícias é que o filme iria passar na sua versão integral e não censurada. A mítica cena sexual de uma cabeça cortada está lá e é um misto de repulsa e gargalhada bem ao género destes filmes.
Realizado por Stuart Gordon é uma adaptação do conto "Herbert West: Reanimator" de H. P. Lovecraft.
O filme conta a história de Herbert West (Jeffrey Combs) e Dan Cain (Bruce Abbott). O primeiro é um estudante de medicina tenebroso que é transferido de uma universidade em Zurique, na Suíça para a de Miskatonic na América. é lá onde conhece Dan Cain também ele um estudante de medicina conhecido por não lidar bem com a morte dos seus pacientes.
Dan é um excelente estudante, namora com a filha do director e nunca se mete em confusões, leva portanto uma vida bastante pacífica até ao dia em que começa a dividir casa com estranho Herbert.
Com o tempo Dan descobre que Herbert se encontra a pesquisar a reanimação de tecido morto tendo já criado um soro capaz de reanimar os mortos. Herbert acredita que quanto mais "fresco" estiver o exemplar melhor serão os resultados uma vez que o cérebro se encontra morto há pouco tempo. No entanto e em contradição com as ideias de Dr. Carl Hill (David Gale) acredita ser possível reanimar alguém cujo cérebro se encontra morto há vários dias, porém os resultados são muito piores.
"Re-Animator" é um clássico do género carregado de morte e humor que não deixará o espectador indiferente. O filme contou com a apresentação por parte do próprio Stuart Gordon que fez um discurso bastante divertido e até realista. Os aplausos foram imensos e mostraram bem a Gordon como é acarinhado pelos fãs do terror.
Papá Wrestling
Todos os filmes exibidos no "MOTELx" apresentavam inicialmente uma curta-metragem. Neste caso coube a honra a "Papá Wrestling" de Fernando Alle.
Como em muitos filmes a história é sobre um jovem rapaz cujo almoço é roubado pelos delinquentes da escola. Infelizmente para os delinquentes o pai do tal rapaz é um lutador de wrestling completamente maníaco e o que se segue é um festival de gore que resulta em puro divertimento.
Nunca a frase "enfiar-te as bolas pela boca adentro" foi usada de forma tão literal num filme.
"Papá Wrestling" não passou despercebido apesar de não ter vencido o concurso do festival recebeu uma menção e pela forma como o público o aplaudiu é caso para dizer que é um vencedor.
sexta-feira, setembro 18, 2009
13º Queer Lisboa
Inglorious Basterds
O primeiro filme que vi de Quentin Tarantino foi o clássico "Pulp Fiction" que me fez apaixonar instantaneamente pelo seu cinema. A partir daqui o nome Tarantino seria um nome a seguir. Fui buscar “Reservoir Dogs” e não restava margem para dúvidas “Pulp Fiction” não tinha sido um golpe de sorte (como se isso fosse possível) Tarantino é de facto um realizador incrivelmente talentoso, com uma bagagem cinematográfica invejável e com um talento do caraças para escrever diálogos. Estes diálogos "Tarantinescos" são precisamente aquilo que eu mais adoro nos seus devaneios cinematográficos.
Depois veio "Jacky Brown" e uns bons anos mais tarde "Kill Bill" (dividido em dois capítulos). Não estando ao nível dos anteriores (para mim) são obras cujo valor cinematográfico não se questiona. Tarantino continuava em grande. Infelizmente ainda me falta ver “Death Proof” um filme que faz parte do projecto “Grindhouse” que consistia em dois filmes que voltassem a relembrar o género com o mesmo nome, um realizado por Tarantino e outro pelo seu amigo de longa data, Robert Rodriguez de nome “Planet Terror”.
Agora em 2009 Tarantino regressa com "Inglorious Basterds" (que soa muito melhor quando pronunciado com qualquer um dos sotaques do Reino Unido). Um projecto já antigo na mente do realizador mas que só agora se concretizou.
"Basterds" é um regresso em grande e dizer isto de alguém que nunca fez um mau filme é um belo elogio. Apesar de à primeira vista parecer um filme de guerra, apresenta mais traços que nos remetem para um "western spaghetti" que apenas troca o velho oeste pela 2º Guerra Mundial.
O filme encontra-se dividido por capítulos que contam a história do Col. Hans Landa o "Caçador de Judeus" (Christoph Waltz), de Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) uma judia sobrevivente e do grupo secreto caçador de nazis cujo nome dá o título ao filme.
Se o ano passado uma das melhores aberturas pertenceu a "The Dark Knight" este ano pertencerá certamente a "Inglorious Basterds". Toda a sequência respira a "Western" e o diálogo à mesa entre o temível Col. Hans Landa e o senhor LaPadite (Denis Menochet) é de cortar a respiração. Felizmente que cenas com esta qualidade é coisa que abunda no filme.
