sexta-feira, junho 28, 2013
quinta-feira, junho 27, 2013
The Lisbon Studio Webmag #1 (Junho/Julho)
Este grupo de artistas consiste "num colectivo de autores de BD, profissionais da animação, ilustradores, argumentistas e realizadores que partilham um atelier em Lisboa". Já muitos artistas passaram por este estúdio e certamente continuarão a passar. De momento a prata da casa e os responsáveis pela revista são os seguintes: Ana Branco, Ana Freitas, André Oliveira, Filipe Andrade, Filipe Pina, Joana Afonso, João Maio Pinto, Jorge Coelho, Marta Teives, Nuno Duarte (Outro Nuno), Nuno Saraiva, Pepedelrey, Pedro Brito, Pedro Ribeiro Ferreira e Ricardo Cabral.
Numa muito rápida pesquisa, salta imediatamente, à vista a qualidade gráfica, afinal estamos a falar de alguns dos melhores autores nacionais.
Fica a sugestão e sendo virtual não há mesmo desculpas para deixar de conhecer o que se faz por cá. Podem consultar a revista - com 134 páginas - aqui, vale a pena. A capa é da autoria de Pepedelrey.
quarta-feira, junho 26, 2013
All-Star Superman
You're work is done.
You have shown them the face of the Man of Tomorrow.
You have given them an ideal to aspire to, embodied their highest aspirations.
They will race and stumble, and fall and crawl...
...And curse...and finally...
...They will join you in the sun Kal-El.
In time you will no longer be alone.
Jor-El.
Na véspera da estreia de "Man Of Steel" deixo aqui uma sugestão de leitura sobre o primeiro Super-Herói da BD, este "All-Star Superman" de Grant Morrison e Frank Quitely, publicado entre 2006 e 2008.
O universo "All-Star" (penso sempre nos ténis da Converse), foi criado para os autores poderem escrever sobre qualquer personagem sem estarem restringidos pelas amarras da continuidade, ou seja, nada de novo, não é a primeira vez que histórias fora da continuidade saem, talvez neste caso quisessem ter um universo alternativo mas todo ligado entre si como o "Ultimate" da Marvel, porém, as coisas, aparentemente, não correram assim tão bem, pois além deste só houve mais um título "All-Star", o do Batman.
De qualquer das formas "All-Star" Superman é uma das melhores, senão mesmo, a melhor história do Super neste novo século. Morrison em vez de pegar na origem desta personagem e voltar a contar a mesma história de inicial de sempre, optou antes por ir para o final e contar a última. Mantendo na mesma a premissa de criar histórias do Superman que fossem o mais acessíveis para todos, dentro do possível, no que toca a conhecimentos prévios da personagem.
Tudo começa quando o Super salva o Dr. Leo Quintum e a sua equipa do P.R.O.J.E.C.T., de irem contra o Sol. Ao fazê-lo a sua proximidade ao astro solar resultou numa acumulação massiva de energia que elevou o herói a um nível nunca antes visto. O Superman está mais poderoso do que nunca, contudo, pela mesma razão está a morrer também, uma vez que a energia é demasiada para ser contida pelas suas células. A cereja no topo do bolo é que nada disto foi acidental mas planeado ao milímetro por Lex Luthor. Assim enquanto seguimos o Super em despedidas e nas suas últimas missões - em reminiscência dos "12 trabalhos de Hércules" - seguimos também o julgamento de Luhtor e a sua condenação à morte.
Há algo de justiça poética em Luthor acabar condenado à morte quando consegue a sua maior proeza, e ele parece não se importar desde que veja o azulão ir à sua frente. Gosto muito da forma como Morrison interpreta e escreve o "homem de aço", mas é delicioso ler o seu Lex Luthor, há realmente algo de poético no confronto final entre estes dois, na última visão que Luthor tem no mundo e no último sacrifício do herói perfeito.
´"All-Star Superman" contém uma série de aventuras bem diversas e imaginativas, Morrison parece divertir-se muito a explorar o universo desta personagem e tudo resulta muito bem no traço do grande Frank Quitely um dos desenhadores mais estimulantes da actualidade.
Agora o porquê de "All-Star Superman" antes (ou depois) de "Man of Steel"? Porque apesar de crer que o enredo será completamente diferente, acredito que temos aqui uma forte influência no filme, talvez na forma em como abordar um herói desta magnitude e poder, algo que Morrison e Quitely souberam explorar muito bem. Claro que isto, por enquanto, é apenas especulativo. Mas acredito nisto até porque as frases saídas de Russel Crowe nos trailers são claramente retiradas de uma conversa entre pai e filho (Jor-El e Kal-El) que se encontra nesta história e isso prova pelo menos que não só esta BD foi lida como foi tida em conta na escrita do argumento, o que é muito bom sinal.
