Um Feliz Natal a todos.
quinta-feira, dezembro 24, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
Avatar
Mais de 10 anos depois de "Titanic" James Cameron regressa às salas de cinema com a sua nova longa metragem intitulada "Avatar". É o seu regresso também ao género que o tornou tão conhecido, a ficção científica e prova disso são os clássicos "The Terminator", "Aliens" e "The Abyss".
Demorou 15 anos a ser feito, facto que não se prende apenas com questões de tempo pois para Cameron a tecnologia necessária para criar a sua visão ainda não existia. Com tamanhas afirmações a especulação era muita em relação a este filme o que fez com que muitos afirmassem que iria mudar a forma como se faz Cinema. Um filme glorioso e memorável ou a maior banhada do início deste século eram as expressões que me passavam pela mente quando ouvia falar de "Avatar", como o nome do realizador é James Cameron inclinava-me para a primeira e de facto nunca tive dúvidas que a nível tecnológico o filme iria ser majestoso, o meu receio prendia-se mais com o argumento, uma vez que a imagem podia, neste caso, sobrepôr-se ao conteúdo.
"Avatar" é de facto um portento a nível tecnológico, o planeta Pandora é de uma enorme beleza bem como todo o ecossistema que o caracteriza. E este planeta é deveras o grande triunfo do filme, desde as suas montanhas voadoras até todo o tipo de criaturas que o habita, incluindo a tribo Na'vi aquela sobre a qual o filme de debruça.
O ano é o de 2154, a localização Pandora uma das luas de Polyphemus. O filme é narrado por Jake Sully (Sam Worthington) um ex-fuzileiro paraplégico que decide embarcar na viagem até Pandora após a morte do seu irmão gémeo Tommy.
Tommy fazia parte de um grupo de cientistas a trabalhar em Pandora, estudando a sua fauna e flora e tentando melhorar as relações entre os nativos e os humanos. Para serem melhor aceites por eles os humanos desenvolveram, através da combinação de DNA humano e Na'vi, corpos fisicamente semelhante em tudo aos últimos, para os quais a mente de determinados humanos é enviada (uma espécie de entrar na Matrix só que no mundo real). O problema destes corpos é que têm de ser desenvolvidos especificamente para alguém e são extremamente dispendiosos (assim como o filme). Quando Tommy morreu a empresa que se encontra a explorar Pandora decide recrutar o seu irmão gémeo, pois uma vez que partilham o mesmo genoma, é possível para Jake usar o corpo destinado originalmente ao seu irmão, aquele que será agora o seu Avatar.
A empresa que se encontra a explorar o planeta, fá-lo para obter o mineral unobtainium e está disposta a tudo para o cosneguir, inclusivé passar por cima de todos os habitantes de Pandora e para isso conta com um verdadeiro arsenal de militares e mercenários.
Por outro lado o grupo de cientistas, liderado pela carismática Dr. Grace Augustine (Sigourney Weaver) está mais interessado em conhecer os Na'vi e em arranjar uma solução pacífica entre a tribo e os Homens.
Jake vê-se assim entre dois lados, pois trabalha com os cientistas mas não deixa de ser um militar e quando o feroz Colonel Miles Quaritch (Stephen Lang) lhe oferece as suas pernas de volta, poucas dúvidas restam na sua mente. No entanto todas as suas perspectivas mudarão ao ser o escolhido para aprender a cultura dos Na'vi, pela mão da bela Neytiri (Zoe Saldana).
A história é completamente previsível, tal como previa as atenções caíram mais sobre a imagem do que a substância, não há nenhuma decisão que nos surpreenda e sabemos perfeitamente o que irá acontecer, Jake é há semelhança de um Skywalker ou de um Neo mais um "The One", sabemos por quem se irá apaixonar o caminho que seguirá e o que lhe acontecerá no fim. No entanto,os clichés são-no por alguma razão e a verdade é que nada disso me incomodou, talvez por nunca ter esperado algo surpreendente a nível argumentativo e por isso gostei da história. Soube bem, depois de ver tantos desfechos trágicos nos últimos tempos, vibrar com a luta dos Na'vi pela sua terra.
Na maior parte dos filmes em que extraterrestres chegam até ao nosso planeta, as suas intenções são hostis. Neste filme é o Homem o extraterrestre e curiosamente as suas intenções não são assim tão diferentes.
Gostei do elenco, Sigourney Weaver é sempre uma grande senhora, Stephen Lang criou um Colonel temível e cruel e Giovanni Ribisi é responsável por algumas boas gargalhadas com o seu humor negro. Quanto ao par principal, Sam Worthington e Zoe Saldana, têm uma boa química entre eles o que torna impossível não torcer pelos dois.