A história em si desenrola-se maioritariamente em França, três anos após a fuga de Shosanna que se encontra agora em Paris a gerir um Cinema. O Pvt. Fredrick Zoller (Daniel Brühl) enfatua-se pela jovem e bela Shosanna e sem saber do seu passado trágico tudo faz ao seu alcance para que o filme alemão (inspirado em si) "Stolz der Nation" ("A Nation's Pride") tenha a sua noite de estreia no cinema dela.
A partir daqui todas as personagens irão convergir neste cinema. Os "Inglorious Basterds" não podem desperdiçar esta oportunidade que irá reunir tantos Nazis importantes dentro da mesma sala, principalmente quando sabem que Hitler também lá estará. O infalível Col. Hans Landa também marcará presença uma vez que é obviamente o chefe de segurança, não fosse ele o melhor naquilo que faz (e sempre que digo isto em voz alta lembro-me do Wolverine).
Como é bem sabido Tarantino é um grande apaixonado pela 7º arte e como não podia deixar de ser volta a fazer inúmeras referências cinematográficas em "Basterds" muitas que provavelmente me passaram ao lado, uma vez que a minha bagagem na área é bem menor.
Houve espaço também para algumas participações de amigos de longa data tal como a narração por Samuel L. Jackson e a voz do comandante da OSS que ouvimos no final do filme que pertence a Harvey Keitel. Julie Dreyfus que já tinha entrado em "Kill Bill" tem aqui um papel escrito especialmente para ela. O amigo e realizador Eli Roth ("Hostel") também entra nesta aventura personificando o Sgt. Donny Donowitz a.k.a. The Bear Jew e digamos que declama poesia com um bastão de Basebol como nunca antes tinha visto. Mike Meyers também faz uma perninha, enfim se continuar acho que nunca mais paro de escrever sobre isto.
De resto há os tão famosos diálogos "Tarantinescos", o fetiche por pés e claro uma sempre especial atenção à banda sonora. O início de uma vingança ao som da "Cat People" de David Bowie é qualquer coisa de especial. Canção esta que pertence a outro filme ("Cat People") mas cuja letra entra perfeitamente no espírito da cena em questão.
o Leque de actores é na sua maioria fantástico. O Lt. Aldo Raine de Brad Pitt é hilariante e a sua ascendência de Indío só contribui para lhe dar características ainda mais excêntricas como a sua fixação por escalpes. Dos "Basterds" é impossível não destacar também o Sgt. Hugo Stiglitz interpretado por Til Schweiger, sem dúvida uma das maiores dores de cabeça dos Nazis.
Outro personagem que sou obrigado a salientar é o Major Dieter Hellstrom. August Diehl conquistou-me com a sua interpretação de um oficial da Gestapo na cena do café em que este se senta ao lado dos aliados. Ver o tenente Archie Hicox (Michael Fassbender) e o Sgt. Hugo Stiglitz, entre outros a interagir com este oficial nazi resultou em uma das melhores cenas que este filme tem para nos oferecer.
Para o fim deixei Christoph Waltz, o Col. Hans Landa (que tem aqui a sua 1º participação num filme Americano, mas que certamente não será a última). Waltz venceu o prémio de melhor actor em Cannes e depois de ver o filme percebe-se claramente porquê. Além de ser um poliglota invejável todas as cenas em que Waltz aparece são ouro sobre azul. O seu personagem é arrepiante e incapaz de deixar alguém indiferente. Se até nós numa cadeira de cinema nos sentimos incomodados com as suas questões, nem quero imaginar como seria um contacto na vida real com o temível "caçador de Judeus".
Depois veio "Jacky Brown" e uns bons anos mais tarde "Kill Bill" (dividido em dois capítulos). Não estando ao nível dos anteriores (para mim) são obras cujo valor cinematográfico não se questiona. Tarantino continuava em grande. Infelizmente ainda me falta ver “Death Proof” um filme que faz parte do projecto “Grindhouse” que consistia em dois filmes que voltassem a relembrar o género com o mesmo nome, um realizado por Tarantino e outro pelo seu amigo de longa data, Robert Rodriguez de nome “Planet Terror”.
Agora em 2009 Tarantino regressa com "Inglorious Basterds" (que soa muito melhor quando pronunciado com qualquer um dos sotaques do Reino Unido). Um projecto já antigo na mente do realizador mas que só agora se concretizou.
"Basterds" é um regresso em grande e dizer isto de alguém que nunca fez um mau filme é um belo elogio. Apesar de à primeira vista parecer um filme de guerra, apresenta mais traços que nos remetem para um "western spaghetti" que apenas troca o velho oeste pela 2º Guerra Mundial.
O filme encontra-se dividido por capítulos que contam a história do Col. Hans Landa o "Caçador de Judeus" (Christoph Waltz), de Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) uma judia sobrevivente e do grupo secreto caçador de nazis cujo nome dá o título ao filme.