A título de curiosidade em 2011 foi feito um filme de animação desta história.
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Arrested Development - 4º Temporada
Tenho andado ocupado a falar intensivamente de "Arrested Development" por aqui. Não foi tarefa fácil e tratando-se de uma série com esta densidade humorística, certamente que muita coisa me passou ao lado e que será descoberta em revisões, e é tão bom rever "Arrested Development".
Vou começar por dizer que sou daqueles que ficou muito feliz com este regresso. Acho a quarta temporada da série fantástica. Em vez de simplesmente repetir o que havia feito, Hurwitz, trouxe a série com uma nova abordagem. Se no início os episódios nos podem parecer mais insossos que os do passado, rapidamente percebemos que estamos perante um grande puzzle, milimétricamente pensado e estruturado e é tão bom descobrir como a história se vai desenvolvendo e crescendo ao longo dos episódios. Há piadas semeadas cedo, mas que só posteriormente irão colher os seus frutos, ou seja é preciso ver o quadro completo para realmente disfrutar desta temporada na sua plenitude. E o humor contínua a ser de grande qualidade, pois claro.
Como a série deve ser vista até ao fim e avaliada como um todo, não sei se foi a decisão mais acertada ir falando dela episódio a episódio, mas penso que não haverá problema se tivermos isso em conta e poderá ser curioso ver como as emoções vão subindo ao longo destes textos. Sempre achei que não se deve dar grande importância a notas no que toca a peças artísticas.
No último episódio, há a surpresa de não termos um final, mas antes um início (ou continuação). A quarta temporada de "Arrested" é apenas a primeira parte de um arco. Agora para tudo correr bem é preciso que não demorem mais sete anos para nos trazer a quinta de volta.
Deixo aqui o link para todos os posts relativos à serie.
Vida longa aos Bluth.
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quinta-feira, junho 20, 2013
James Gandolfini 1961-2013
Brilhou recentemente ao lado de Brad Pitt em "Killing Them Softly" sendo responsável pelos melhores momentos do filme de Andrew Dominik.
Claro que independentemente dos papéis que teve, James Gandolfini será sempre recordado como Tony Soprano o carismático protagonista de uma das melhores e mais importantes séries dramáticas. O boom dos últimos anos que se deu na TV deve muito a séries como "The Sopranos" que por sua vez não seria a mesma sem Gandolfini.
R.I.P.
quarta-feira, junho 19, 2013
O Banqueiro Anarquista
Regressei a Fernando Pessoa, curiosamente, perto do seu aniversário (13 de Junho de 1888). Sabe sempre bem regressar a um "amigo" e no caso de Pessoa é um regresso que vale sempre muito a pena.
O escolhido foi "O Banqueiro Anarquista" onde durante uma conversa de mesa assistimos a uma discussão sobre a filosofia de vida/ movimento político que é a Anarquia e como um seu seguidor acabou por abraçar uma das profissões mais capitalistas. Pessoa cria assim um ensaio muito interessante sobre a anarquia e o capitalismo, desenvolvendo estes conceitos à luz de uma visão irónica e satírica, o que tornam a leitura tão enriquecedora como divertida.
O escolhido foi "O Banqueiro Anarquista" onde durante uma conversa de mesa assistimos a uma discussão sobre a filosofia de vida/ movimento político que é a Anarquia e como um seu seguidor acabou por abraçar uma das profissões mais capitalistas. Pessoa cria assim um ensaio muito interessante sobre a anarquia e o capitalismo, desenvolvendo estes conceitos à luz de uma visão irónica e satírica, o que tornam a leitura tão enriquecedora como divertida.
terça-feira, junho 18, 2013
Star Trek II: Into Darkness
Gosto desta nova abordagem ao "Star Trek" por J.J. Abrams, nem que seja pelo facto de conseguirem ter um Spock à altura de Leonard Nimoy, mas claro que é mais do que isso. É verdade que este "Star Trek" é muito diferente do antigo, é uma versão modernizada feita para atrair um maior grupo de espectadores, uma vez que o franchise cinematográfico da série criada por Gene Roddenberry - no cinema - estava pelas ruas da amargura e, provavelmente, não retornaria tão cedo. E a verdade é que goste-se ou não, funcionou, "Star Trek" está de regresso para o bem e para o mal.
