terça-feira, dezembro 06, 2016
terça-feira, novembro 22, 2016
quinta-feira, novembro 10, 2016
Liga de Cavalheiros Extraordinários III: Século
O último volume da Liga de Cavalheiros foi editado pela Devir este ano. Como sempre é uma alegria regressar a este universo de Alan Moore e Kevin O'Neill.
Para lerem mais sobre ele, passem aqui no Deus Me Livro.
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segunda-feira, novembro 07, 2016
O Árabe do Futuro 2
Já se encontra disponível, com o selo da Teorema, o segundo volume da série de Riad Sattouf, "O Árabe do Futuro".
Escrevi sobre este volume aqui no Deus Me Livro.
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Mangá na Devir
A Devir cada vez mais se assume como a editora de mangá em Portugal, continuando de forma regular os seus títulos e acrescentando novidades, ao mesmo tempo.
Aqui ficam alguns textos publicados durante o mês passado sobre esses mesmos títulos. Entretanto a Devir já lançou mais volumes de todos, o que só reforça a sua dedicação editorial mencionada acima. Aproveito e deixo também o desafio à devir de arriscar em mangá Seinen, em obras como as de Naoki Urosawa ou Inio Asano, entre outros.
Cliquem nos links para aceder aos respectivos textos:
- Tokyo Ghoul Vol. 1 e 2;
- Naruto Vol. 16;
- Rurouni Kenshin Vol. 3;
- Assassination Classroom Vol. 4;
- Blue Exorcist Vol. 8.
sexta-feira, setembro 30, 2016
Os heróis também usam BI #14
Após um longo hiato esta rubrica regressa com outra enorme personagem da BD. Mais aqui no Deus Me Livro.
quinta-feira, setembro 29, 2016
Criminosos do Sexo
Já tinha falado deste livro anteriormente, agora aproveitando o lançamento da Devir por estas terras, volto à carga, aqui no Deus Me Livro.
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quarta-feira, setembro 28, 2016
Zona Contacto - Crowdfunding
A Zona Contacto trata-se do mais recente projecto editorial pela Associação Tentáculo. Ao todo, existem já treze números da antologia Zona, com diferentes temas, mas sempre com a mesma filosofia: fazer e divulgar Banda Desenhada.
A Zona Contacto é uma antologia de histórias em BD e ilustração da
autoria de criadores nacionais e internacionais. As histórias focam o
"Primeiro Contacto" entre civilizações, mundos e espécies.
São histórias de Ficção Científica, Mistério, Terror e Fantasia. A revista tem 68 páginas a cores, com ilustrações e BD em português, mesmo as escritas por autores estrangeiros.
Para que a revista seja publicada é necessária a ajuda de todos os interessados neste projecto. Para isso encontra-se disponível uma plataforma de angariação de fundos para a publicação desta
nova Zona. O objectivo consiste em chegar aos 500 euros, contamos com a
vossa ajuda.
Saibam mais aqui: http://ppl.com.pt/pt/prj/zona-contacto
quinta-feira, setembro 01, 2016
The Umbrella Academy: Dallas
O segundo volume (e último até à data) de "The Umbrella Academy" publicado pela Devir já se encontra entre nós há algum tempo. Aqui fica a minha opinião sobre o mesmo.
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terça-feira, agosto 16, 2016
Assassination Classroom 3
Aproveitei a saída do volume 3 desta colecção para me colocar a par do que se passa em "Assassination Classroom" de Yusei Matsui. Podem ler sobre a série no Deus Me Livro.
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segunda-feira, agosto 01, 2016
Troféus Central Comics - Vencedores
Os vencedores dos troféus Central Comics já foram revelados e encontram-se disponíveis na página oficial do evento.
Além de dar os parabéns aos vencedores, queria reforçar que o leque de nomeados consistiu numa bela amostragem do que foi o ano 2015 de BD em Portugal.
terça-feira, julho 26, 2016
terça-feira, julho 19, 2016
XIV Troféus Central Comics - Os Nomeados
Os nomeados aos troféus Central Comics já se encontram disponíveis. Na edição deste ano fiz parte do corpo de jurados ao lado de Pedro Vieira Moura (crítico/ LerBD), Nuno Pereira de Sousa (coordenador do site bandasdesenhadas.com e consultor editorial) e Nuno Neves (autor do blogue Notas Bedéfilas).
Os vencedores dos Troféus Central Comics têm a particularidade de serem escolhidos pelo público, a característica que distingue estes prémios de outros relativos a BD.
Este ano o organizador Hugo Jesus ainda acrescentou mais uma componente de nomeações intitulada TCC Extra. As nomeações nesta componente foram da inteira responsabilidade do público e não estão relacionadas com as do prémio tradicional.
Podem ver os nomeados e votar neles aqui.
sexta-feira, julho 15, 2016
Vampiros
Este texto que vos venho apresentar sobre a mais recente BD de Filipe Melo e Juan Cavia trata-se de uma novidade, algo distinto dos textos que tenho vindo a desenvolver. Desta vez a crítica surge sobre a forma de diálogo, um diálogo que foi aqui transformado para uma forma textual. A conversa decorreu com Pedro Moura, homem de 7 ofícios na BD, nos quais se incluem, crítico, autor e pedagogo.
O texto pode ser lido no seu blog LerBD ou no Deus Me Livro.
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quinta-feira, julho 14, 2016
Blue Exorcist: Vol. 7
Mais um texto sobre Blue Exorcist, desta vez o volume 7 editado pela Devir. Podem ler sobre ele no Deus Me Livro.
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quarta-feira, junho 08, 2016
Tony Chu (Volume 1-4)
No "Deus Me Livro" falei do detective canibal mais popular que anda por aí (esperemos que também não sejam muitos. Podem ler sobre os livros aqui.