Se o ano passado uma das melhores aberturas pertenceu a "The Dark Knight" este ano pertencerá certamente a "Inglorious Basterds". Toda a sequência respira a "Western" e o diálogo à mesa entre o temível Col. Hans Landa e o senhor LaPadite (Denis Menochet) é de cortar a respiração. Felizmente que cenas com esta qualidade é coisa que abunda no filme.
A história em si desenrola-se maioritariamente em França, três anos após a fuga de Shosanna que se encontra agora em Paris a gerir um Cinema. O Pvt. Fredrick Zoller (Daniel Brühl) enfatua-se pela jovem e bela Shosanna e sem saber do seu passado trágico tudo faz ao seu alcance para que o filme alemão (inspirado em si) "Stolz der Nation" ("A Nation's Pride") tenha a sua noite de estreia no cinema dela.
A partir daqui todas as personagens irão convergir neste cinema. Os "Inglorious Basterds" não podem desperdiçar esta oportunidade que irá reunir tantos Nazis importantes dentro da mesma sala, principalmente quando sabem que Hitler também lá estará. O infalível Col. Hans Landa também marcará presença uma vez que é obviamente o chefe de segurança, não fosse ele o melhor naquilo que faz (e sempre que digo isto em voz alta lembro-me do Wolverine).
Como é bem sabido Tarantino é um grande apaixonado pela 7º arte e como não podia deixar de ser volta a fazer inúmeras referências cinematográficas em "Basterds" muitas que provavelmente me passaram ao lado, uma vez que a minha bagagem na área é bem menor.
Houve espaço também para algumas participações de amigos de longa data tal como a narração por Samuel L. Jackson e a voz do comandante da OSS que ouvimos no final do filme que pertence a Harvey Keitel. Julie Dreyfus que já tinha entrado em "Kill Bill" tem aqui um papel escrito especialmente para ela. O amigo e realizador Eli Roth ("Hostel") também entra nesta aventura personificando o Sgt. Donny Donowitz a.k.a. The Bear Jew e digamos que declama poesia com um bastão de Basebol como nunca antes tinha visto. Mike Meyers também faz uma perninha, enfim se continuar acho que nunca mais paro de escrever sobre isto.
De resto há os tão famosos diálogos "Tarantinescos", o fetiche por pés e claro uma sempre especial atenção à banda sonora. O início de uma vingança ao som da "Cat People" de David Bowie é qualquer coisa de especial. Canção esta que pertence a outro filme ("Cat People") mas cuja letra entra perfeitamente no espírito da cena em questão.
o Leque de actores é na sua maioria fantástico. O Lt. Aldo Raine de Brad Pitt é hilariante e a sua ascendência de Indío só contribui para lhe dar características ainda mais excêntricas como a sua fixação por escalpes. Dos "Basterds" é impossível não destacar também o Sgt. Hugo Stiglitz interpretado por Til Schweiger, sem dúvida uma das maiores dores de cabeça dos Nazis.
Outro personagem que sou obrigado a salientar é o Major Dieter Hellstrom. August Diehl conquistou-me com a sua interpretação de um oficial da Gestapo na cena do café em que este se senta ao lado dos aliados. Ver o tenente Archie Hicox (Michael Fassbender) e o Sgt. Hugo Stiglitz, entre outros a interagir com este oficial nazi resultou em uma das melhores cenas que este filme tem para nos oferecer.
Para o fim deixei Christoph Waltz, o Col. Hans Landa (que tem aqui a sua 1º participação num filme Americano, mas que certamente não será a última). Waltz venceu o prémio de melhor actor em Cannes e depois de ver o filme percebe-se claramente porquê. Além de ser um poliglota invejável todas as cenas em que Waltz aparece são ouro sobre azul. O seu personagem é arrepiante e incapaz de deixar alguém indiferente. Se até nós numa cadeira de cinema nos sentimos incomodados com as suas questões, nem quero imaginar como seria um contacto na vida real com o temível "caçador de Judeus".
terça-feira, setembro 15, 2009
sexta-feira, setembro 11, 2009
quarta-feira, setembro 09, 2009
The Imaginarium of Doctor Parnassus -Trailer
Já está disponível o trailer de um dos filmes que mais anseio ver.
Adoro o estilo "louco" de Terry Gilliam. Este Monthy Python já nos presenteou com filmes fantásticos desde "King Fisherman", a "12 Monkeys" ou "Fear and Loathing in Las Vegas".
Desta vez surge com "The Imaginarium of Doctor Parnassus" um filme que passou por algumas dificuldades aquando da morte de Heath Ledger. Felizmente a fim de o terminar os talentosos Johnny Depp, Colin Pharrel e Jude Law vieram substituir o falecido actor.
Gostei bastante desta amostra e fico ansioso à espera que o filme chegue até nós.
E sim o Diabo é esse grande senhor cujo nome é Tom Waits.
A ver estas imagens volto a lembrar-me dos trabalhos de Ledger e que agora é que é definitivo. Nunca mais o iremos voltar a ver brilhar na tela.
