quinta-feira, outubro 31, 2013

The Mighty Thor Disassembled: Ragnarok


Uma vez que "Thor: The Dark World" estreou hoje, como é habitual vou sugerir uma leitura para acompanhar.

Já referi que não sou um grande conhecedor de "Thor" por isso não tenho muito por onde escolher. Como li algures que neste filme o herói irá seguir um caminho tortuoso em busca da salvação de todos, lembrei-me deste "Ragnarok".

Esta história decorre na altura de "Avengers Disassembled", um evento que foi destrutivo para a equipa de heróis culminando na sua ruptura. Durante este período os Avengers não puderam contar com a ajuda de Thor uma vez que o deus do trovão tinha em mãos o destino de Asgard. Chegou o tempo do Ragnarok, do fim dos tempos para os Asgarnianos. Se Thor quiser salvar o seu povo terá de mergulhar num duro percurso em busca de sabedoria, o mesmo que em tempos foi percorrido pelo seu pai. No início o Captain America e o Iron Man ainda fazem uma curta visita a Asgard para ajudar o companheiro, mas a luta não é deles e Thor envia-os de volta para a Terra.


Gostei da história por toda a mistura de lendas da mitologia nórdica com o estilo de aventuras da Marvel. Na altura que o li tinha escrito um texto sobre ele e até sobre outras histórias da saga "Disassembled", mas infelizmente perdi-os num acidente no blog.

"The Mighty Thor Disassembled" é de Michael Avon Oeming e Andrea DiVito.

Thor, Captain America e The X-Men - TRAILERS



"Thor: -The Dark World" chega hoje às salas de Cinema.

Gostei do primeiro, é honesto e respeito muito isso. É um filme que sabe o que quer mostrar e não tem vergonha em o dizer. Além do mais esta é uma das personagens mais complicadas de adaptar, até por Asgard, mas o resultado, mesmo que não tenha sido memorável em termos cinematográficos, foi competente.

Nesta sequela o filme parece seguir no mesmo caminho, mas a um nível ainda maior. Kenneth Branagh sai da cadeira de realizador e entra Alan Taylor mais conhecido por realizar episódios de "Sopranos" e "Game of Thrones".Uma excelente notícia é que ainda vamos ter a participação do Loki. Quanto ao vilão será Christopher Eccleston, pois claro o 9th Doctor!

Pelas opiniões que se têm levantado na internet, parece que estamos perante um dos grandes filmes da Marvel. Mal posso esperar.




O primeiro Captain America não foi dos filmes mais amados, contudo tinha uma primeira metade fantástica, só perdendo algum fulgor posteriormente. O vilão icónico também ajudou.

Pelo trailer da sequela, acho muito possível que tal como "Thor" venha a superar o primeiro. Desta vez tiveram a excelente ideia de irem buscar inspiração à saga do "Winter Soldier" criada por Ed Brubaker. O trabalho deste autor tem sido amplamente elogiado e a sua saga do "Captain America" considerada uma das melhores dentro do género do super-herói na actualidade.

Apesar de "Iron Man" ter sido uma surpresa fantástica, tornando-se rapidamente um dos melhores filmes da Marvel, a verdade é que as sequelas não conseguiram voltar a captar esse brilho. Mesmo o terceiro, não sendo um mau filme (longe disso), não me conquistou. Por isso fico bastante entusiasmado tanto com a continuação deste como com a do Thor. Claro que prognósticos são uma coisa e o resultado final outra.

O facto de a editora Marvel estar ligada a estes projectos também traz alguma segurança.

Aqui Joe Johnston também é substituído por uma dupla de realizadores mais ligadas à TV, Anthony e Joe Russo, conhecidos por "Arrested Development" e "Community".




Agora vamos para a FOX (acho) mas continuamos dentro do universo bedéfilo da Marvel: "X-Men: Days of Future Past".

Claramente andam a aprender nas escolhas. "Days of Future Past" é uma das sagas mais icónicas da história destes mutantes. Singer regressa à cadeira de realizador o que me parece uma boa escolha, apesar de Matthew Vaughn ter feito um trabalho igualmente fantástico em "First Class".

Se Singer se tivesse mantido no 3º filme, muito possivelmente adaptaria a saga da "Dark Phoenix", infelizmente arruinaram-lhe isso. Esperemos que agora tenha a oportunidade de compensar com este novo filme. Já que a história envolve viagens no tempo pode ser que eliminem o "Last Stand" da cronologia, isso é que era bonito.

O trailer graças à música do "Sunshine" e ao portentoso elenco, emociona. Caramba o Xavier e o Magneto estão tão bem representados em ambas as gerações que é impossível não ficar impressionado.

Pelo trailer podemos ver finalmente o Bishop e outros novos mutantes que irão aparecer, entre eles: Blink, Warpath e sunspot.

A cronologia é que será uma aventura, uma vez que vão misturar o "First Class" com os anteriores.

quarta-feira, outubro 30, 2013

Asterios Polyp



Existem livros que nos marcam tanto que com receio de não lhes fazer justiça acabamos por não escrever sobre eles ("From Hell" ainda te devo um texto). Não pode ser, se são estes os livros que consideramos melhores, é obrigatório que falemos deles, nem que seja a partir de uma simples menção.



"Asterios Polyp" é um portento da banda desenhada, um livro que explora as potencialidades desta linguagem a vários níveis tornando-se, além de um belíssimo livro, um tratado em como fazer BD.


David Mazzucchelli é nome que estará sempre associado ao universo dos super-heróis uma vez que desenhou alguns dos grandes clássicos do género, tal como "Daredevil: Born Again" e "Batman: Year One", ambos com argumento de Frank Miller. Fora deste género é conhecido por ser um dos artistas que adaptou o livro de Paul auster, "City of Glass", à BD. Em 2009, passados 8 anos sem publicar, regressou com um trabalho original e 100% da sua autoria, este "Asterios Polyp".

Mas por que é que este livro é assim tão bom? O que o faz tão especial?