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sexta-feira, maio 13, 2016
Penny Dreadful - 3º temporada
A terceira temporada de "Penny Dreadful" já regressou. Como é tradição continuo a escrever sobre os episódios no TVDependente.
Os dois primeiros textos já se encontram disponíveis aqui.
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Captain America III - Civil War
Com tantas críticas entusiasmadas, algumas das quais o proclamavam como o melhor filme da Marvel, esperava bem mais deste "Civil War".
A ser justo o filme entrega algumas sequências dignas de nota, o confronto no aeroporto com a entrada do Spider-Man entre outras surpresas é muito divertida. O Black Panther consegue ter uma adaptação credível (salvo seja) e resulta no filme muito bem. Só que é isto, um conjunto de blocos ligados por um fio narrativo que nunca nos prende verdadeiramente. Algumas cenas muito boas não tornam, no seu conjunto, o filme bom.
Compreende-se que não é fácil manter este universo cinematográfico unido e consistente, mas cada vez mais não só as fórmulas começam a cansar, como cada filme começa a parecer um conjunto de vídeos. Este último ponto é mais preocupante em relação aos filmes com equipas, pois já "Age of Ultron" esboçava alguns dos mesmos problemas de "Civil War".
O tema podia ser melhor explorado, há interesse aqui e até resulta melhor do que na BD original. Em relação à conclusão, acaba por ser muito anti-climática com um vilão que, novamente, sabe a pouco. Aliás todo o plano do vilão é um bocado uma treta. Como é que uma editora como a Marvel, com um leque tão rico, não atina com os vilões? (salva-se a excepção do Loki, sempre o Loki!). Além disto os próprios trailers contribuem para o final ser ainda mais anti-climático, porque mostraram demais, um erro incompreensível.
Como referi, há momentos muito bons, mas no geral são duas horas mais aborrecidas do que deviam ser. Ainda assim tem a Marisa Tomei, o que me faz sempre esboçar um sorriso.
quinta-feira, maio 12, 2016
Exposição André Oliveira - Inauguração
Tem início hoje uma exposição dedicada ao trabalho de argumentista de André Oliveira. A exposição decorre na bedeteca da Amadora e tem duração até ao dia 11 de Junho.
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quarta-feira, maio 04, 2016
sexta-feira, abril 29, 2016
Fatale (Volumes 1-4)
Falei dos volumes já editados pela G. Floy de "Fatale" série policial Lovecraftiana de Ed Brubaker e Sean Phillips. Podem ler sobre ela aqui no Deus me Livro.
A sua conclusão será feita no volume 5, a ser editado ainda este ano.
A sua conclusão será feita no volume 5, a ser editado ainda este ano.
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Sean Phillips
quarta-feira, abril 27, 2016
segunda-feira, abril 18, 2016
Nas Nalgas do Mandarim - O Império Contra-Ataca (ou só eu)
Novas participações no Nalgas no episódio 11 e 12.
Aproveito e aviso o que me faltou da primeira vez, de que existe página de facebook.
sábado, abril 09, 2016
Southern Bastards Vol. 1: Aqui Jaz Um Homem
A nova série de Jason Aaron e Jason Latour pela Image Comics foi editada por cá pela G.Floy. Uma aposta que vale a pena conhecer e sobre a qual escrevi aqui no Deus Me Livro.
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sexta-feira, abril 08, 2016
Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy - lançamento
É já este sábado, pelas 18h30 na Fnac Chiado que Filipe Melo irá lançar "Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy", com apresentação de Nuno Markl.
Mais aqui, na Rua de Baixo.
Escrevi sobre a edição da Dark Horse aqui há uns anos.
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quarta-feira, abril 06, 2016
Shakespeare na RTP2 em Abril
Mil desculpas pelo atraso, pois esta iniciativa já começou no Sábado passado com a exebição de "Romeu e Julieta".
Em tom de celebração dos 400 anos de morte de William Shakespeare, todos os Sábados deste mês, pelas 21:45 irão exibir - na RTP2 - uma peça de Shakespeare, todas elas produzidas pelo Shakespeare's Globe Theatre em Southwark, Londres. As peças em questão são: "Romeu e Julieta"; "A Tempestade"; "Tanto barulho para nada" e "Noite de Reis". No último sábado será exibido não uma peça mas o documentário "Shakespeare: Last Will and Testament" realizado por Laura e Lisa Wilson, com produção de Roland Emmerich (aparentemente o senhor que realizou isto... vá-se lá saber).
Para mais informações ver aqui.
quinta-feira, março 31, 2016
Crónicas: Os Monstros de Penny Dreadful
Com algumas mudanças na rubrica entrámos numa segunda temporada do "Crónicas". Para começar e porque "Penny Dreadful" está quase aí a regressar, aproveitei para recordar os seus monstros, os da fantasia e os do papel. Cliquem aqui para ver.
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terça-feira, março 29, 2016
segunda-feira, março 28, 2016
Nas Nalgas do Mandarim
Para quem ainda não conhece "Nas Nalgas do Mandarim" é um podcast cinematográfico da autoria de Carlos Reis, Miguel Ferreira e Pedro Cinemaxunga. As regras são... não existir regras. A ideia é numa amena cavaqueira, estilo conversa de café, falar de filmes e colocar desafios uns aos outros.
A segunda temporada já está a decorrer e conta com alguns convidados. Neste episódio 6 um segredo obscuro foi revelado, por isso tinha de o colocar aqui.
segunda-feira, março 21, 2016
Kenshin, o Samurai Errante – 2: Dois Assassinos
O segundo volume de "Rurouni Kenshin", editado pela Devir, já se encontra disponível.
Volto a falar desta série que me é tão querida no Deus Me Livro.