Um dos seus próximos projectos por exemplo ia ser o novo de Terrence Malick, "The Tree of Life". Malick é daqueles realizadores que raramente faz um filme, mas quando faz pára tudo.
Adoraria ver uma colaboração entre estes dois e é uma pena que tal nunca aconteça. Por curiosidade foi Brad Pitt que substituiu Ledger no elenco.
Um grande actor, muito capaz, muito plástico nas suas transformações e que merece uma grande despedida do Cinema. Uma despedida que em tudo aparenta que irá ser mágica.
Adoro o estilo "louco" de Terry Gilliam. Este Monthy Python já nos presenteou com filmes fantásticos desde "King Fisherman", a "12 Monkeys" ou "Fear and Loathing in Las Vegas".
Desta vez surge com "The Imaginarium of Doctor Parnassus" um filme que passou por algumas dificuldades aquando da morte de Heath Ledger. Felizmente a fim de o terminar os talentosos Johnny Depp, Colin Pharrel e Jude Law vieram substituir o falecido actor.
Gostei bastante desta amostra e fico ansioso à espera que o filme chegue até nós.
E sim o Diabo é esse grande senhor cujo nome é Tom Waits.
A ver estas imagens volto a lembrar-me dos trabalhos de Ledger e que agora é que é definitivo. Nunca mais o iremos voltar a ver brilhar na tela.
Um dos seus próximos projectos por exemplo ia ser o novo de Terrence Malick, "The Tree of Life". Malick é daqueles realizadores que raramente faz um filme, mas quando faz pára tudo.
Adoraria ver uma colaboração entre estes dois e é uma pena que tal nunca aconteça. Por curiosidade foi Brad Pitt que substituiu Ledger no elenco.
Um grande actor, muito capaz, muito plástico nas suas transformações e que merece uma grande despedida do Cinema. Uma despedida que em tudo aparenta que irá ser mágica.
The Beatles 09/09/09
Porque hoje é dia de Beatles!
Hoje é o dia em que todos os álbuns dos Beatles voltam a ser lançados. Todos com o som remasterizado e todos com um documentário sobre o álbum em questão.
Para quem pode há uma edição de luxo com tudo disponível.
Passados 50 anos continuam a ser uma referência e daqui a mais 50 garantidamente que continuarão a ser.
segunda-feira, setembro 07, 2009
Amália Ontem
Aproveitando o grande conhecimento do projecto "Amália Hoje" decidi fazer este trocadilho para falar de um álbum que infelizmente passou um pouco despercebido na altura.
A ideia de re-interpretar músicas cantadas por Amália Rodrigues num estilo mais contemporâneo não é propriamente uma ideia nova.
"Amália Revisited" é um CD onde vários artistas da música portuguesa se juntam a fim de cumprir o objectivo e o resultado é muito interessante.
O álbum é composto por 15 temas interpretados por nomes como "Bullet e Liana", "Cool Hipnoise", "Lisbon City Rockers e Margarida Pinto", "Maria João Branco" entre muitos outros.
Todos os temas são novas formas de cantar canções da Amália, todos excepto dois que são precisamente o tema de "Sam The Kid" e "KaNdoo" que aqui usam a influência de Amália de uma forma nunca antes ouvida.
Para consultarem a lista de canções cliquem aqui.
Como aperitivo deixo precisamente a canção "Êthos" de Sam The Kid. Talvez uma das minhas preferidas deste artista.
A ideia de re-interpretar músicas cantadas por Amália Rodrigues num estilo mais contemporâneo não é propriamente uma ideia nova.
"Amália Revisited" é um CD onde vários artistas da música portuguesa se juntam a fim de cumprir o objectivo e o resultado é muito interessante.
O álbum é composto por 15 temas interpretados por nomes como "Bullet e Liana", "Cool Hipnoise", "Lisbon City Rockers e Margarida Pinto", "Maria João Branco" entre muitos outros.
Todos os temas são novas formas de cantar canções da Amália, todos excepto dois que são precisamente o tema de "Sam The Kid" e "KaNdoo" que aqui usam a influência de Amália de uma forma nunca antes ouvida.
Para consultarem a lista de canções cliquem aqui.
Como aperitivo deixo precisamente a canção "Êthos" de Sam The Kid. Talvez uma das minhas preferidas deste artista.
Etiquetas:
Amália Revisited,
Amália Rodrigues,
Música
quarta-feira, setembro 02, 2009
MOTELx - 3º Edição
Arraca hoje a 3º edição do "Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa" carinhosamente apelidado de MOTELx.
Infelizmente a sua duracção é muito curta, terminando já no próximo Domingo.
A todos aqueles que adoram o género fica aqui a sugestão.
Podem consultar o site oficial clicando na imagem.
Infelizmente a sua duracção é muito curta, terminando já no próximo Domingo.
A todos aqueles que adoram o género fica aqui a sugestão.
Podem consultar o site oficial clicando na imagem.
segunda-feira, agosto 31, 2009
Dorian Gray - Teaser Trailer
Já tinha visto algumas imagens do filme há bastante tempo, agora saiu o teaser trailer.
