quinta-feira, novembro 29, 2012

Exposição João Rodrigues na Baixa Chiado PT Bluestation

Depois de ter mostrado algumas imagens referentes à exposição da Zona, venho mostrar um pouco da exposição do João Rodrigues que ocorreu na passada Segunda-feira.

Não se esqueçam, se gostarem, conheçam mais do seu trabalho aqui.
E em entrevista na RDB aqui.



Hulk: Tempest Fugit


O livro desta colecção dedicado ao Hulk, incide sobre um dos autores mais influentes desta personagem, Peter David.

David trabalhou muito a personagem a nível da sua psique, desenvolvendo o facto de o Hulk já existir na mente de Bruce Banner muito antes do acidente nuclear que sofreu e porventura o libertou. Banner teve uma infância problemática, vítima de um pai lunático, o que poderá ter contribuído para o desenvolvimento de múltiplas personalidades na mente do futuro cientista. O autor pega nesta ideia e acaba por juntar tanto o Hulk Cinzento como o Verde, dentro da mente do protagonista.

Caso não saibam o primeiro Hulk a surgir, da autoria de Stan Lee e Jack Kirby (Kirby sempre em grande), era de tonalidade cinzenta e só emergia ao cair da noite. Problemas com a coloração da personagem levaram a alteração para o verde, mas esta não seria a única alteração, também a transformação se tornou mais independente das condições do dia, ficado directamente ligada às emoções de Banner. O Hulk verde é também retratado como mentalmente mais infantil e imaturo que o Hulk cinzento. Claro que o que tem menos em perspicácia mental compensa com força bruta. O Hulk verde é que é aquele que se tornou, com o tempo, uma das personagens mais poderosas da Marvel, cuja força física, aparentemente, não tem limites.


Peter David em vez de esquecer o Hulk cinzento usou-o juntamente com o verde, tudo numa grande mistura de personalidades a conviver com Bruce Banner. Uma participação dos Hulk's, que após a dose massiva de radiação gama que recebeu, se tornou muito mais física.

A história principal do volume é "Tempest Fugit" - inspirado na peça Tempest de Shakespeare - um regresso de Peter David à série do Hulk e onde se volta a explorar o que foi já mencionado. Desta vez o Hulk encontra-se numa ilha onde surgem os seus mais variados inimigos. Mas, algo não está bem, é como se tudo se tratasse de uma ilusão, como se alguém estivesse a manipular o herói, mas quem? e com que intenção? Ao mesmo tempo que esta narrativa se desenvolve vamos conhecendo um pouco mais do passado de Banner e da influência que o Hulk já exercia nele na altura.

Não sou um grande conhecedor desta personagem, muito menos dos seus vilões. Tenho uma vaga ideia deste, mas pouco mais. A história é misteriosa e serviu para mudar algumas coisas do passado da personagem, revelando que tais acontecimentos não passaram de ilusões. Os desenhos são de Lee Weeks e assentam como uma luva nesta história misteriosa, graças também ao bom trabalho de coloração que esteve a cargo do Studio F. Numa pesquisa pelo site da Marvel encontrei os nomes de June Chung e Edgar Delgado associados à coloração do livro, talvez membros deste Studio F na altura. O traço de Weeks e principalmente a cor separam muito bem o estilo dos flashbacks de Banner com o da narrativa actual, e dotam o livro do tom negro e esquizofrénico que precisa.




O resto do volume é composto por mais três histórias publicadas no ano de 1990 e também da autoria de Peter David que são: Incredible Hulk #369, #372, #373.
São boas histórias da personagem, e nestas David joga não com duas, mas com três pessoas a viverem na cabeça de Banner, aqui o papel do Hulk cinzento é muito mais explorado. No desenho temos Dale Keown que me faz viajar no tempo, um traço que evoca tantas recordações da BD dos anos 80/90.

Neste sentido este volume foca-se bastante num autor e numa temática escolhendo boas histórias para o fazer. O problema é que apenas três sabem a pouco, apetecia-me continuar por ali fora a seguir as aventuras do gigante verde, até porque no final do #373 apenas parte da aventura foi concluída. Mas, sempre é melhor ter o "Tempest Fugit" + 3 histórias, do que só o"Tempest Fugit", como seria normal numa qualquer edição americana.

terça-feira, novembro 27, 2012

O Programa do Aleixo


Felizmente o "Programa do Aleixo" voltou. Este regresso já se pedia há muito.
Se quiserem falar sobre o programa vou comentá-lo todas as semanas no TVDependente.
Estou um pouco atrasado, mas conto para a semana já ter isto tudo em ordem.

Adivinhem quem voltou?

segunda-feira, novembro 26, 2012

Exposição de João Rodrigues na Baixa-Chiado PT Bluestation


A inauguração da exposição de ilustração de João Rodrigues é hoje e contará com projecção de desenho ao vivo pelo autor entre as 17-19h.

O local é o do costume a Baixa-Chiado PT Bluestation.