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Nobuhiro Watsuki
sexta-feira, março 18, 2016
Here
Andava a adiar o texto, porque mal terminei de ler soube que "Here" de Richard McGuire é uma peça de BD que tem de ser partilhada e discutida.
Deixo-vos algumas linhas de reflexão sobre esta viagem de grande experimentalismo e que se tornou tão influente no universo da BD, aqui no site do Deus Me Livro.
quarta-feira, março 16, 2016
Daredevil Temporada 2 - Trailer Final
Sai já na próxima sexta-feira a segunda temporada de "Daredevil". Se for tão boa quanto a primeira já vai valer muito a pena, mas esperemos que seja ainda melhor e que o Wilson Fisk apareça mais à frente.
quarta-feira, março 02, 2016
Olivier Schrauwen e a expansão da BD belga
É já nesta sexta que pelas 21:30 na bedeteca da Amadora vai decorrer a mesa-redonda com Benoît Crucifix sobre Olivier Schrauwen e a expansão da BD belga. Também estarei presente neste mesa-redonda para tecer algumas palavras sobre o autor e encetar conversa com Crucifix. Apareçam se puderem.
Aproveito para relembrar os textos que dediquei a Olivier Schrauwen, nomeadamente sobre as suas edições portuguesas. Podem ler sobre o Espelho de Mogli e Cinzas.
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terça-feira, março 01, 2016
Spotlight (2015)
Aproveitando a recente vitória de "Spotlight" nos Óscares, aproveito para lhe dedicar algumas linhas.
Neste regresso à realização, Tom McCarthy debruçou-se sobre a equipa de investigação jornalística do The Boston Globe, a famosa Spotlight, especificamente durante os anos em que investigaram e provaram uma série de casos de pedofilia associados a padres da Igreja Católica. Um escândalo muito recente, cuja denúncia ainda se encontra bem presente na nossa memória. Aquilo que desconhecemos é o trabalho feito nos bastidores e é nesse sentido que "Spotlight" é construído.
É um filme preocupado em mostrar um determinado tipo de jornalismo, aquele que realmente é capaz de mudar o mundo e cuja importância dificilmente será menor. Numa altura em que a comunicação social parece cada vez mais pender para um lado sensacionalista, sabe sempre bem frisar a importância que os jornalistas podem e devem ter no dia-a-dia. Nesse sentido, "Spotlight", poderá parecer um filme frio, mas é-o propositadamente. Há que gabar McCarthy por nunca cair na tentação de ir por uma via mais sensacionalista ou até exibicionista, afinal com um tema destes poderia existir essa tentação. Tal não acontece nunca e o realizador mantém-se fiel na sua demonstração do método jornalístico, sem descurar o tema em questão. Um filme nestes moldes até poderia ser sobre outro tema, mas isso não quer dizer que a pedofilia na Igreja seja descurada para um segundo plano, todo o processo de investigação nos vai desbravando o tema e mostrando a forma como afecta os diferentes jornalistas.
Mais do que protagonismos solitários é um filme que assenta na força do elenco e assenta muito bem. A personagem de Mark Ruffalo é uma das que mais sobressai pela sua relação estreita com o trabalho, podemos mesmo dizer que a sua vida pessoal e profissional são uma e a mesma, mas é em Michael Keaton que as minhas atenções mais ficaram. O actor mais veterano desta equipa mostra que continua em grande forma, ao representar não só o líder da Spotlight, mas também um membro de uma comunidade que viveu, consciente ou inconscientemente, durante anos a fio, a ignorar o que realmente se passava por detrás de algumas portas de Igreja. Estamos a falar de uma situação que não é nada casual, onde um estudo estatístico concluiu que cerca de 6% dos padres são pedófilos, ou seja, existe uma tendência, pior do que isso, é o ter conhecimento e compactuar com isso, mas isso é algo que o filme explicará muito melhor do que eu.
Este é um filme que segue na tradição de clássicos como "All The President's Men" onde o jornalismo é o grande protagonista. Antes de terminar, a título de curiosidade, vale a pena lembrar que McCarthy foi um dos actores da 5º temporada de "The Wire", ou seja, a temporada que se debruçou sobre o jornalismo.
segunda-feira, fevereiro 29, 2016
Crónic4s
Mais um Crónic4s no TVDependente. Desta vez falo muito sucintamente sobre duas séries de comédia do início de 2016 e que são já sérias candidatas a comédias do ano.
sexta-feira, fevereiro 26, 2016
Penny Dreadful - Poster
Não sou muito de estar atento a toda a publicidade que se vai fazendo, no entanto, este poster da terceira temporada de "Penny Dreadful" impressiona. Certamente vai ser um dos posters do ano.
Aproveito e deixo aqui o mais recente trailer da série. Ainda faltam alguns meses, mas pela amostra isto promete.
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quinta-feira, fevereiro 25, 2016
Memória de Peixe
Dos vários projectos de música nacional que têm vindo a emergir nos últimos anos, "Memória de Peixe" foi um dos que memorizei logo. Já lá vai algum tempo desde que comprei o álbum homónimo, mas vale sempre a pena reforçar o quanto este trabalho de Miguel Nicolau e Marco Franco vale a pena conhecer.
Rock matemático como já vi ser apelidado por alguém, que vive da inspiração e da repetição em torno de loops de guitarra. Deixem-se seduzir também com este "7/4", um dos singles.
terça-feira, fevereiro 23, 2016
Creed (2015)
It ain't about how hard you hit. It's about how hard you can get hit and keep moving forward.