A adaptação cinematográfica de "THe Picture of Dorian Gray" chega aos Cinemas este ano pela mão de Olive Parker e conta com Ben Barnes (O príncipe Caspian) no papel de Dorian Gray, Colin Firth como Lord Henry e Ben Chaplin como Basil Hallward.
O trailer tem melhor aspecto do que os posters que tinha visto anteriormente mas mesmo assim ainda não susciptou em mim grande interesse.
Espero que seja uma bela homenagem à obra de Oscar Wilde que é lindíssima.
Isto recordou-me também que a Marvel chegou a adaptar este livro e acabei por em esquecer de procurar isso.
A adaptação cinematográfica de "THe Picture of Dorian Gray" chega aos Cinemas este ano pela mão de Olive Parker e conta com Ben Barnes (O príncipe Caspian) no papel de Dorian Gray, Colin Firth como Lord Henry e Ben Chaplin como Basil Hallward.
O trailer tem melhor aspecto do que os posters que tinha visto anteriormente mas mesmo assim ainda não susciptou em mim grande interesse.
Espero que seja uma bela homenagem à obra de Oscar Wilde que é lindíssima.
Isto recordou-me também que a Marvel chegou a adaptar este livro e acabei por em esquecer de procurar isso.
Etiquetas:
Cinema,
Dorian Gray,
Oscar Wilde,
Trailers
quinta-feira, agosto 27, 2009
These Are My Twisted Words
Uma das novas dos Radiohead e não é preciso dizer mais!
estou com a sensação que vêm cá para o ano. O problema é que me engano muitas vezes.
estou com a sensação que vêm cá para o ano. O problema é que me engano muitas vezes.
segunda-feira, agosto 24, 2009
The Wolf Man - Trailer
O trailer deste remake do horror já está disponível.
O elenco é de classe e os efeitos parecem formidáveis.
Joe Johnston, já provou o seu talento a nível visual esperemos que com este "The Wolf Man" faça a devida homenagem ao género.
Segundo o IMDB parece ser este o senhor que vai realizar o filme do Capitão América com Jensen Ackles no papel de Rogers. Será?
Cliquem na imagem para ver o trailer.
O elenco é de classe e os efeitos parecem formidáveis.
Joe Johnston, já provou o seu talento a nível visual esperemos que com este "The Wolf Man" faça a devida homenagem ao género.
Segundo o IMDB parece ser este o senhor que vai realizar o filme do Capitão América com Jensen Ackles no papel de Rogers. Será?
Cliquem na imagem para ver o trailer.
quinta-feira, agosto 20, 2009
The Walking Dead - Adaptação Televisiva
Frank Darabont, realizador de filmes como "The Shawshank Redemption", "The Green Mile" e o mais recente "The Mist" (algo me diz que este senhor gosta muito de Stephen King), vai ser o responsável por realizar a série de TV "The Walking Dead" baseada na BD criada por Robert Kirkman e Tony Moore editada pela Image Comics.
Dentro do género do horror sempre me senti mais atraido pelos vampiros do que pelos zombies, por isso ando muito mais interessado em comprar livros como "Requiem The Vampire Knight" do que este "The Walking Dead". No entanto muita da coisa que tenho lido sobre a série me tem atraido e é uma questão de tempo e dinheiro até lhe dar uma oportunidade.
O livro conta a história de como um grupo de humandos vai sobrevivendo num mundo povoado maioritariamente por Zombies.
Dentro do género do horror sempre me senti mais atraido pelos vampiros do que pelos zombies, por isso ando muito mais interessado em comprar livros como "Requiem The Vampire Knight" do que este "The Walking Dead". No entanto muita da coisa que tenho lido sobre a série me tem atraido e é uma questão de tempo e dinheiro até lhe dar uma oportunidade.
O livro conta a história de como um grupo de humandos vai sobrevivendo num mundo povoado maioritariamente por Zombies.
segunda-feira, agosto 17, 2009
A Voz do Fogo
Alan Moore é um nome que dispensa apresentações no mundo da banda desenhada, sendo considerado por muitos como um dos melhores contadores de histórias nesta arte, eu incluido. Livros como "Watchmen", "V For Vendetta" ou "From Hell" são já clássicos da 9º arte conhecidos mundialmente, nem que para isso tenham contribuído as adaptações cinematográficas.
"A Voz do Fogo" (Voice of the Fire) consiste no primeiro (e até à data único) romance deste autor, que foi editado originalmente em 1996.
O livro encontra-se dividido em 12 capítulos ao longo de 6000 anos, começando no ano 4000 a.c. e terminando em 1996 d.c.. Todas as histórias decorrem no mês de Novembro e na zona de Northampton, cidade Natal e actual do autor, em Inglaterra.