Quando se fala deste livro um dos aspectos que é sempre mencionado como sendo uma das suas maiores virtudes é a forma como a sua história nos é contada. De qualquer das formas considero o argumento de Mazzucchelli fantástico e digno de nota, conseguindo ter tanto de racional como de emotivo. Aliás a dualidade é "o" tema de "Asterios Polyp", marcando presença em toda a narrativa. Uma das dualidades desenvolvidas pelo autor é a eterna questão do destino e do livre arbítrio, uma discussão que ultimamente tenho salientado muito no blog, por se tratar de um tema do qual sou particular entusiasta.

Esta é a história da vida de Asterios Polyp, um arquitecto de grande prestigio académico, pois apesar de ter ganho vários prémios pelos seus projectos, nunca nenhum deles foi construído. A sua história é-nos narrada pelo seu irmão gémeo, aquele que não sobreviveu ao nascimento, que surge como uma presença constante ao lado de Asterios e a qual não passa totalmente despercebida ao protagonista que vive obcecado com o facto de ter sido ele a sobreviver e não o irmão. Se ambos tivessem nascido, será que as suas vidas seriam parecidas? Os gémeos muitas vezes, mesmo quando separados, levam vidas bastante similares (novamente o DNA a mostrar a sua relevância).




Se a dualidade é a espinha dorsal do argumento, faz todo o sentido que a história seja contada alternando entre dois períodos. De um lado vamos conhecendo o passado de Asterios, na altura em que conheceu a sua mulher, Hana, mostrando como duas pessoas tão diferentes se podem encontrar e mudar o mundo uma da outra. Do outro lado temos o seu presente, encontrando-o de novo solteiro e sozinho. Nesta fase Asterios já não é o mesmo homem e isso é bem vincado logo ao início quando o vemos assistir apaticamente ao seu prédio a arder. Um momento que ele aproveita para fugir da sua vida, escondendo-se numa outra realidade, naquilo que poderá ser um novo começo.

Toda esta história é pautada por uma forte presença da cultura grega . Desde a "Odisseia" até à lenda de "Orfeu". Imagino que ajude conhecer a história trágica de Orfeu e Euridice para se sentir na sua plenitude a cena que decorre no teatro quando Asterios personifica - nos seus sonhos - esta figura trágica da mitologia. Por tocar em tantos temas que adoro, quase parece que "Asterios Polyp" foi escrito especialmente para mim, um sentimento falso mas que o quero destacar em tom de elogio.





Em termos visuais "Asterios Polyp" é esplendoroso, Mazzucchelli volta-nos a recordar porque o seu nome fará sempre parte da História da BD. A forma gráfica como ele narra esta história é um poço de ideias para fazer BD, desde o ritmo da história, à passagem de vinheta para vinheta, tudo isso tem um grau de dedicação que impressiona e muito. Também os desenhos assumem um papel muito importante na narração, por vezes o autor desenha as personagens consoante a percepção que cada uma tem da realidade, por exemplo, Asterios é por vezes desenhado com formas geométricas azuis, porque é racional e frio. Já a sua Hana tem um traço mais livre e vermelho, a evocar as artes e as suas emoções. Contudo, a nossa percepção do mundo não é sempre a mesma, ao longo da nossa vida nós também mudamos e essa mudança é causada por factores externos, nomeadamente por outras pessoas. Quando Asterios conhece Hana pela primeira vez, assistimos nas personagens a uma mistura entre o traço e cor de ambas, um dos muitos grandes momentos proporcionados por esta leitura.






É preciso também referir que cada personagem possui um tipo de letra distinto das outras, uma vez que todos falamos de forma diferente. Aliás todo o design do livro é imaculado, um portento tanto em termos narrativos como visuais. Como já deu para perceber são vários os pormenores que fazem parte deste livro, mas essa quantidade de informação nunca cansa o leitor, funcionando sempre de uma forma maravilhosa.

Não tenho qualquer dúvida que estamos perante um dos livros mais interessantes feitos na actualidade, um que entrou logo na minha lista de predilectos. Em adição ainda tem a vantagem de servir como manual de estudo para quem quer fazer BD.

Aproveito ainda para referir que em 2010 venceu o primeiro prémio de "Los Angeles Times Book Prize Graphic Novel", três Eisner e três Harvey.





terça-feira, outubro 29, 2013

TCN Blog Awards 2013


Mais um ano, mais uns "TCN Blog Awards", um projecto da autoria do Carlos Reis que visa premiar e dar a conhecer aquilo que de melhor se faz pela blogoesfera nacional de cinema e TV.

Este ano fui novamente nomeado na categoria de "Melhor Artigo de TV" e, novamente, por um artigo relacionado com animé. Neste caso o "Top 25 momentos em Dragon Ball Z". Trata-se de um artigo que foi escrito para o blogue "TVDependente" que ao todo somou 11 nomeações. Aproveito para deixar os parabéns aos meus colegas do grupo e a todos os outros nomeados.

Para conhecerem a lista toda podem consultar o Cinema Notebook ou neste post do TVDependente que reuniu todos os nomeados num post apenas.

A votação decorre na barra lateral direita do Cinema Notebook. Conheçam os nomeados e votem nos vossos predilectos.

Já agora aproveito para relembrar o meu texto sobre "A sensualidade feminina na mulher" que foi escrito para a iniciativa "Uma mulher, Um filme" do blog da Sofia Santos, iniciativa essa que também se encontra nomeada.

Filmes que Marcaram no Sala3


O Tiago Leão do blog "Sala3" convidou-me para escolher alguns filmes que me marcaram e as razões porque o conseguiram. Para verem quais foram podem clicar aqui.

Esta foi mais um iniciativa que reuniu a participação de alguns bloggers de cinema. Por isso aproveito e deixo aqui o link para todos os que participaram.

domingo, outubro 27, 2013

Euro Pesadelo – Quem Comeu A Classe Média


O mais recente livro do cartunista espanhol Aleix Saló, “Euro pesadelo – Quem comeu a classe média?” (Bertrand Editora, 2013), tem por objectivo identificar os caminhos que conduziram a Europa até à actual crise financeira, salientando a forma como, a mesma, tem vindo a afectar e a ser afectada pela classe média, uma vez que quando esta “protagoniza um filme de terror, a Europa treme”.

Mais sobre o o livro na "Rua de Baixo".

sexta-feira, outubro 25, 2013

Living Will - Lançamento


"Living Will" é uma série de 7 mini-comics de 16 páginas com argumento de André Oliveira e desenho de Joana Afonso.