Quanto à mensagem, ou uma delas, não podia ser mais clara ou dura quando Jake profere que na Terra nós matámos a nossa "mãe".
Depois de um espectáculo visual tão grande, foi uma pena ter de ouvir aquela canção final que destoa por completo deste género de filme, e evocando a música do "Titanic". Este é sem dúvida o ponto mais negativo do filme.
Actualmente o 3-D já se começa a tornar-se irritante, mas ao menos "Avatar" usa-o melhor do que a maioria e por isso vale o esforço, apesar de 3 horas com os óculos se cansativo por vezes. No entanto fiquei curioso em como será visualizá-lo no bom 2-D HD.
"Avatar" é de facto um portento a nível tecnológico, o planeta Pandora é de uma enorme beleza bem como todo o ecossistema que o caracteriza. E este planeta é deveras o grande triunfo do filme, desde as suas montanhas voadoras até todo o tipo de criaturas que o habita, incluindo a tribo Na'vi aquela sobre a qual o filme de debruça.
O ano é o de 2154, a localização Pandora uma das luas de Polyphemus. O filme é narrado por Jake Sully (Sam Worthington) um ex-fuzileiro paraplégico que decide embarcar na viagem até Pandora após a morte do seu irmão gémeo Tommy.
Tommy fazia parte de um grupo de cientistas a trabalhar em Pandora, estudando a sua fauna e flora e tentando melhorar as relações entre os nativos e os humanos. Para serem melhor aceites por eles os humanos desenvolveram, através da combinação de DNA humano e Na'vi, corpos fisicamente semelhante em tudo aos últimos, para os quais a mente de determinados humanos é enviada (uma espécie de entrar na Matrix só que no mundo real). O problema destes corpos é que têm de ser desenvolvidos especificamente para alguém e são extremamente dispendiosos (assim como o filme). Quando Tommy morreu a empresa que se encontra a explorar Pandora decide recrutar o seu irmão gémeo, pois uma vez que partilham o mesmo genoma, é possível para Jake usar o corpo destinado originalmente ao seu irmão, aquele que será agora o seu Avatar.
A empresa que se encontra a explorar o planeta, fá-lo para obter o mineral unobtainium e está disposta a tudo para o cosneguir, inclusivé passar por cima de todos os habitantes de Pandora e para isso conta com um verdadeiro arsenal de militares e mercenários.
Por outro lado o grupo de cientistas, liderado pela carismática Dr. Grace Augustine (Sigourney Weaver) está mais interessado em conhecer os Na'vi e em arranjar uma solução pacífica entre a tribo e os Homens.
Jake vê-se assim entre dois lados, pois trabalha com os cientistas mas não deixa de ser um militar e quando o feroz Colonel Miles Quaritch (Stephen Lang) lhe oferece as suas pernas de volta, poucas dúvidas restam na sua mente. No entanto todas as suas perspectivas mudarão ao ser o escolhido para aprender a cultura dos Na'vi, pela mão da bela Neytiri (Zoe Saldana).
A história é completamente previsível, tal como previa as atenções caíram mais sobre a imagem do que a substância, não há nenhuma decisão que nos surpreenda e sabemos perfeitamente o que irá acontecer, Jake é há semelhança de um Skywalker ou de um Neo mais um "The One", sabemos por quem se irá apaixonar o caminho que seguirá e o que lhe acontecerá no fim. No entanto,os clichés são-no por alguma razão e a verdade é que nada disso me incomodou, talvez por nunca ter esperado algo surpreendente a nível argumentativo e por isso gostei da história. Soube bem, depois de ver tantos desfechos trágicos nos últimos tempos, vibrar com a luta dos Na'vi pela sua terra.
Na maior parte dos filmes em que extraterrestres chegam até ao nosso planeta, as suas intenções são hostis. Neste filme é o Homem o extraterrestre e curiosamente as suas intenções não são assim tão diferentes.
Gostei do elenco, Sigourney Weaver é sempre uma grande senhora, Stephen Lang criou um Colonel temível e cruel e Giovanni Ribisi é responsável por algumas boas gargalhadas com o seu humor negro. Quanto ao par principal, Sam Worthington e Zoe Saldana, têm uma boa química entre eles o que torna impossível não torcer pelos dois.
Quanto à mensagem, ou uma delas, não podia ser mais clara ou dura quando Jake profere que na Terra nós matámos a nossa "mãe".
