domingo, fevereiro 22, 2015

Sleepwalk And Other Stories


 Já tinha mencionado aqui como descobri Adrian Tomine, um dos novos autores sensação da BD Norte-Americana. Desta vez, mais consciente, virei-me para o início, nomeadamente, este "Sleepwalk And Other Stories" que se trata da compilação dos primeiros números da revista de Tomine, a "Optic Nerve".

Aqui podemos comprovar que desde o início que o interesse no autor se prende com a vida das pessoas. Situações do quotidiano - algumas mais bizarras do que outras - formam o conjunto de episódios que se encontram aqui retratados. E são realmnente episódios, sem terem necessariamente um início ou um fim. Como se de repente abrissemos uma janela para espreitar o que se passa na vida de alguém que vimos passar na rua. Tudo, normalmente, aputado por uma aura de melancolia que impressiona e fica connosco.

As personagens de Tomine são tão bem escritas que podiam ser reais (se calhar até são) e é na partilha desses pequenos pedaços de vida, que o autor nos conquista.

Entretanto também me deparei no caminho com "Scenes of an impending marriage" que se trata de um pequeno livro em que Tomine brinca com a organização do seu próprio casamento. Menciono este divertido livro porque ao contrário do restante trabalho do autor, é mais leve e humorístico.

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

What We Do in the Shadows (2014)


Realizado por Jemaine Clement e Taika Waititi, "What We Do in the Shadows" é um divertídissimo mockumentary sobre vampiros. Nesta  curta ficção seguimos o dia-a-dia de três vampiros (vá quatro) que vivem juntos há muitos anos. Pelo caminho, há espaço para outras criaturas do fantástico, tudo feito sempre com um humor muito bem disposto, divertido e por vezes bem sangrento. Adorei, venham mais.

Sendo muito diferente no estilo, fez-me lembrar outro belíssimo mockumentary que se aventura nos campos do fantástico. Falo do fabuloso "Trolljegeren" .

sábado, fevereiro 14, 2015

Os heróis também usam BI #7


Chegou a vez de recordarmos esse monstro, não só das bolachas, mas de, basicamente, tudo.
Cliquem aqui para o conhecer melhor.

sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Whiplash (2014)


Sangue e suor são as duas primeiras palavras que me surgem para definir este filme. A perseguição da imortalidade, seja em que área for, é uma tarefa árdua. A relação entre discipulo e mestre, bem como a discussão sobre o alcance da grandeza trazem-nos um filme simples e de grande intensidade, sempre acompanhado por uma belíssima banda sonora.

Fantástica esta estreia de Damien Chazelle nestas lides. Porque não são precisos grandes fogos de artíficio para fazer bom cinema (estou a pensar no "Birdman", que com todas as suas qualidades na forma, não me interessou tanto no conteúdo).

E claro, J.K. Simmons, continua a provar porque é grande actor.

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte na Casa da Música



Hoje a passear deparo-me com isto numa parede. Não fazia ideia que este álbum mítico regressaria aos palcos um dia. O bilhete já cá canta.

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Romeo and Juliet


A glooming peace this morning with it brings. 
The sun, for sorrow, will not show his head. 
Go hence, to have more talk of these sad things.
 Some shall be pardoned, and some punishèd. 
For never was a story of more woe 
Than this of Juliet and her Romeo.

Existem obras cujo impacto foi tão grande no mundo, que a marca que deixaram é passada de geração em geração. "Romeu e Julieta" é uma dessas obras, uma história conhecida por qualquer um, mesmo que nunca tenha sido lida ou vislumbrada.

Claro que, nestes casos, apenas parte destas histórias é que são conhecidas e por isso a descoberta das mesmas, pode sempre conter enormes surpresas durante a sua leitura. Neste caso em particular, foi muito curioso descobrir que metade desta peça é uma comédia e que só a dada altura (mais especificamente após a morte de uma personagem) é que a mesma assume um tom mais trágico.

Mais do que isso "Romeu e Julieta" é uma peça cheia de camadas que poderão ser interpretadas de diferentes formas, por diferentes pessoas. Podemos olhar para este retrato do amor jovem e reconhecer como o impulso característico da juventude o empurrou para o abismo, imortalizando-o na sua pureza, ou para o papel que as forças do destino poderão desempenhar na destruição deste amor puro (que por ser tão jovial ainda não foi manchado pela corrupção do mundo). Além do retrato deste casal, a sociedade é algo que é igualmente focado, nomeadamente o conflito entre as famílias dos amados, que tão bem exemplifica como a violência gera violência. Não sabemos a origem deste conflito porque nunca é importante, a própria ignorância em relação ao mesmo dá força ao rídiculo da situação. Uma situação que apenas é corrigida através do sacríficio deste amor, pois é na morte de Julieta e Romeu que ambas as famílias encontram a redenção, uma redenção que de outra forma não existiria.

Ainda gostava de salientar a personagem de Mercucío, o melhor amigo de Romeu e que logo nas primeiras cenas nos conquista, sendo, sem qualquer dúvida, uma das personagens mais memoráveis da peça. Mercúcio além dos seus delírios provocadores, é a personagem que se encontra mais afastada de Romeu no que toca à interpretação do amor. É um anti-romântico que não leva a sério os sentimentos do seu melhor amigo quando este, ainda por cima, parece trocar de paixões como de camisas.

Quanto à escrita é, claro, exímia. Fiz questão de a ler no inglês original, precisamente para não perder nenhuma musicalidade desta poesia (claro que ajudas e traduções em português foram usadas quando se trata de um inglês com mais de 400 anos).

Uma peça extraordinária que merece e deve ser conhecida por todos, muito mais além do que a mera informação que foi sobrevivendo de "boca em boca".

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Erzsébet


Na introdução descrevem Nunsky, o autor desta BD, como um cometa da BD Underground, culpa do papel passageiro (ainda que aparentemente marcante) que teve e por este seu regresso, um regresso que após a leitura de "Erzsébet" esperemos que, no futuro, seja mais rápido.

O autor nortenho - e vocalista da banda psychorock "The IDS" - regressou com mais uma temática de peso, peso e sangue. Erzsébet Bathory foi uma condenssa húngara (contemporãnea de Shakespeare) cujo nome esteve associado a uma série de crimes hediondos. A tortura e morte de uma imensidão de jovens mulheres, deram à condessa os cognomes de  "A condessa sangrenta" ou "A condessa Drácula", nome que são bastante auto-explicativos.

A tortura criada por Erzsébet é tanto usada para fins de bruxaria (a sua procura pela juventude eterna) como para o seu bel prazer, uma vez que os crimes cometidos pela condessa, encerram em si mesmo um brilho que a alimentam.

Para todos aqueles que apreciam uma viagem pelas profundezas negras do coração dos Homens, este é sem dúvida um livro a explorar, aliás, uma das publicações mais interessantes do ano passado (que me falhou das listas porque só a li agora).

Leiam e espalhem a palavra, pode ser que assim, o cometa Nuncky mude de alcunha, para uma  mais regular.