O primeiro será apresentado já no próximo Domingo no festival Amadora BD pelas 16 horas, no Fórum Luís de Camões, na Brandoa. É um momento ainda mais especial, porque serei eu a moderar esta apresentação. Um muito obrigado ao André Oliveira pelo convite e voto de confiança.

Em seguida deixo o resumo divulgado:

No dia em que perde o seu animal de estimação, Will apercebe-se que já não lhe restam razões para viver. Ao longo dos seus oitenta e dois anos foi um homem de ligações fortes e de um grande amor, mas hoje o dia-a-dia é povoado por conversas fortuitas e memórias coleccionadas numa velha pasta cheia de desenhos, textos e recortes. É ao admirá-la uma última vez que decide qual vai ser o seu derradeiro desafio: acertar todas as pontas soltas que ficaram ao longo do seu percurso e não deixar nada por dizer. Morrer em paz será o seu último testamento. Mas cedo vai perceber que, na vida, entre o preto e o branco há toda uma variedade de cinzentos.



Como já tive o privilégio de ler esta primeira parte, posso confirmar que temos aqui uma história que promete ser maravilhosa. Estas primeiras 16 páginas que focam a angústia e melancolia de Will são dotadas de uma sensibilidade profunda. A morte é um fantasma eterno que nos assombrará sempre ao longo de toda a existência, André Oliveira sabe-o bem e consegue transmitir a emoção que uma história destas precisa. Quando a acabamos de ler Will continua connosco.

Tudo isto materializa-se em desenhos pela Joana Afonso, uma artista que cada vez mais está a deixar uma forte marca autoral no universo da BD. Depois do "Baile", que foi amplamente elogiado, este regresso volta a sublinhar que estamos perante uma estrela em ascenção. A cor também é da sua responsabilidade e aqui tenho de salientar que gostei muito da ideia de cada um destes livros ser apenas a duas cores: preto e outra que será sempre diferente. 7 livros, 7 cores, uma evocação ao arco-irís onde cada cor irá representar a emoção primordial da história. Nesta primeira a escolhida foi o vermlho que nas palavras dos autores "promete uma mensagem forte, com momentos surpreendentes".

São 16 páginas que nos vão deixar a a ansiar por mais, uma leitura rápida mas nada esquecível. Convém também referir que "Living Will" está escrito na íntegra em inglês.



Este primeiro número tem edição da "Ave Rara" uma chancela criada pelo André Oliveira com a desginer Sofia Mota. Para já apresenta-se com o objectivo de publicar mini-comics nacionais escritos em outras línguas e desenhados por diferentes artistas. Sempre dando especial atenção à promoção dos seus autores além-fronteiras, mas sem "desencorajar os leitores portugueses".


Aproveito para avisar que recentemente o André Oliveira editou "A Hora do Saguim" um livro que compila os melhores textos do blog com o mesmo nome, contendo alguns inéditos. De resto, mais novidades em torno deste autor serão reveladas num futuro próximo. Estejam atentos e se puderem marquem presença no próximo Domingo no Amadora BD.

 
Living Will nº 1 (de 7)
16 páginas, duas cores
P.V.P: €2,95
Ave Rara, outubro 2012 (averara.mail@gmail.com)

quarta-feira, outubro 23, 2013

Lançamento: Duas Luas de André Diniz e Pablo Mayer


A "Polvo" volta à carga nas edições com "Duas Luas" de André Diniz e Pablo Mayer. De salientar que Diniz estará presente no Amadora BD nos dias 2 e 3 de Novembro. O autor estará exposto no festival com "Morro da Favela" (já editado pela Polvo) e este "Duas Luas", no âmbito da mostra "Seis esquinas de inquietação" (6 autores brasileiros), comissariada por Pedro Moura.

Segue a nota de imprenssa:

O LIVRO

NILO, proprietário do Bar do Lourenço (de onde virá o nome?), está interessado em vendê-lo para se poder dedicar mais à sua amada Natali e à filha que está para nascer, fruto do amor de ambos. Mas as coisas não são assim tão lineares e enquanto a venda não se concretiza Nilo terá de enfrentar e resolver uma série de questões, tentando manter sempre a sua integridade imaculada. Bandidos, estranhos sonhos, insónias, mortes, clientes metediços e uma velha prostituta (iniciada na profissão pelo pai de Nilo), são alguns dos ingredientes desta intrigante história saída directamente da imaginação.

OS AUTORES

ANDRÉ DINIZ é argumentista e desenhador de Banda Desenhada e autor e ilustrador de livros infanto-juvenis. No Brasil, já ganhou mais de uma dezena de prémios, entre eles o de melhor roteirista, melhor graphic novel, melhor edição de quadrinhos, melhor site de quadrinhos, entre outros. Em 2012 venceu o conceituado prémio HQ MIX, como melhor roteirista nacional, através de “Morro da Favela”, editado em Portugal pela Polvo, em 2013. Vive em S. Paulo, Brasil.

PABLO MAYER, ítalo-brasileiro, é ilustrador e desenhador de Banda Desenhada. Colabora há mais de meia dúzia de anos com ilustrações para jornais, revistas e livros infantis de grande circulação na imprensa brasileira (Folha de São Paulo, Editora Abril, Globo...). Faz também ilustrações para videojogos e publicidade. Publicou a tira Brabos Comics, no jornal ANotícia. Foi um dos autores brasileiros convidados para a versão editada em Portugal de “Morro da Favela”. Hoje, vive com a sua esposa Carolinaem Dublin, na Irlanda.

Edição: Polvo
Autores: André Diniz e Pablo Mayer
data: Outubro 2013
Formato: 165 x 230 mm
Páginas: 136, a preto e branco
Capa: a 4 cores, com badanas
PVP (IVA n/incluído): 12,90 euros


terça-feira, outubro 22, 2013

Amadora BD 2013


Estamos a poucos dias de mais um Festival "Amadora BD" o qual é inaugurado já esta próxima sexta-feira.

O tema deste ano é "Cenários" e o autor do cartaz deste ano é Ricardo Cabral. Um trabalho impressionante, que vai levar muito mais do que uma visualização para descobrir todos os pormenores. Ao olhar para ele, sente-se também uma evocação ao autor Moebius. Sem dúvida um dos cartazes cuja imagem mais marcou no festival.