Depois de um espectáculo visual tão grande, foi uma pena ter de ouvir aquela canção final que destoa por completo deste género de filme, e evocando a música do "Titanic". Este é sem dúvida o ponto mais negativo do filme.
Actualmente o 3-D já se começa a tornar-se irritante, mas ao menos "Avatar" usa-o melhor do que a maioria e por isso vale o esforço, apesar de 3 horas com os óculos se cansativo por vezes. No entanto fiquei curioso em como será visualizá-lo no bom 2-D HD.
quinta-feira, dezembro 17, 2009
Iron Man 2 - Trailer
segunda-feira, dezembro 14, 2009
Dexter - The Getaway
Terminou ontem a quarta temporada de Dexter uma das melhores séries que surgiu nos últimos anos, uma das melhores temporadas deste ano.
Depois de uma terceira temporada aquém das anteriores, Dexter regressa em grande e melhor do que nunca. Para isso contribuiu em muito a presença de John Lithgow, magistral como sempre e que proporcionou o maior duelo entre serial killers da TV. Sim, um duelo maior que o da primeira temporada com o "Ice Truck Killer" e para isso temos o final para o comprovar. Nunca ninguém deixou aquela marca em Dexter o "rapaz" que sempre achou ser frio e insensível e que a pouco e pouco foi descobrindo que afinal não é bem assim.
Vi hoje o episódio e queria apenas dizer que os últimos minutos foram sufocantes, deixaram-me de rastos.
Não era merecido, não foi justo, mas que é um dos finais mais poderosos de uma temporada, caramba se é!
Depois de uma terceira temporada aquém das anteriores, Dexter regressa em grande e melhor do que nunca. Para isso contribuiu em muito a presença de John Lithgow, magistral como sempre e que proporcionou o maior duelo entre serial killers da TV. Sim, um duelo maior que o da primeira temporada com o "Ice Truck Killer" e para isso temos o final para o comprovar. Nunca ninguém deixou aquela marca em Dexter o "rapaz" que sempre achou ser frio e insensível e que a pouco e pouco foi descobrindo que afinal não é bem assim.
Vi hoje o episódio e queria apenas dizer que os últimos minutos foram sufocantes, deixaram-me de rastos.
Não era merecido, não foi justo, mas que é um dos finais mais poderosos de uma temporada, caramba se é!
domingo, dezembro 13, 2009
The Legendary Tiger Man - Life Aint Enough For You
Comecei apenas ontem a ouvir "Femina" o mais recente álbum de "The Legen (wait for it) Dary Tiger Man" e está a ser viciante. Paulo Furtado regressa novamente em grande desta vez com uma ideia bastante ambiciosa e que resulta maravilhosamente.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Lucifer: Devil in the Gateway
"Lucifer" trata-se de um spin-off da personagem criada por Neil Gaiman na sua obra-prima "The Sandman". É evidente que a DC Comics já tinha utilizado o Diabo como personagem antes, mas esta abordagem em particular surge inteiramente da mente de Gaiman que tirou influências da obra "Paradise Lost" de John Milton. A pedido do autor Lucifer foi desenhado para se assemelhar a David Bowie, tal como Constantine havia sido criado há semelhança de Sting. É caso para dizer que grandes artistas musicais andam a passear pelas vinhetas da Vertigo.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes de "Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou (acho que mudar de localização ajudou na decisão) e a árdua tarefa calhou a Mike Carey que nestas histórias trabalhou com os desenhadores, Scott Hampton, Chris Weston, James Hodgkins, Warren Pleece e Dean Ormston.
Não há dúvidas de que Lucifer Morningstar é um personagem extraordinário, mas estamos a falar do ser mais poderoso do Universo DC a seguir ao Criador e a par apenas com o arcanjo Michael Demiurgos (devia ser com o Gabriel mas pronto), como iriam ser abordados os seus vários enredos por Carey era uma grande questão e imagino, um enorme desafio para o autor também, mas como este deu a volta ao problema falarei mais à frente.
Para situar o personagem no tempo vou recapitular em que ponto se encontra, saliento isto para avisar que direi muito brevemente o que lhe aconteceu em "The Sandman". A primeira vez que Lucifer Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Depois de se ter demitido do Inferno e pedido a Morpheus que lhe cortasse as asas, veio viver para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde abriu um bar de nome "Lux" e aproveita para dar concertos de piano. É precisamente nessa cidade e nesse bar que esta história tem início.
"Devil in the Gateway", o primeiro volume desta saga compila três histórias, "The Morningstar Option", "A Six Card Spread" e "Born With The Dead".
