quinta-feira, julho 19, 2012

Alive 15-07-2012... ou o regresso dos RADIOHEAD

Os Radiohead são um dos primeiros nomes que me vêm à cabeça quando me perguntam quais as minhas bandas predilectas. São também uma das bandas que me acompanha há mais tempo, agora que penso melhor é mesmo A banda que me acompanha há mais tempo. Desde 97, ano em que saiu essa pérola que abanou os alicerces da música e que dá pelo nome de OK Computer.

Lembro-me perfeitamente do ano em que estiveram cá pela última vez e ainda me lembro melhor do facto de não ter ido ver. Nunca pensei que tantos anos se passassem até um regresso, mas a verdade é que foram 11. Quando soube que vinham não hesitei em comprar o bilhete. lMesmo sabendo que o cartaz do alive seria estupendo nos três dias, normalmente vale sempre a pena, acabei por comprar só para este dia, porque já tinha o "Primavera Sound" e "Bruce Springsteen".

Fiquei com a sensação que em termos de quantidade o dia de Radiohead foi o menos interessante, para mim, excepto por eles. Antes havia Refused, Stone Roses e depois The Cure e Tricky entre muitos outros.

Nunca antes senti tanto estar num festival por uma banda apenas. Atenção, claro que houve grandes concertos neste dia, mas o sentimento que pairava no ar com sabor a Radiohead era impossível de se conter.


Por falar em bons concertos, grande recepção ao público feita pelos Paus que abriram tão bem o palco principal. Já me tinham escapado no Super Bock, agora vi-os finalmente e gostei bastante. Depois foi a vez de Warpaint, no palco Heinken. Uma descoberta interessante, além de que há sempre qualquer coisa de sensual em ver uma mulher atrás da bateria.

Depois distribui-se o tempo entre reuniões de amigos, algumas canções da Márcia, no palco do meio (não sei o nome) e em tom de peregrinação começa-se a caminhar para o palco principal para ver Caribou e mais importante arranjar um bom lugar. Caribou pareceu-me uma escolha que resultaria melhor no final do concerto dos Radiohead do que no início, até porque não havia ninguém a seguir aos ingleses. Quanto ao canadiano provavelmente merecia mais atenção do que a que lhe dei, para mim foi um concerto morno no geral.


Por fim, é a vez de subir ao palco, aquela que é para muitos uma das bandas mais importantes dos últimos 20 anos. Os Radiohead são um marco, indiscutivelmente e é difícil superar as expectativas geradas por um mito como este. É que até os outros palcos pararam para se ouvir
Em relação à setlist, e porque essa ainda antes de ser revelada já tinha gerado muito conversa, era impossível conter todos os temas que queremos ouvir. Todos temos as nossas preferências e muitos de nós nunca tínhamos ouvido nenhuma canção, pessoalmente eu gostaria de ouvir algo de todos os álbuns, mas não contava com isso. "Pablo Honey" e "The Bends" estão muito distantes do caminho que a banda percorre e costumam ficar de fora, ia preparado para isso. Por isso quando Thom Yorke, após proferir que "10 anos é muito tempo", começa a tocar os acordes de "Street Spirit (Fade Out)" entrei em êxtase. Adoro a canção e foi uma maneira belíssima de fechar tudo o que tínhamos assistido.

De resto as escolhas foram bastante equilibradas entre "OK Computer" e "In Rainbows", tendo racaído maior atenção sobre "King of Limbs" afinal de contas é a sua digressão.

Grande concerto, com alguns momentos realmente mágicos, ainda me arrepia recordar a "Exit Music (For a Film) entre outras. Espero que não volte a passar mais uma década, porque isto vale mesmo muito a pena.

Em tom mais negativo, como o dia tinha esgotado é escusado dizer a enorme massa de pessoas que se encontrava no recinto. Ora durante o concerto os ecrãs não o passaram, o que terá feito com que muitos não tivessem visto nada. Ao invés as imagens projectadas foram as que passavam nos vários ecrãs atrás da banda que em em tons diferentes de cores iam mostrando partes individuais de todos os membros da banda (ver foto acima).