Para conhecerem as exposições que irão estar patentes, podem consultar a página oficial ou clicando logo aqui. Infelizmente, além disso não há mais informações disponíveis. Por isso sobre o programa vou deixar aqui o link do "ACalopsia" que já reuniu toda a informação disponível até ao momento.

segunda-feira, outubro 21, 2013

The Day of The Doctor


... ou o trailer do ano!

quinta-feira, outubro 17, 2013

Parabéns Kal-El



Fantástico vídeo este que pretende percorrer os 75 anos do Superman em 2 minutos apenas. Realizado por Zach Snyder com assitência de Bruce Timm e Jay Olivia.

Desde as várias mudanças nos fatos, inlcuindo a fase azul/vermelho, passando pelos mais icónicos vilões, este é um vídeo que emocionará todos os fãs do grande azulão. Em apenas 2 minutos a equipa conseguiu inserir uma imensidade de referências. Para conhecerem todas as incluidas no vídeo, a DC disponibilizou um guia. No Comics Alliance também podem ler mais sobre esta curta com alguns comentários de Timm.

Aproveito também para referir que os 75 anos do Superman não vão passar despercebidos em Portugal, pois terão uma exposição no - cada vez mais próximo - festival da Amadora.

terça-feira, outubro 15, 2013

O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha I

Jules David


No passado mencionei que me tinha iniciado nesta épica aventura que é a história de "Dom Quixote". Após terminar o primeiro livro optei por fazer uma pausa para colocar outras leituras em dia. Por isso enquanto não volto à carga, porque não fazer uma espécie de ponto da situação? Até porque já me avisaram que o segundo livro é bastante diferente do primeiro.

Este primeiro volume foi publicado em 1605 com o título de "O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha". A sua importância na História da literatura é amplamente conhecida, sendo considerado não só a obra-prima de Cervantes como a obra mais importante e influente da literatura espanhola. Já foi também votado como o melhor livro de sempre por um grupo de 100 escritores originários de 54 países diferentes em 2002 [1].

Longe de ser um especialista em literatura, tenho a plena consciência de que não há que possa falar sobre "Dom Quixote" que outros não o tenham feito já e melhor. Por isso mesmo vou tentar começar por referir algo que talvez contenha alguma originalidade em relação às inúmeras teses sobre o livro de Cervantes.

Ao olhar para a personagem de Dom Quixote estou convicto que podemos estar perante a primeira personagem geek da literatura. Entenda-se por geek qualquer pessoa que apresenta um conhecimento massivo - obsessivo até - sobre um determinado tema. Segundo esta definição é perfeitamente claro que podemos ter geeks muito diferentes entre si, existem os de informática, os de cinema, banda desenhada, etc. Claro que um geek não está limitado a um tema apenas. Em termos sociais costumam empregar vocabulário daquilo que gostam nas conversas, por exemplo, um geek de cinema irá citar frases de filmes ou comparar situações da realidade a filmes em particular.

Ora Dom Quixote é um leitor obsessivo de romances de cavalaria. Possui uma biblioteca invejável e passa noite e dia a lê-los. A razão citada logo no início pelo narrador para a personagem ter perdido o juízo, prende-se precisamente com o facto de este ter lido demasiados livros de cavalaria, a um ritmo compulsivo. Ao longo das suas aventuras são várias as vezes que o assistimos a citar os ditos romances e a comparar situações reais com as ocorridas nos livros que leu. Neste caso em particular Dom Quixote ainda acredita que as aventuras que está a viver são tão reais como as que leu. Por tudo isto que descrevi, acho que Dom Quixote é de facto um geek de romances de cavalaria. Se é o primeiro a surgir em literatura já não posso confirmar, mas começar a frase assim chama sempre mais a atenção.

Em suma, enfrascou-se com tanto em sua leitura, que se lhe iam as noites lendo de uma assentada, e os dias de sol a sol; e assim, de pouco dormir e do muito ler, se lhe secou o cérebro de maneira que acabou por perder o juízo.


Gustave Doré


Uma imagem desta obra que está bem presente na cultura popular é a da célebre batalha de Dom Quixote contra os moínhos - os quais ele pensava tratarem-se de gigantes. A imagem deste louco (mal) vestido de cavaleiro a investir contra paredes em vão, apesar de não nos dar contextualização nenhuma da personagem, não deixa de ser uma imagem certeira. É curioso que esta "batalha" seja tão lembrada na realidade é um episódio curtíssimo em toda a história, mas o seu impacto visual provou-se gigantesco. Se a imagem que tinha criado de Dom Quixote estava mais ou menos correcta, o mesmo não posso dizer da do seu escudeiro, Sancho Pança. Pensava mesmo que Sancho o seguia para tomar conta dele, para o proteger de si próprio, tendo perfeita consciência da loucura de seu amo - tal não podia estar mais incorrecto. Apesar de Pança não sofrer dos delírios do cavaleiro, ele crê no que Dom Quixote lhe conta e aceita ser seu escudeiro com o intuito de ganhar uma prometida ínsula. No fundo Sancho segue o seu amo, não por caridade, mas por ambição. Ele acredita que terá a riqueza que deseja, graças aos grandes feitos que esperam Dom Quixote, o homem que será conhecido por toda a Espanha como o "Cavaleiro da Triste Figura".

É importante referir também que Quixote não é o nome de baptismo da personagem e que foi escolhido pelo próprio, colocando em seguida o nome da sua terra (Mancha), como era tradição entre cavaleiros. Na realidade o sobrenome do protagonista era Quijada. A personagem acabaria por aplicar o mesmo raciocínio à sua amada também, Aldonza Lorenzo, baptizando-a de Dulcineia del Toboso. Não há cavaleiro que exista nos romances que não empregue a sua alma e coração nas mãos da donzela amada. Claro que neste caso sabe lá Dulcineia o que Dom Quixote anda a fazer e quais as suas intenções em relação a ela.