Não vi a série original, mas sou fã dos filmes (não vi todos) e de facto tendo a concordar um pouco com a maldição dos filmes ímpar, apesar de gostar bastante de "Star Trek: The Motion Picutre". Seguir as novas aventuras desta Enterprise é um prazer diferente das antigas - aqui a dinâmica previligia os devaneios filosóficos - mas ainda assim um prazer e por isso estava ansioso com este "Into Darkness" até porque tudo apontava para termos o regresso de um dos vilões mais icónicos da saga e logo na pele de um dos actores do momento, Sir Benedict Cumberbatch (sim eu sei que não é Sir no Reino Unido mas é Sir aqui no Alternative Prison). Aliás uma curiosidade engraçada é que Mr. Spock é inspirado na personagem interpretada actualmente por Cumberbatch: Sherlock Holmes.
Em relação a esta sequela, no geral tem um saldo positivo, mas infelizmente espalha-se um pouco no final. É pena ser no final porque é essa memória que fica connosco quando saímos da sala de cinema.. Mas vamos por partes e todas elas com grandes SPOILERS, para ver o que tem de melhor e pior este filme.
SPOILERS SPOILERS SPOILERS
O BOM
- O elenco da Enterprise
Continuo a achar que o elenco de "Star Trek" na sua maioria foi muito bem escolhido com destaque para Zachary Quinto como Spock e Karl Urban como Bones. Estes dois mantêm a relação de amor/ódio que sempre tiveram e evocam respeitosamente os actores que deram originalmente vida a estas personagens. Também Simon Pegg esteve hilariante como Scotty, sempre com aquele sotaque que faz toda a diferença na personagem. Aparecendo menos mas mostrando-se sempre à altura continuam Anton Yelchin como Chekov e John Cho como Sulu. A Uhura de Zoe Saldana é de todas as personagens a que ganhou mais protagonismo em comparação à versão do passado, aqui ela é a mulher de Mr. Spock, é uma abordagem mais distinta, mas gosto da actriz no papel. Quanto a Chris Pine como James T. Kirk, gosto da escolha, o rapaz tem um ar rebelde e não cumpridor das regras que resulta bem num jovem Kirk.
- Khan
Se houve coisa em que gostei mais da sequela do que do primeiro foi do vilão. Bennedict Cumberbatch cria um Khan fascinante e todas as cenas em que entra dão mais vida ao filme. Nota-se que ao pé dele Kirk brilha menos, não é tarefa fácil para o capitão da Enterprise, mas juntos têm cena sbem engraçadas. A abordagem de Cumberbatch é também bastante mais aterradora que a de Ricardo Montalban. Khan sempre que surge tem uma imponência que é impossível não sentir - a morte do Robocop é um excelente exemplo disso.
- The needs of the many outweigh the needs of the few
Para quem viu "Star Trek II: The Wrath of Khan" este filme ganha uma nova dimensão com as várias referências, onde se destaca a inversão de papéis entre Kirk e Mr. Spock a culminar no famoso grito "KHAAAAANNNN!", mas desta vez proferido não por Kirk mas por Spock, é um momento fantástico. Surge também Carol Marcus interpretada por Alice Eve que sabemos ser um interesse amoroso de Kirk e mãe do seu futuro filho. Desta vez a personagem confronta-se com Khan muito mais cedo que na série original, mas de uma forma geral Abrams tem sempre em conta a mitologia desta série colocando na história uma série de referências e piadas sobre o passado da mesma, algo que funciona muito bem pois faz as delícias de quem as conhece e não incomoda quem nunca viu.
- A história: Mr. Spock e Khan
Gostei da premissa e do mistério em torno de Khan que se esconde num planeta dos Klingon, uma espécie que está em vias de entrar em guerra com a Terra. Não é de todo um argumento prodigioso, mas gostei do ênfase dado à forma de ser e estar de Mr. Spock, bem explorada desde o momento em que lhe salvam a vida no início até à sua sede de vingança no final, nunca esquecendo que este é um Spock que viu o seu mundo morrer. As piadas na sua maioria funcionam bem, é bom ver o trio maravilha - Spock, Bones e Kirk - de volta.
- Leonard Nimoy
Talvez seja demais, mas é sempre bom ver Leonard Nimoy como Mr. Spock ainda que por breves momentos.
- Os efeitos especiais
Visualmente "Into Darkness" funciona muito bem.
O MAU
- A Morte de Kirk
A morte de Jim Kirk não é má per se, mas perde qualquer impacto que podia ter quando fazem tanta referência às capacidades regenerativas do sangue de Khan. Quando sabemos que Kirk vai morrer compreendemos imediatamente que será algo muito temporário. É uma parte do enredo demasiado óbvia e que perde emotividade com isso. Em "Wrath of Khan" o Mr. Spock morreu, podíamos suspeitar que ele regressasse (não há Trek sem Spock), mas para todos os efeitos nesse filme ele morre com direito a funeral e tudo.