Na primeira o Céu vai precisar dos serviços de Lucifer para fazer o seu trabalho sujo, o qual aceita em troca de uma "Carta de Passagem". Nesta aventura o Diabo terá de enfrentar os primeiros deuses criados pela humanidade e para isso usará a ajuda de uma jovem Navajo.
Em "A Six Card Spread" questiona-se sobre a "carta de Passagem" que lhe foi concedida. Se o Criador aceitou o seu pedido é porque terá "algum truque na manga", por isso decide visitar um velho "amigo", um daqueles que "caiu" a seu lado e que possui um baralho de cartas, os Basanos, imensamente poderoso e perigoso, capaz de conhecer o passado, presente, futuro e todos os pensamentos da humanidade.
Por fim temos a história "Born With The Dead", centrada em Elaine, uma pequena rapariga cuja melhor amiga foi assassinada. Elaine é muito dotada para o misticismo sendo capaz de ver o espectro da sua falecida amiga e de comunicar com antigas bruxas as quais apelida por avós, entre outras particularidades. Ao tentar invocar um demónio em vão para as ajudar, acaba por gritar desesperadamente o nome de Satanás, Lucifer. A questão que vos deixo a pensar é se o Diabo lhe respondeu ou não.
Como referi Lucifer contém teoricamente imenso poder, porém há aparentemente certos rituais que têm de ser seguidos até mesmo pelo antigo senhor do Inferno. A importância dos rituais era algo já muito exemplificado em "The Sandman". Desta forma é possível colocar o Diabo nas mais diversas situações, no entanto nunca ao longo deste livro ele nos surge minimamente assustado, afinal de contas estamos a falar do primeiro anjo criado por Deus que exubera inteligência e charme por todos os "poros" e não será obviamente qualquer um a ser capaz de o colocar em verdadeiros problemas.
Ao contrário do que alguns poderão pensar, Lucifer não é necessariamente um vilão, ele não procura infligir o sofrimento nos outros, ele simplesmente tem os seus interesses e além disso nada mais lhe interessa. Carey descreveu-o como "estando disposto a queimar o mundo para acender o seu cigarro". Mas quanto mais se conhece o personagem mais se entendem as suas razões e o porquê de ser assim, para isso aconselho a leitura de "Murder Mysteries" cuja história é também da autoria de Neil Gaiman. Este livro pode não conter o selo da "Vertigo" mas quando se lê não há dúvidas que este Lucifer é o mesmo que foi criado em "The Sandman".
As histórias contêm um ambiente que evoca por vezes "Hellblazer", até o próprio Lucifer faz lembrar fisicamente Constantine, apesar de vestir roupas mais caras, mas se há semelhanças entre estes dois começam e terminam no facto de fumarem e serem loiros, nada mais.
As três histórias contidas neste livro são auto-conclusivas, mas percebe-se que cada uma delas é um passo em frente para algo maior, acho que Carey tem muitas surpresas guardadas para o Diabo e para nós e isso é sempre bem vindo.
Gosto muito de histórias sobre "anjos caídos" aqueles heróis que por diversas razões acabam por cair para o lado negro. Esta é a história sobre aquele que deu origem a esta expressão, este é o primeiro e verdadeiro "anjo caído" este é Lucifer Morningstar e se tiverem coragem venham conhecê-lo, pois vale a pena.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes de "Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou (acho que mudar de localização ajudou na decisão) e a árdua tarefa calhou a Mike Carey que nestas histórias trabalhou com os desenhadores, Scott Hampton, Chris Weston, James Hodgkins, Warren Pleece e Dean Ormston.
Não há dúvidas de que Lucifer Morningstar é um personagem extraordinário, mas estamos a falar do ser mais poderoso do Universo DC a seguir ao Criador e a par apenas com o arcanjo Michael Demiurgos (devia ser com o Gabriel mas pronto), como iriam ser abordados os seus vários enredos por Carey era uma grande questão e imagino, um enorme desafio para o autor também, mas como este deu a volta ao problema falarei mais à frente.
Para situar o personagem no tempo vou recapitular em que ponto se encontra, saliento isto para avisar que direi muito brevemente o que lhe aconteceu em "The Sandman". A primeira vez que Lucifer Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Depois de se ter demitido do Inferno e pedido a Morpheus que lhe cortasse as asas, veio viver para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde abriu um bar de nome "Lux" e aproveita para dar concertos de piano. É precisamente nessa cidade e nesse bar que esta história tem início.
"Devil in the Gateway", o primeiro volume desta saga compila três histórias, "The Morningstar Option", "A Six Card Spread" e "Born With The Dead".