Depois vieram os The Kills às 1h50, no palco Heinken. Não podia ter sido mais cedo? Bem, foi grande concerto, ainda estava num comprimento de onda dos Radiohead, mas há que realçar o grande concerto deste duo. Que até podiam ter estado no palco principal, tamanha adesão. Entre uma paragem, em que alguém se sentiu mal e um momento mais emocional por parte da vocalista, foram várias canções que percorreram a noite sempre com um forte sabor a Rock n' Roll.

Depois pelas 3 vieram os Metronomy. Estava a gostar, mas não querendo arriscar sair ao mesmo tempo que todos e porque isto de ir trabalhar no dia seguinte desmotiva cada vez mais, não fiquei até ao final. Pensava que por esta altura seria DJ Set e estaria já em casa, mas o Alive trocou-me as voltas. Tinha planeado sair depois de Kills, mas a curiosidade, essa que matou o gato, é tramada.

7 comentários:

Anita disse...

Os Radiohead não são a banda que me acompanham há mais anos (esse lugar é provavelmente ocupado pelos Pearl Jam) mas lideram sem dúvida alguma o rol das minhas bandas preferidas. Eu adorei este concerto e a setlist também. Acho mesmo que de todo o tour deles esta foi a mais equilibrada até ao momento. E se eu já gostava do TKOL ao vivo o álbum ganhou toda uma nova magia. Mesmo muito bom. Espero que não demorem a cá voltar :D

off-topic: Então e "True Blood"? Caraças, quando eu já começava a pensar em desistir da série eles fazem um episódio destes...é que não estava mesmo nada à espera daquele final, pelo menos para já. E eu que gostava tanto da personagem...mas pronto, é bom ver que a série ainda consegue surpreender :D Por outro lado, as tramas paralelas aos vampiros continuam a ser uma perda de tempo :(

Loot disse...

O grunge, na altura, não foi algo que aprofundei muito, ouvia qb. Os Pearl Jam têm pelo menos dois álbuns excepcionais, o Ten e o vitalogy.
Mas, gostava mais destes meninos e dos Tool (que conheci pouco tempo depois) :P
Quanto ao King of Limbs, eu também gosto do álbum, e reparei que conquistou alguns fãs ao vivo. As músicas estavam fabulosas. Quem sabe se não virá a ser um álbum mais acarinhado no futuro? Não seria o primeiro deles.


Quanto a True Blood eu estou a adorar a parte da autoridade, as sub-tramas interessam pouco, e algumas só apetece passar à frente. Este último ep teve o tal sabor agridoce, porque eu também gosto muito desta nova personagem. Mas, também não queria ver-me livre do Russel...
Isto se calhar era melhor reduzir os eps para 30 minutos e cortavam no que não interessa :P

Anita disse...

Completamente de acordo. A mitologia dos vampiros é o melhor aspecto da série tudo o resto para mim é descartável.

E quem será o(a) traidor(a)?

Loot disse...

Se calhar TODOS lol :P

Tudo aponta para a mulher do guardian. Desde a sua protegida até à sua forma de falar. E no final também parece saber tudo. Até contava que não fosse ela precisamente por causa disto.

Anita disse...

Ela era também a minha aposta embora lá está seja demasiado óbvia. Mas o facto de ninguém ter intervido para impedir o Russel leva a crer que possam estar mesmo todos envolvidos!!

Coitado do Eric...não vai ter uma vida fácil nos próximos tempos :D

tadeu disse...

buenas!
vi o concerto dos kills online e madresita, foi mesmo bom!
a rapariga é de uma energia brutal e honesta, qual Courtney Love qual que, ali sim temos uma senhora rock and roll como deve ser :)
Vi eles há dez anos atrás no Coliseu do Porto e já deixavam antever este presente repleto de metamorfose sonora.
é um grande momento quando a banda que elegemos amar aparece e existe a real oportunidade de poder ver ao vivo.
é o culminar que só é superado se for possível conhece-los pessoalmente.
ainda bem que gostaste e perambulaste entre um palco e outro. estas a ficar craque :)
abraço e excelente fds!!

Loot disse...

Os The Kills estão no ponto sim senhor. Espero vê-los novamente e melhor, porque valeu a pena.

Isto dos festivais não mata mas mói :P