- A especificidade do sangue de Khan
Achei exagerada a necessidade de ter Khan vivo para ressuscitar Kirk quando estão 72 corpos crio-preservados ali ao lado. Estamos a falar de 72 indíviduos manipulados à semelhança de Khan para serem seres humanos superiores. Por outro lado Bones só testou o sangue de Khan e na teoria os outros funcionariam, mas na prática ele só tinha a certeza deste. De um ponto de vista de segurança até compreendo a decisão, mas podia fazer menção a isso.
- A história: o final
A última parte do filme perde alguma força e charme tornando-se um pouco aborrecida, priveligiando a acção por acção. O último regresso do Khan já é dispensável, mas até vale a pena pelo combate entre ele e o Spock (por causa das habilidades distintas de ambos).
O VILÃO
- A polémica de Carol em roupa interior
Gerou-se uma pequena polémica à volta da personagem interpretada por Alice Eve, acusada de ter uma cena de nudez gratuita. A actriz surge em roupa interior (já vi biquinis que mostram mais) numa cena que é realmente dispensável, mas que gerou uma polémica muito exagerada. Além de não ser algo que já tivesse surgido nos filmes antigos desta saga, hoje em dia em comparação "Star Trek" é dos filmes saídos de Hollywood que menos deve explorar esta componente de sexo gratuito.
Além do mais, como já referi, Carol será um interesse amoroso de Kirk, será a mãe do seu filho, e tentarem criar alguma empatia entre as personagens era importante, apesar de esta cena em particular não ter funcionado, não teve a piada que era suposto.
- Space, the final frontier. These are the voyages of the Starship Enterprise. It's five-year mission: to explore strange new worlds, to seek out new life and new civilizations, to boldly go where no man has gone before.
Muito se tem criticado o não cumprir deste mote em "Star Trek", o próprio Abrams esteve indeciso em enveredar por este caminho já na sequela. De qualquer das formas podem acalmar os ânimos porque o terceiro tomo seguirá o mote da série, até lá tivemos uma boa construção da história até a equipa ser aceite para esta missão de 5 anos. Afinal até não ficou assim tão mal.
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sábado, junho 01, 2013
Dead Can Dance - Coliseu de Lisboa 28-05-13
Na passada terça-feira assistiu-se a magia no Coliseu de Lisboa, assistiu-se ao concerto dos Dead Can Dance. Um concerto onírico e arrepiante com uma Lisa Gerrard e um Brendan Perry em excelente forma. As vozes de ambos continuam iguais com o poder e sedução que lhes é tão característico. Foi a primeira vez que os vi ao vivo, desejo tanto que não tenha sido a última.
Como seria de esperar o concerto foi muito dedicado ao último álbum, "Anastasis", de 2012. Não sei se já referi antes, mas este álbum é excepcional. A banda abre então as hostes, magistralmente, com a primeira faixa "Children of the Sun". Depois de "Agape" - 3º faixa do último álbum- é tempo de voltar atrás na carreira para se ouvir "Rakim" que rapidamente mostrou uma maior resposta do público ainda que a primeira ovação tenha cabido a "Sanvean" (tão merecida) tocada após "Kiko" e "Amnesia" também de "Anastasis".
Depois das belas "Black Sun" e "Nierika" surge outro dos momentos mais poderosos do concerto "Opium" uma das canções do mais recente álbum a ter melhor resposta por parte do público. Porém, seria "The Host of Seraphim" a fazer levantar o coliseu novamente. Entre "Ime Prezakias" e "All in Good Time" tocou-se "Cantara" - suponho que por esta altura já nem vale a pena referir que houve outra ovação. Pelo que percebi posteriormente "Cantara" tem sido uma faixa rara nos concertos e nesse sentido parece que fomos uns privilegiados. Muito obrigado Brendan Perry e Lisa Gerrard.
No encore começou-se com "The Ubiquitous Mr. Lovegrove" e fechou-se com aquela que considero das melhores faixas do último álbum a "The Return of the She-King". Pelo meio tivemos direito a duas covers, a primeira dos This Mortal Coil, "Dreams Made Flesh", e a segunda de Tim Buckley, "Song to the Siren" (que curiosamente, ou não, também tem uma versão pelos This Mortal Coil).
A cargo da primeira parte esteve David Kuckhermann que tocou maioritariamente hang um instrumento musical com apenas 10 anos de existência. Uma boa forma de aguçar o apetite para o que viria depois.
Foi sem dúvida alguma um momento a recordar e guardar com muito carinho. Os Dead Can Dance continuam numa forma estupenda seja a compôr ou ao vivo. Fica o pedido para não termos de esperar mais 17 anos por outro regresso.
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