Esta primeira parte é considerada maneirista (ao contrário da segunda), um estilo que se começou a desenvolver no século XVI e que na literatura veio acrescentar novas possibilidades na escrita em relação à literatura clássica. Neste estilo as personagens não tinham de ser ou boas ou más, já incorporavam diferentes aspectos dentro delas, não tendo de estar coladas a um estereótipo específico. A estrutura também deixa de ser formal e rígida, há vários capítulos em "Dom Quixote" que não se focam na dupla de protagonistas. Algo que também é muito característico do maneirismo é o facto do autor usar a fantasia como escape à realidade, entre outros sentimentos associados a este estilo. [2]


Salvador Dali



É referido muitas vezes que ninguém experiência este romance de Cervantes exactamente da mesma forma. De facto o tradutor Edith Grossman até chegou a referir no passado que teve duas experiências completamente distintas quando o leu, a sua interpretação foi mudando com a idade. Sobre isto não me posso alongar além da primeira parte, que das duas é a que tem um tom de paródia à superfície. A segunda é sempre referenciada como sendo mais filosófica e séria. Aliás esta primeira parte quando foi originalmente publicada foi considerada pelos críticos como uma comédia, mas apesar de conter situações caricatas e humorísticas - não deixa de ser uma paródia aos romances de cavalaria - percebemos que a história de Dom Quixote pretende muito mais do que apenas entreter.

Eventualmente esse reconhecimento viria no futuro. Contudo, no século XIX, apesar de a crítica social e religiosa em "Dom Quixote" ser bem reconhecida, muitos mantinham a dúvida sobre qual a posição do autor em relação aos temas - de que lado estaria ele? Apesar de actualmente o livro ser visto como uma severa crítica à Inquisição e à Nobreza, ainda hoje críticos têm opiniões distintas sobre o livro em relação a outros assuntos. Parece que a discussão em torno de "Dom Quixote" nunca se esgotará. Talvez Harold Bloom tenha razão quando diz: "What is the true object of Don Quixote's quest? I find that unanswerable. What are Hamlet's authentic motives? We are not permitted to know" [3].

Cervantes conseguiu ao criar Dom Quixote e Sancho Pança, escrever duas das personagens mais maravilhosas da História. Não é por acaso que tantos autores demonstraram o seu apreço pela história destes dois, sendo influenciados por ela (Mark Twain, Alexandre Dumas, Herman Melville, etc) ou dedicando-se a estudá-la (Nabokov). Sem falar de outras artes, onde "Dom Quixote" deixou também a sua marca, escolhi imagens de determinados pintores para ilustrar este texto por causa disso.

Os dois protagonistas são muito distintos e representam valores diferentes. Dom Quixote é alto, magro, nobre e vive num mundo de fantasia, enquanto Pança é baixo, gordo, iletrado e do povo, mas aquele cujos pés estão assentes na realidade ainda que muitas vezes se deixe contagiar pelas loucuras do seu amo. Pança, nas palavras do autor é "homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha" [4]. Quanto a Dom Quixote aspira aos nobres valores da Cavalaria, apesar dos seus feitos muitas vezes serem ridicularizados, a sua força de vontade e valor enquanto Homem é inspiradora. Ao falar de personagens deste livro não me posso esquecer de Rocinante, o fiel cavalo de Dom Quixote. Um equídeo que na realidade está longe de ser o garanhão que o seu amo imagina, mas o que Rocinante não tem em força e rapidez, compensa com a sua paciência e charme.
Picasso

A presença do próprio Cervantes também se faz sentir ao longo do livro. Aqui as notas foram preciosas para perceber em que partes o autor fazia referência a situações que viveu. Falo, por exemplo, da sua menção à batalha de Lepanto contra os Turcos na qual foi ferido em combate - onde perdeu o uso da sua mão esquerda (1571) - e no facto de ter sido capturado em 1575 por corsários onde ficou 5 anos em cativeiro em Argel, juntamente com o seu irmão. Apesar de estes momentos da sua vida serem evocados no livro a partir de outras personagens, há momentos em que as personagens ao se referirem a determinadas pessoas, chegam a mencionar o próprio Cervantes.

Especula-se também que a história de "Dom Quixote" tenha começado a ser escrita quando o autor foi preso em Sevilha em 1597 - falcatruas nos impostos. Como já deu para ter uma ideia, a vida do autor foi pautada por tragédia, a qual influenciou fortemente a escrita desta obra.

Como referi acima, há várias histórias contadas por outras personagens que se afastam da narrativa dos dois protagonistas. Uma delas é precisamente a história que foca os acontecimentos da guerra contra os Turcos mencionada acima. De entre estas todas, gostei particularmente de uma que é encontrada em papéis numa estalagem onde se encontram Dom Quixote e os seus companheiros. Trata-se de um romance de cavalaria que se debruça sobre a história de dois amigos e a mulher de um deles. É uma verdadeira tragédia grega que foca de forma incrível certos sentimentos humanos, tanto os valorosos como os mesquinhos. Uma lição de vida que, independentemente do tempo e do contexto, será sempre actual.

Júlio Pomar


Antes de terminar quero referenciar a versão que estou a ler, uma com tradução de Miguel Serras Pereira e ilustrações de Júlio Pomar. Esta edição saiu há uns anos com o Jornal Expresso, desconheço se é de fácil acesso para comprar hoje em dia, mas felizmente houve alguém que ma emprestou.

Agora no final deste texto acho que mudei de ideias em relação ao que disse no início. Que se lixe colocar outras leituras em dia vou mas é ler a segunda parte de "O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha" do grande Miguel de Cervantes Saavedra.

domingo, outubro 13, 2013

Polarity


A convite do Bruno Campos escrevi sobre "Polarity", de Max Bemis e Jorge Coelho, no"aCalopsia".
Já tinha ficado aqui prometido falar desta publicação, mas não fosse este convite e ainda estaria na lista de "coisas a fazer".

Deixo aqui a sugestão para lerem o blog e, se estiverem interessados, este texto. Um obrigado ao Bruno pelo convite e troca de ideias.

Já agora a imagem escolhida é da segunda impressão do #1. Já não fui a tempo de apanhar a primeira, mas também gosto muito desta.

e-mags de/sobre BD - Novos números


O #4 da revista SketchBook já se encontra disponível. De destacar o especial dedicado ao mítico Robert Crump e uma entrevista a essa estrela em ascenção que é o Jorge Coelho.

Para consultar a revista clicar aqui.