Em 1976 Sylvester Stallone escreve e John G. Avildsen realiza "Rocky", a história de um pugilista desconhecido que, graças à mão do destino, recebe a oportunidade de defrontar o campeão de pesos pesados, Apollo Creed. É um filme sobre o sonho americano que segue o seu protagonista - Rocky Balboa - ao longo da sua busca por auto-respeito. Este pugilista de ascendência italiana, sem estudos e com um coração do tamanho do mundo, conquista-nos naquele que será o maior filme de toda esta saga - não é à toa que venceu a estatueta dourada que dá pelo nome de Óscar, numa altura bem mais dourada no que toca ao prestígio destes prémios.
O sucesso do filme deu a possibilidade a Stallone de continuar a desenvolver Rocky Balboa e várias sequelas se seguiram, explorando diferentes facetas e desafios da vida do herói. Alguns são bons filmes, ainda que se note que a qualidade vá decrescendo com cada nova investida (se bem me recordo), atingindo o fundo do poço com o capítulo V e - supostamente - o último. Era tempo de Rocky descansar, mas o legado, esse, estava criado.
Em 2006, exactamente 30 anos depois da sua estreia, Rocky regressa para uma sexta investida. "Rocky Balboa" traz-nos um Rocky reformado que lida com as perdas na sua vida, uma relação cada vez mais distante com o seu filho e com o legado que construiu no passado, bem como a forma como afecta o seu presente. É um grande filme que volta a ter aquele coração que vimos no primeiro, encerrando lindamente o percurso deste atleta. Se dúvidas havia, "Rocky Balboa" vem-nos recordar que esta personagem fará sempre parte da História do cinema.
Após este sexto tomo era tempo de pendurar a toalha e despedirmos-nos de Balboa, o Itallion Stallion. Porém, o ano passado reservou-nos uma surpresa que nos trocou as voltas todas. "Creed" entra de cabeça firme ao nos querer contar a história de Adónis, o filho de Apollo Creed, que procura em Rocky o seu mentor, até certo ponto, o seu pai. É uma bela homenagem ao passado que os filmes criaram e à relação de amizade que nasceu entre Rocky Balboa e Apollo Creed.
Ainda que não seja tão bom como "Rocky Balboa", "Creed" é um belo testamento do legado que esta saga criou, onde o respeito e consideração pela mesma se fazem sempre sentir - não se está aqui só por dinheiro. Michael B. Jordan é uma escolha certeira na pele do filho ilegítimo de Apollo e cria uma forte empatia com aquele que será sempre lembrado como o Italion Stallion. Ryan Coogler realiza este projecto e demonstra saber muito bem a história que está a contar, com todas as referências que evoca ao passado, incluindo um Rocky tal como o conhecemos no filme de 2006. Apesar das devidas diferenças, o percurso que Adónis traça em "Creed" é o mesmo que Rocky traçou em 1976.
Se há uns anos me dissessem que "Creed" me ia emocionar mais do que um regresso de "Star Wars" ia dizer que estiveram a beber, mas foi verdade, aconteceu mesmo isso.
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segunda-feira, fevereiro 22, 2016
Hamlet + Ricardo III
A escrita no blog pode ter diminuído, mas o interesse em conhecer Shakespeare não. Por isso desde que falei no "O Mercador de Veneza" e no "Romeu e Julieta", já acrescentei mais dois à lista de leituras concluídas. "Hamlet" e "Ricardo III" tiveram ainda a particularidade de serem complementados com a visualização das respectivas peças. É que, no final do ano passado - pelo menos -, peças de Shakespeare foi coisa que não faltou na zona de Lisboa: "The Tempest" na ZDB; "Hamlet" no Cornucópia, "Ricardo III" no Dona Maria e "Macbeth"no experimental de Cascais. Um final de ano em grande para quem gosta das peças do Bardo. Os textos que se seguem são apenas alguns apontamentos sobre estas experiências, uma vez que, falar de Shakespeare é matéria para longas conversas.
HAMLET
There is nothing either good or bad, but thinking makes it so.
Considerado por muitos como "a" peça de William Shakespeare, o meu primeiro contacto com ela foi através do filme de Laurence Olivier, uma adaptação muito fiel do texto. Hamlet, o príncipe da Dinamarca, foi uma das personagens mais complexas que li, constantemente em confronto consigo próprio, ao questionar todas as suas acções. Logo no início da peça vai ao encontro do espectro do seu pai para descobrir a maior das traições. Mas seria mesmo o espectro de seu pai? O coração de Hamlet acredita em tudo que lhe foi dito, enquanto a mente teme outro tipo de ilusões. Hamlet consegue reunir um temperamento tempestuoso e uma razão temperada como nunca vi, ele é astuto, perspicaz e até feudal, mas não se entrega à sua vingança tão rapidamente como se poderia esperar a início. A sua inacção está sempre ligada a fortes pensamentos sobre a via mais correcta de agir e por isso é uma das peças mais filosóficas de Shakespeare, com uma sensibilidade profunda sobre a vida humana. Ao contrário da ousada Julieta ("Romeu e Julieta") o interesse amoroso em "Hamlet" - Ophelia - é uma personagem muito mais passiva, cujas acções são sempre em função dos três homens da sua vida (pai, irmão e apaixonado). Muito se tem discutido sobre esta personagem e a sua submissão, no entanto, a dada altura da peça Ophelia rompe todas as suas ligações aos homens da sua vida, quando enlouquece, sendo a protagonista de uma das mais fortes e certeiras cenas da peça.