Apareçam.

segunda-feira, novembro 19, 2012

Anna Karenina - Trailer




"All happy families resemble one another, each unhappy family is unhappy in its own way"

Leo Tolstoy em Anna Karenina

sexta-feira, novembro 16, 2012

A Filha do Caranguejo


Editado pela Polvo em 2001, trata-se de um curto conto a lembrar algumas das edições mais recentes do autor (Hän Solo, A Ermida).

A história segue as aventuras de um jovem viajante cuja fisionomia remete para a do próprio autor. Escolha que descubro não ter nada de acidental, uma vez que a "A Filha do Caranguejo" é inspirada num período da sua vida.

Tal como os navegadores que foram seduzidos pelos cantos das sereias, também o autor é seduzido por uma misteriosa mulher, cuja presença nos faz duvidar por vezes da sua própria existência, a filha do caranguejo. E de quem se trata este caranguejo? Aparentemente, um ex-combatente cuja vida é demasiado amarga para conter sem a ajuda constante de uma garrafa de vinho. Um homem com um destino que não seguiu o rumo desejado e que agora entra em directo conflito com as paixões do autor. Realidade ou um sonho? É nestes dois ambientes que a obra de Lacas joga, remetendo-nos também para as lendas e mitos características das zonas do interior.

A nível de desenho é a obra mais experimentalista que conheço do autor. Além do seu traço característico, Lacas usou fotografias, fez colagens e manteve até alguns traços a lápis que normalmente são eliminados. Claramente, uma obra que não está preocupada em apresentar um desenho limpo e cristalino, porque nem todas têm de o fazer, porque às vezes a "sujidade" é bem-vinda e neste caso em particular acho que funciona muito bem. "Obrigada, Patrão" pode ser o livro mais reconhecido do autor, mas este não lhe fica em nada atrás, sendo igualmente merecedor de atenção. Também prefiro o autor neste registo do que no recente "Asteroid Fighters" (do qual só li o 1º tomo), mas valorizo muito a diversidade que Lacas tem vindo a demonstrar e incentivo-a. Sem dúvida alguma, um autor a estar atento.

quarta-feira, novembro 14, 2012

O Baile


Já se tornou um ritual esperar, todos os anos, por uma nova edição de BD da Kingpin Books. A editora de Mário Freitas tem-se solidificado mais com cada ano que passa, trazendo-nos sempre edições de qualidade, quer a nível artístico – conseguindo reunir autores reconhecidos e estrelas em ascensão – quer a nível técnico – desde a capa à qualidade do papel usado.

Se contra factos não há argumentos, o melhor é mesmo aconselhar a leitura das obras em questão, todas merecedoras de atenção - tais como “Fórmula da Felicidade”, “Mucha” ou “o pEQUENO dEUS cEGO”. Claro que, até ao momento, são poucos livros; alguns poderão dizer que a Kingpin ainda não teve tempo de falhar, mas fica a sensação de que a atenção, dada a cada um, seria a mesma se fossem muitos mais – e a única razão porque não estamos a falar de um número maior parece estar mais ligada a questões comerciais do que à da qualidade dos artistas.

Lançado recentemente no festival da Amadora,“O Baile”, de Nuno Duarte e Joana Afonso, era um dos lançamentos mais aguardados do ano.

Para continuarem a ler sobre este livro, cliquem aqui.

Exposição da "Zona" na Baixa-Chiado PT Bluestation

 
Na passada segunda decorreu a exposição na Baixa-Chiado PT Bluestation da revista "Zona Desenha", como já havia anunciado aqui.

Infelizmente devido a pormenores técnicos da estação a exposição não ficará disponível durante o resto da semana, como estava inicialmente previsto. De qualquer das maneiras penso que tudo correu bastante bem e isso deveu-se em grande parte aos artistas presentes e a desenhar ao vivo.






Foi bom ver que houve adesão por parte do público que ia passando. Foram muitos os que viram a exposição e falaram com os autores. Acho que existe realmente interesse por parte de muitos, eventos deste são a prova disso. Quem gosta de BD já sabe o que procura, mas em eventos que se unam a outras artes ou que vão, pura e simplesmente, ter com as pessoas são uma excelente forma de dar a conhecer BD e assim chegar a um novo público. Esperançosamente criando novos leitores.







Por fim, quero agradecer a todos os artistas presentes, foi um final de tarde muito bem passado. Um muito obrigado ao André Oliveira, Joana Afonso, Osvaldo Medina, Ricardo Venâncio, Jorge Coelho, António Valjean, Rui Ferreira, Carlos Páscoa, Ricardo Reis, e em particular ao Fil.

E também um muito obrigado ao Pedro Saavedra e toda a equipa da PT Bluestation, pela ajuda, disponibilidade e dedicação. O que eles fazem todos meses na estação é um trabalho impressionante.



António Valjean




Osvaldo Medina



Fil

Dead Can Dance em Lisboa



Pai Natal, espera receber uma carta minha em breve.