O primeiro capítulo, "O Porco de Hob" (Hob´s Hog), é aquele de maior dificuldade na sua leitura uma vez que é narrado por um rapaz que vive no ano 4000 a.c.. Moore escreve-o de uma forma muito elementar utilizando recorrentemente o presente do indicativo de forma a dotar o rapaz de uma aura mais primitiva que é precisamente o suposto. Este jovem do "tempo da pedra" é um rapaz bastante ingénuo que após a morte da sua mãe é expulso do seu grupo e obrigado a desbravar as aventuras deste mundo sozinho.
Tratando-se do primeiro capítulo poderá afastar os leitores devido às razões mencionadas, o que é uma pena pois trata-se de um dos melhores do livro cujo arrepiante final compensará a atribulada caminhada.
As histórias apesar de completamente diferentes encontram-se ligadas entre si pela "Voz do Fogo". São contos carregados de violência e luxúria, onde corpos queimados e cabeças decepadas farão grande parte da sua simbologia. No que toca à luxúria Moore entra na cabeça dos personagens e explora os seus desejos sexuais sem pudores ou eufemismos de uma forma directa e crua que para muitos terá um sabor ordinário.
Passando pela vida de um emissário Romano, de um antigo Cruzado ou até do "mendigo poeta de NorthamptonShire" John Clare ou do mulherengo Alf Rouse, esta aventura conta com um leque de personagens fascinantes, terminando no próprio autor. Sim! Alan Moore é o protagonista do 12º capítulo onde se encontra precisamente a concluir o livro em questão, como sendo "o último acto de um ritual de fé e magia", citando Neil Gaiman.
Em jeito de conclusão esta é uma viagem pela História de Northampton carregada de magia e luxúria, onde o autor mistura realidade e ficção com a classe que lhe é habitual.
A edição portuguesa da "Saída de Emergência" foi traduzida por David Soares que nos presenteia com uma secção de notas sobre cada capítulo fornecendo-nos informação base sobre a mitologia usada nas histórias e algumas ideias do autor, algumas das quais já haviam sido exploradas em outros dos seus trabalhos como por exemplo na série de BD "Promethea".
O prefácio é da autoria de Neil Gaiman que aconselha o início da leitura ou no primeiro ou no último capítulo uma vez que se trata de um livro que pode ser lido em qualquer ordem. Eu optei, tal como David Soares, por seguir o caminho de um peregrino, ou seja, começando no primeiro e terminando no décimo segundo.
Uma vez que se trata de um livro carregado de simbologia e cuja linguagem nem sempre é a mais acessível optei por ler primeiro esta edição portuguesa, até porque como referi contava com alguns apontamentos. Agora após este contacto inicial com "A Voz Do Fogo" já me sinto mais preparado para pegar na obra na sua língua original, algo que definitivamente farei daqui a uns anos. Até lá quero aproveitar também para aumentar a minha cultura esotérica a fim de conseguir mergulhar mais fundo ainda neste mundo mágico e negro.
Este foi um livro que infelizmente passou despercebido do público. Talvez por ser escrito por um autor de BD ou por simplesmente desistirem logo a início, visto o 1º capítulo ser como havia mencionado o mais desafiante. A fim de cativar novos leitores a editora "Saída de Emergência" planeia lançar uma nova edição com uma nova capa e algumas surpresas (quem sabe com as ilustrações de José Villarrubia presentes na edição de 2004 da Top Shelf)). Já agora aproveito para sugerir que corrigam nesta nova edição algumas gafes que se encontram na actual, já que estão com "a mão na massa".
"A Voz do Fogo" (Voice of the Fire) consiste no primeiro (e até à data único) romance deste autor, que foi editado originalmente em 1996.
O livro encontra-se dividido em 12 capítulos ao longo de 6000 anos, começando no ano 4000 a.c. e terminando em 1996 d.c.. Todas as histórias decorrem no mês de Novembro e na zona de Northampton, cidade Natal e actual do autor, em Inglaterra.
O primeiro capítulo, "O Porco de Hob" (Hob´s Hog), é aquele de maior dificuldade na sua leitura uma vez que é narrado por um rapaz que vive no ano 4000 a.c.. Moore escreve-o de uma forma muito elementar utilizando recorrentemente o presente do indicativo de forma a dotar o rapaz de uma aura mais primitiva que é precisamente o suposto. Este jovem do "tempo da pedra" é um rapaz bastante ingénuo que após a morte da sua mãe é expulso do seu grupo e obrigado a desbravar as aventuras deste mundo sozinho.
Tratando-se do primeiro capítulo poderá afastar os leitores devido às razões mencionadas, o que é uma pena pois trata-se de um dos melhores do livro cujo arrepiante final compensará a atribulada caminhada.
As histórias apesar de completamente diferentes encontram-se ligadas entre si pela "Voz do Fogo". São contos carregados de violência e luxúria, onde corpos queimados e cabeças decepadas farão grande parte da sua simbologia. No que toca à luxúria Moore entra na cabeça dos personagens e explora os seus desejos sexuais sem pudores ou eufemismos de uma forma directa e crua que para muitos terá um sabor ordinário.