A peça no teatro Cornucópia foi encenada por Luís Miguel Cintra e usou a tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen. Uma das particularidades da peça que me captou logo a atenção é de que iria ter uma duração de cerca de quatro horas, ou seja, a peça seria exibida na íntegra. Cintra é da opinião que peças tão longas cada vez mais são encurtadas e poder assistir a um "Hamlet" desta duração é coisa para terminar. A peça seria uma adaptação muito fiel se Cintra não tivesse feito algumas alterações, na maioria das vezes, de cariz humorístico. A adição de um cão, ou de um comentador no combate final são adições que nada acrescentam à peça, sendo talvez uma tentativa de humor fácil numa peça longa e maçuda? De qualquer das formas resulta mal ou porque tem pouca graça ou porque há momentos em "Hamlet" que não são para rir. Além disso o humor nunca foi estranho a Shakespeare e "Hamlet" tem alguns momentos bem humorísticos tanto na personagem de Polónio, como no cinismo do próprio príncipe da Dinamarca ou no hilariante coveiro. De resto a peça segue o texto de forma fiel e numa linha muito clássica, com uma jovem promessa a vestir a pele de Hamlet de uma forma vigorosa. Um papel nada fácil que Guilherme Gomes consegue cumprir admiravelmente. A destacar também as prestações de Teresa Gafeira e Duarte Guimãres como Gertrudes e Polónio, respectivamente.
RICARDO III
Now is the winter of our discontent.
Aqui o esquema foi ao contrário. Quando tive conhecimento de que Ricardo III ia ser exibido no Dona Maria, não hesitei. Marcou-se desta forma o meu primeiro contacto com as peças históricas do Bardo, um contacto pungente graças a esta encenação contemporânea de Tónan Quito. Numa primeira impressão o palco chama logo a atenção pelo facto de estar tão despido de adereços e todo ele coberto de alcatrão. Alcatrão esse que é, ao longo da peça, constantemente remexido por pás (talvez a evocar o facto de o corpo do antigo Rei inglês ter sido descoberto há um par de anos). O maior destaque desta encenação, contudo, tem de ir para a representação de Ricardo III a quem todo o elenco dá corpo e alma, pelo menos uma vez. Para esta estratégia resultar faz-se uso da sua suposta corcunda e de uma bola vermelha que palpita por todo o palco. Aquele a quem a bola for colocada nas costas passa a ser automaticamente Ricardo III - todos são Ricardo e todos nós podemos vir a ser Ricardo! Uma prestação maravilhosa de um elenco fantástico no qual destaco os Ricardo's do bailarino Romeu Runa e de Tónan Quito. Para quem não tem grandes conhecimentos desta fase da História de Inglaterra é um pouco difícil entrar na peça ao início, até eventualmente tudo começar a fluir melhor. Uma palavra de apreço também para os músicos (que também representaram) e ao seu Jazz que tão bem encaixou no espírito da peça.
Quando peguei no livro já tinha um contacto mais próximo com a história - afinal isto foi escrito para o povo inglês - e sentia-me mais confortável a reconhecer todas as personagens que surgiam em cena. Pode parecer estranho querer ler a mesma história mal se sai da representação da mesma, mas "Ricardo III" é assim tão poderoso. A personagem é uma das grandes maquiavélicas da História e a sua sede de poder pelo trono não encontra nunca restrições. Não admira que tantas vezes o trabalho de George R.R. Martin seja acusado de beber influência das peças de Shakespeare. Seja na tragédia, na guerra pelo trono ou no enorme detalhe dado às personagens, as comparações fazem todo o sentido. Novamente, existem um sem número de cenas fortíssimas, tais como o sonho do duque de Clarence ou a previsão (de tudo o que vai acontecer) da antiga rainha Margarida. Mas a peça é de Ricardo e tanto o seu início - em que se auto-intitula como vilão - como o seu fim - aquela primeira vez em que se confronta com os seus próprios pecados - esboçam um circulo soberbo naquilo que foi a possível vida de Ricardo III (é importante lembrar que a linhagem Tudor também se esforçou por manchar ainda mais a imagem deste Rei, o único a morrer em batalha em terras inglesas). Não admira, por toda a intensidade que esta seja uma das peças mais encenadas de William Shakespeare.
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sexta-feira, fevereiro 19, 2016
Ladri Di Biciclette (1948)
Neste "Ladrões de Bicicletas", Vittorio De Sica traz-nos uma história sobre um pai de família, situada numa Itália pós-segunda guerra. Os tempos são duros para o povo e quando Antonio Ricci recebe a tão esperada oportunidade de emprego, tenta de tudo, com a ajuda da sua família, para não a desperdiçar. O único senão é que Ricci precisa obrigatoriamente de ter uma bicicleta, algo que a dada altura, lhe é roubado.
É um filme que se foca nos valores morais e familiares, os quais são colocados à prova quando roubam a bicicleta de Ricci, a qual no filme, simboliza literalmente o sustento da sua família. Enquanto o protagonista procura pelo ladrão ao longo de toda a Roma, é sempre acompanhado do seu filho. Aqui De Sica explora muito bem a relação entre um e outro. Para um pai existe toda uma responsabilidade em cuidar dos filhos e um dos maiores temores está na possibilidade de se falhar para com eles, um receio ainda mais agravado quanto mais cruéis forem os tempos. Por outro lado também a imagem do pai enquanto herói aos olhos do filho, não é esquecida e a forma como a interacção entre estas duas personagens se vai desenvolvendo é um dos aspectos mais maravilhosos do filme. Na forma como os filhos olham para os seus pais este filme fez-me lembrar "Eu nasci, mas..." de Yasujirô Ozu, ainda que o filme do realizador japonês seja completamente distinto deste.
É um daqueles filmes cuja humanidade transborda do ecrã directamente para o nosso coração. Um daqueles casos em que sabemos instantaneamente que esta será uma história que nos acompanhará para o resto da vida. Não é nada surpreendente que seja citado por vários realizadores como sendo uma grande influência. O que De Sicca criou aqui, vai viver para sempre.
quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Deadpool (2016)
É tempo de falar do mais recente filme da FOX sobre Super Anti-heróis, é tempo de falar do “Deadpool”.