A "TLS WEBMAG" também está de volta com a sua terceira edição correspondente a Outubro/Novembro. É uma daquelas revistas que gostava muito de ter em papel, mas percebe-se a opção pelo digital, devido às dificuldades implícitas numa impressão. Neste número poderão ficar a conhecer melhor o projecto "Ave Rara" de André Oliveira, cujo primeiro número - desenhado por Joana Afonso - será lançado brevemente no festival da Amadora.

A salientar também a fantástica capa de Nuno Duarte que costuma utilizar o cognome de "Outro Nuno" a fim de não haver confusões com o seu homónimo argumentista , o autor de "O Baile".

Para consultar a revista clicar aqui.

quinta-feira, outubro 10, 2013

Sessões no Motelx 2013


Este ano o "Motelx" parece ter sido um enorme sucesso, tendo em conta o nível de salas esgotadas e as filas nas bilheteiras. Imagino que a promoção da Vodafone também tenha ajudado. Curioso que estava a escrever isto e recebi um email da direcção do festival a dizer que este ano o crescimento foi de 20% em relação ao ano passado. Excelentes notícias. O problema para mim é que alguns filmes que planeie ver estavam esgotados e fiquei-me só pela vontade. Para o próximo ano tenho de me preparar melhor.



Cheap Thrills


Ao menos este "Cheap Thrills", do qual estava muito curioso, não me escapou e ainda bem, de todos os que vou falar foi o meu predilecto.

A história é sobre Craig e Vince, dois amigos que se reencontram numa altura complicada para o primeiro. Craig acaba de perder o emprego e está prestes a perder a casa onde vive com a mulher - também desempregada - e o filho. Por fruto do acaso são abordados por um casal de excêntricos que rapidamente os começam a manipular sem eles se darem conta. Este casal, ao contrário dos protagonistas, não sofre de problemas financeiros e usam o seu dinheiro de forma a aproveitar-se da miséria dos outros.

Tudo começa de forma simples. O casal desafia Craig e Vincent com determinadas apostas infantis e inofensivas. Com o tempo, o nível de dificuldade e perigo das apostas vai subindo, mas também a recompensa monetária. Como só um dos dois pode vencer a relação entre Craig e Vincent vai-se tornando cada vez mais tensa. É um exploração interessante esta de ver até onde o ser humano é capaz de ir em determinados contextos. Tudo isto é feito de uma forma divertida, mas também intimidante para o espectador ou não estivessemos a falar de um festival de terror.



The Texas Chainsaw Massacre 2


12 anos depois de ter realizado "The Texas Chainsaw Massacre" Tobe Hooper regressa, em 1986, com a sequela. Aproveitei para ver pela primeira vez este filme que é completamente diferente do estilo do primeiro. Aqui aquele terror mais psicológico e até realista foi substituído pela loucura dos gritos e perseguições. É um filme que enverada por um terror mais visual, mas ao contrário do 1º não deslumbra. Aqui a loucura é mesmo o mote principal, até o herói, interpretado por Dennis Hopper, a dada altura se comporta como se de um Leatherface 2 se tratasse. Com heróis como este estamos bem tramados, é incrível o número de vezes que ele coloca a donzela em perigo.



Insensibles


Agora começa  a batota. Vi "Insensibles" no Fantasporto, mas como também esteve neste festival e não falei dele na altura, aqui vai.

Gostei muito da premissa do filme de Juan Carlos Medina e acho que o realizador conseguiu dotar o filme de uma atmosfera sinistra muito boa. É por isso uma pena ver o filme espalhar-se na segunda metade. O final cai numa série de más decisões e uma pessoa sai do cinema com um travo amargo na boca, principalmente porque se viu o potencial que havia aqui. Uma clara falha do argumento, pois tudo o resto é bastante interessante. Acho que foi no Scifiworld que li que este é um filme que fica melhor na memória se não reflectirmos muito sobre ele, e é bem verdade.




The Conjuring


Ora bem, este como ia estrear por cá deixei passar e entretanto já o fui ver. É o regresso de James Wan que agora se afastou do conceito de "Saw" para entrar em outro tipo de terror, um mais ligado a assombrações.

O filme segue um caso, supostamente inspirado na realidade, investigado por Edward e Lorraine Warren, um casal de investigadores do paranormal. É mais uma história de casa assombrada mas misturada com toques do exorcista, o que lhe dá um travo distinto dentro de tantos do género. Não digo que todas as cenas tenham funcionado, por vezes o realizador caiu no exagero, mas o filme é bastante eficaz e uma boa proposta para quem gosta de filmes de terror. Há momentos realmente fantásticos, como a introdução com a história da boneca. É incrivel como a tensão à volta destes objectos é tão elevada. Uma boa sugestão actualmente nos cartazes nacionais.

terça-feira, outubro 08, 2013

Astronauta: Magnetar (Como Comprar)


As produções Maurício de Sousa (MSP) tiveram a fantástica ideia de enveredar por outros caminhos de edição pegando em personagens icónicas da "Turma da Mônica" e convidando autores para lhes escreverem novelas gráficas.

Como grande fã desta turma estava ansioso por ler estas versões mais maduras. O problema é que o que se vende no Brasil nem sempre tem distribuição cá. Já o referi várias vezes, é uma pena que não haja uma maior partilha cultural entre nós e o Brasil. A proximidade da língua tem tudo para nos facilitar a vida, mas infelizmente as coisas não são assim. Pouco cinema brasileiro chega cá (mas está melhor) e o mesmo para as BDs.

Fiquei muito contente quando foi anunciado que a primeira aventura destas novelas gráficas, "Astronauta: Magnetar", iria ser distribuída por cá. Mas até agora não encontrei nada (também não procurei muito, verdade seja dita). Por isso é que venho chamar a atenção para este post no Leituras de BD. Onde é referido que os poucos exemplares disponíveis tiveram fracas vendas e já foram enviados de volta para a distribuidora que os irá... destruir... Não estava nada à espera que devolvessem os livros tão rápido, daí a minha despreocupação em adquiri-lo.

Se estiverem, como eu, interessados em ter um exemplar o melhor é contactarem com os distribuidores. Encontra-se tudo muito bem explicado no blog do Nuno Amado. Aproveito para dizer que já contactei com alguém e à partida será possível ter um exemplar. O que fiz também foi sugerir-lhes que dessem os livros a bibliotecas ou a escolas. Porque destruir... não sei, mas a mim não me faz mesmo sentido nenhum. Infelizmente parece que não dá, são questões de acordos editoriais.