Na primeira o Céu vai precisar dos serviços de Lucifer para fazer o seu trabalho sujo, o qual aceita em troca de uma "Carta de Passagem". Nesta aventura o Diabo terá de enfrentar os primeiros deuses criados pela humanidade e para isso usará a ajuda de uma jovem Navajo.
Em "A Six Card Spread" questiona-se sobre a "carta de Passagem" que lhe foi concedida. Se o Criador aceitou o seu pedido é porque terá "algum truque na manga", por isso decide visitar um velho "amigo", um daqueles que "caiu" a seu lado e que possui um baralho de cartas, os Basanos, imensamente poderoso e perigoso, capaz de conhecer o passado, presente, futuro e todos os pensamentos da humanidade.
Por fim temos a história "Born With The Dead", centrada em Elaine, uma pequena rapariga cuja melhor amiga foi assassinada. Elaine é muito dotada para o misticismo sendo capaz de ver o espectro da sua falecida amiga e de comunicar com antigas bruxas as quais apelida por avós, entre outras particularidades. Ao tentar invocar um demónio em vão para as ajudar, acaba por gritar desesperadamente o nome de Satanás, Lucifer. A questão que vos deixo a pensar é se o Diabo lhe respondeu ou não.
Como referi Lucifer contém teoricamente imenso poder, porém há aparentemente certos rituais que têm de ser seguidos até mesmo pelo antigo senhor do Inferno. A importância dos rituais era algo já muito exemplificado em "The Sandman". Desta forma é possível colocar o Diabo nas mais diversas situações, no entanto nunca ao longo deste livro ele nos surge minimamente assustado, afinal de contas estamos a falar do primeiro anjo criado por Deus que exubera inteligência e charme por todos os "poros" e não será obviamente qualquer um a ser capaz de o colocar em verdadeiros problemas.
Ao contrário do que alguns poderão pensar, Lucifer não é necessariamente um vilão, ele não procura infligir o sofrimento nos outros, ele simplesmente tem os seus interesses e além disso nada mais lhe interessa. Carey descreveu-o como "estando disposto a queimar o mundo para acender o seu cigarro". Mas quanto mais se conhece o personagem mais se entendem as suas razões e o porquê de ser assim, para isso aconselho a leitura de "Murder Mysteries" cuja história é também da autoria de Neil Gaiman. Este livro pode não conter o selo da "Vertigo" mas quando se lê não há dúvidas que este Lucifer é o mesmo que foi criado em "The Sandman".
As histórias contêm um ambiente que evoca por vezes "Hellblazer", até o próprio Lucifer faz lembrar fisicamente Constantine, apesar de vestir roupas mais caras, mas se há semelhanças entre estes dois começam e terminam no facto de fumarem e serem loiros, nada mais.
As três histórias contidas neste livro são auto-conclusivas, mas percebe-se que cada uma delas é um passo em frente para algo maior, acho que Carey tem muitas surpresas guardadas para o Diabo e para nós e isso é sempre bem vindo.
Gosto muito de histórias sobre "anjos caídos" aqueles heróis que por diversas razões acabam por cair para o lado negro. Esta é a história sobre aquele que deu origem a esta expressão, este é o primeiro e verdadeiro "anjo caído" este é Lucifer Morningstar e se tiverem coragem venham conhecê-lo, pois vale a pena.
sábado, dezembro 05, 2009
Entrevista a Maurício de Sousa
Maurício de Sousa é um nome que dispensa apresentações, sendo o artista de BD lusófono mais conhecido em todo o mundo. Neste ano em que comemora 50 anos de carreira, passou por Portugal no segundo fim-de-semana do “Festival Internacional de BD da Amadora”.
Não podendo perder esta oportunidade a RDB foi ao seu encontro e é impressionante ver que após 50 anos, Maurício de Sousa continua com a mesma paixão pela sua carreira, pensando sempre em novas ideias para desenvolver na “Turma da Mônica”.
Para lerem a minha entrevista a este grande senhor da BD cliquem na imagem.
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Dodgem Logic
"Dodgem Logic" trata-se de uma revista bimestral de Alan Moore, que junta colaboradores ilustres tais como Kevin O'Neill, Graham Lineham ou Melinda Gebbie.
O site já está activo e lá podem encontrar além do vídeo de apresentação (pelo próprio Moore) uma data de surpresas. Para descobrirem tudo isto cliquem na imagem.
[Fonte]
Obrigado ao Na outra banda pelo aviso.
quarta-feira, dezembro 02, 2009
Subscrever:
Mensagens (Atom)