Esta personagem foi criada em 91 por Rob Liefeld e Fabian Nicieza, como sendo um mercenário canadiano que ao ser diagnosticado com cancro terminal aceitou participar no programa Weapon X, onde lhe tentaram - com sucesso - replicar o poder curativo do Wolverine. O facto de Deadpool ter participado na experiência com células tumorais fez com que estas também se continuem a curar o que resultou numa deformação do seu corpo. Deadpool consegue curar-se de, praticamente tudo, menos do seu aspecto hediondo. A personagem foi apresentada à Marvel como sendo uma espécie de Homem-Aranha com armas (e mais psicótico e sangrento), mas a grande inspiração vem da DC, como já é tradição. Deadpool é uma versão alternativa (e mais humorística) do Deathstroke. Isto não é algo escondido, é comum entre as editoras e até os criadores de Deadpool lhe deram o nome Wade Wilson, como se este fosse um parente de Slade Wilson aka Deathstroke. É de sublinhar que as personagens mais populares tendem a ser mais antigas e a gozarem de algumas décadas de publicação. O Deadpool é do início dos anos 90 e já compete com os clássicos no lugar das personagens mais queridas e isso é algo que não deve ser esquecido.
Este é um projecto que Ryan Reynolds tem vindo a desenvolver há 11 anos, não porque precisasse deste tempo todo, mas porque convencer a FOX neste tipo de investimentos leva tempo. A produtora até não tem problemas em adaptar uma personagem como o Deadpool, até o chegou a fazer, o problema é que as pessoas envolvidas percebem tanto disto que depois temos pérolas chamadas: “X-Men Origins: Wolverine”. Tragédias cinematográficas que não são esquecidas nem por nós, nem pelos responsáveis por este novo filme.
Por isso, começando logo por aqui, ao vermos este “Deadpool” reconhecemos instantaneamente que existe muito amor pela personagem e é nessa atenção aos detalhes e respeito que o filme mais triunfa, porque se nota que as pessoas envolvidas na sua criação acreditam e gostam daquilo que estão a fazer. Uma sensação que passa também é a de que “Deadpool” é um filme de fãs para fãs. A história é relativamente plana, mas o tipo de humor e acção que o filme explora são triunfantes para qualquer apreciador desta personagem. Fica a questão no ar, se o resto do mundo irá receber tão bem este filme, porque nem todos vão gostar do tipo de humor ou apanhar as referências aos anos 90 e ao universo geek em geral. No entanto, tendo em conta os resultados das bilheteiras, não parece ser o caso e o filme não está condenado a um nicho de público, o que para o futuro da personagem é óptimo.
Voltando ao argumento é uma típica história de origem (necessárias nestes primeiros capítulos), aliada ao típico salvamento do interesse amoroso. Neste campo não há grandes malabarismos, nem surpresas, no entanto, o filme sabe contar a sua história bastante bem, o que é algo que nem todos os filmes de Super-Heróis podem dizer. Para começar, a opção por uma narrativa não linear ajuda-o e depois o próprio filme se auto-parodia, gozando com os comuns clichés do género - começando logo nos fantásticos créditos iniciais -, bem como com os próprios intervenientes, onde Ryan Reynolds dá o exemplo. Todo este lado satírico está dentro do espírito das histórias do Deadpool e funciona lindamente.
Em relação às personagens e às suas interacções, o filme é realmente especial. Reynolds parece partilhar algumas qualidades humorísticas com Wade Wilson, o que resulta num casamento perfeito entre actor e personagem. Reynolds abraça mesmo o Deadpool de corpo e alma e isso é algo que se sente até na forma como o actor abraçou o seu fato. Por norma os fãs deste género gostam de ver os seus heróis a enveredar os famosos fatos da BD (desde que não sejam fatos pirosos, o que nem sempre é fácil), contudo, é muito comum, a dada altura, as máscaras saltarem para mostrar a cara do actor. Até faz sentido se pensarmos que as expressões faciais são importantes na representação (se bem que em muitos casos se calhar é só mesmo para mostrar caras bonitas). Neste filme Reynolds ostenta a máscara com orgulho e só a tira quando é mesmo oportuno. Para isto resultar ajuda que o fato tenha sido tão bem desenvolvido, em particular a máscara na qual o actor consegue passar determinadas expressões muito bem, compensando o que não se vê com humor físico. Para quem não sabe esta personagem é conhecida por quebrar a quarta parede na BD, uma vez que tem noção de que é uma personagem fictícia. Isso não foi esquecido no filme e há uma série de grandes referências que vivem precisamente do quebrar desta regra. O Deadpool por qual ansiávamos, chegou mesmo ao Cinema.
A lindíssima Morena Baccarin é o interesse amoroso que dá por Vanessa, mas desenganem-se aqueles que possam pensar que esta será apenas mais uma donzela em apuros. Vanessa é uma personagem interessante por si só e que não vive na sombra do namorado. A personalidade do casal foi muito bem retratada e conta já com algumas cenas que irão continuar a ser lembradas durante muitos anos, principalmente nas épocas festivas.
O vilãoAjax Francis é que merecia mais profundidade, não acontece provavelmente porque o filme não envereda por contar outras histórias além da do casal. Ao menos, com o material que tem, Ed Skrein faz uma boa parelha com o hilariante Wade Wilson. Todas as piadas em torno do nome verdadeiro de Ajax vão não só criando um laço forte entre estes dois, como criam toda uma série de sequências cómicas ao longo do filme, terminando com uma cena que é outra cereja de comédia no topo de um bolo já tão engraçado por si só. Chegados ao fim é mesmo difícil escolher as melhores piadas, são imensas.