É que nem tive hipótese quando vieram à Casa da Música, quando soube da venda dos bilhetes tinham esgotado de manhã.

quinta-feira, novembro 08, 2012

Silver Surfer: Parable


Hoje é um dia especial no que toca à Banda Desenhada. Porque hoje se preencheu uma lacuna gigante (há mais claro) nas edições nacionais. Finalmente Portugal junta-se ao leque de países que editou "Silver Surfer: Parable". Porque esta é uma BD que vai muito além do simples comic de Super-Heróis. "Parable" é a união entre América e Europa, entre comics e BD, e nada mais nada menos do que por dois dos seus mestres, Stan "The Man" Lee e Jean "Moebius" Giraud.

Longe de saber que o livro seria editado por cá, aproveitei a sua reedição norte-americana da Marvel, para finalmente o poder colocar na estante. Era um dos que mais falta sentia, porque se já por si valia a pena ter Moebius e Lee no mesmo livro, ainda por cima era sobre o Silver Surfer, das personagens que mais valorizo na Marvel e aparentemente Moebius também. Diz a história que durante um almoço entre os dois autores, quando colocada a hipótese de uma parceria, Lee perguntou a Moebius se tinha alguma personagem que preferia. A resposta é, de certa forma, óbvia para quem conhece os trabalhos do autor francês. E assim o herói mais cool da Marvel tinha ganho uma nova história, uma que jamais voltaria a acontecer, um momento único de união entre dois mundos.


Pode parecer oportuna este novo lançamento, mas tal estava já decidido antes da triste morte de Moebius. Lembro-me perfeitamente de fazer a pré-encomenda antes e aproveito para salientar que as pré-encomendas compensam.

Quando o livro chegou veio mais "gordinho" do que esperava. Tal deve-se ao facto de além da história que dá título à capa, o livro trazer uma segunda, e até maior, de Stan Lee e Keith Pollard intitulada "The Enslavers". É uma história menor do Surfista, e quando Lee fala do seu processo de criação percebe-se porquê. Aparentemente ele tinha descrito esta ideia a Pollard, mas o desenhador só pegaria nisto muito mais tarde, devolvendo um storyboard a Lee completamente distinto daquele que ele se lembrava e no qual teve de preencher os balões. De qualquer das maneiras fiquei com duas histórias pelo preço de uma, por isso não me posso queixar.


Regressemos a "Parable" que é o que interessa. Para esta história Lee decidiu tentar escrever algo diferente daquilo a que estamos habituados, afinal de contas, ia trabalhar com Moebius cujo trabalho na BD é bastante distinto do característico da Marvel.


Quando Norrin Radd (Silver Surfer) se aliou ao Fantastic Four para proteger a Terra da sua aniquilação, indo contra o seu próprio criador, Galactus, conseguiu que não só este abandonasse o nosso planeta como ainda desse a sua palavra que o pouparia de futuro. "Parable" traz-nos o regresso de Galactus que impedido de nos atacar, opta por mudar a sua jogada, dirigindo-se ao planeta como um deus.

Radd por sua vez tem-se mantido a viver escondido na Terra, um observador que no regresso de Galactus vê a necessidade de empunhar a sua espada prancha uma vez mais. A história foca-se assim no desenvolvimento do papel da religião no povo, usando o falso deus Galactus, para mostrar as diferentes abordagens à crença por parte das pessoas. E de facto, a religião, é mesmo "o ópio do povo", como Surfer, estará prestes a comprovar.





Se não estamos perante uma história típica da Marvel, também em nada me parece que destoe do seu Universo, muito menos da personagem em questão cujo forte senso de moral e compaixão sempre foram alguns dos seus aspectos mais fortes e provavelmente daqueles que atraiu Moebius, entre outras coisas.



Voltando à edição portuguesa, saiu hoje com o jornal Público, como o quarto volume da segunda série da colecção "Heróis Marvel". Ao contrário da Americana, troca "The Enslavors" por material de Lee e Buscema e neste aspecto a edição portuguesa fica a ganhar (também não era difícil). Ainda não li esta, mas sei que há também material extra, como ilustrações de outras personagens da Marvel por Moebius (tal como a edição Americana) e uma entrevista.


É, como já deu para perceber, uma das edições que mais gosto me deu ver nesta colecção.
 

quarta-feira, novembro 07, 2012

Zona Desenha


A “Zona Desenha” já se encontra disponível desde o passado Sábado, 3 de Novembro, onde foi apresentada no festival “Amadora BD”.

Este novo desafio da “Zona” foi lançado a 20 autores, onde cada um teve quatro páginas dedicadas ao seu trabalho. As primeiras duas consistem em duas pranchas de BD originais sob a temática “O desenho e eu” e as restantes duas contêm uma curta biografia, uma entrevista, esboços, fotos do local de trabalho e o URL de cada autor.

Escrevi sobre o livro na RDB (Rua de Baixo), a quem estiver interessado em conhecer melhor, é só clicar aqui.

De salientar que dia 12 de Novembro será inaugurada na Baixa-Chiado PT Bluestation uma exposição dedicada a esta revista que contará com a presença de vários autores e com desenho ao vivo. Esta exposição decorre no âmbito da parceria entre a RDB e a PT e irá manter-se durante uma semana.

segunda-feira, novembro 05, 2012