Passando pela vida de um emissário Romano, de um antigo Cruzado ou até do "mendigo poeta de NorthamptonShire" John Clare ou do mulherengo Alf Rouse, esta aventura conta com um leque de personagens fascinantes, terminando no próprio autor. Sim! Alan Moore é o protagonista do 12º capítulo onde se encontra precisamente a concluir o livro em questão, como sendo "o último acto de um ritual de fé e magia", citando Neil Gaiman.
Em jeito de conclusão esta é uma viagem pela História de Northampton carregada de magia e luxúria, onde o autor mistura realidade e ficção com a classe que lhe é habitual.
A edição portuguesa da "Saída de Emergência" foi traduzida por David Soares que nos presenteia com uma secção de notas sobre cada capítulo fornecendo-nos informação base sobre a mitologia usada nas histórias e algumas ideias do autor, algumas das quais já haviam sido exploradas em outros dos seus trabalhos como por exemplo na série de BD "Promethea".
O prefácio é da autoria de Neil Gaiman que aconselha o início da leitura ou no primeiro ou no último capítulo uma vez que se trata de um livro que pode ser lido em qualquer ordem. Eu optei, tal como David Soares, por seguir o caminho de um peregrino, ou seja, começando no primeiro e terminando no décimo segundo.
Uma vez que se trata de um livro carregado de simbologia e cuja linguagem nem sempre é a mais acessível optei por ler primeiro esta edição portuguesa, até porque como referi contava com alguns apontamentos. Agora após este contacto inicial com "A Voz Do Fogo" já me sinto mais preparado para pegar na obra na sua língua original, algo que definitivamente farei daqui a uns anos. Até lá quero aproveitar também para aumentar a minha cultura esotérica a fim de conseguir mergulhar mais fundo ainda neste mundo mágico e negro.
Este foi um livro que infelizmente passou despercebido do público. Talvez por ser escrito por um autor de BD ou por simplesmente desistirem logo a início, visto o 1º capítulo ser como havia mencionado o mais desafiante. A fim de cativar novos leitores a editora "Saída de Emergência" planeia lançar uma nova edição com uma nova capa e algumas surpresas (quem sabe com as ilustrações de José Villarrubia presentes na edição de 2004 da Top Shelf)). Já agora aproveito para sugerir que corrigam nesta nova edição algumas gafes que se encontram na actual, já que estão com "a mão na massa".
Etiquetas:
A Voz do Fogo,
Alan Moore,
Literatura
terça-feira, agosto 11, 2009
Camões - De vós não conhecido nem sonhado?
A editora Plátano lançou no ano passado o livro “Camões – De vós não conhecido nem sonhado?” da autoria de Jorge Miguel que aqui volta novamente a viajar pela História de Portugal, debruçando-se agora sobre um dos seus maiores poetas.
O autor optou por iniciar esta história no mesmo ano em que a decidiu terminar, ou seja, 1580 naquele que viria a ser o ano da morte de Camões. No entanto rapidamente vai caminhando para trás no tempo até chegar a 1542 ano em que a narrativa propriamente dita tem início, mas não sem antes passar por 1552, aproveitando para fazer referência à rixa entre Camões e Gonçalo Borges a qual conduziria o primeiro ao encarceramento na tão famosa prisão do Tronco. Desta forma o autor consegue logo no início e em poucas páginas providenciar-nos uma ideia geral do tipo de homem que Camões foi, um boémio compulsivo que não pesava as consequências das suas acções.
Como havia referido a trama propriamente dita tem início em 1542, quando o poeta, com 18 anos, regressa a Lisboa vindo de Coimbra, cidade que abandona sem completar os estudos. Consigo traz uma carta de recomendação de seu tio, D. Bento de Camões, dirigida a D. Francisco de Noronha graças à qual se tornará o educador do seu filho, António de Noronha.
Não demora muito até os seus versos começarem a fazer furor entre a corte de D. João III, derretendo o coração de muitas mulheres e causando a inveja de muitos homens.
O seu espírito rebelde, tanto na escrita como nas acções levam-no a abandonar o país em mais do que uma ocasião. Desta forma é obrigado a aventurar-se no Norte de África, em Ceuta, local onde acabará por perder o seu olho direito. Posteriormente terá de embarcar para Goa repetindo o caminho descoberto por Vasco da Gama. Aqui escreveu grande parte dos “Lusíadas”, mas teve também tempo para irritar o seu Governador, na altura, Francisco Barreto com a “Comédia de Filodemo” e os “Disparates da Índia”, obras que o obrigarão a partir novamente. Desta vez consegue embarcar para Macau mas voltará a ser preso e despachado de volta para Goa. Foi neste regresso a Goa que ocorreu o tão famoso naufrágio no qual Camões conseguiu salvar não só a sua vida como o seu manuscrito de “Os Lusíadas”.