Por isso, começando logo por aqui, ao vermos este “Deadpool” reconhecemos instantaneamente que existe muito amor pela personagem e é nessa atenção aos detalhes e respeito que o filme mais triunfa, porque se nota que as pessoas envolvidas na sua criação acreditam e gostam daquilo que estão a fazer. Uma sensação que passa também é a de que “Deadpool” é um filme de fãs para fãs. A história é relativamente plana, mas o tipo de humor e acção que o filme explora são triunfantes para qualquer apreciador desta personagem. Fica a questão no ar, se o resto do mundo irá receber tão bem este filme, porque nem todos vão gostar do tipo de humor ou apanhar as referências aos anos 90 e ao universo geek em geral. No entanto, tendo em conta os resultados das bilheteiras, não parece ser o caso e o filme não está condenado a um nicho de público, o que para o futuro da personagem é óptimo.
Voltando ao argumento é uma típica história de origem (necessárias nestes primeiros capítulos), aliada ao típico salvamento do interesse amoroso. Neste campo não há grandes malabarismos, nem surpresas, no entanto, o filme sabe contar a sua história bastante bem, o que é algo que nem todos os filmes de Super-Heróis podem dizer. Para começar, a opção por uma narrativa não linear ajuda-o e depois o próprio filme se auto-parodia, gozando com os comuns clichés do género - começando logo nos fantásticos créditos iniciais -, bem como com os próprios intervenientes, onde Ryan Reynolds dá o exemplo. Todo este lado satírico está dentro do espírito das histórias do Deadpool e funciona lindamente.
Em relação às personagens e às suas interacções, o filme é realmente especial. Reynolds parece partilhar algumas qualidades humorísticas com Wade Wilson, o que resulta num casamento perfeito entre actor e personagem. Reynolds abraça mesmo o Deadpool de corpo e alma e isso é algo que se sente até na forma como o actor abraçou o seu fato. Por norma os fãs deste género gostam de ver os seus heróis a enveredar os famosos fatos da BD (desde que não sejam fatos pirosos, o que nem sempre é fácil), contudo, é muito comum, a dada altura, as máscaras saltarem para mostrar a cara do actor. Até faz sentido se pensarmos que as expressões faciais são importantes na representação (se bem que em muitos casos se calhar é só mesmo para mostrar caras bonitas). Neste filme Reynolds ostenta a máscara com orgulho e só a tira quando é mesmo oportuno. Para isto resultar ajuda que o fato tenha sido tão bem desenvolvido, em particular a máscara na qual o actor consegue passar determinadas expressões muito bem, compensando o que não se vê com humor físico. Para quem não sabe esta personagem é conhecida por quebrar a quarta parede na BD, uma vez que tem noção de que é uma personagem fictícia. Isso não foi esquecido no filme e há uma série de grandes referências que vivem precisamente do quebrar desta regra. O Deadpool por qual ansiávamos, chegou mesmo ao Cinema.
A lindíssima Morena Baccarin é o interesse amoroso que dá por Vanessa, mas desenganem-se aqueles que possam pensar que esta será apenas mais uma donzela em apuros. Vanessa é uma personagem interessante por si só e que não vive na sombra do namorado. A personalidade do casal foi muito bem retratada e conta já com algumas cenas que irão continuar a ser lembradas durante muitos anos, principalmente nas épocas festivas.
O vilão
Muito bom também foi a adição de Colossus e Negasonic Teenage Warhead. Foram secundários valorosos que contribuíram muito bem para a piada do filme. O Colossus é finalmente retratado como uma personagem e não apenas músculo (ver todos os X-Men anteriores) e a Negasonic Teenage Warhead encarnou muito bem o espírito da adolescência. Apesar de saber que o seu nome vem de uma canção dos Monster Magnet (ideias à Grant Morrison claro), nunca li nada da personagem. T.J. Miller também faz uma perninha por aqui no papel do comic relief de Weasel, que juntamente com Al (Leslie Uggams) são os grandes (e hilariantes) companheiros de Wade Wilson.
Como é costume existem os famosos easter eggs, tais como a menção aos criadores desta personagem ou ao facto de a cena final parecer decorrer no helicarrier que caiu no "Avengers" (apesar de ser um filme da Dinsey e não da FOX). A música também foi escolhida a dedo, Deadpool é uma personagem dos anos 90 e isso nota-se não só em muitas das referências como na escolha da canção Shoop dos Salt-N-Pepa, a qual data de 1993 o ano em que Deadpool recebe a sua série a solo. O rap dos Teamheadkick foi outra bonita surpresa.
É fácil concluir que aqueles que simpatizam com este maníaco irão sair satisfeitos da sala de Cinema, "Deapool" conquista-nos logo com o seu lado parodista e violento. O facto de ser R-Rated possibilita um maior conforto na linguagem e na brutalidade das cenas que assentam ainda melhor ao filme. Além de que com tantos filmes do género a estrear por ano, é importante experimentar novas abordagens para que não se caia num provável marasmo. Atenção que as novas abordagens não se limitam a aumentar a idade dos espectadores, não é por isso que "Deadpool" sobressai, até porque já existiam outros nessa categoria. Não sei é se os estúdios vão perceber isso ao invés de simplesmente tentarem replicar este sucesso com uma série de filmes R-Rated para mais malta que se veste de Spandex.
Antes de terminar convém referir algumas palavras de apreço à fabulosa campanha de Marketing deste filme. Foi divertidíssima, diferente e acabou por compensar. Assim sim, vale a pena.
Como é costume existem os famosos easter eggs, tais como a menção aos criadores desta personagem ou ao facto de a cena final parecer decorrer no helicarrier que caiu no "Avengers" (apesar de ser um filme da Dinsey e não da FOX). A música também foi escolhida a dedo, Deadpool é uma personagem dos anos 90 e isso nota-se não só em muitas das referências como na escolha da canção Shoop dos Salt-N-Pepa, a qual data de 1993 o ano em que Deadpool recebe a sua série a solo. O rap dos Teamheadkick foi outra bonita surpresa.