Nota adicional: A destruição dos livros afinal é feito de forma a reciclá-los, menos mal. Mas neste caso é uma decisão rápida e precipitada, até pelos químicos libertados no processo. Estamos a falar de livros que tiveram uma hipótese miserável de ser comprados. Contudo, também me informaram da distribuidora que os mesmos ainda se encontram no mercado, por isso ainda é possível encontrá-los.


segunda-feira, outubro 07, 2013

The Walking Dead Vol. 6 - Esta Triste Vida


A Devir continua, muito bem, a apostar na continuidade de “The Walking Dead”, uma das sagas de BD mais lucrativas da actualidade. O início da sua publicação por cá surgiu pouco tempo após a estreia da adaptação televisiva da “AMC”, a qual aumentou exponencialmente a popularidade deste universo criado por Robert Kirman e Tony Moore.

Num país onde o consumo de BD não é assim tão grande – longe disso -, a aposta em livros financeiramente mais seguros é importante e necessária. Em adição, graças à série televisiva, esta pode ser uma boa forma da BD vir a conquistar novos leitores que, entusiasmados com a leitura de “The Walking Dead”, poderão querer partir para a descoberta de outras histórias e, com isso, ganha toda a BD.

De forma a explorar a psique e as relações sociais entre pessoas em determinadas situações críticas de sobrevivência, Robert Kirkman e Tony Moore criaram, como estratégia narrativa, um apocalipse Zombie. Apesar da chacina que, consequentemente, está interligada à série, desenganem-se aqueles que pensarem que o foco são os ataques dos mortos-vivos. Aqui, o mais importante será sempre a nova vida a que este grupo de pessoas tem de se adaptar, a sobrevivência.

Os autores poderiam ter optado por outro mecanismo no enredo desde que conseguissem justificar a razão para o mundo, tal como o conhecemos hoje, ter terminado. Nesse sentido, não parece que haja aqui qualquer tipo de metáfora em relação aos Zombies, que poderiam personificar algum tipo de parasitismo social onde uns apenas se alimentam do cérebro de outros.

A abordagem a estas criaturas do terror é similar à maioria das obras mais recentes, ou seja, tudo indica que a origem da sua existência é de cariz biológico e, tal como um vírus, contaminante (a partir da transmissão de fluidos). Contudo, há um pormenor a salientar nesta interpretação, um que difere das desenvolvidas até agora. Em “The Walking Dead”, todas as pessoas aparentam ser já portadoras desta terrífica condição e, mesmo que não tenham tido qualquer contacto com um Zombie, basta morrerem para a doença ser despoletada. É precisamente esta particularidade que torna esta abordagem diferente, aguçando ainda mais a curiosidade em descobrir o que realmente aconteceu neste mundo e qual o seu futuro.

No volume anterior tínhamos deixado Rick, Michonne e Glenn nas amarras do terror que é conhecido por “O Governador”. Ainda não acabámos de processar esta nova sociedade criada por este líder demente e já a história dá mais uma das suas típicas reviravoltas, que resulta na surpreendente tentativa de fuga dos nossos heróis. De todos menos de Michonne, cuja sede de vingança parece ultrapassar a de liberdade.


Uma coisa de que não se pode acusar “The Walking Dead” é de ser uma série onde nada acontece. Nunca Rick e os seus companheiros podem cruzar os braços em descanso sem que algo venha ameaçá-los e impelir uma vez mais o antigo polícia a abandonar a sua mulher e filho em prol de um suposto bem maior. Porém, aquilo que é uma das suas maiores forças é, ao mesmo tempo, uma das suas maiores fraquezas. Apesar de Kirkman colocar várias e pertinentes questões humanas ao longo destas aventuras, na sua maioria, a abordagem às mesmas é apenas superficial, uma vez que a velocidade dos acontecimentos – incluindo a morte de várias personagens – nunca dá espaço para desenvolvimentos e investimentos emocionais maiores. Ainda assim, as questões ficam no ar e a pender na mente do leitor, cuja reflexão só por si já valerá a pena.

Compreende-se que os autores queiram ter as suas personagens numa constante agitação e que, devido aos contantes perigos, não haja tempo para pararem, reflectirem e até sentirem o que lhes está a acontecer, movendo-se quase apenas por instinto – a tensão é não só uma presença assídua na série, como uma das suas características mais bem conseguidas; mas os meses passam – como é notório pela barriga de Lori – e há assuntos que valeria a pena explorar mais a fundo ou, pelo menos, não os resolver tão depressa.

Claro que mesmo que tudo seja rápido em “The Walking Dead” – neste volume em particular a cena que envolve Michonne e o Governador – muito dificilmente não impressionará o leitor, tornando-se de longe uma das mais violentas até à data. Por muito estrago que os Zombies façam, falta-lhes a imaginação para atingirem os níveis ou requintes de malvadez que uma pessoa consegue. Para o bem e para o mal, os nossos maiores inimigos continuam a ser... nós mesmos.

A cargo do desenho continua Charlie Adlard, desde que substituiu Tony Moore no final do primeiro volume. Adlard soube pegar muito bem no trabalho que Moore vinha a desenvolver e a passagem de um desenhador para o outro – apesar das diferenças entre si -fez-se sem se notar uma grande divergência gráfica. De resto, Adlard tem vindo a saber imprimir o seu cunho pessoal à série: as personagens ganharam em expressividade e a história em dinamismo. Tudo isto resulta num trabalho bastante competente para aquilo que a história pede e precisa. De mencionar ainda o bom trabalho de Cliff Rathburn, que se mantém desde o início como o responsável pelos tons de cinzento.

No geral, “The Walking Dead Vol. 6 – Esta Triste Vida” (Devir, 2013) é mais um bom volume dentro daquilo a que nos têm vindo a habituar e que irá certamente agradar aos fãs que a têm seguido até aqui. Se no final ficar a vontade de quererem continuar a saber mais sobre o que irá acontecer a este grupo de pessoas, então o trabalho dos autores foi cumprido.