Devido a mais algumas peripécias acaba por ir parar a Moçambique. Sem dinheiro para regressar a Portugal vai sobrevivendo graças a expedientes. Em 1570 retorna novamente à pátria amada graças à ajuda de amigos. Após a aprovação do rei D. Sebastião e do Clero, publica em 1972 aquela que viria a ser a sua obra mais conhecida, “Os Lusíadas”.
Um dos aspectos mais bem conseguidos do livro é sem dúvida a utilização de versos do poeta ao longo da narrativa, sempre perfeitamente enquadrados na história e que contribuem para enaltecer a obra e tornar mais saborosa a sua leitura. Ao longo da narrativa somos também presenteados com alguns excertos de cartas de Camões a amigos onde aproveita para descrever pessoas e aventuras. A utilização da linguagem de Camões a partir destas cartas e dos versos ajudam a tornar o seu espírito mais presente na obra, algo com que o livro só tem a ganhar.
Em apenas 65 páginas Jorge Miguel consegue a proeza de contar de forma sucinta mas elaborada a vida de um dos maiores poetas de sempre, sem nunca cair no aborrecimento ou no sentimentalismo fácil.
Um livro aconselhado a todos os apaixonados pela obra de Camões ou por Banda Desenhada, o que devia abranger praticamente todos nós.
Este texto juntamente com uma entrevista ao autor Jorge Miguel encontram-se na edição de Agosto da "Rua de Baixo". Para verem cliquem aqui.
O autor optou por iniciar esta história no mesmo ano em que a decidiu terminar, ou seja, 1580 naquele que viria a ser o ano da morte de Camões. No entanto rapidamente vai caminhando para trás no tempo até chegar a 1542 ano em que a narrativa propriamente dita tem início, mas não sem antes passar por 1552, aproveitando para fazer referência à rixa entre Camões e Gonçalo Borges a qual conduziria o primeiro ao encarceramento na tão famosa prisão do Tronco. Desta forma o autor consegue logo no início e em poucas páginas providenciar-nos uma ideia geral do tipo de homem que Camões foi, um boémio compulsivo que não pesava as consequências das suas acções.
Como havia referido a trama propriamente dita tem início em 1542, quando o poeta, com 18 anos, regressa a Lisboa vindo de Coimbra, cidade que abandona sem completar os estudos. Consigo traz uma carta de recomendação de seu tio, D. Bento de Camões, dirigida a D. Francisco de Noronha graças à qual se tornará o educador do seu filho, António de Noronha.
Não demora muito até os seus versos começarem a fazer furor entre a corte de D. João III, derretendo o coração de muitas mulheres e causando a inveja de muitos homens.
O seu espírito rebelde, tanto na escrita como nas acções levam-no a abandonar o país em mais do que uma ocasião. Desta forma é obrigado a aventurar-se no Norte de África, em Ceuta, local onde acabará por perder o seu olho direito. Posteriormente terá de embarcar para Goa repetindo o caminho descoberto por Vasco da Gama. Aqui escreveu grande parte dos “Lusíadas”, mas teve também tempo para irritar o seu Governador, na altura, Francisco Barreto com a “Comédia de Filodemo” e os “Disparates da Índia”, obras que o obrigarão a partir novamente. Desta vez consegue embarcar para Macau mas voltará a ser preso e despachado de volta para Goa. Foi neste regresso a Goa que ocorreu o tão famoso naufrágio no qual Camões conseguiu salvar não só a sua vida como o seu manuscrito de “Os Lusíadas”.
Devido a mais algumas peripécias acaba por ir parar a Moçambique. Sem dinheiro para regressar a Portugal vai sobrevivendo graças a expedientes. Em 1570 retorna novamente à pátria amada graças à ajuda de amigos. Após a aprovação do rei D. Sebastião e do Clero, publica em 1972 aquela que viria a ser a sua obra mais conhecida, “Os Lusíadas”.
Um dos aspectos mais bem conseguidos do livro é sem dúvida a utilização de versos do poeta ao longo da narrativa, sempre perfeitamente enquadrados na história e que contribuem para enaltecer a obra e tornar mais saborosa a sua leitura. Ao longo da narrativa somos também presenteados com alguns excertos de cartas de Camões a amigos onde aproveita para descrever pessoas e aventuras. A utilização da linguagem de Camões a partir destas cartas e dos versos ajudam a tornar o seu espírito mais presente na obra, algo com que o livro só tem a ganhar.
Em apenas 65 páginas Jorge Miguel consegue a proeza de contar de forma sucinta mas elaborada a vida de um dos maiores poetas de sempre, sem nunca cair no aborrecimento ou no sentimentalismo fácil.
Um livro aconselhado a todos os apaixonados pela obra de Camões ou por Banda Desenhada, o que devia abranger praticamente todos nós.
Este texto juntamente com uma entrevista ao autor Jorge Miguel encontram-se na edição de Agosto da "Rua de Baixo". Para verem cliquem aqui.
Subscrever:
Mensagens (Atom)