É fácil concluir que aqueles que simpatizam com este maníaco irão sair satisfeitos da sala de Cinema, "Deapool" conquista-nos logo com o seu lado parodista e violento. O facto de ser R-Rated possibilita um maior conforto na linguagem e na brutalidade das cenas que assentam ainda melhor ao filme. Além de que com tantos filmes do género a estrear por ano, é importante experimentar novas abordagens para que não se caia num provável marasmo. Atenção que as novas abordagens não se limitam a aumentar a idade dos espectadores, não é por isso que "Deadpool" sobressai, até porque já existiam outros nessa categoria. Não sei é se os estúdios vão perceber isso ao invés de simplesmente tentarem replicar este sucesso com uma série de filmes R-Rated para mais malta que se veste de Spandex.
Antes de terminar convém referir algumas palavras de apreço à fabulosa campanha de Marketing deste filme. Foi divertidíssima, diferente e acabou por compensar. Assim sim, vale a pena.
sexta-feira, fevereiro 12, 2016
quinta-feira, fevereiro 11, 2016
quarta-feira, janeiro 27, 2016
quarta-feira, janeiro 20, 2016
terça-feira, janeiro 19, 2016
Doctor Who - Temporada 9
Cá está ela, a nona temporada completa mais o especial Natal. Todos os episódios foram falados no TVDependente, é só clicar aqui.
Moffat continua a reunir essa particularidade de me fazer amar um episódio e odiar uma série de pormenores. Mas sim a nona é um regresso em grande forma do Doctor, uma das melhores temporadas da nova série e a segunda melhor sob a alçada de Moffat (a 5º ainda está muito bem cotada na memória).
terça-feira, janeiro 12, 2016
Ground Control To Major Tom
Livrarias com personalidade, não se medem ao metro quadrado.
Saudades do Porto, saudades da Poetria.
Nota: Foto retirada da páginda de Facebook da Livraria Poetria.
Saudades do Porto, saudades da Poetria.
Nota: Foto retirada da páginda de Facebook da Livraria Poetria.
segunda-feira, janeiro 11, 2016
A Hero For More Than One Day
Quem passou por este blog nos tempos em que era (mais) activo, de certeza que sabe o quanto David Bowie era amado nesta casa. Bowie foi um artista singular, com um percurso musical que sempre me atraiu, não só pela qualidade mas pela forma como o autor explorava diferentes caminhos, diferentes sonoridades. Ao longo dos anos Bowie mudava, reinventava-se, enfim, deslumbrava-nos.
Era um músico que não deixava ninguém indiferente e mesmo dentro dos fãs as preferências variavam consoante o estilo musical preferido por cada um. Posso ter uma preferência, como a maioria, pela fase dos anos 70 que conta com as pérolas "Hunky Dory", "Ziggy Stardust", Alladin Sane", "Diamond Dogs", "Low" ou "Heroes", mas continuo a adorar o que fez nos anos 80 e 90. O fantástico "Scary Monsters" (OK tecnicamente encerra os anos 70), "Let's Dance" ou aquela composição magnífica que é "Cat People" não deixam margem para dúvidas, os anos 80 também deixam uma enorme marca na carreira do autor. Os 90 abriram com "Black Tie White Nose" contam com o álbum que Bowie lançou quando comemorou os 50 anos, "Earthling", mas é no anterior "Outside" que está a pérola desta década, numa nova e diferente colaboração com Brian Eno. Uma pena que o projecto que "Outside" ambicionava ser nunca tenha voltado a ser trabalhado por esta dupla, agora nunca mais acontecerá, ficando apenas o desejo dos autores.
No século XXI Bowie continuou a marcar presença apesar de a dada altura ter estado 10 anos sem editar um álbum algo que contribuiu ainda mais para a enorme surpresa que foi "The Next Day", um álbum que nos traz de volta Bowie numa das suas melhores formas. Uma ode ao Rock de próprio autor e uma que não passou nada despercebida.
Agora chega-nos "Blackstar". Depois de um certo revivalismo do anterior, temos um álbum mais experimental que vai beber inspirações ao jazz e que faz Bowie regressar ao seu primeiro instrumento, o saxofone. Um ciclo que se completa, de certa forma. Porque afinal Bowie tem passado uns anos difíceis em termos de saúde, com um cancro terminal diagnosticado há alguns meses e contra o qual estava a lutar. Infelizmente há batalhas que estão condenadas desde o início, qual combate de boxe fraudulento. Bowie sabia-o e decide dar-nos esta prenda no fim. Confesso que apenas senti alegria com o lançamento de "Blackstar", sem nunca me passar pela cabeça que se tratasse do último álbum dele. Agora pede-se um novo ouvir, uma nova interpretação a este álbum mais negro e que já continha todas as pistas. Bowie despede-se como sempre viveu, encenando uma última peça desta enorme personagem que é David Bowie. Porque o autor também era actor, apaixonado por teatro, uma componente artística que sempre fez parte da sua carreira musical, nas várias personagens e cenários que ia criando ao longo da vida.
Um dos maiores cuja falta será muito sentida, como se tem bem visto com os vários testemunhos expostos ao longo do dia de hoje. Obrigado David Robert Jones, por toda esta maravilhosa odisseia que criaste com esse ícone que é e sempre será, David Bowie.
É impossível escolher apenas uma música ou álbum de Bowie, mas tendo em conta todo o planeamento do autor, neste momento o álbum a ouvir é "Blackstar", por isso deixo aqui o single.
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