Notas:

- Publicado originalmente no site da Rua de Baixo;
- Um agradecimento especial à Devir pelo livro. 

sexta-feira, outubro 04, 2013

The Avengers: Age Of Ultron - Teaser



Cá está uma boa forma de aliciar a vontade em ver isto sem usar qualquer filmagem do filme em si. Num minuto apenas sugerem-nos que o nascimento de Ultron estará ligado a Stark. Faz sentido, uma vez que Hank Pym ainda não faz parte do universo Marvel cinematiográfico e só surgirá em 2014 no filme "Ant-Man" cuja ligação ao dos "Avengers" não se sabe bem como será, nem se existirá.

Não sou um grande conhecedor dos "Avengers" mas para mim o Ultron e "o" vilão desta equipa. Alguns podem dizer o nome Thanos, mas para mim Thanos é "o" vilão do universo Marvel. Acho que o Whedon fez bem em guardá-lo para o terceiro filme, abordando agora questões mais internas dentro da equipa.

Uma das coisas que me faz dizer isto do Ultron é porque, apesar de todas as boas intenções de Pym, ele não deixa de ter sido o criador deste monstro devastador. Sempre que o Ultron mata e destrói, o peso das suas acções cai directamente na consciência dos "Avengers", mais especificamente de Pym. Neste filme o peso passará para Stark e não é um que se recebe de ânimo leve, ainda hoje na BD há membros da equipa que culpam Pym por isto.

Um vilão que promete aliado à mesma equipa que nos trouxe "The Avengers" tem tudo para resultar. Ainda para mais James Spader dará a voz ao robô, é só boas notícias até agora.

quarta-feira, outubro 02, 2013

Doctor Who - Temporada 1


Do you know like we were sayin'? About the Earth revolving? It's like when you're a kid. The first time they tell you that the world's turning and you just can't quite believe it 'cause everything looks like it's standin' still. I can feel it. The turn of the Earth. The ground beneath our feet is spinnin' at 1,000 miles an hour and the entire planet is hurtling around the sun at 67,000 miles an hour, and I can feel it. We're fallin' through space, you and me, clinging to the skin of this tiny little world, and if we let go... That's who I am.

The Doctor



Após alguma ponderação sobre qual o caminho a seguir em relação a "Doctor Who" decidi-me, finalmente, a iniciar-me pelo mais recente, ou seja, pelo seu regresso à TV em 2005 - até porque foi com este regresso que conheci a personagem quando vi alguns episódios na Sic Radical. Na altura só não continuei a ver porque prefiro seguir a série certinha e por ordem.

Algo que chama logo a atenção é que “Doctor Who” tem uma estética mais pobre em termos de efeitos especiais que poderá afastar alguns espectadores (é uma pena se assim for). Pessoalmente eu adoro filmes de ficção-científica antigos e por isso não tive quaisquer problemas com o ar mais antigo da mesma. Sim às vezes questionava-se se os efeitos seriam assim ou por haver uma preocupação em manter esse ar clássico ou por não haver mais dinheiro. Acho que talvez um pouco dos dois, mas claramente o segundo tem mais peso porque já vi imagens das temporadas mais recente e houve claramente um aumento na bolsa.

As possibilidades de aventuras aqui são infinitas e isto não é uma hipérbole, “Doctor Who” é, literalmente, uma série que pode durar eternamente, nunca se esgotando. Estamos a falar de alguém que viaja numa nave – cuja aparência actual é a de uma cabine telefónica da polícia – que tem a capacidade de se deslocar através do espaço e tempo. Qualquer lugar e altura no Universo são possíveis para este viajante. Tudo o que precisamos agora é de um líder carismático. Neste caso temos um Time Lord, o último da sua espécie e que prefere apresentar-se usando um título em vez do nome, temos o "The Doctor". Sem ele isto não teria metade da graça, é uma personagem com uma presença muito marcante e que faz parte do DNA de toda a série. Na boa tradição do herói macgyveriano o Doctor utiliza uma chave de fendas (especial) para resolver as maiores dificuldades. Se por um lado esta screwdriver é qualquer coisa de fascinante, por outro não me admiro que esta série seja conhecida por ter os protagonistas sempre a correr.

Durante as suas viagens costuma ter uma companheira, que nesta temporada é Rose, uma rapariga natural de Londres. É verdade que não há “Doctor Who” sem Doctor, mas também é verdade que a companheira faz tanto parte da série como ele. Uma aprendiz nestas aventuras que se irá deslumbrar ao mesmo tempo que nós, com os encantos do Universo. Rose é interpretada por Billie Piper que consegue criar uma rápida empatia com o The Doctor, conquistando-nos sem dificuldade – coitado é do namorado dela.


A 1º temporada é constituída por 13 episódios e é uma pena que Christopher Eccleston (o 9º Doctor) tenha abandonado a série aqui. Eu sei que dos novos "Doctor’s" Eccleston é sempre colocado atrás dos outros dois em termos de popularidade, mas eu gostei muito do que ele fez aqui e tive mesmo pena que não continuasse mais tempo na série até entrarem os outros. Acredito que tanto David Tennant como Matt Smith estejam mais do que à altura do cargo e não me admiraria nada que também os venha a preferir, mas uma temporada apenas é pouco. Por outro lado também acho que o 1º Doctor que conhecemos terá sempre um carinho especial na nossa memória e isso ninguém tira ao Eccleston no meu caso. O mesmo se pode dizer sobre Rose.

Há algum desiquilibrio entre a qualidade dos episódios, mas de forma geral gostei muito das aventuras por que eles passaram. Gostei dos Daleks – EXTERMINATE!!!- e adorei a recta final quando o Captain Jack Harkness (John Barrowman) se junta a este duo para formar um trio - desde o episódio em que ele surge até aquele sobre os reality shows e concursos de TV, foi uma sequência genial. Em relação a Jack a personagem no final abandona a série para continuar no spin-off "Torchwood".

Não podia terminar o texto sem mencionar a sua intro que cá para mim deve ser a mais estimulante alguma vez criada. É impossível não ficar contaminado pela sua energia. Atire a primeira pedra quem nunca cantarolou aquilo?

Para terminar, se tivesse que descrever “Doctor Who” numa palavra... bem só podia mesmo ser esta: FANTASTIC!